Quais as principais características históricas para o surgimento do karatê?

O karate, assim como as demais artes marciais, tem suas raízes mais remotas possíveis, provavelmente anterior ao século V, A.C (Antes de Cristo), quando foram encontrados os primeiros indícios de lutas na Índia. Lutas estas chamadas de Vajramushti, em tradução pode ser: “o uso do punho cerrado e inflexível”, um estilo de luta do kshatriya, praticado por uma casta dominante e pelos guerreiros daquele país.

            A origem do karate, ainda, pode ter assento na prática dos rituais que eram realizados em tempos pretéritos, geralmente nos exercícios praticados de forma violenta, com regras rudimentares.

            Transcrevo abaixo o excelente trecho do site da Academia Budokan-Ma, sobre a história do karate, in verbis:

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Capa: Diná

Diagramação – Diná Oliveira (jornalista)

Revisora ortográfica – Monalisa Ogliari (prof. de português)

Consultor técnico: Carlos Augusto (faixa preta 1º Dan)

Colaborador – Reginaldo Miguel Roza (faixa preta 4º Dan)

Colaboradora – Babi Fonseca (faixa preta 1º Dan)

Colaborador – Ronaldo Freitas (faixa preta 1º Dan)

Fotografia – Eduardo Oliveira (jornalista)

Digitadora – Lais Alves (estudante

AUTOR E O KARATE

      Meu contato com o karate começou no início de 2010, quando procurei várias academias na Cidade, voltadas para a prática das artes marciais, indo parar na Academia Reido-Kan, comandada pelo mestre Reginaldo Miguel Roza, 4º Dan, do Estilo Shotokan de karate, presidente da citada academia.

      Destaco que nesses anos de luta, treinei com vários colegas: Daniela, Eliane, Prof. Edilson, Eliseu, Dayane, Douglas, Epitácio, Jeferson, Laurindo, Marcelo, Max, prof. Rogéria, Ronald, Ronaldo, Sobrinho, Toni, Nayara, Willian etc, os quais, conforme palavras do mestre Reginaldo: emprestaram seus corpos para o aprimoramento de minha técnica”, no verdadeiro espírito do OSS (atenção e companheirismo).

        Tenho treinado, também, embora esporadicamente, na Academia Uruma-Kan, do Sensei Jackson Pereira, 8º Dan, do Estilo Shotokan, de karate, na Asa Norte, em Brasília, DF.

       A todos os colegas citados acima e outros não mencionados, mesmo pertencentes de academias e praticantes do karate, os quais escolheram como prática de treinamento “o caminho das mãos vazias”, meus agradecimentos, oportunidade em que lhes desejo muito sucesso na vida, meu fraternal abraço.

APRESENTAÇÃO INICIAL

                                      Este livro foi escrito por um atleta que ainda se acha um iniciante nas artes marciais, faixa marrom, que vem praticando karate nos últimos seis anos, no estilo Shotokan de karate-Do Tradicional. Desde cedo pensava que seria de grande valia deixar registrado um pouco do que aprendeu nos Dojo (tatames), que poderá ser útil aos praticantes de karate e ajudar as pessoas na compreensão do assunto ora mostrado.

                                      Conforme se verifica no índice deste livro, este segue uma cronologia própria, uma aula de história, a iniciar pela antiguidade; do surgimento do karate na antiga Okinawa, no Japão; época dos samurais; dos grandes mestres do karate da era moderna; a história do karate no Brasil e em Brasília; os diversos estilos de karate; os treinamentos; a nomenclatura usada nas academias; a graduação; a filosofia; as técnicas do karate; as competições; a evolução do karate etc.

                                      O presente livro traz, ainda, informações do sistema jurídico penal e os reflexos no karate; o preparo físico dos atletas e um pequeno ensaio sobre a língua japonesa etc.

                                      Destaca-se que este livro não aborda os assuntos com a profundidade desejada por muitos karatecas, considerando, no caso, que não foi escrito para os atletas de nível avançado do karate e, sim, como já citado anteriormente, foi escrito para os alunos iniciantes nas artes marciais, para auxiliá-los nos treinamentos do dia-a-dia e, também, para as pessoas que tenham interesse em saber um pouco mais sobre esta modalidade de atividade física, esportiva ou filosofia de vida oriental.

                                      Jamais tive a pretensão de exaurir o assunto ora enfocado, pois existe uma razoável bibliografia sobre o tema que pode será ser consultada.

                                      O karate, além de ser uma arte marcial e um esporte, é uma filosofia de vida e, nesse ponto, como tem afirmado Gichin Funakoshi o pai do karate moderno.

“O karate quando bem praticado transcende a sala de aula e passa ser vivido continuamente no cotidiano”.

                                      O karate traz a ideia de ser o seleiro de uma fonte inesgotável de informações de quem procura o autoconhecimento pelas artes marciais. Já sob o enfoque do lado esportivo do karate, por suas técnicas avançadas, onde procura combinar a sensibilidade com a perspicácia, a força com a velocidade, atingindo a potência, tudo isso pode ser alcançado nos treinamentos, realizados com fundamento nos princípios até a exaustão, quando tudo é possível, da harmonia à combinação de todas as matérias, desde a Medicina Esportiva ao treinamento com objetivos certos e determinados.

                                      Ultrapassados os constantes problemas, tão presente nos demais esportes brasileiros, como a falta de estrutura, mesmo assim o karate nos últimos anos adquiriu respeitável colocação no cenário nacional  e internacional e seus atletas continuam trazendo medalhas e glórias para o Brasil, devido à globalização do karate.

                                      Paralelamente a tudo isso, ressalta-se o quão é importante a união de todos os estilos de karate, com normas padronizadas, visando à uniformização de seus procedimentos (kata, kihon e kumite), tudo isso com a finalidade de tornar o karate um esporte olímpico mundial e assim ser reconhecido.

                                      O autor, utilizando-se de linguagem simples, objetiva e acessível para os alunos e praticantes do karate-Do, vislumbra os melhores os caminhos para os praticantes e para aqueles que pretendem se lançar neste fascinante esporte, onde a verdadeira arte está em: observar, escutar e aprender, treinando duro, com habitualdiade e continuidade, dedicação e motivação.

                                      Por oportuno, lembro que anos atrás procurei uma academia para conhecer o karate, quando fiz minha matrícula no curso e de karate e, na primeira aula, permanecemos o tempo todo treinando como dar o grito (kiai) e, na semana seguinte, quando retornei à academia, esta havia fechado suas portas. Quando contei o fato aos colegas, estes disseram que meu grito teria afugentado a turma.

                                      Posso afirmar, com segurança, que tenho convivido com grandes colegas nos Dojo frequentados, onde se cultiva o verdadeiro espírito OSS, considerando que ninguém ambiciona tomar o lugar de outrem, ao contrário, procuram ajudar o iniciante, compreendendo seus erros, limitações ou indecisões, jamais com a intenção de humiliá-los ou substimá-los.

                                      Destaco que nas academias que tenho frequentado, como do Sensei Jakson Pereira, 8º DAN (Uruma-Kan) ou do Mestre Reginaldo Miguel, 4º DAN (Reido-Kan), tenho encontrado grandes colegas, os quais atuam com firmeza de propósito, profissionalismo, sendo competentes no que fazem, com obstinação, altruísmo, e humildade.

                                      Da simples leitura deste livro, a pessoa a pessoa poderá conhecer um pouco mais acerca da história do karate-Do Tradicional, nascido em Okinawa, seus conceitos básicos, a iniciar pelos kihon, kata e kumite, além da utilidade do karate para o desenvolvimento psicológico, mental e físico do atleta.

                                      Por tudo é recomendável a leitura deste livro, o qual poderá ser útil ao aluno, atleta e para os praticantes de nível avançado do karate-Do, inclusive estes, um dia, quem sabe, poderão escrever algo similar ou muito melhor.

                                      Por fim, destaca-se a premissa; se mais tempo tivesse, certamente melhor livro escreveria.

                                      Ao término desta apresentação, peço venia para transcrever trecho do livro de Gichim Funakoshi, escrito em seu livro: “Karate-Do o meu modo de vida”, in verbis:

‘Em minhas orientações, sempre enfatizei o ponto de que o karate é uma arte de defesa e que nunca deve servir a propósitos ofensivos. “Tenha cuidado”, escrevi num dos meus primeiros livros, “com as palavras que fala, pois se você de for arrogante fará muitos inimigos. Nunca se esqueça do antigo ditado que diz que um vento forte pode destruir uma árvore robusta, mas o sagueiro verga e o vento passa por ele. As grandes virtudes do karate são a prudência e a humildade”.

É por isso que ensino meus alunos a estarem sempre alertas, mas nunca assumir a ofensiva com suas habilidades, e recomendando aos novos que em hipótese alguma usem seus punhos para resolver diferenças pessoais. Confesso que alguns dos mais jovens não  concordam comigo: dizem acreditar que o karate pode muito bem ser usado sempre que as circunstâncias o tornem absolutamente necessário”. (pág.103).

PREFÁCIO

                                      Este livro escrito pelo aluno de minha academia, Aldêmio Ogliari, relata a história do karate, que teve início na antiguidade, passando pela época dos samurais, mostra os mestres do karate desde a idade moderna, a partir do século dezoito, conta a história do karate no Brasil, em Brasília, com destaque da atuação do Sensei Jackson Pereira, 8º Dan do Estilo Shotokan de karate-Do Tradicional e Presidente da Academia Uruma-Kan.

                                      Aldêmio Ogliari é um aluno assíduo de minha academia desde 2010, sendo um grande divulgador do karaté nos jornais da cidade, sempre presente nos eventos, como aconteceu nos Campeonatos Brasileiros de karate realizados em Fortaleza em 2012; em Porto Alegre em 2013; e em Brasília, em 2014.

