Qual é a participação popular na Proclamação da República?

Objetivo(s) 

- Compreender a proclamação da República como um golpe desencadeado por forças militares sem grande resistência monarquista graças à crise desse sistema de governo.
- Avaliar a pequena participação da população no evento.

Conteúdo(s) 

- Proclamação da República.
- Participação política popular.

Ano(s) 

6º, 7º, 8º, 9º

Tempo estimado 

Duas aulas.

Desenvolvimento 

1ª etapa 

Comece a conversa perguntando aos alunos o que eles entendem por participação política, registrando no quadro as ideias principais. Com base nesse primeiro apanhado, direcione o olhar da classe ao período que deseja estudar, a proclamação da República. Lance a seguinte questão: em termos de participação popular, o novo regime acena com mais ou menos oportunidades em relação à Monarquia? Apresente a proposta de investigar se a promessa de maior participação popular, de fato, se concretizou. Informe que a pesquisa será realizada por meio da análise de documentos de época. Para que eles se situem no tema, solicite a leitura do capítulo 1 do livro O Despertar da República.

2ª etapa 

Distribua para cada aluno uma cópia do seguinte texto:

"Por ora a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava." (Carta de Aristides Lobo [1838-1896] sobre o episódio de 15 de novembro de 1889.)

Oriente os alunos a se reunir em duplas para discutir o excerto do jurista e jornalista republicano e abolicionista. Peça que abordem dois pontos principais: a composição do primeiro governo republicano e a participação das camadas populares no episódio. Em seguida, organize a socialização das opiniões com a classe inteira. Discuta com o uso do termo "bestializado", acentuando a associação ao animal besta, numa indicação de estupidez e ignorância sobre o processo.

3ª etapa 

Distribua para cada aluno uma cópia do seguinte texto:

"Desenganem-se os idealistas: o povo fluminense não existe (...) Dirão que o povo fluminense fez a agitação abolicionista e a agitação republicana (...) O povo não fez nada disso. Um grupo de homens denodados, bastante ativo é certo, para parecer a multidão, fez o movimento abolicionista e o movimento republicano do Rio de Janeiro. Em volta desses campeões devotados acercavam-se curiosos; e foi só." (Raul Pompéia, Obras.) 

Estimule um debate com a classe sobre a argumentação exposta no texto, iniciando pela discussão da expressão "o povo fluminense não existe". Por que o autor tem essa opinião? De acordo com ele, quem são os responsáveis pelos acontecimentos históricos? Por fim, convide a turma a refletir sobre o significado dos dois textos do século 19 à luz dos dias de hoje. É possível dizer que os fatos e processos narrados são totalmente anacrônicos ou permanecem atuais? Por quê?

Avaliação 

Peça que os estudantes escrevam uma dissertação sobre a participação popular na proclamação da República, tendo como base as leituras realizadas. Avalie se eles compreendem que, apesar dos acenos a certa democratização do poder, o episódio foi um processo de que o povo pouco participou, sendo na maior parte das vezes apenas citado nos discursos da nova oligarquia que chegava ao poder.

Créditos: Pedro Henrique Raveli Formação: Professor de História da Escola da Vila, em São Paulo, SP.

O seguinte texto trata-se do trabalho desenvolvido com os alunos  do Grupo Detetives da História:Rodrigo Galante,Tayenne Lunna ,Laís Emanuelle,Yara Miranda e Lucas Fortes e nós Intelectuais da História.

A proclamação da REPUBLICA TEVE APELO POPULAR?

SIM!a proclamação da republica teve apoio popular

RESUMO

A Proclamação da República no Brasil foi um dos mais importantes acontecidos de nossa história, existiram vários conflitos internos para que no dia 15 de Novembro de 1889 fosse proclamada a república no Brasil, estão entre eles questões de guerras e revoltas, como a Farroupilha, a Confederação do Equador, existiram também questões internas de menor conflito direto, como a “Questão Militar” e a “Questão Religiosa, mas no âmbito social acontecia algo que a maioria não enxergava, o povo com toda sua massa, participava significativamente na queda do império e mais ainda na Proclamação da República.

