Que organismos formam um líquen e qual é a vantagem para cada um deles?

Questão 3

(FUC-MT) Leia com atenção:

I. Nos líquens, o fungo envolve a alga e absorve água do substrato; a alga é fotossintetizante e fornece alimento ao fungo.

II. Nos líquens, o fungo é autótrofo e alga é heterotrófica.

III. Nos líquens, o fungo fornece para o substrato água e sais minerais, os quais são absorvidos pela alga.

IV. Nos líquens, alga e fungo são independentes, mantendo, apenas, correlação quanto à reprodução.

As proposições corretas são:

a) I, II e III.

b) I e II.

c) I.

d) II, III e IV.

e) IV.

Questão 4

(UFMS) Muitos organismos são capazes de sobreviver em determinados ambientes, graças ao estabelecimento de interações ecológicas complexas e duradouras. Organismos do reino Fungi, por exemplo, podem estabelecer associações simbióticas específicas com organismos de diferentes reinos, tais como:

a) Seres fotossintetizantes do reino Protista, formando associações micorrízicas com suas raízes.

b) Seres fotossintetizantes dos reinos Monera e/ou Protista, formando líquens.

c) Seres do reino Animalia, numa relação parasitária em que o fungo se nutre de produtos da fotossíntese do hospedeiro.

d) Organismos procariontes do reino Protista, numa relação parasitária em que o fungo se nutre do glicogênio fornecido pelo hospedeiro.

e) Seres heterotróficos do reino Protista, formando líquens.

Questão 5

A respeito dos líquens, marque a alternativa incorreta:

a) Nos líquens, podemos encontrar representantes dos Reinos Monera, Protista e Fungi.

b) Os líquens podem reproduzir-se por meio da produção de sorédios.

c) As algas presentes nos líquens são chamadas de fotobiontes.

d) A fotossíntese é essencial para a sobrevivência dos líquens.

e) Os líquens apresentam grande importância ecológica, porém não são usados economicamente.

Respostas

Resposta Questão 1

Alternativa “d”. Os líquens são formados pela associação entre fungos e algas ou fungos e cianobactérias.

Resposta Questão 2

Alternativa “c”. O líquen é um caso de mutualismo, isto é, uma relação em que um organismo ajuda o outro. Enquanto a alga fornece materiais produzidos na fotossíntese, o fungo garante-lhe proteção e um ambiente adequado.

Resposta Questão 3

Alternativa “c”. O item II está incorreto, pois a alga é autotrófica e o fungo heterotrófico. O item III está incorreto porque o fungo absorve água e sais minerais do substrato. Por fim, o IV está errado porque fungos e algas estabelecem um mutualismo obrigatório.

Resposta Questão 4

Alternativa “b”. Algas e cianobactérias podem associar-se a fungos e formar líquens.

Resposta Questão 5

Alternativa “e”. Os líquens podem ser utilizados economicamente na fabricação de cosméticos, medicamentos, corantes, entre outros produtos.

Para os mais curiosos e atentos visitantes do Parque Ecológico Imigrantes chama a atenção a quantidade de liquens

Aquelas manchas, crostas, escamas ou estruturas semelhantes a “folhas” – que se fixam em árvores ou em rochas presentes ao longo dos vários percursos. Esses organismos, que são uma associação (denominada como simbiose) entre algas (ficobionte) e fungos (micobionte) são considerados bioindicadores da qualidade do ar. Para se aprofundar um pouco mais sobre a importância da presença do líquen no PEI, fomos ouvir Márcia Isabel Käffer, doutora em Ciências: Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS-RS), especialista em biomonitoramento e ecologia de liquens.

LEIA A ENTREVISTA:

Para o equilíbrio de um bioma, qual a importância da constatação da presença dos liquens?

