O que fazer quando a pessoa não sente fome?

Apetite reduzido é quando a pessoa tem menos vontade de comer. Também pode ser conhecido como perda de apetite ou anorexia. São muitas as possíveis causas para este sintoma, desde doenças físicas até condições mentais.

O apetite reduzido causa perda de peso inesperado podendo levar à desnutrição, o que pode ser sério se não tratado. O sintoma é ainda potencialmente mais perigoso quando apresentado em pessoas idosas.

Existem diversas causas para o apetite reduzido, dentre elas:

  • Infecção viral ou bacteriana
  • Causas psicológicas, como estar ansioso, estressado, nervoso, triste, depressivo, entre outros
  • Doenças psiquiátricas, especialmente Anorexia Nervosa e Bulimia
  • Fazer uso de certos medicamentos ou drogas ilegais
  • Estar no primeiro trimestre de gestação.

Ter uma das seguintes doenças também pode ser a causa do apetite reduzido:

  • Problemas nos rins ou fígado
  • Insuficiência cardíaca
  • Demência
  • HIV
  • Hepatites
  • Distúrbios da Tireoide
  • Alguns tipos de câncer, como os de ovário, estômago ou pâncreas.

O diagnóstico de apetite reduzido se dará de acordo com a suspeita médica em relação a causa do problema, de acordo com a história clínica, sinais e sintomas apresentados pelo paciente.

É importante buscar ajuda médica caso o paciente comece a perder peso rapidamente e sem uma razão aparente. Perdas involuntárias de 10% do peso já são relevantes, sendo que perdas acima de 20% se associam com desnutrição e gravidade. Também procure ajuda caso acredite que a falta de apetite possa estar relacionada à depressão, abuso de álcool ou alguma desordem alimentar, como anorexia nervosa.

Idosos também podem ser mais suscetíveis a esse sintoma, e a desnutrição acontece rapidamente, deixando-os mais fadigados e fracos. Por isso, qualquer perda de peso não intencional em idosos deve ser encarada de forma séria, precisa-se investigar a causa e incentivá-lo a se alimentar corretamente.

O tratamento para apetite reduzido dependerá essencialmente da causa do problema. Raramente se utilizam estimulantes do apetite, já que não são muito eficazes.

Se for causado por uma infecção aguda, viral ou bacteriana, ele se resolverá tão logo a infecção seja tratada, não causando maiores danos ao paciente. Se a perda de apetite for ocasionada por algum problema crônico mais grave, como um câncer, pode ser mais difícil recuperá-lo. Nessa circunstância deve-se buscar todo tipo de estímulo positivo, saindo da monotonia, como buscar alimentos e pratos favoritos (restaurantes que gosta), comer em ambiente agradável, com boas companhias na hora da refeição (família, amigos, etc).

A prática de exercícios também pode ajudar a aumentar o apetite, o importante é seguir a recomendação médica para cada caso. Além disso, o médico pode incentivar o paciente a comer pequenas quantidades de comida a cada duas horas, passar dietas especiais ou recomendar algum tipo de proteína ou suplemento.

Se a pessoa já estiver desnutrida, ele pode solicitar que o paciente tome suplementos alimentares ou mesmo nutrientes por via endovenosa.

Se o apetite reduzido for tratado, dependendo da causa, ele não gerará nenhum problema para o paciente que logo estará bem novamente.

  • Desnutrição
  • Fadiga extrema
  • Batimento cardíaco acelerado
  • Irritabilidade
  • Febre
  • Insuficiência renal
  • Alterações hormonais.

Revisado por: Carlos Walter Sobrado, proctologista do Hospital 9 de Julho – CRM 51146/SP

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

Quem já se esqueceu de uma refeição por estar feliz ou triste demais entende muito bem como os sentimentos podem interferir diretamente em nossa relação com a comida. Perder o apetite diante de certas emoções é comum e a explicação é uma só: a ligação direta entre o cérebro e o estômago.

De acordo com a psiquiatra Marta Ana Jezierski, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o estômago está ligado diretamente com o cérebro pelo nervo vago e, juntamente com o intestino, tem muitas terminações nervosas. "Há uma complexa interação entre os nervos do estômago e do intestino com o cérebro, que comunicam quando estão cheios ou vazios", explica.

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Do mesmo modo, o frio na barriga que sentimos diante de uma grande responsabilidade, por exemplo, também é explicado por meio dessas conexões nervosas entre cérebro e estômago, que formam verdadeiras pontes afetivo-cognitivas, como conta o neurocientista Álvaro Machado Dias, professor associado livre-docente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

A relação entre cérebro e estômago

Segundo Dias, tanto porções do intestino quanto do estômago fazem parte do SNE (Sistema Nervoso Entérico), muitas vezes chamado de segundo cérebro. O SNE possui milhões de neurônios, responsáveis por funções gastrointestinais sofisticadas, conduzidas com independência em relação aos outros módulos do sistema nervoso. "Estas conexões possuem origem evolucionária, são essenciais para reações de ataque e fuga em situações de ameaça", diz.