                                      O autor deste livro procura mostrar, de forma didática e de fácil compreensão, os estilos, a nomenclatura, a filosofia do karate, analisando os princípios do karaté, a forma, procedimentos, terminologia, sua essência, escreve, ainda, sobre os kata, os kihon e kumite.

                                      Como advogado que é, atuante em Brasília, com livros lançados sobre o Direito Penal, Aldemio escreve um capítulo sobre o Sistema Jurídico Penal e o Karate; escreve, também, sobre o Dojo, o preparo físico de um karateca; das competições; evolução do karate e o preparo físico de um karateca, além das técnicas de karate.

                                      Terminando o livro, apresenta um breve estudo da língua japonesa; apresenta nome s dos principiais mestres de karate, de forma cronológica.

                                      Destaca, por fim, que todo karateca deve se seguir, conforme palavras de Justi Segara: “Caráter, Sinceridade, Persistência,Etiqueta e Autocontrole” (do Livro Karate – Shotokan, de Benedito N. A. Santos, Ed. Kultus, RJ, 1973).

                                      Reginaldo Miguel Rozas

                                      4º DAN estilo Shotokan de Karate

                                      Academia Reido-Kan, Ceilândia Norte – DF

CAPÍTULO I

HISTÓRIA DO KARATE

            I – Introdução; II – Autodefesa; III – Antiga Grécia; IV – Direito Romano; V –  Fases da evolução do processo penal; VI – Primórdios do karate.

I – INTRODUÇÃO

                                      O resultado inicialmente pretendido neste livro é a conclusão de pesquisas bibliográficas e materiais colhidos ao término de dias de trabalho, não sendo uma missão exaurida em sua plenitude, apenas uma visão do autor, considerando que o estudo do karate comporta outras vertentes, além daquela ora apresentada, as quais poderão ser trilhadas pelos apaixonados da artes marciais, no seu particular modo de ver.

II – AUTODEFESA

Sistema de autodefesa – da defesa privada – Como é notório pelo estudo da história das civilizações antigas, a tutela jurisdicional penal não era exclusividade do Estado, haja vista que poucos delitos eram por ele protegidos, ao passo que a maioria das infrações era punida pela própria vítima, ocorrendo a vingança privada, mormente quando esta tivesse melhores condições para promover sua defesa.

III – ANTIGA GRÉCIA

Grécia antiga

                                      Como exemplo do acima citado, na Grécia antiga os chamados crimes privados eram julgados ou defendidos pelos próprios particulares, por outro lado, incumbia à sociedade a defesa dos crimes públicos, ao passo que os crimes políticos eram julgados pela Assembleia do povo.

IV – DIREITO ROMANO

                                      No direito romano foram desenvolvidos estudos envolvendo diversos institutos jurídicos, formas e procedimentos, como as garantias processuais, as quais chegaram até os dias de hoje sob nova nomenclatura, como o direito do réu de recorrer, os verecditos populares (tribunal do júri), o devido processo legal, com a ampla defesa e o contraditório, como espécies do gênero do devido processo legal.

V – EVOLUÇÃO DO PROCESSO PENAL

  1. a) período primitivo – nesse período o direito fundamentava suas decisões nas leis tipificadas, como na Lei das XII Tábuas, “Legis Actiones”, ainda no tempo da fundação de Roma, 753 a. C, até o ano de 149 a. C, onde o procedimento era oral, e não existia a figura do advogado;
  2. b) período formulário: com o avanço do império romano e a conquista de grandes territórios, as relações jurídicas tornaram-se mais complexas. Nesse período surgiram os árbitros privados, e apareceu, também, a figura do advogado, com a observância do princípio do livre convencimento do juiz e do devido processo legal, respeitado o contraditório e a ampla defesa.
  1. c) período da cognitio extraordinária: se refere ao período entre o ano 200 e o ano 565 d. C, da era cristã. Nesse período a função jurisdicional passou a ser exercida pelo Estado, desaparecendo a figura dos árbitros privados. O procedimento assume a forma escrita, com o pedido do autor, a defesa do réu, a instrução, a sentença e sua execução, admitindo-se, também, os recursos.

VI – PRIMÓRDIOS DO KARATE

                                      Sem dúvida de que o karate é uma arte milenar e surgiu ante à combinação de movimentos e reações, tendo como mestres a própria natureza, no ataque e defesa dos animais, na luta para a sobrevivência de cada um.

                                      Os antigos mestres das artes marciais (budo em japonês), pelas suas diuturnas observações, passaram a analisar os movimentos dos animais, como eles caçavam como se protegiam de seus predadores maiores e como lutavam.

                                      Os mestres das artes marciais, assim, começaram a observar a força do tigre; a astúcia da gazela; a rapidez de movimentos do coelho; a agressividade impulsiva do leão; e a paciência do elefante. Da natureza extraíram os conhecimentos básicos de fácil compreensão, do que deve ser feito, sob à ótica da defesa, do ataque e do contra-ataque.

                                      Trata-se de uma constante luta para sobreviver, onde, em princípio, cada um luta por si mesmo e, fazendo um paralelo desta luta na natureza, com aquela empreendida pelos homens, os mestres orientais buscaram um campo de aplicação, no que resultou no karate.

                                      Assim, o karate nasceu das observações feitas pelos antigos filósofos, de suas análises e conclusões, daquilo que mais se aproximava do instinto animal, com o raciocínio do homem, como modo de lutar, o que veio se consolidar com o surgimento das regras escritas, as quais foram criadas, de forma explícitas a partir do início do século vinte e, posteriormente, com o surgimento de vários estilos de karate.

TIGRE                    GAZELA          COELHO

LE/ÃO                    ELEFANTE

CAPÍTULO II

O KARATE NA ANTIGUIDADE

            I – Introdução; II – O karate na antiga Okinawa;   III – Os Samurais; V – Os mestres do karate da época (Peichin Takahara – 1683-1760 e Kanga Sakugawa – 1733-1815).

            – caratê – português brasileiro

            – karatê – caratê – português europeu

            – karatê-Dô – japonês

            – karate – adotado por este autor.

            – karate-do – caminho das mãos vazias

            – Ti ou Te – mãos; To-de: karate chinês.

I – INTRODUÇÃO

            O karate, assim como as demais artes marciais, tem suas raízes mais remotas possíveis, provavelmente anterior ao século V, A.C (Antes de Cristo), quando foram encontrados os primeiros indícios de lutas na Índia. Lutas estas chamadas de Vajramushti, em tradução pode ser: “o uso do punho cerrado e inflexível”, um estilo de luta do kshatriya, praticado por uma casta dominante e pelos guerreiros daquele país.

            A origem do karate, ainda, pode ter assento na prática dos rituais que eram realizados em tempos pretéritos, geralmente nos exercícios praticados de forma violenta, com regras rudimentares.

            Transcrevo abaixo o excelente trecho do site da Academia Budokan-Ma, sobre a história do karate, in verbis:

            “HISTÓRIA DO KARATE

Diversos países reclamam a paternidade do karate, tais como a Índia, a China e o Japão. Dados registram os conhecimentos de lutas entre monges que viveram há 3000 (três mil), A.C. Nessa época, já existiam os movimentos sincronizados semelhantes aos kata. Os monges observavam os movimentos dos animais pela sobrevivência, estudavam, adaptavam e treinavam para usá-los nas práticas guerreiras. Do tigre, tiravam a agilidade; da águia, a leveza; do galo, a perseverança. Já dos vegetais colheram a paz e a harmonia.

                   O karate não surgiu como um produto acabado, nem foi o resultado da experiência de uma única pessoa, nem mesmo de um único povo. Foram os orientais que mais se notabilizaram no desenvolvimento desta arte, principalmente da ilha de Okinawa”.

            OKINAWA

Ilha pertencente ao Arquipélago de Ryukyu, servia como ponto de apoio entre China e Japão, sua posição geográfica beneficiava os dois países. Okinawa tem largura variável, que vai de 4 a 30 km, com 100 kilômetros de comprimento, as palavras (Ok: significa oceano ou grande, NAWA: significa corrente) originou seu nome. Sua população é composta de diversos povos da região.

Sabe-se que Okinawa em 1879, se tornou oficialmente território japonês. Essa ilha foi palco de muitas batalhas locais e internacionais. A mais cruel dela aconteceu na segunda guerra mundial, em 1945, quando a ilha ficou sob o controle dos Estados Unidos, só voltando à hegemonia japonesa em 1972, quando os Estados Unidos devolveu a ilha ao Japão.

OKINAWA É CONSIDERADA O BERÇO DO KARATE. Consta que o pioneiro nas artes marciais em Okinawa teria sido o mestre Yara, que teria vivido no século XVII.

Outra figura importante na história do karate foi o mestre Sakugawa, este teria organizado a primeira escola de karate (To-De, como era conhecido o karate na época). Outras figuras importantes sucederam estes mestres, sendo mais lembrado o mestre Sokon Matsumura, que teve grande sucesso, com importantes discípulos como Anko Itossu e Yasutsume Azato, Destes dois mestres desponta um okinawano de nome Gichim Funakoshi, o mestre mais importante para o karate moderno. Outro grande mestre que deve ser lembrado é Masatoshi Nakayama, discípulo do Sensei Funakoshi. O mestre Nakayama foi o maior divulgador do karate no mundo”.

Designações

             – Karate – Do: caminho de mão vazia. (Kara: vazia; Te: mãos). Trata-se de uma arte marcial que foi desenvolvida e aprimorada no Japão, a partir do kenpo chinês, que seria derivada do Kung Fu,do Sul da China.

                        O karate é, essencialmente, uma arte de golpes: pontapés (chutes), socos, joelhadas, cotoveladas e golpes com a palma da mão aberta. Bloqueios: de articulações, lançamentos e golpes em áreas vitais. Um praticante de karate é denominado karateka.