Os liquens são organismos pioneiros na colonização de ambientes. Em superfícies rochosas, os ácidos presentes nas espécies liquênicas contribuem para o processo de desgaste deste material, propiciando a colonização de outros organismos, como briófitas, samambaias, entre outros. Os liquens são utilizados por animais, como os pássaros, na elaboração dos seus ninhos; os insetos utilizam para camuflagem (esconder ou enganar) seus predadores e outros animais usam para se alimentarem.

Algumas espécies liquênicas que possuem algas azuis (ficobionte cianofícea) contribuem para a ciclagem do meio ambiente, por meio da fixação de nutrientes, como o nitrogênio. Por isto a importância deles no ecossistema.

Os liquens são bioindicadores da qualidade do ar?

Sim, pois do ar retiram a umidade e os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. A ausência de liquens em áreas urbanas, industriais, florestais, entre outras, está associada também a diferentes fatores ambientais – microclimáticos, disponibilidade de substrato, características destes substratos, como rugosidade, pH e textura da casca. Importante salientar que a maior presença destes organismos em um local, não pode estar associada a melhor qualidade do ar, pois na maioria dos casos, as espécies mais resistentes é que permanecem em detrimento das mais sensíveis à poluição, por isto da importância de conhecer quais são as espécies presentes nestas áreas.

Desde 1760, os liquens são empregados em estudos de monitoramento da qualidade do ar, especialmente no hemisfério norte. Nas últimas décadas estes estudos se expandiram para muitos países do hemisfério sul, como o Brasil. Como os liquens retiram do ar e da água da chuva os nutrientes para seu desenvolvimento, eles absorvem também outros elementos como muitos poluentes, especialmente metais, compostos de enxofre, derivados de combustíveis fósseis (HPAs- Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos), entre outros.

Então as cores dos liquens não são sinalizadoras da qualidade do ar?

Não. As espécies liquênicas possuem diferentes colorações que são derivadas de substâncias liquênicas denominadas metabólicos secundários e estes podem ser encontrados em várias partes do talo como, por exemplo, no córtex ou na medula. As diferenças na coloração são características importantes para a identificação das espécies.

A coloração do talo liquênico irá variar dependendo da espécie e é uma característica importante na classificação dos organismos. A presença de liquens de coloração diferenciada em determinados locais não está associada a presença de poluentes, como muitas vezes estão relacionados. Normalmente espécies como o denominado “líquen vermelho” está erroneamente associado a locais mais “puros” em termos de qualidade do ar. Mas esta espécie e outras que possuem tonalidades semelhantes – variam da borda alaranjada, rosada e são classificados como espécies diferentes ao Herpothallon rubrocinctum da imagem – estão presentes em locais mais úmidos, próximos a beira de rios, cursos d´água e no interior de áreas florestais.

O que a ciência sabe sobre os liquens hoje?

Atualmente, são conhecidas mais de 19.000 espécies no mundo e, no Brasil, são estimadas 4.900 espécies. Os liquens são divididos em grupos morfológicos, com uma variedade de formas (crostosos, foliosos, fruticosos, dimórficos, filamentosos e foliícolas) e sua ocorrência está associada a diferentes características do substrato, como a casca de árvores. Também são sensíveis a variações microclimáticas e ambientais. Assim, a presença de diferentes espécies (de coloração diferente) entre as áreas são muito grandes.

Normalmente, no interior de áreas de mata, há variações de luminosidade, umidade, de substrato e estes fatores é que contribuirão para o estabelecimento e desenvolvimento dos liquens. A diversidade liquênica varia muito de ambiente para ambiente, mas claro que a poluição do ar influencia muito na ocorrência das espécies, especialmente daquelas mais sensíveis.

O que pode significar a falta de liquens para o meio ambiente?

De forma geral, a falta da comunidade liquênica assim como de outros grupos podem ocasionar alterações no ambiente, pois todos os organismos são importantes para um equilíbrio do ecossistema.

As espécies mais sensíveis tendem a desaparecer quando o ambiente está alterado deixando o espaço para serem ocupados por espécies mais tolerantes ou resistentes a poluição do ar e/ ou alterações ambientais, inclusive em áreas florestais.