Palavras-chave: Proclamação da República, povo, participação

INTRODUÇÃO

O objetivo desse trabalho é provar a participação popular no movimento que terminou com o regime monárquico e implantou a república no Brasil.

Iremos estruturas nossa defesa a partir dos seguintes pilares

  • O movimento de 15 de novembro de 1885 não foi o primeiro a buscar a república
  • O fim de um regime político não ocorre de uma hora para outra, a ação dos militares brasileiros realizou-se em uma época em que os movimentos de oposição contra o Império já aconteciam
  • Caso o povo apoiasse a monarquia haveria movimentos contrários á república

DESENVOLVIMENTO

O movimento de 15 de novembro de 1889 não foi o primeiro a buscar a república, embora tenha sido o único efetivamente bem-sucedido ele contou com o apoio tanto das elites nacionais e regionais quanto da população de um modo geral.

Podemos citar dois exemplos de movimentos que buscaram a República: A Revolução Farroupilha(1839) em que proclamaram-se a República Rio-grandense e a República Juliana, respectivamente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina;  E em 1824, diversos estados do Nordeste criaram um movimento independentista, dentre elas a Confederação do Equador, igualmente republicana;

A ação dos militares brasileiros realizou-se numa época em que os movimentos de oposição contra o império já aconteciam.

O fim de um regime político não ocorre de uma hora pra outra, ao acaso, o Império já vinha perdendo prestígio há algum tempo. As constantes eleições fraudulentas, a reação dos militares após  a guerra do Paraguai, que queriam direitos e mais reconhecimento; a abolição da escravidão(1888) que se por um lado agradou a muitos, por outro desagradou; o conflito com a Igreja  e a resistência para implantar reformas  foram questões que ajudaram no processo.

Embora se argumente que não houve participação popular no movimento que terminou com o regime monárquico e implantou a república, o fato é que também não houve manifestações populares de apoio à monarquia, ao imperador ou de repúdio ao novo regime. Alguns pesquisadoresargumentam que, caso a monarquia fosse popular, haveria movimentos contrários à república.

Em A relativa estabilidade política do Império, no Brasil, veio a ser abalada a partir da década de 1870, como consequência da Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai (1864-1870). A crise foi o resultado de vários fatores de ordem econômica, social e política que, somando-se, conduziram importantes setores da sociedade à conclusão de que a monarquia precisava ser superada para dar lugar a um regime político, mais adequado aos problemas da época.

A Revista Ilustrada, por exemplo, importante periódico publicado na Corte, à época, publicava muitas caricaturas explorando a idade de D. Pedro II. As caricaturas sempre traçavam um paralelo entre a velhice do imperador e do Império, procurando relacionar a suposta incapacidade de Pedro II para governar, devido à idade e a doença.  A imagem do império e do imperador estava desgastada.

OS MOVIMENTOS REPUBLICANOS QUE ANTECEDEM 15 DE NOVEMBRO DE 1889

Confederação do equador

A Confederação do Equador foi um movimento separatista em que alguns Estados do Nordeste se juntaram em torno de Pernambuco para criar um país independente e livre do restante do Brasil, ou seja, uma República confederada com outros Estados Nordestinos independente do Império Brasileiro. O conflito possuía raízes em movimentos anteriores na como a Revolução Pernambucana de 1817, que tinha caráter republicano.

Dois lideres insatisfeitos com a implantação da constituição de 1824, a primeira constituição do Brasil, que foi obra de D. Pedro I, que alguns dias antes havia fechado a assembleia constituinte, essa medida do imperador causou indignação em varias províncias do Império. No Nordeste Cipriano Barata e Frei Caneca denunciavam o golpe dado pelo império, denunciando que a nova Constituição era “anti-liberal” e denunciando o despotismo do Imperador.

Frei Caneca criticava o Poder Moderador (exercido por D. Pedro I, este poder lhe concedia todo poder para interferir no Executivo, Legislativo e Judiciário) e era contra a “intromissão do imperador nas questões políticas das províncias”. Com a Independência alguns Estados achavam que o novo governo, representado pelo império, teria caráter federativo, onde as províncias teriam autonomia para resolver seus conflitos internos sem a intervenção da capital do império.