III – O KARATE NA ANTIGA OKINAWA – JAPÃO

            No início o karate se chamava Ti (mãos), no Ochinaguchi, dialeto de Okinawa e surgiu num período difícil para seu povo, quando a Província pertencia ao Reino Ryukyu, época em que os camponeses se defendiam das opressões oriundas dos nobres, principalmente no período da coleta de impostos. Para continuar vivendo, passou-se a aprimorar as técnicas de defesa, ataque e contraataque, o que se originou no karate dos dias atuais.

            É mais uma afirmação no sentido de que o karate surgiu em Okinawa, em um período de tratamento desigual da sociedade, que era dividida em castas, e constituía-se em uma grande discriminação em relação às classes inferiores, quando havia intolerância direcionada às classes inferiores, posto que as castas dominantes divertiam-se, humilhando os pobres, oprimindo-os.

            Os heimin (camponeses) eram subjugados pelos pechin (guerreiros nobres de Okinawa), que os torturavam e os matavam em nome da lei (leis feitas por eles, os nobres). Em sinal de luta pela defesa própria e de suas famílias, em um mundo real, esses camponeses, cansados de tanta opressão, começaram a reagir, criaram propósitos para a proteção individual e coletiva, com o surgimento de formas de combate, ainda no século XIV e, posteriormente, veio receber o nome de karate.

            Por certo, na antiga Okinawa , os treinamentos consistiam-se em um meio de defesa, embora bastante primitivo; a) era composto de exercícios de difícil aprendizagem; b) os exercícios não continham fórmulas predeterminadas; c) os exercícios eram rudes, feios de serem apreciados e de eficiência duvidosa; d) os treinamentos eram duros e ocorriam muitos acidentes e, mesmo assim, persistiram durante o tempo.

            Nos treinamentos inexistiam questões doutrinárias, pois os camponeses estavam preocupados com a sobrevivência, viviam sob permanentes ameaças das castas dominantes, podiam ser atacados e mortos a qualquer momento. Devido a isso, criaram métodos de autodefesa, não havia ninguém que pudesse ajudá-los e não restava alternativa a não ser em matar os agressores, valia mais a sobrevivência do clã do que a beleza das lutas, que era relevada a plano secundário no cenário agressivo. Os treinos eram duros, rudes, feios, mas práticos e, às vezes, eficientes. Nesse contesto surgiu o karate-Do, como fruto do resultado rápido, pois a vida não admitia hesitação.

            Certamente, com a criação de técnicas mais aprimoradas, poderiam obter uma energia maior e direcionada, o que possibilitaria ataques mais eficientes. O contrário ocorrendo, diminuiria a eficiência desses ataques e das defesas, ainda mais se os treinos fossemfeitos com negligência e displicência.

III – OS SAMURAIS

            O surgimento dos samurais teve início, ainda, no século VIII, no Primeiro Xogunato. Somente no final do século XII, DC, se expandiu a partir do período dos sete séculos de dominação política e social samurai sobre o provo japonês e veio a se exaurir no século XIX, ao término da resistência Meiji, com a queda do Terceiro Xogunato.

            Como se sabe, o samurai era um homem de hábito rígido moralmente e, quando seu nome era desonrado, por sua culpa, autoaplicava o Seppuku (harakiri), uma forma honrosa de suicídio, “era preferível morrer com honra a viver sem honra”, em cumprimento ao código samurai de ética (Bushido), morte esta provocada com a faca enfiada em seu abdômen, no lado esquerdo, morte dolorosa, demorada, mas honrosa.

            De início, os samurais eram coletores de impostos, como servidores do império, pessoas fortes, qualificadas, atuavam junto aos camponeses e, posteriormente, passaram a ter novas funções, como a militar. Qualquer cidadão poderia tornar-se um samurai, bastava ter uma boa reputação e habilidades para ser contratado por um Daimyô (senhor feudal), que foi até o Xogunato dos Tokugawa, que teve início em 1603, quando os samurais passaram a ser uma casta, passava de pai para filho, em um sistema hereditário.

            Miyamoto Musashi (1584-1645) é o samurai mais citado, guerreiro que veio do campo, participou da batalha de Sekigawa, derrotou Yohioka em Edo, atual Tókio. Venceu o guerreiro, o grande samurai Sasaki Kojiro e mais sessenta lutas, vivia numa caverna, fugindo dos demais samurais daquela época que o perseguiam.

            No final da era Tukugawa, os samurais eram mais burocráticos e aristocráticos, a serviço dos Daimyô (senhor feudal) e suas espadas serviam mais para as cerimônias. Com a reforma do Meiji, no final do século XIX (unificação do império japonês em 1868), a classe dos samurais foi extinta, ocasião em que foi criado o exército nacional, a exemplo do que ocorria no ocidente, embora o código de ética samurai (Bushidô), ainda sobreviva na sociedade japonesa, apenas, de conotação histórica, simplesmente.

            Assim, ocorreu a unificação do império japonês em 1868, quando o imperador retomou o poder no país. Okinawa foi anexada em 1879. O legado dos samurais continua influenciando, até os dias de hoje, principalmente na sociedade japonesa, inclusive no ocidente, como modelo de lealdade, honestidade, eficiência e empenho pessoal.

            A maior função dos samurais era servir ao Daimyô (senhor), com total lealdade e empenho e, em troca, recebiam terras e/ou pagamento, além de outros privilégios. Samurai significa aquele que serve, embora o termo mais apropriado fosse Bushi, guerreiro ou homem de armas, termo usado no Período Edo (anterior a Tókio) e pertencia à nobreza guerreira, não à infantaria alistada. Um samurai sem clã ou seu Daimyô, era denominado de Ronin (homem-onda), aquele que perdera a honra, por não cumprir o Seppuku (haraquiri). Já os samurais a serviço do han, eram chamado hanshi.

            Os samurais deviam ser cultos, de nível básico. No final do período Edo, no século XIX, com a reunificação do império japonês e, com o fim da era Tokugawa, os samurais perderam, gradualmente, a função militar, incluindo outros cargos burocráticos no governo.

            Os samurais ostentavam funções equivalentes aos mecenas e vassalos da Europa medieval, entre os senhores feudais e cavaleiros, o que difere, na essência, os samurais, além de guerreiros, encaravam a vida como modo particular de ser, com um código de ética e de honra.

            Também a família ganhava privilégios após o cidadão tornar-se um guerreiro-samurai (Bushi). O homem tinha que carregar um par de espadas na cintura (Daishô), uma espada curta (Wakizashi), com uma lâmina de 40 cm e outra espada longa katana), de 60 cm. Todo samurai tinha que saber usar o arco, flecha, bastões, lança e foices e correntes (kusarigama) e jutte.

            Os samurais desempregados eram chamados de Ronin, que não tinham um Daimyo ou senhor para servir ou este morrido, ou destituído do cargo. O código de honra e ética dos samurais não era escrito (Bushidô, caminho do guerreiro). O samurai não podia demonstrar medo ou covardia, mesmo na hora da morte, como sinal de perpetuar a sua existência. Foram os guerreiros mais leais que existiram.

            Ainda, os samurais preferiam à morte, ao ter que conviver com o fracasso. Quando este ocorria por sua culpa, praticavam o Seppuku ou haraquiri, suicídio com honra, quando fincavam uma espada no lado esquerdo do abdômen. Demonstravam autocontrole nesse instante, na presença de testemunhas, que assistiam o ritual e, se necessário, à concretização do ato, valiam-se da ajuda de um assistente (geralmente um parente), que decepava sua cabeça ao apresentar sinal de hesitação, auxiliando-o no Seppuku.

            No campo de batalha, a cabeça do derrotado, servia de troféu. O samurai que matasse um general tinha uma recompensa maior pelos Daimyo, com terras ou privilégios. Os ocidentais, nesse ponto, consideravam os samurais guerreiros rudes e grosseiros, numa avaliação subjetiva.  Apesar disso, os samurais diversificavam suas habilidades, sabiam amar as artes, como a esgrima; eram alfabetizados; exímios poetas, calígrafos, pintores, e escultores; a Ikebana, artes de arranjos florais e Chanoyu (artes do chá), eram consideradas artes marciais, pois treinava a mente dos samurais, desenvolvia o zen-budismo (caminho da condução à calma e harmonia).

            O treinamento militar era a prática predileta dos samurais, Ensinava as artes marciais para o fortalecimento técnico e psíquico, o autocontrole, para estar preparados para usar o arco, a flecha, a espada, visando melhor defender e enfrentar os adversários.

            Afirma-se que a armadura completa de um samurai, numa batalha a cavalo no período histórico, pesava em torno de 40 kg.

            Na Cidade de São Paulo, no dia 22 de junho de cada ano, é lembrado o dia dos samurais, em homenagem ao aniversário de nascimento do Sensei Jorge Kishikawa, pelo trabalho na difusão das artes samurais tradicionais (kubodô ou kokyu Budô) no Brasil, também, em homenagem à colonização japonesa no país, onde se encontra a maior concentração de descendentes japoneses fora do Japão.

            Os samurais recebiam treinamento militar e, desde a infância, uma educação espartana, baseado no código de ética (Bushidô) – caminho do guerreiro, qualidade de bravura e resistência. Aos desonrados o Seppuku (harakiri), o suicídio sagrado. A sociedade japonesa, no período Xogunato, no sistema de castas, era assim formada: a) senhores feudais; b) grandes militares; c) samurais; d) lavradores; e) artesões; e f) mercadores.

            Os samurais, como classe guerreira, somavam de 3% a 8% da população e podiam portar armas. Os samurais tinham a responsabilidade de assegurar e de manter a ordem social. As classes inferiores não podiam portar armas, o uso era proibido. As classes inferiores deviam reverenciar os samurais, com respeito, o direito chamado Kirisute Gomen, O samurai poderia até matar quem o desrespeitasse, se pertencesse à classe inferior.

            A extinção da classe samurai representou um acontecimento traumático no Japão, fato que teve início no final do século XIX, quando ocorreu uma série de revoltas, a partir de 1870. Os samurais não tinham mais a quem servir e, em uma luta contra o império, foram derrotados pelo exército nacional. Os sobreviventes, com séculos de orgulho, honra e cultura guerreira, digladiaram-se entre si e terminaram como um bando de bandoleiros ou mendigos, pois não souberam se adaptar à nova realidade.

