Show O governo federal deverá iniciar este ano um projeto concebido há mais de um século, o da ligação do Rio São Francisco com outros rios menores da região semi-árida do Nordeste. Esse projeto tem como objetivo garantir água às populações dessa região e também o desenvolvimento agrícola, comercial e industrial. Imaginado pelo imperador D. Pedro II no final do século XIX e estruturado na virada do século XX para o XXI, o Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco é cercado de polêmica. O rio São Francisco é um dos maiores e mais importantes dos rios brasileiros, estende-se por 2.700 quilômetros. Nasce na região Sudeste, cruza a Centro-Oeste e vai até a Nordeste. Após cruzar três estados, ele desemboca no mar na divisa entre Sergipe e Alagoas. Por isso, o rio ostenta o título de Rio da Integração Nacional e é chamado carinhosamente de “Velho Chico”. Ao longo de sua extensão, o São Francisco recebe a água de 168 rios afluentes, dos quais 90 são perenes, ou seja, permanentes e os 78 restantes podem secar em períodos de estiagem. Seu fluxo é interrompido por duas barragens para geração de eletricidade, a de Sobradinho, que garante a fluência do rio mesmo no período da seca, e a represa de Itaparica, ambas na divisa entre a Bahia e Pernambuco. Atualmente, 95% das águas do rio desembocam no mar e apenas 5% são usadas pelas populações beneficiadas, em cidades ou na irrigação. Basicamente, o governo pretende aumentar o uso da água para benefício da população. Um projeto para 20 anos O Projeto de Transposição do Rio São Francisco já foi feito e refeito ao longo de várias décadas, mas foi ampliado no atual governo, após um planejamento conjunto entre 12 ministérios. Basicamente, trata-se da construção de dois imensos canais de ligação do São Francisco com as bacias menores e seus açudes e, depois, a construção de futuras adutoras (por canos). O projeto da ligação do São Francisco com outros rios menores da região semi-árida do Nordeste foi concebido há mais de um século. Seu início ainda conta com resistência de ambientalistas e da população que temem a morte do “Velho Chico”, o maior e mais importante rio da região. Apesar disso, a transposição do Rio São Francisco tem como objetivo garantir água às populações dessa região e também desenvolvimento agrícola, comercial e industrial. O prazo previsto é de 20 anos, a um custo final estimado de R$ 4,5 bilhões. Pelo planejado, ele beneficiará diretamente 60 cidades, somando as que já recebiam alguma água e as que não recebiam nenhuma, e uma população de 12 milhões de nordestinos. Como cada litro de água pesa um quilo, para as adutoras será preciso construir estações de bombeamento e de elevação para vencer montanhas e desníveis de terreno de até 500 metros. Junto com a interligação de bacias, será também executado um Projeto de Recuperação do Rio São Francisco e seus afluentes, muitos deles assoreados como conseqüência do desmatamento e da agricultura. A revitalização do rio é uma reivindicação antiga e permanente dos que se preocupam com o rio. O projeto ameaça o rio e os que dependem dele? Transpor e interligar as bacias desses rios parece lógico e muito promissor, mas o projeto gerou e ainda gera polêmicas e críticas daqueles que temem danos sociais e ambientais em razão de variáveis não-previstas.
Ambientalistas, geógrafos, biólogos, assistentes sociais e padres se perguntam: qual será o impacto disso para as espécies que hoje vivem nesse rio ou nos rios que receberão a água? Se houver diminuição das espécies de peixe, o que acontecerá com as populações que dependem deles? A retirada da água pode comprometer a vazão do rio a jusante (ou seja, nas áreas mais próximas da foz)? Se água sumir em áreas onde ela é abundante, o que acontecerá aos que dependem dela? O ministério da Integração Nacional, que cuida do projeto, diz que sua revisão e detalhamento foi mais cuidadosa, o que garantirá resultados melhores, e que o volume de água a ser usado é inferior a 1% do que o rio despeja no mar. Apesar de ser uma das prioridades do atual governo, o projeto deveria ter sido iniciado em 2005 mas foi adiado para este ano. Fontes: Transposição do Rio São Francisco from RX30 Produtora on Vimeo. Por que o rio São Francisco atravessa o sertão e não seca?O rio São Francisco possui uma característica perene, ou seja, é um rio que não seca. Esse fator ocorre devido aos elevados índices pluviométricos e a rica drenagem em sua cabeceira. O rio possui declives acentuados em alguns trechos, especialmente na nascente e próximo à foz.
Por que o São Francisco é um rio perene apesar de atravessar o sertão semiárido?Os rios intermitentes são aqueles que sempre secam em períodos de estiagem. O rio São Francisco é considerado Perene porque não seca e há sempre água fluindo em seu leito.
Como o São Francisco consegue ser um rio perene mesmo atravessando uma região seca?Porém o Rio São Francisco tem o seu diferencial, embora esteja em uma região semiárida este rio é perene, ou seja, continua o seu fluxo mesmo que em estação de seca, isso porque ele é constantemente abastecido pelas águas da região centro-oeste.
Qual o principal rio que atravessa o semiárido nordestino e não seca?O Rio São Francisco abrange a maior parte do semiárido nordestino, além de banhar os estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
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