Com a frustração diante das medidas do imperador Paes de Andrade proclamou a Confederação do Equador, que tinha como inspiração a republica norte-americana, a insurreição teve participação popular às chamadas “brigadas populares”; mulatos, pretos libertos e militares de baixa patente.

A Confederação do Equador foi um movimento importante na história do Brasil, pois extrapolou a simples conspiração, existindo concretamente (ainda que por pouco tempo), e se diferenciou dos outros movimentos independentistas da época pela ampla participação popular que registrou.

Revolução Farroupilha

A Guerra dos Farrapos, também chamada Revolução Farroupilha, foi a mais longa guerra civil brasileira, durou 10 anos.

De um lado estancieiros liberais separatistas, conhecidos como chimangos, de com desejos de criar um estado republicano, com o apoio das camadas populares. E de outro os adeptos da monarquia, chamados de caramurus.

Onde os principais motivos eram que o país cobrava altos impostos dos produtores de charque gaúchos e importava o charque a preço de marmelada dos países platinos.

Logo os ricos donos de terras (produtores de charque) iniciaram uma revolução que teve grande apoio do povo. Ao decorrer dessa revolução ela foi a única do Brasil que os nobres e o povo lutaram lado a lado, até o fim um não abandonou o outro. Ainda houve o apoio dos negros aos quais foi prometida a liberdade no novo país que seria criado. Ela foi chamada de guerra dos farrapos devido ao estado esfarrapado das roupas dos combatentes gaúchos que ficaram desse jeito devido a duração da guerra. Por fim o Brasil cedeu às exigências (menores impostos, etc.), foi a chamada paz do ponche verde.

Foi graças ao povo e aos negros que a revolução teve um caráter tão importante e que durou tanto tempo.

OS ÚLTIMOS SUSPIROS DO IMPÉRIO

 Questão militar

Ao longo do Segundo Reinado os militares enfrentaram questões que os reduziam na sociedade. O exército foi deixando gradativamente de ser um lugar de prestígio na sociedade, os filhos dos membros da elite já não tinham mais interesse em desenvolver carreira militar, assim a instituição sobrava apenas para filhos dos próprios militares, de funcionários públicos e chegaria a contar até mesmo com negros enquanto ainda escravos. O exército era composto pelo povo, a qualidade profissional e de vida dos membros do exército eram bastante preocupantes.  Os militares sobreviviam depois de 1850 com baixíssima remuneração, de tal modo que era fato comum que muitos deles possuíam mais dois outros empregos para que pudessem ao menos pagar suas contas. A situação financeira era realmente grave. Além disso, a ascensão na carreira era muito complicada e lenta, sendo que os meios para ocorrer não se baseavam na meritocracia e sim em critérios personalistas. Isso ocorria mesmo o exército tendo uma formação mais técnica e uma estrutura organizacional mais democrática, só que as ordens de promoção vinham dos líderes da monarquia, o que tornava a situação tão personalista e atendia realmente só aos que tivessem os contatos adequados.

Nas relações com o Império, o exército era alheio às decisões do país. Os altos cargos da monarquia eram ocupados por civis que recebiam uma remuneração valiosa, enquanto os líderes do exército conviviam com suas situações precárias. Os militares não tinham autonomia nem na própria defesa do território, tinham apenas que seguir as ordens dos dirigentes da nação. O Imperador era quem dava a palavra final e sua decisão era sempre superior a de qualquer general.

A situação de contestação se agravou muito após a Guerra do Paraguai. Os nobres, desinteressados em formar as fileiras do exército no confronto com o país vizinho, enviaram seus escravos para compor o exército durante o combate. Sendo assim, a maior parte dos combatentes no conflito era formada por negros não alforriados e foram justamente eles que batalharam para garantir a vitória final para o Brasil. Depois do retorno do exército, os militares passaram a defender a liberdade para esses negros combatentes e melhores condições para aqueles que tanto batalharam pela causa do país. Saturados e insatisfeitos com a condição econômica, política e social os militares engrossaram a campanha abolicionista e também o movimento republicano.