            Como era costume no Japão, os casamentos eram combinados pelos pais dos jovens ou por um mediador que os auxiliava nessa tarefa. Os samurais eram monogâmicos e a segunda esposa somente era admitida, quando a primeira fosse estéril, embora este costume tenha acabado desde o final do século XV, quando se passou a recorrer ao Yôshi (adoção) de um parente. O casamento era um assunto estritamente familiar.

            No clã samurai, embora às mulheres não fossem outorgados poderes absoluto, estas tinham uma posição de destaque, possuíam o controle das finanças, sobre os criados, na educação dos filhos, com a orientação do marido, comandavam a cozinha, a costura, ensinavam os filhos a não ter medo, mesmo diante da morte, piedade filial, obediência e lealdade ao Daimyô, o senhor, seguir os princípios do budismo e do confucionismo.

            A vida da mulher dos samurais não era nada fácil, muitas vezes eles se ausentavam, por longo período, a serviço militar do Daimyo (senhor), em tempo de guerra e, nessas ocasiões, a mulher tinha que assumir a defesa da família, às vezes ao lado do marido, usava a “naginata” (abalarda), arma que desde cedo aprendera a usar.

            Geralmente, a mulher-samurai tinha conhecimento dos clássicos chineses, sabia compor versos na língua Yamato (japonês puro), usando o “Kana”,  sabia usar o arco e a flecha, acompanhava o marido no campo de batalha, enfrentava o perigo, sem medo, não se afastava da feminilidade, cuidava da pele clara, usava batom, tingia os dentes de preto, hábito das mulheres casadas, a sobrancelha e os cabelos.

IV – OS MESTRES DO KARATE-DO NA ÉPÓCA DOS SAMURAIS

  1. a) Peichin Takahara (1683-1760)

            Peichin Takahara nasceu na Vila Akaca Cho. Viveu a maior parte de sua vida na Capital do Reino Ryukyu, antiga Província de Okinawa e foi o maior mestre de Te (mão) de sua época. O Te era uma arte marcial nativa. O nome Te significava, simplesmente, mão, por ser uma forma de luta praticada sem armas.

            O desenvolvimento do Te se perde no tempo, pois surgiu como uma forma secreta de luta entre os camponeses do Reino de Ryukyu, antiga província de Okinawa. O te era ensinado pelas organizações e era praticado nas reuniões secretas entre seus membros.

            A pequena ilha de Okinawa era bem desenvolvida em termos culturais, onde existiam três microcosmos culturais, em torno de três cidades mais importantes: Shuri (a capital); Naha (cidade de comércio dinâmico); e Tomari (cidade portuária), em cada uma dessas cidades o Te se desenvolveu de forma particular, em Shuri, o Shuri-Te.

            Em 1750, um monge budista chinês do Monastério Shaolin chamado Kusanku, chegou a Okinawa, como um tipo de embaixador. Kusanku era praticante de Kung-Fu (Cháuam – Fa) e, em Shuri,foi apresentado a Peichin Takahara, quando passaram a trocar conhecimentos em artes marciais.

            É atribuído a Peichin Takahara a feitura dos primeiros mapas da ilha de Okinawa. Peichin Takahara era uma pessoa extremamente inteligente, afirma-se, inclusive, que seria um monge budista da China.

  1. b) Kanga Sakugawa – (1733-1815)

            Kanga Sakugawa chegou a Okinawa com dezoito anos de idade em 1750, e logo passou a ser o mais prodigioso aluno de Peichin Takahara, que já estava com setenta anos de idade. Kanga Sakugawa foi enviado para treinar com um monge chinês, posto que Peichin Takahara já não se sentisse em condições físicas para suportar os treinamentos.

            Kanga Sakugawa já era praticante do Te, pois teria aprendido com o mestre chinês Kushanku em 1776. Com a morte do mestre chinês Kushanku, Kanga Sakungawa continuou os treinamentos, já dominava tanto o Te de Okinawa, quanto o Kun Fu da China e passou a ser o mestre do Te de Shuri, assumindo o lugar de Peichin Takahara, falecido em 1760.

            O Dojô-Kun é um conjunto de regras a ser seguido pelos praticantes de karatê no Dojô (no tatame), de inspiração no Bushido, que teria sido compilado por Kanga Sakugawa aproximadamente no ano de 1750, que seria de uma obra original do monge budista Bodhidharmas, ainda na Índia, no século VI, AC.

            Antigamente o Bushido era formado por vinte regras, mas para o ocidente foram resumidos em cinco princípios:

            1 – esforçar-se para a formação do caráter;

            2 – fidelidade ao verdadeiro caminho da razão;

            3 – criar o intuito do esforço;

            4 – respeitar acima de tudo;

            5 – conter o espírito de agressão.

            Em homenagem a Kushanku, Kanga Sakungawa criou dois kata, os quais levaram o nome do monge Shaolin: Kasanku Sho (kusanku menor) e kusanku Daí (kusanku maior). Em 1812 Kanga Sakugawa, até contra sua vontade, aceitou na sua academia um aluno que era considerado como encrenqueiro que, no entanto, mais tarde, tornou-se um dos maiores mestres em karate, era o jovemSokon Matsumura (1797 ou 1809 a 1890 ou 1899).

            Foram discípulos de Kanga Sakungawa: Okuda,Mube e Matsumoto.

  1. c) Sokon Matsumura – (1797 ou 1809 a 1890 ou 1899)

            Sokon Matsumura nasceu na Vila Yamigawa em Churi e trabalhou como Conselheiro e Guarda-Costa de três reis do Reino RyuKyu          Sho-Kuy; Sho-Iku e Sho-Kai).

            Sokon Matsumur  em 1820, uniu as três escolas Shuri-Te, a Naha-Te e a Tomari-Te, que representavam as três cidades da região e criou o estilo Shorin (japonês) e Chaulin (chinês), nome dado por Choshin Chibana.

            Quando Sokon Matsumura iniciou seus treinamentos com o mestre Kanga Sakungawa (1733-1815), já não era mais criança e, rapidamente, destacou-se como um promissor lutador de karatê e mestre nas artes marciais, o que viria a se concretizar a partir de 1815, com a morte de Kanga Sakungawa.

            Logo nos treinamentos, Sokon Matsumura passou a ensinar tanto o Kung-Fu, como o Te, e lançou as bases do karate (mãos vazias), além de levar as artes marciais para a classe nobre, da qual também fazia parte.

            Viajou para a China e para o Japão, a serviçõ dos reis, onde aprendeu e aprimorou seus conhecimentos  sobre as artes mariais.

            Sokon Matsumura somou a seus novos conhecimentos, para crescer perante a administração do Reino Kyu-Kyu e chegou a ocupar o cargo de General Supremo das Forças Armadas de Ryukyue sobre ele recaem mitos e histórias, a exemplo do grande Samurai Miyamoto Musashi, de Okinawa.

            Dentre as lendas atribuídas a Sokon Matsumura, consta a sua luta contra um estrangeiro, o marinheiro e náufrago, Arman, que o desafiou a uma luta (duelo) e, depois de demorado combate, sem nenhum vencedor, chegaram a um acordo, no qual Arman ficaria livre mas antes de ir embora passaria a Sokon  Matsumura suas técnicas, que foram compiladas em um kata chamado Chito(marinheiro do leste).

            Sokon Matsumura deu uma grande contribuição para a consolidação do karate, mediante a criação de vários kata: Naihanchi (depois dividido em três partes); Passai (depois dividido em duas versões); Gojushiho, Chinto e Hakutsura (este não era  praticado pelo Shorin-Ryu).

            Pelo fato de ser um nobre, Sokon Matsumura nunca abriu mão do uso de armas (Kobujutsu) e chegou a introduzir o Jigen-Ryu (estilo de lutas com espadas), de Satsuma (Japão em Okinaw, em 1609).

            A data de nascimento e a morte de Sokon Matsumura não é muito precisa (1797 ou 1809 a 1890 ou 1899), sendo considerado por muitos como o verdadeiro fundador do karate, sendo sucedido no posto pelo General, Anko Itosu (1831-1915).

  1. d) Anko Azato – (1828-1914)

                        Foi um grande especialista no To-de (karate chinês), e outras artes marciais daquela época. Foi mestre de Gichin  Funakoshi. Era de família nobre, um expert em esgrima, quitação e manejo de arco e flexa.

  1. d) Kosaku Matsumura – (1829-1898)

                        Foi um mestre em Tomari-te. Estudou karyu-Uru e Kishinteruya. Estudou com Sokom  Matsumura. Era mestre em esgrima Foi instrutor de Choki Motobu em Tomari-Te. Seu trabalho era voltado para o a paz e a justiça, como conciliador e recebeu o apelido de Primeiro Santo.

CAPÍTULO III

O SURGIMENTO DO KARATE

                                    I – Introdução; II – Índia; III – China; IV – Japão; V – Província de Oknawa; VI – Sokon Matsumura (1797-1899); VII – Anko Itosu (1831-1915).

INTRODUÇÃO

            Como descrito, anteriormente, o surgimento do karate se volta na história, não existindo uma unanimidade entre os estudiosos do assunto acerca da data limite do surgimento do karate, daí porque há divergências a respeito e, cada autor, procura direcionar o assunto a determinado ponto de partida, mostrando, também, o seu modo particular de ver.

            É certo, também,  que no decorrer dos anos surgiram grandes mestres e, com eles, a responsabilidade de melhor divulgar a prática das artes marciais em todo o mundo, criando escolas e estilos próprios, com metodologias inovadoras como ensinar o karate, inicialmente nas localidades de suas residências, em suas regiões.