Tarso Adoni, neurologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que há uma íntima relação entre o hipotálamo (estrutura cerebral responsável pela regulação da fome e da sede, além de ativar a chamada "reação de estresse", "lutar ou fugir" diante de uma situação de risco) e a amígdala cerebral (estrutura que se ativa mais nas situações de medo, ansiedade e estresse). "Por esse motivo, indivíduos ansiosos ou deprimidos têm o apetite alterado. Na depressão, embora o mais comum seja a perda do apetite, pode também acontecer o contrário".

Fisiológico ou psicológico?

Para Dias, apesar de existir uma lógica fisiológica, a razão para a perda de apetite quando nossas emoções estão afloradas é principalmente psicológica. "Uma prática essencial para uma vida mentalmente saudável é a de prolongar as experiências em que nos sentimos bem e encurtar aquelas que nos causam desprazer. Emoções e condições mais ligadas ao futuro (como medo e ansiedade) levam mais à geladeira do que as ligadas ao passado (como tristeza, melancolia)".

O que fazer quando a pessoa não sente fome?

Perda de apetite que dura mais de duas semanas pode indicar necessidade de ajuda profissional

Imagem: iStock

Emília de Azevedo Oliveira, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, lembra que os alimentos nos fazem sentir sensações de prazer. Neste caso, é preciso saber diferenciar o contexto para esse comportamento, pois em situações de felicidade e de socialização, essa relação pode ocasionar exageros na quantidade de comida e na escolha dos alimentos.

"A forma como vivenciamos nossas emoções é única. Podemos ter indivíduos que estavam tão felizes que 'esqueceram' de comer, pois estavam curtindo um bom momento, assim como pacientes que não comem, pois estão vivenciando um sentimento de muita tristeza", aponta Danielle Bismarchi, psicóloga do Hospital Sírio-Libanês.

Segundo ela, emoções tidas como positivas geralmente estão associadas ao bem-estar físico, psicológico e fisiológico, liberando serotonina e endorfina, os chamados hormônios do prazer. Já emoções negativas podem interferir em nosso corpo, contribuindo para a piora de algumas doenças ou proporcionando reações fisiológicas como dor de barriga, falta de ar, tensão muscular, aumento da pressão arterial e liberação de hormônios como o cortisol. "Cada indivíduo vivencia suas emoções de forma única e o mesmo acontece com o apetite. Seu aumento ou diminuição podem ou não acontecer quando os sentimentos estão aflorados".

Fique atendo se for uma atitude contínua

De casamentos, formaturas, nascimentos e promoções a términos de relacionamentos, reuniões tensas e luto, situações estressantes, sejam elas boas ou ruins, acontecem. O problema, segundo Jezierski, é o tempo que a pessoa leva para se recuperar.

"Existem variações individuais que são causadas pelo simbolismo que cada pessoa desenvolveu ao longo da vida. Alegria pode significar satisfação (menos apetite) ou comemoração (mais apetite), como a tristeza pode estar associada à carência e fome ou bloquear os mecanismos de prazer e tirar o apetite", diz. Emoções momentâneas não têm grande impacto sobre o peso de uma pessoa por serem passageiras. O problema ocorre quando é uma atitude contínua. Quando a pessoa fica triste por muito tempo, isto é, por mais e duas semanas, então as alterações passam a ser dignas de preocupação e é o caso de procurar ajuda.

Segundo Oliveira, estar atento aos sinais e saber reconhecer as próprias emoções é fundamental para evitar que a relação com a comida venha a causar problemas mais sérios, como transtornos.

Como ajudar uma pessoa que não sente vontade de comer?

Perda de apetite.
Ofereça refeições pequenas, mas frequentes. ... .
Lanches nutritivos podem ser melhores do que uma grande refeição;.
Tente iniciar com “ os alimentos que a pessoa gosta”;.
Procure proporcionar um ambiente agradável para que a pessoa relaxe antes e depois de comer;.
Não apresse o enfermo para comer..

O que fazer quando não está com fome?

A princípio, seria interessante verificar se a falta de apetite vem acompanhada de perda de peso ou não. Se a resposta for afirmativa, é preciso procurar um médico para investigar possíveis problemas de saúde. A fome é uma resposta positiva do organismo; se há falta de apetite, algo não anda bem e merece atenção.

Quando a falta de apetite é preocupante?

A falta de apetite é preocupante quando passa de uma semana sem causa aparente.