 O conflito religioso

Desde o período colonial, a Igreja católica era uma instituição submetida ao estado, pelo regime do padroado, isso significa, que nenhuma ordem do papa poderia vigorar no Brasil sem antes ter sido aprovada pelo imperador

Mas, em 1872,D.Vidal e D. Macedo, bispo de Olinda e de Belém, respectivamente resolveram seguir ordens do papa Pio IXI, punindo membros religiosos que apoiavam os maçons, D. Pedro II influenciado pela maçonaria, solicitou aos bispos que suspendessem as punições. Como eles se recusaram a obedecer ao imperador, foram condenado a quatro anos de prisão.Em1875,receberam o perdão imperial e foram libertados mas o episodio abalou as relações entre a Igreja e o imperador

Devido a algumas reformas na estrutura eclesiástica e no modo como a Igreja atuava no Brasil, houve conflitos entre civil e o religioso o que contribuiu para a necessidade de separação entre a Igreja e o Estado. O principal objetivo da Igreja era a aproximação do povo, em especial ao menos favorecido.

Com evidente necessidade de separação, o Império perdeu a simpatia do clero e da população.

FATOS 

Os jornais da época mostram a repercussão da Proclamação da República, os discursos dos jornais nos apresenta como foi favorável a reação popular mediante a proclamação da republica, podemos citar os jornais: Província de São Paulo de 16 novembro de 1889 hoje conhecido como Estado de São Paulo, a transcrição da integra do jornal segue nos anexos desse dossiê, a leitura sugere uma reflexão sobre o acontecimento que marca o inicio do período republicano no Brasil observando a ênfase dado ao exercito e o forte apelo popular, destacamos os seguintes trechos:

‘’Cidadãos,

Notícias da corte anunciam a proclamação da Republica – a forma de governo que exprime o sentimento nacional!’’

‘’Viva a Republica!’’

‘’Esta noticia não causou entusiasmos, ela produziu delírio indescritível; nem uma oposição; nem uma sombra de tristeza ,o contentamento foi geral, as aclamações à nascente Republica traduziam-se por alegres expansões de patriotismo e de fraternidade! O povo confraterniza pisando nas ruas, em grandes exclamações de jubilo.’’

‘’O povo ,o Exercito e a armada vão instalar o governo provisório ,que consultará a nação pela convocação de uma constituinte. Há aclamações gerais á República’’

‘’ O povo passa cantando a Marselhesa’’

‘’Revive a Nação! Pelo seu órgão mais autorizado-o POVO!- foi proclamada a Republica no país!

Outro jornal que citamos é o “A União” que circulava em Vila Rica(atual Ouro Preto)na época capital da província de Minas Gerais, destacamos a seguinte manchete que pode ser consultada nos anexos:

‘’ Ontem as sete horas da noite recebemos da corte o seguinte telegrama:

Povo,exercito, armada vão instalar governo provisório que consultará Nação:

Convocação constituinte  aclamações gerais. Republica’’

O trecho do manifesto do governo provisório a seguir é muito claro quando cita o povo como elemento essencial da mudança, a instituição da república:

“O povo, o Exército e a Armanda Nacional (…) acabam de decretar a deposição da dinastia imperial e, consequentemente, a extinção do sistema monárquico representativo”.

CONCLUSÃO

Para que o Golpe Militar acabasse com a Monarquia e tirasse D. Pedro II do poder, ocorreu muita luta antes do 15 de novembro e são nessas lutas que encontramos as classes populares, escravos, negros libertos e tantos anônimos que deveriam possuir lugar no Panteon dos Heróis brasileiros.