II – ÍNDIA

            Os estudiosos têm divulgado a idéia de que as artes marciais teriam surgido, inicialmente, na Índia, onde teve a sua prática difundida, com o seu desenvolvimento metódico, pelo famoso filósofo e monge budista Bodhidharmas ou Duruna, como passou a ser chamado mais tarde pelos japoneses.

            Na Índia, Budhidharmas desenvolveu estudos com base na respiração e no Yoga, com métodos inovadores para àquela época, que passou a funcionar como um sistema de autodefesa, sendo autodenominado de Shaolin kung Fu e, no Japão, ficou convertido para o Shorinji kun.

            Embora não exista registros precisos ou escritos acerca do surgimento das artes marciais, a maioria dos autores defende a idéia de que elas tenham surgido na Índia, por volta de dois mil anos atrás, remanescendo indícios de que, naquela época, havia formas de lutas organizadas, identificadas como Vajramushti, um sistema de lutas entre guerreiros indianos.

            Provavelmente, as artes marciais começaram a tomar forma concreta a partir do século VI, AC, pelo monge budista indiano Bodhiadharmas, 28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo-Zen, quando saiu de seu país e iniciou a sua jornada em busca da iluminação espiritual e foi para a China, pernoitando nos templos, onde pregava sua doutrina aos monges locais.

            Em território chinês, chegou ao Templo Shaolin, na Província de Honan e, ao adentrar no velho mosteiro, Bodhidharmas constatou as precárias condições de saúde dos membros, em decorrência da inatividade, quando iniciou a prática de exercícios físicos, transmitindo os fundamentos da filosofia Zen, com a finalidade de reabilitação tanto física como espiritual dos monges.

            Bodhidharmas passou a ensinar os métodos de respiração profunda e de Yoga, com movimentos assemelhados a técnicas de combate. A partir desses exercícios, passou a ser uma tradição nos templos budistas, alcançando mais tarde um estado de evolução, que pode ser considerado um sistema de autodefesa: o Shaolin Kung Fu e, no Japão, mais tarde, passou a ser conhecido como Shorinji Kenpo.

            A arte marcial introduzida por Bodhidharmas logo mostrou sua eficiência, primeiramente, ao melhorar a saúde dos monges e, também, por introduzir métodos de defesa pessoal até então ignorados pelos monges, que passou a ser usado contra os saqueadores dos templos, os quais em outros tempos, não encontravam a mínima dificuldade em seus ataques aos mosteiros, ante à ausência de defesa ou pelo despreparo desses monges.

            Por todo o seu trabalho desenvolvido, o monge budista Bodhidharmas pode ser considerado o pai das artes marciais e dos métodos de combate mão-a-mão, inclusive o karate em períodos remotos.

III – CHINA

                        O antigo estilo de luta Shaolin Kung Fu, logo se espalhou pela China, onde passou a ser conhecido como arte marcial. Embora tenha sido proveniente da Índia, as artes marcciais tiveram grande aceitação, passando a ser cultuadas e estudadas pelos monges-lutadores, os quais passaram a ensinar a seus discípulos e à população, em geral, com a finalidade de se defenderem dos invasores e saqueadores da região.

            Em decorrência da fama dos monges-lutadores chineses, ao tempo da Dinastia Ming, a partir do século XIV (1368-1644), a matéria e a prática ultrapassaram as fronteiras, vindo, mais tarde, a chegar a outros países, especialmente a partir da Dinastia Tang em 1644, espalhando-se pelos países da Ásia, contribuindo para o surgimento de outros estilos de lutas de artes marciais, como o Karate, em Okinawa, no Japão.

IV – JAPÃO

                        Da China, o karate chegou ao Japão, pela Província de Okinawa, arquipélago localizado ao Sul do país, região considerada independente até o final do século XIX pois, em 1879, foi anexada ao Japão.

                        O karate chegou ao Japão com a fusão do Okinawa-Te e do Jujutsu em 1922, pelo mestre Gichim Funakoshi, a quem é atribuído o título de pai do karate moderno

V – PROVÍNCIA DE OKINAWA

            Devido à posição geográfica, no arquipélago de Ryukyu, pois lá se encontra a maior de suas ilhas, a província de Okinawa, que constituía um reino independente até o ano de 1879, quando foi anexada ao império japonês. Seus habitantes desde cedo aprendiam a prática da navegação, do comércio marítimo, além do intercâmbio cultural. A ilha passou a servir de porta de entrada para o Japão.

            Tem-se divulgado que o kenpo (boxe chinês), chegou à Província de Okinawa no século XVIII, em decorrência do intercâmbio cultural dos chineses os quais chegavam à ilha, bem como dos moradores da ilha que retornavam a Okinawa, após terem aprendido os ensinamentos em solo chinês.

            O novo sistema de lutas importado da China, logo despertou grande interesse na Província de Okinawa, dando origem às artes marciais locais, com a criação de um novo sistema próprio, que passou a ser conhecido por Okinawa-Te (Mãos de Okinawa – Mãos em japonês) ou To-De (mãos chinesas).

            O desenvolvimento do Okinawa-Te é pouco conhecido e, perdurou apenas por determinado período, pois ocorreu a proibição da prática das artes marciais na Província de Okinawa ainda no século XV (por volta do ano de 1400), quando a província foi unificada pelo Rei Seixo, que ordenou que todas as armas do reino fossem apreendidas, confiscadas pela polícia.

            Mais tarde, por volta do ano de 1609, Okinawa foi, novamente, invadida, desta vez dominada pelo Clã Shinage, quando as armas da população foram, mais uma vez, confiscadas e, mais uma vez, seus habitantes deram continuidade ao desenvolvimento da prática das artes marciais, que eram praticadas em sigilo pelos moradores da ilha.

            Naquela época foram criados três principais núcleos para a prática das artes marciais na província de Okinawa, em suas respectivas Cidades: Shuri-Te; Naha-Te e Tomari-Te.

            Mais tarde a Faculdade Okinawa adotou o karate como matéria obrigatória no curso de Educação Física, isto em 1902.

Shuri-Te

            O estilo de artes marcial Shuri-Te de karate, surgiu ao Norte de Okinawa e teve como precursor To-Te Kanga Sakugawa (1733-1815), que foi professor de Sokon Matsumura (1797 a 1899) e, sob o comando deste, passaram grandes mestres o Anko Itosu (1831-1915), que foi o responsável pela divulgação do karate nas escolas públicas de Okinawa.

            Era um estilo longo e forte. Do estilo de karate Shuri-Te, nasceu um estilo próprio que serviu de base para o Shotokan-Ryo, Shito-Riu e Issshin-Riy.

Naha-Te

            O estilo de arte marcial Naha-Te, se se desenvolveu em Okinawa e teve como seu fundador kanryo Higaonna (1853-1917). Passou a se apresentar por Shisho Arakaki (1840-1920), que viajou para a China em busca do aperfeiçoamento de sua técnica e teve como discípulo Chojun Miyagi (1888-1953), que desenvolveu o estilo Goju-Ryo.

Tomari-Te

            O estilo de arte marcial Tomari-Te, desenvolvido em Okinawa, por kosaku Matsumora, juntamente com kokan Oyodomori (1877-1905), teve como aluno Chotoku Kyan (1870-1945). Essa escola influenciou, enormemente, as escolhas Shuri-Te e o Naha-Te.

O Desenvolvimento de Okinawa

            A Província de Okinawa foi considerada o berço das artes marciais japonesas, foi explorada e disputada por muitos países, chineses, tailandeses, americanos e lá muitas guerras ocorreram e, após várias batalhas, foi a província incorporada, de forma definitiva, ao Japão em 1879.

VI – SOKON MATSUMURA – (1797 ou 1809 a 1890 ou 1899)

            Sokon Matsumura nasceu na Vila Yamigawa em Churi e trabalhou como Conselheiro e Guarda-Costa de três reis do Reino RyuKyu          Sho-Kuy; Sho-Iku e Sho-Kai).

            Sokon Matsumur  em 1820, uniu as três escolas Shuri-Te, a Naha-Te e a Tomari-Te, que representavam as três cidades da região e criou o estilo Shorin (japonês) e Chaulin (chinês), nome dado por Choshin Chibana.

            Quando Sokon Matsumura iniciou seus treinamentos com o mestre Kanga Sakungawa (1733-1815), já não era mais criança e, rapidamente, destacou-se como um promissor lutador de karatê e mestre nas artes marciais, o que viria a se concretizar a partir de 1815, com a morte de Kanga Sakungawa.

            Logo nos treinamentos, Sokon Matsumura passou a ensinar tanto o Kung-Fu, como o Te, e lançou as bases do karate (mãos vazias), além de levar as artes marciais para a classe nobre, da qual também fazia parte.

            Viajou para a China e para o Japão, a serviçõ dos reis, onde aprendeu e aprimorou seus conhecimentos  sobre as artes mariais.

            Sokon Matsumura somou a seus novos conhecimentos, para crescer perante a administração do Reino Kyu-Kyu e chegou a ocupar o cargo de General Supremo das Forças Armadas de Ryukyue sobre ele recaem mitos e histórias, a exemplo do grande Samurai Miyamoto Musashi, de Okinawa.

            Dentre as lendas atribuídas a Sokon Matsumura, consta a sua luta contra um estrangeiro, o marinheiro e náufrago, Arman, que o desafiou a uma luta (duelo) e, depois de demorado combate, sem nenhum vencedor, chegaram a um acordo, no qual Arman ficaria livre mas antes de ir embora passaria a Sokon  Matsumura suas técnicas, que foram compiladas em um kata chamado Chito(marinheiro do leste).

            Sokon Matsumura deu uma grande contribuição para a consolidação do karate, mediante a criação de vários kata: Naihanchi (depois dividido em três partes); Passai (depois dividido em duas versões); Gojushiho, Chinto e Hakutsura (este não era  praticado pelo Shorin-Ryu).

            Pelo fato de ser um nobre, Sokon Matsumura nunca abriu mão do uso de armas (Kobujutsu) e chegou a introduzir o Jigen-Ryu (estilo de lutas com espadas), de Satsuma (Japão em Okinaw, em 1609).