Os liquens possuem alguma utilidade na indústria farmacêutica para o combate a doenças?

Sim. As espécies liquênicas possuem substâncias denominadas metabólitos secundários, que são compostos que desempenham importante função. Estudos tem demonstrado que mais de 800 metabólitos secundários já foram analisados e a concentração destes compostos variam de acordo com seus talos.

Suas propriedades variam de acordo com o grupo e/ou espécie, mas já foram registrados por meio de testes de laboratório que estes compostos podem exercer atividades antifúngica e antibacteriana. A síntese destes metabólitos exerce uma variedade de atividades biológicas além de propriedades como anti-inflamatória, anticoagulante e antiparasitária, assim como sequestrador de radicais livres.

Também há registro destes metabólitos como antiprotozoário e os resultados são bem evidentes em vários estudos, como para doença de Chagas. Existe também a análise de suas propriedades para a formulação de analgésicos, além de suas propriedades como antibióticos e antitumorais.

Em tempos remotos, os liquens eram utilizados para pinturas de tecidos, no entanto algumas destas substâncias são empregadas na indústria cosmética. As propriedades destes metabólitos podem ser empregadas como inseticidas, pois os compostos possuem diferentes funções, como proteção contra herbivoria, competição, radiação ultravioleta, etc.

Eles possuem também função alelopática (que é a capacidade de plantas ou outros organismos de produzirem substâncias químicas que ao serem liberadas ao meio ambiente influenciam de forma favorável ou desfavorável a seu desenvolvimento).

Afinal, o que são liquens e qual a importância para o meio ambiente?

Os liquens são uma associação (denominada como simbiose) entre algas (ficobionte) e fungos (micobionte) formando um organismo. De forma geral, as algas auxiliam no processo de fotossíntese, enquanto que o fungo fornece a umidade e auxilia também na parte da nutrição destes organismos.

Habitam desde áreas polares até desérticas e se desenvolvem em diferentes substratos (rochas, solo, troncos de árvores, moirões, sobre folhas, entre outros). Também são denominados como epífitos (assim como muitas espécies de bromélias, orquídeas, samambaias e briófitas), pois apenas utilizam o substrato para seu estabelecimento e desenvolvimento, não prejudicando seu hospedeiro (no caso as árvores).

Käffer é vinculada ao Programa de Pós-graduação em Qualidade Ambiental, na Universidade Feevale-RS, onde desenvolve pesquisa relacionada ao projeto de Avaliação da Qualidade Ambiental das áreas florestais da Bacia do Rio dos Sinos, com uso de liquens no Laboratório de Botânica da universidade.

Que organismos formam um líquen qual é a vantagem para cada um deles algum deles se prejudica com essa associação?

Sabendo que os líquens são uma associação biológica entre fungos e algas, pode-se afirmar que ambos se beneficiam pois a alga, através da fotossíntese, é responsável por produzir alimentos - carboidratos complexos através da luz solar -, enquanto o fungo consegue proteger a alga da dessecação, evitando a perda de água ...

Qual é a vantagem para cada um dos organismos que formam o líquen?

No entanto, os liquens são extremamente sensíveis à poluição, sendo considerados bioindicadores de poluição. Pode-se dizer que eles são organismos pioneiros, pois degradam rochas e auxiliam na formação do solo, criando condições para que outros seres vivos também se instalem no local.

Quais os organismos que formam o líquen?

Os líquens podem ser definidos como uma associação simbiótica entre um fungo e uma clorófita ou então entre um fungo e uma cianobactéria. Os líquens são associações simbióticas entre algas verdes e fungos ou entre cianobactérias e fungos.

Qual é a vantagem de um líquen?

Qual a sua Importância? Na medida em que produzem ácidos orgânicos que consomem rochas, eles progressivamente beneficiam a boa formação do solo, porque acima de tudo eles produzem sais minerais. Eles são considerados pioneiros porque são os primeiros organismos descobertos em certas regiões.