Portanto afirmamos que a Proclamação da República é a culminância de diversas lutas travadas ao longo do tempo por intelectuais, movimentos sociais e por pessoas que ansiavam por um Brasil melhor e justo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Sites:

http://www.brasilescola.com/

http://www.infoescola.com/<

http://www.suapesquisa.com/colonia /

http://historiandonanet07.wordpress.com/2010/11/15/a-proclamacao-da-republica/

http://www.marcillio.com/rio/hiimprre.html

http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=professores&id=130

http://www.portalsaofrancisco.com.br/

Livros:

Cotrim. Gilberto, 1955

História Global – Brasil e Geral-Volume único

-8.ed.-São Paulo:Saraiva,2005

Editora Saraiva

Página 402

História-Volume 2 (ensino médio)

Ronaldo, Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira, Georgina dos Santos,2010

Editora Saraiva São Paulo, 2010.

Páginas: 290 a 294

ANEXOS

Qual é a participação popular na Proclamação da República?

A PROVINCIA DE SÃO PAULO

15 DE NOVEMBRO DE 1889

GLORIOSO CENTENÁRIO DA GRANDE 

REVOLUÇÃO

PROCLAMAÇÃO 

DA 

REPUBLICA BRAZILEIRA

Recebemos hontem o seguinte telegrama:

Foi proclamada a Republica no Brazil. Consta que o governo provisório será organisado com o general Deodoro e Quintino Bocayuva.

Affirmam outros que o governo será constituído pelo general Deodoro, Quintino Bocayuva e Benjamim Costant.

Foi convocada uma reunião popular para acclamação do governo. O ministério foi obrigado a assignar a sua demissão.

O barão de Ladeiro foi ferido e acha-se em perigo de vida.

Logo que recebemos este telegrama, fizemos distribuir o seguinte boletim:

Cidadãos,

Noticias da Corte annunciam a proclamação da Republica – a forma de governo que exprime o sentimento nacional! !

Unamo-nos! Para garantir a ordem, porque o novo regimen nasce da livre manifestação popular!

Povo! O primeiro dever republicano neste momento é ser calmo, previdente, justo, tolerante, para se enérgico na organisação!

A Republica significa a paz, o progresso, a civilização.

Unamo-nos sem distincção de partidos para firmamos esse novo regimen que nos ha de trazer a gloria, a grandeza e a felicidade!

Viva a Republica!

Esta noticia não causou enthusiamo; produziu delírio indiscriptível; nem uma opposição, nem uma sombra de tristeza, o contentamento foi geral, as acclamações á nascente Republica traduziam-se por alegres expansões de patriotismo e de fraternidade! O povo confrate pisava nas ruas, em grandes exclamações de jubilo.

Pouco depois recebíamos o seguinte telegrama:

Os soldados das guarnições arrancaram as coroas dos bonets, conservando apenas o numero dos regimentos a que pertencem.

Todas as guarnições adherem ao movimento.

O ferimento de Ladeiro foi devido mais por imprudencia  sua do que por intuito aggressivo. Ministério deposto.

A família imperial acha-se em Petropolis.

Nota-se profundo contentamento popular e preparam-se festas para a acclamação da Republica. O tenente Vinháes do Paiz tomou conta do telegrapho.

Os officiaes do exercito fazem em pessoa policiamento para evitar conflictos.

Nunca uma republica foi proclamada com tanto brilhantismo e em tanta paz.

Em geral os interesses envadicados de longos séculos pelos interesses dynasticos offerecem grande resistência á sua eliminação; e por vezes, a Victoria do povo é marcada pelo sacrificio sanguinolento e terrível. Para explicarmos este brilhante resultado, só temos uma phrase que synthetisa o movimento todo; e, ao mesmo tempo, esprime o nosso eterno agradecimento:

Honra ao Exercito Brazileiro, que acaba de completar a sua acção benefica; iniciada em 1831, mostrando o caminho do exílio a um tyrano!

Durante todo o dia o povo permaneceu em constante actividade agitando-se pelas ruas, inquieto, ancioso a espera do reconhecimento da Republica em São Paulo.

Pelas 5 horas, da tarde, depois de uma conferencia da commissão executiva do partido republicano, foi o dr. Luiz Pereira Barreto, parlamentar com o presidente da provincia, afim de saber-se qual a attitude que pretendia manter diante da gloriosa revolução republicana.