            A data de nascimento e a morte de Sokon Matsumura não é muito precisa (1797 ou 1809 a 1890 ou 1899), sendo considerado por muitos como o verdadeiro fundador do karate, sendo sucedido no posto pelo General, Anko Itosu (1831-1915).

VII – ANKO ITOSU (1831-1915)

            Anko Itosu foi aluno de Sokon Matsumura e participou, ativamente, dos movimentos decisivos da história de Ryukyu e do Japão. Era o General Supremo das Forças Armadas, quando da anexação ao Japão em 1879. Ryukyu vivia numa situação peculiar, tendo em vista que os governantes e a população tinham uma leve preferência pela China. Por outro lado, o Japão considerava a ilha sua propriedade (desde 1609, quando o Damyo de Satsuma, obteve autorização do Shogun para invadir a região, a fim de puni-la por não ter aceitado participar na campanha de anexação da Coréia em 1590).

            A região era um protetorado japonês, que não tinha sido anexada, formalmente, a seu território porque, com o fechamento do Japão aos países estrangeiros, no século XVII, a situação de Ryukyu e seu intenso comércio com a China, funcionavam como uma forma de burlar o sistema e introduzir produtos estrangeiros (principalmente da China), no Japão.

            Contudo, com a restauração do império  Meiji (Japão), tal mecanismo já não se fazia necessário e a China, envolvida em milhares de problemas internos devidos à ocupação estrangeira em seu território e às Guerras do Opio, Encontrava-se impossibilitada de oferecer resistência ao expansionismo nipônico. Assim, o Japão consolidou seu domínio sobre Ryukyu, que se rendeu ao poderio adverso, que era muito superior.

            Assim posto, Anko Itosu muito trabalhou para fazer o karate ser introduzido no Japão e, contudo, teve muitos obstáculos, principalmente porque o karate de Okinawa sofria discriminação, tendo em vista a influência chinesa na nomenclatura e, por isso, Anko Itosu não conseguiu levar o karate para Tóquio, Japão, como pretendido.

            Anko Itosu deu grande contribuição para o karate, o treinamento com Makiwara, espécie de boneco de madeira rígido, para calejar as mãos e os pés, para potencializar os golpes. Outra contribuição de Anko Itoso foi tornar o karate acessível às crianças, com os primeiros kihons e da divisão do imenso kata Naihanchi, em três divisões menores: Naihanchi Shodan; Nahanchi Nidan; e Nahanchi Sandan. Anko Itosu participou da criação dos dois kata Kusanku (criados por Sakungawa) em cinco kata menores, o qual batizou de Pinan, sendo: Pinan Shodan; Pinan Nidan; Pinan Sandan, Pinan Yondan; e Pinan Godan.

            Não há consenso acerca do efetivo criador do karatê: Kanga Sakugawa; Sokon Matsumura, ou Anko Itosu, posto que Kanga  Sakungawa foi o primeiro a reunir os ensinamentos do Te e doKung-Fu numa arte só. Sokon Matsumura teria contribuído mais intensamente; e Anko Itosu procurou tornar o karate mais popular, o que ocoreu após sua morte, com a divulgação de sua carta, hoje conhecida como os dez preceitos do Karate, ou Tang-Te, ou seja, Mão chinesa e Mão Vazia, como hoje se entende.

            A dificuldade maior para um consenso é que, à época, a escrita era pouco disseminada em Ryukyu, em Okinawa, apenas relatos da História Oral. Quanto ao estilo Shorin-Ryu, de arte marcial, este teria sido trazido da China, oriundo do Kung-Fu, pelos mestres budistas Shaolin, permanecendo a dúvida quem seria o criador do estilo Shorin-Ryu. O único consenso é que Croshin Chibana, foi o primeiro Grão-Mestre.

            Anko Itosu faleceu com 84 qanos e teve um grande número de discípulos que abaixo se apresenta: Kentsu Yabu (1996-1937); Gichin Funakoshi (1868-1957); Choro Hanshiro (1869-1945); Croshin Chibana (1885-1969) e Kenwa Mabuni (1889-1952).

VIII – SEISHO ARAGAKI – (1840-1918)

            Conhecido como velho homem em Okinawa, era conhecedor do To-de e Kubodo (chinês)e recebeu do governo de Okinawa o título de Chikundun Peichin, equivalente ao de samurai, no Japão.

            Conta-se que ele deu lição e teve como discípulos Kenyro Higaonna, Gichin Funakoswhi, Kenwa Mabuni e Tsyshichitose

IX – KENYRO HIGAONNA – (1853-1918)

            É considerado o criador do Naha-te e incrementou o estudo do Te (arte da defesa com as mãos), que aprendeu na China.

            Teve como discípulos Croshin Chibana, Funakoshi, Chojun Myagi e Kenwa Mabuni, este seu sucessor direto.

X – CHOKI MOTOBU – (1871-1944)

            Nasceu na Vila Akashira, Okinawa, erao trrceiro filho do Governador de Ajkashira, descedente do Rei de Okinawa entre (1648-1668). Aos doze anos de idade teve lições do To-de (Okinawa-Te). Tornou-se camp~eao dem Ju-jutsu e Boxe.

XI – KABUN UECHI – (1877-1948)

            Foi o fundador do estilo o Uechi, originário das artes marciais chinesa, chamada Pancainun-Ryu.

            Kanbum Uechi nasceu na Correia e foi para a China, na Província Funchien, para estudar artes marciais locais e retornou para Okinawa em 1910 e fundou o estilo Uechi de karate.

CAPÍTULO IV

OS MESTRES DO KARATE MODERNO

            I – Introdução; II – Chojun Miyagi (1889-1953); III – Tatsu Shimabuku (1908-1975); IV – Croshin Chibana (1885-1969); V – Katsuya Miyahira (1918); VI – Masatoshi Nakayana (1913-1987); VII – Hideteka Nishiyana (1928 – ); VIII – Hironori Yyatsuka (1892-1982); IX – Kenwa Mabuni (1989-1952).

I – INTRODUÇÃO

Gichin finakoshi (1868-1957)

            No início do Século XX (ano de 1900), as artes marciais no Japão, passaram por grandes transformações e o karate passou a ser chamado de karate-Do, que significa caminho; do em chinês.

            Gichim Funakoshi, foi discípulo de Anko Itosu (1831-1915) que, por sua vez, foi um dos principais discípulos de Sokon Matsumura (1800-1890).

            Um dos filhos mais ilustres de Okinawa, Gichin Funakoshi, divulgou o karate nas principais ilhas do arquipélago japonês. O seu estilo de karate teve origem na versão do estilo Shorin-Ryu de Sokon Matsumura. Posteriormente, o karate de Funakoshi passou a ser conhecido como estilo Shoto-kan (Shoto: seria o seu apelido; kan: prédio).

            O estilo Shotokan-Ryu passou a ser popularizado no Japão e foi introduzido nas escolas secundárias antes mesmo da Segunda Guerra Mundial, 1939-1945.

            No início do Século XX (ano de 1900), as artes marciais no Japão, passaram por grandes transformações e o karate passou a ser chamado de karate-Dô, que significa caminho; do em chinês.

            Gichin Funakoshi nasceu em Okinawa em 1868. Funaioshi foi criado e educado por seus avós maternos, onde aprendeu poesias clássicas chinesas. Na escola primária conheceu um colega que era filho de Anko Yasutsune Azato, um dos maiores especialistas em Okinawa na arte de karatê e Funakoshi logo começou a tomar suas primeiras lições de karate.

            Naquela época as artes marciais eram proibidas em Okinawa e os treinos eram feitos à noite, no quintal da casa do mestre Yasutsune Azato, onde Funakoshi aprendeu a socar, chutar e mover-se de acordo com os ensinamentos dados pelo mestre Anko Yasutsune Azato, que era muito rigoroso nos treinamentos e sua filosofia consistia “Hito kata San Nen” (um kata em três anos).

            Durante a sua adolescência, Funakoshi conheceu Anko Itosu, que era amigo de Anko

Yasutsune Azato, que também era mestre em karate e com Anko Itosu passou a treinar. Aos vinte anos, em 1888, Funakoshi foi nomeado professor da escola primária de Okinawa.

            A escola onde Funakoshi era professor, em 1922, foi visitada pelo Inspetor Shintaro Ogawa, quando este assistiu a uma apresentação de karate e gostou do que viu, levando-o a elaborar um relatório para o Ministério da Educação, elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de karate passou a ser, oficialmente, autorizado nas escolas, com elogios ao mestre Funakoshi, deixando de ser um segredo, embora muitos mestres fossem contra a divulgação, o que auxiliou a propagação da prática do karate, que passou a ser uma atividade legal.

            Tempos depois, o Almirante Rokuro Yahiro, assistiu a apresentação de kata feita por Funakoshi e sua equipe. Ficou muito impressionado e ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado das artes marciais.

            Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha, sob o comando do Almirante Dewa, selecionou doze homens de sua tripulação, para estudar o karate durante uma semana. Devido à interferência desses dois oficiais da marinha, o karate passou a ser comentado em Tókio e os japoneses passaram a conhecer as artes marciais que eram praticadas na Província de Okinawa.

Funakoshi no Japão

            O Príncipe Herdeiro do Japão, Hirohito, em 1921, em uma viagem para a Europa, de passagem por Okinawa, assistiu a uma apresentação de karate e ficou muito impressionado com o que viu. No mesmo ano Funakoshi foi convidado para fazer uma demonstração em Tokyo, em uma Exibição Atlética Nacional, oportunidade em que aceitou o convite e vislumbrou, então, a possibilidade para divulgar a arte marcial no Japão. Funakoshi pensava em retornar para Okinawa após a apresentação, mas atendendo inúmeros convites, inclusive de Jigoro Kano para permanecer na Capital japonesa e ensinar o karate.

            Funakoshi logo notou que Tókio poderia ser o melhor lugar no Japão para se divulgar o karate, pois tinha o apoio de Jigoro Kano, o fundador do Judô e Presidente do Instituto Kodokan, de quem teve grande ajuda, pois ele conhecia vários estilos de luta, desde o Jujutsu. Funakoshi fundou um Dojo de karate num dormitório para os estudantes de Okinawa, local onde passou a dar aulas de karate.

Funakoshi lança seu primeiro livro sobre karate

            Funakoshi escreveu o seu primeiro livro sobre karate em 1922, “Ryukyu Kenpo Karate”, quando afirmou que “… a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça”. Este livro teve grande divulgação e foi reeditado com o título Rentan Goshin karate Jutsu.

            Em 1925, Funakoshi já estava treinando alunos de vários colégios e universidades, os quais passaram a fundar seus clubes de karate, prática que foi logo disseminada na Cidade de Tókio.

            Naquela época Japão estava fazendo uma guerra de colonização na Bacia do Pacífico e já tinha invadido e dominado a Coréia, a Manchúria, China, Vietnã, Polinésia e outras áreas e os jovens, antes de ir para a guerra, procuravam Funakoshi para aprender técnicas para melhor se defender e, assim, poderiam sobreviver ao recrutamento das Forças Armadas Japonesas.

            Em 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para a prática das técnicas das lutas em duplas, inclusive para o ataque de cinco passos (Go Hon kumite), como de um (Ippon–kumite).Desenvolveu, ainda, a prática de ataques e defesas com métodos levemente mais irrestritos, semi livres (Ju Ippom kimite). Mais tarde, em 1935, criou o método de luta livre (Ju kumite), com oponentes, quando foi publicado o segundo livro karate-Do kyohan, que tratava dos kata.

Funakoshi introduz mudanças no karate

            Sendo Taoísta, Funakoshi ensinava os clássicos chineses, como Tao Te Ching de Lao Tzu, ainda em Okinawa. Era muito religioso e temia que o karate se transformasse em um instrumento de destruição e logo procurou retirar do kata os treinamentos violentos e mortais, de certos estilos de luta, como as técnicas de quebras de juntas, de ossos, de dedos, dedos nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos e criou novos cenários de desafios e de lutas em equipe.

            Ainda, em 1936, Funakoshi alterou os caracteres kanji da palavra karate (kara significava China) e Te significava mão. Kara passou a ser vazio e karate: mãos vazias e, com isso, Funakoshi passou a mudar o nome dos kata, da Província de Okinawam, para uma expressão maior, do Japão, para o mundo.

            O termo Shotokan surgiu em 1939, quando Funakoshi tinha setenta e um ano, ocasião em que inaugurou o seu Dojo. O prédio foi feito com doações particulares e uma placa foi erguida que dizia: Shotokan, que significava: Sho: pinheiro; to: ondas ou son; kan: edificação ou salão; Shoto: era o apelido de Funakoshi, que usava para as suas caligrafias, quando jovem.

            Funakoshi viveu até 1957 e presenciou muita tristeza no Japão, na Segunda Guerra Mundial. Viu o Japão sair da glória para um país devastado, aniquilado, do cheiro de fumaça e dor dos mortos, das bombas atômicas jogadas em Nagasaki e Hiroshima.

            Como mostra a história, os acontecimentos foram intensos e, em sete de dezembro de 1941, embora controvertido o assunto, o Japão teria cometido o seu maior erro, ao bombardear as forças navais americanas em Pearl Harbor, no território do Havaí. Naquela época Funakoshi e sua esposa deixaram Okinawa e se refugiaram em Kyushui no Sul do Japão, onde permaneceram até 1947.

            Os americanos destruíram tudo que encontraram pela frente na Província de Okinava, queimaram todas as cidades da ilha, incluindo o Shotokan Dojô Karate, que tinha sido construído em 1939. Os tempos áureos do karate em Okinawa foram destruídos.

            Após mais um intenso bombardeio e a detonação de duas bombas atômicas sobre as Cidades de Hirochima e Nagazaki, as autoridades do Japão estavam prontas para um suicídio coletivo, quando cartas secretas foram-lhes entregues, enviadas pelos americanos, garantindo a segurança e a ajuda caso houvesse uma rendição incondicional, não restando alternativas às autoridades japonesas e aceitaram as condições propostas.

            O pior ainda estava por vir para Funakoshi, pois em 1945, seu filho, Yohika (Gigo), jovem promissor e mestre de karate, pegou uma tuberculose e veio a óbito, devido à precariedade de sua saúde, teimosamente, se recusara em comer a ração americana dada a seu provo faminto.

            Em 1947, morre, também, a esposa de Funakoshi, em Kyushu, em uma área rural, sob ocupação americana, quando o mestre retorna para Tókio, para reencontrar seus velhos alunos de karate, os quais por lá ainda viviam, sobreviventes da guerra.

            Muitos dos alunos de Funakoshi tiveram sucesso em convencer as autoridades americanas acerca do benefício da prática do karate, como modalidade de esporte inofensivo e os americanos logo ficaram interessados em aprender as artes militares secretas do Japão e as proibições foram eliminadas, completamente, no ano de 1948.

            Em 1949, os alunos de Funakoshi organizaram os clubes de karate universitários e privados e passaram a chamar de Nihon Karate Kyokai (Associação Japonesa de Karate) e Funakoshi, em 1955, foi nomeado instrutor-chefe.

            Funakoshi nos deixou a lição de como reverenciar uma pessoa, pois, ao passar pelo Dojo de Jigoro Kano, o fundador do Judô, Funakoshi fez uma pequena prece, no kodokan e, respondendo aos alunos, disse: “eu não estou rezando pelo Judô, estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro Kano, “sem ele eu não estaria aqui hoje”.

            Funakoshi é considerado “o pai do karate moderno”. Faleceu em 26 de abril de 1957 e, em seu túmulo consta a célebre frase: “karate Ni Sente Nashi”.

            Como já foi demonstrado, anteriormente, Funakoshi nasceu em Okinawa, em 1868 e viveu até 1957, consolidou e normatizou as técnicas do karate, sendo reconhecido como o mestre mais completo do moderno karate, no estilo Shotokan.

II – CHOJUN MIYAGI (1889-1953)

            Chojun Miyagi é natural de Okinawa, aonde nasceu em 25 de abril de 1988 e começou a treinar karate desde os onze anos de idade, no Dojo de Ryoko Aragaki, sendo apresentado a kanyo Higaonna aos quatorze anos aceito como estudante, onde treinava com muita seriedade, em exercícios de corrida e de força, chegando a desmaiar ao fazer o kata Sanshin, devido às exigências de seu mestre, tornando-se, assim, um grande karateca.

            Chojun Myagi viajou para a China, onde se dedicou às artes marciais, na região de Fukien, local onde aprendeu o kata Rokkishu, que o ajudou na criação do Kata Tensho. Miyagi estava sempre alerta, pois não se limitava só nos treinamentos no Dojo. Ele sempre estava preparado para se defender, de qualquer força e em qualquer momento.

            Miyagi, em 1921, representou o Naha-Te em uma apresentação para o Príncipe Hirohito, que se tornria mais tarde Imperador do Japão. Em 1926, com trinta e oito anos de idade, fundou o Clube de Pesquisas Sobre o karate, juntamente com Chomo Hanashiro (Shuri-Te), kenwa Mabuni (Shito-Ryu) e Motobu Choyo. Chojun Miyagi dedicou-se até 1930 em treinamento Kyhon, Kata, condicionamento físico e filosofia, sendo convidado por Gogen Yamaguchi para ir ao Japão para divulgar o Goju Ryo, em 1929.

            O fundador do judô Jigoro kano, ficou tão impressionado com Chojun Miyagi, ao visitar Okinawa em 1927, que o convidou para ir ao Japão em 1930 e 1932, para fazer demonstração em vários torneios, quando um de seus alunos foi perguntado qual era o estilo e, naquela época, era conhecido com o nome da localização geográfica, quando Chojun Miyagi concordou que deveria dar um nome a seu estilo único de karate.

Chojun Miyagi lembra que há um texto chinês: Bubishi, em referência aos karatekas da época e nele constam oito poemas e o terceiro dizia: “o modo de inspirar e de expirar é rígido e flexível” “GO” é rígido e “JU” é flexível e o estilo de Chojun Miyagi eram as combinações dessas idéias e seu estilo passou a ser Goju-Ryu (Associação Japonesa de Artes Marciais), quando apresentou o seu artigo “Um perfil do Karate”.

Em 1934, Chojun Miyage foi indicado diretor da filial Botoku-kai em Okinawa, ocasião em que viajou para o Havaí para dar aulas de karate, e quando de seu retorno a Naha, foi premiado pelo Ministério da Educação pelos serviços prestados na área de educação física , em 1936, viajou para Shangai, na China, sendo premiado no seu retorno. Em 1940, criou um Kata para iniciantes o Gekisai Dai Ishi e Gekisai Daí Ni.

Na Segunda Guerra Mundial, a Província de Okinawa foi ocupada pelos aliados (americanos), numa época difícil da vida do povo de Okinawa e para o karate local, e Miyage perdeu um filho, Jinian Sinzato, quando teve que suspender os treinamentos por um tempo, enquanto sua terra era reerguida, após a guerra. Em 1946, Chojun Miyagi foi indicado para o cargo de Diretor da Associação Civil de Educação Física de Okinawa.

            Chojun Miyagi continuava treinando no seu Dojô, no quintal de sua casa, com os alunos Ani Ichi Miyagi, Seiko Higa, Meitoko Yagi, Eichi Miyzato e Seikichi Toguchi.

             A morte de Chojun Miyagi ocorreu em 1953, de ataque do coração, quando dava aulas em seu Dojô.