O Sr. General Couto de Magalhães, para entregar o seu posto impoz apenas a condição de que chegassem as ordens do governo republicano, constituído no Rio.

De uma das janellas do Restaurant do Globo, o dr. Rangel Pestana communicou ao povo esta resolução da presidencia.

O governo provisorio para São Paulo, indicado pela Comissão Permanente do Partido Republicano, era composta dos drs. Rangel Pestana, Prudente de Moraes e Coronel Mursa.

Diante da resolução presidencial, o povo guardou uma calma digna e ao mesmo tempo patriótica.

A anciedade publica continuava ainda, quando recebemos o seguinte telegramma:

O povo reunido no edificio da camara municipal, ouviu a leitura da proclamação da Republica, na qual não interviram nenhum dos chefes do movimento.

Consta que o governo provisorio assignou um decreto confiando a família imperial á guarda do exercito e do povo.

O movimento revolucionário repercutiu em quasi toda a provincia.

De Santos recebemos o seguinte telegrama:

O povo reunido no paço da camara municipal acclamou um governo provisorio, generalidade da população e as autoridades policiaes, adheriram a Revolução.

Desde ás 4 horas estão em conferencia os membros do governo composto dos cidadãos A. Lacerda, A. C. Teles Netto, dr. Martin Francisco Filho, Ernesto Gomes Henrique Porchat, Manoel Franco Vianna, Walter Wright, dr. Leão Ribeiro, José Azurem Costa, e Guilherme Souto.

Ás onze horas grnde massa de povo reunida no Club Republicano, proclamou o governo provisorio, composto dos cidadãos Rangel Pestana, Prudente de Moraes e coronel Mursa.

O dr. Prudente de Moraes e Rangel Pestana declaram acceitar posto em que os collocava a confiança popular, convidando ao mesmo tempo o povo para assistir hoje ás 11 horas a proclamação official da Republica, na camara municipal.

As sacadas do club achavam-se diversos officiaes do 10º regimento de cavallaria, desfraldando um delles a bandeira republicana.

O Dr. Bernardino de Campos declarou que a Commissão do Partido tomava a si o policiamento da cidade, que com effeito foi logo posto em pratica.

Reina grande jubilo em toda a população.

Viva a republica!

De Campinas foi-nos expedido os seguinte despacho telegraphico:

Saudamos a Provincia de São Paulo pelo advento de Republica Brazileira!

Outro telegramma de Santos:

O povo Santista reunido congratula-se pelo advento da Republica.

Reina completa ordem.

Viva o Exercito!

A noite recebemos mais a seguinte communicação do Rio:

A cidade está em plena paz, reinando grande jubilo por parte do povo todo.

O povo, o Exercito e a armada vão installar o governo provisorio, que consultará a nação pela convocação de uma constituinte.

Ha geraes acclamações á Republica.

A versão mais corrente sobre o movimento é a seguinte:

O general Deodoro, emfermo hontem, tendo synapismo nos pés soube a meia noite que a segunda brigada tencionava fazer pronunciamento de revolta. Pela madrugada dirigiu-se a S. Christovam e voltando ao Campo de sant’Anna viu aproximar-se o barão de Ladario.

Ordenou ao official que fosse entender-se com o ministro, usando de toda cortezia.

O oficial limitou-se a dar voz de prisão de Ladario. Este, sem responder, disparou o revólver contra official. O general Deodoro gritou ao official que não o mattassem, porém, não pôde evitar os tiros que feriram o barão.

Abertas as portas do quartel todas as forças reunidos confraternisaram-se levantando vivas ao general Deodoro.

Foram dadas diversas salvas de 21 tiros, annunciando a Victoria do movimento.

Os ministros numa sala, ahi ficaram até uma hora da tarde e depois que assignaram a demissão foram mandados embora.

Neste momento acaba de ser prezo o conselheiro Affonso Celso.

Foram-nos ainda enviados muitos outros telegrammas, quer do interior quer do Rio e que não publicamos porque falta-nos o tempo para a expansão do jubilo.

Rio, 15 ás 12 50 da madrugada.

No Paço ha muita gente, conselheiro de estado etc

O imperador mandou os srs. Dantas e Correia conferenciarem com o General Deodoro.

Corre o boato de que o motivo da prisão do Sr. Affonso Celso foi elle não ter cumprido com a palavra dada ao general Deodoro de ir tratar dos passaportes para a Europa, indo ao Paço conferenciar com o imperador, indicando o sr. Siveira Martins para organisar  ministerio!

Consta acharem-se presos também o sr. Candido de Oliveira aqui e o sr. Silveira Martins em Santa Catharina.

O povo passa cantando a Marselheza.

O general Deodoro destacou rondas para guardar os bancos.

O policiamento da cidade está sendo feito por praças do exercito e do corpo da policia.

Governo provisório aclamado na Camara Municipal: Deodoro, Benjamin Constant, Wandenkolk, Jardim e Quintino Bocayuva.

Consta que foram nomeados: chefe provisorio do Rio Grande do Sul o visconde de Pelotas e membros do governo provisorio Julio de Catilho e Ramiro Barcellos.

Foram dissolvidos o Senado, a Camara e o Conselho de Estado.

Santos, 15 á 1 50:

O governo provisorio constituido  em Santos, obtida a adhesão de todas as autoridades, communica que acha-se a cidade em paz funccionando theatro e mais divertimentos públicos no meio de regosijo geral.

Viva a Republica!

PROCLAMAÇÃO

Revive a Nação!  Pelo seu orgam o mais autorizado – o POVO! – foi proclamada a Republica no Paiz!

Já annunciada pelas manifestações da Opinião Publica, profundamente radicada na consciencia nacional, apparece agora como um facto consummado!

Sob a BANDEIRA DE REPUBLICA desapareceram os velhos Partidos e unem-se todos BRAZILEIROS para a felicidade da Patria.

Chegou o período da organisação, e é preciso que todos os homens de boa voontade se congreguem para salvar a patria do perigo que ia correndo. A generosidade do POVO BRAZILEIRO, o seu amor á ordem, o seu espirito de paz garantem desde ja a mais completa tranquilidade no novo regimen de paz, de justiça e de concordia!

O POVO, no exercicio da sua soberania, acclamou o GOVERNO PROVISORIO que se esforçará para manter firme esse regimen. Sem odios, sem velhos resentimentos, distribui á justiça, levará a todos os pontos da provincia o sentimento que domina a NAÇÃO neste novo periodo que se lhe abre, cheio de esperanças que se hão de tornar uma realidade, affirmando a grandeza, o progresso e a civilização da PATRIA.

Unamo-nos, CIDADÃOS! e prestemos culto á Liberdade, á Justiça, á Egualdade e á Fraternidade, que devem prender os membros de uma grande Nação.

Viva a nação Brazileira!

Viva a Republica!

Viva o Exercito!

Viva a Armada!

Viva a Provincia de São Paulo.

Rangel Pestana.

Prudente de Moraes.

O Coronel Mursa não assigna por estar ausente.

O estabelecimento da República no Brasil não teve uma participação popular. A conspiração que derrubou a monarquia ficou restrita a poucos republicanos.

Como o povo brasileiro participou da Proclamação da República?

Grupos na sociedade começavam a exigir maior participação pela via eleitoral. A questão abolicionista também somou forças ao movimento republicano. Esses grupos se uniram em um golpe que derrubou a monarquia e expulsou a família real do Brasil.

Quem participou do movimento da Proclamação da República?

Proclamação da República do Brasil
Exército Brasileiro
Império do Brasil
Líderes
Deodoro da Fonseca Benjamin Constant Ruy Barbosa Quintino Bocaiuva Campos Sales Floriano Peixoto
Pedro II Princesa Isabel Visconde de Ouro Preto
Baixas
Proclamação da República do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livrept.wikipedia.org › wiki › Proclamação_da_República_do_Brasilnull
Resposta. O povo simplesmente não participou de nada. A Proclamação da República no Brasil foi encabeçada somente por militares e pessoas influentes da elite, q estavam insatisfeitas com o governo de D. Pedro II.