III – TATSU SHIMABUKU (1908-1975)

            Tatsu Shimabuku é conhecido como um artista das artes marciais, por ser extremamente criativo, além de inventivo. Nasceu em 1908, filho de fazendeiro, com o nome de Shinkichi e, mais tarde, passou a adotar o nome de Tatsu Shimabuku, Desde os oito anos de idade começou a treinar com seu tio Gajoko Choyu, que o iniciou no Shori-Te, onde permaneceu por seis anos, foi apresentado aos mestres Chotoko Kyan e, por vinte anos estudou os kata Wansu, Kasanku e Chinto, quando conheceu kobudo.

            Shimabuku aprendeu o Naha-Te e tornou-se aluno de Chojun Miyagi, criando o estilo Goju-Ryu, quando aprendeu os kata Seiuchi e Sanchin. Após a viagem de Miyagi para China, TatsuShimabuku voltou a treinar com Choki Motobu, no Shuri-Te. E com Molobu aprendeu o kata Naihanchi e, Tatsu Shimabuku passou a treinar com o mestre Hesingyi, Tong Gi Siang, com essas diferenças que o ISSHIN-RYU e começa a treinar outros estilos Kobudo, com  Taira Shinken.

            Tatsu Shimaboku, a partir de 1940, começou a ensinar o seu estilo de karate, que não tinha um nome próprio, pois se tratava de uma mistura do Shorin-Ryu e do Goju-Ryo (de Chojun Miyagi).

            A vida de Tatsu Shimabuku foi alterada em 7 de dezembro de 1941, quando a marinha japonesa atacou Pearl Harbor. Durante a Segunda Guerra mundial Tatsu Shimabuku se refugiou no campo, para evitar participar do exército japonês, pois a guerra contrariava os seus ensinamentos e, devido a sua forma de karateka e passou a ser procurado e, quando encontrado, fez um acordocom o Comandante das forças japonesas e passa a ensinar karate aos soldados, mas se manteria civil.

            Assim, não participou da guerra. A guerra lhe custou muito caro, ficou falido, não tinha onde morar, perdeu seu pai em um dos bombardeios americanos e, nos anos de 1950, dava aula em seu Dojô, na Aldeia de Chum e, nessa época, fez uma demonstração para os soldados americanos e batizou sua escola: ISSHIN-RYU e Mizugami, deusa dos mares, na mitologia de Okinawa, passou as ser o símbolo de seu karate, na Cidade de Agena passou a ensinar karate para os americanos.

            Desse modo, o Isshin-Ryu foi o primeiro estilo de arte marcial a chegar aos Estados Unidos e passou a ser divulgada aos fuzileiros navais e soldados das forças aéreas, que treinavam em Okinawa e, assim, hoje, o Isshin-Ryu é o estilo mais íntegro e tradicional, de maior penetração nos USA, onde Tatsu Shimabuku faleceu em 30 de maio de 1975, aos 67 anos, não deixando nenhum documento designando seu estilo e não apontando ninguém para o seu lugar.

IV – CROSHIN CHIBANA (1885-1969)

            Ao contrário de Sokon Matsumura (1809-1899), que teve enormes dificuldades em encontrar discípulos à altura para sucedê-lo, Anko Itosu encontrou discípulos de qualidade e, em grande abundância, para disseminar o karate em Okinawa. Pelo menos quatro discípulos merecem destaques:

 – Anbun Tokuda (1886-1945)                       – Croki Motobu (1870-1941);

 – Gichin Funakoshi (1868-1957)                  – Croshin Chibana (1885-1969).

            Com a morte de Anko Itosu, seus discípulos se desentenderam sobre a sucessão do mestre. Coube a Croshin Chibana o título de Grão Mestre do estilo até então desenvolvido, o Shorin-Ryu. Motobu e Tokuda mantiveram-se fiéis aos ensinamentos do mestre, embora não aceitassem, plenamente, a sua autoridade. Enquanto isso Funakoshi procurou levar o karate para o Japão, o que Anko Itosu não conseguira. De forma geral, com a anexação de Ryukyu ao Japão, em 1879, o karate passou a ser uma arte marcial japonesa, embora desconhecida e vista com maus olhos, porque era proveniente de Okinawa, a ilha mais pobre e muito próxima da China.

            Coube a Funakoshi fazer as alterações no karate para levá-lo ao Japão e contornar a intolerância japonesa quanto aos costumes e idéias de origem chinesa. Alterou a nomenclatura, traduzindo todas as palavras chinesas para o japonês, inclusive o próprio nome: Karate, que seria uma niponização de Tang-Te. Assim, Funakoshi fundou seu Dojô, que deu o nome de Shotokan (Escola de Shoto), sendo: Shoto: (vento, pinheiro).

V – KATSUYA MIYAHIRA (1918 -.2008)

            Com a morte de Croshin Chibana, o título de Grão-Mestre do estilo Shorin-Ryu passou para o seu discípulo mais dedicado, que foi Katsuya Miyahira. Assumiu o estilo quando estava em processo de fragmentação, com o surgimento de novas escolas a ele filiadas, mas independentes de autoridades. Logo notou que teria de fazer alguma coisa, ante à uma provável extinção do estilo Shorin-Ryu.

            Katsuya Miyahira criou a sua própria escola, a Shidokan (Escola do Caminho do Coração do Guerreiro) e, desse modo, pode manter os adeptos de seu estilo. Em uma recente alteração introduzida por Katsuya Miyahira no estilo Shorin-Ryu, foi a renomeação dos kata Passai, o antigo Passai Sho (Passai menor), passou a ser chamado Itosu no Passai (Passai de Itosu), em homenagem a Anko Itosu. Enquanto o antigo Passai Daí passou a se chamar Matsumura no Passai (Passai de Matsumura).

VI – MASATOSHI NAKAYAMAM (1913-1987)

            O mestre Masatoshi Nakayana nasceu em 1913, no Japão e, desde cedo, iniciou seu treinamento com o mestre Gichin Funakoshi, sendo indicado Instrutor-Chefe da Japan Karate Association (JKA), tendo em vista o seu grande talento como lutador e mestre.

            O mestre Masatoshi tornou-se professor e diretor de educação física da Universidade de Takushoku (Takudai), de Tókyo, sendo o pioneiro no desenvolvimento do karate estilo Shotokan de forma científica.

            Masatoshi escreveu dezenas de livros, dentre eles a série Best Seller Karate, fez filmes didáticos, participou de congressos, seminários deu palestras em toda parte, sendo considerado o maior divulgador do karate e autoridade da escola Shotokan no mundo inteiro.

            Masatoshi faleceu em 1987, acreditando ele ter alcançado o seu maior objetivo, a divulgação do karate pelo mundo, além de tornar a Japan karate Association, na mais respeitada organização de karate de todo o mundo.

VII – HIDETEKA NISHIYANA – (1928 – 2008)

            O mestre Hideteka Nishiyana nasceu em Tókio em 1928 e, desde cedo, com cinco anos de idade, começou treinar artes marciais, através do Kendô, onde obteve a graduação de Sandan aos dezesseis anos e, em 1943, passou a treinar no Dojô de Gichin Funakoshi, quando este tinha 74 anos e Hideteka tinha 15 anos de idade.

            Hedeteka, em 1945, entrou para a Universidade de Takushoku, famosa por seu Dojô de karate e, um ano depois, obteve a graduação Shodam em 1948, em Nidan e, no ano seguinte, foi promovido a Capitão de equipe do karate da instituição.

            Hideteka, em 1949, passa a ser membro do corpo diretor da Japan Karate Association (Nihon Karate Kyokai). Em 1951, recebe o diploma de bacharel em ciências econômica pela Universidade de Tokushoku, de Tókio.

            Hideteka fez sua primeira viagem para os Estados Unidos da América – USA, em 1953 e se tornou instrutor da Strategic Air Comand, ensinando karate nas bases militares americanas. Em 1955, é nomeado diretor da Japan Karate Association, sendo um dos co-fundadores da JKA.

            Publica em 1960, em colaboração com Richard C. Bronm, o famoso livro The Art. Of. Emptv Hand Fighting, que se tornou um Best Seller do gênero e pouco depois, instala-se na Califórnia e funda, em 1961 a “Ael América Karate Federation” e organiza o primeiro campeonato americano de Shotokan.

            Em 1965, Hideteka organiza o encontro entre uma equipe japonesa do “All Japan Collegiate Federation’ e uma equipe americana. Em 1975, em Los Ângeles, organiza o primeiro campeonato mundial, sob á égide da nova federação, a “internacional Karate Federation”. Em cinqüenta anos de luta, Hideteka foi o grande divulgador e seguidor do karate tradicional, responsável pela popularidade que o karate desfruta nos Estados Unidas da América. Hideteka Nishylana integra a ITKF.

VIII – HIRONORI OTSUKA (1892-1982)

            Gichin Funakoshi teve um grande discípulo e companheiro, Hironori Otsuka, que nasceu em 1892 e faleceu em 1982.

            Hironori foi praticante de Jijitsu e outras lutas e adaptou os seus próprios métodos, ao criar o estilo Wado-Ryu.

            Hironori alterou o modo de praticar os kata “Pinnã”, mantendo o nome dos kata básicos e estilo o nome adotado era um misto de Karate, com golpes de imobilização do adversário no chão, utilizando os joelhos e esquivas.

            O seu estilo, o Wado-Ryu, tem, em média, 17 kata, sendo reconhecido pela WRF (federação Mundial de karate).

IX – KENWA MABUNI (1889-1952)

            O mestre Kenwa Mabuni, nasceu em 1889 e morreu em 1957 e, desde cedo, estudou karate com o mestre Anko Itosu e kenyro Higaonna e, em Okinawa, estudou Kubodô com o mestre SheishoArakaki.

            Kenwa Mabuni estudou o estilo Shito-Ryu, usando o nome de seus primeiros mestres.

            Conforme escrito pelo mestre José Aguiar, em seu livro “karatê Shito-Ryu, pág. 31, que pedimos licença para transcrever, temos:

            “Por volta de 1930, Kenwa Mabuni fundou sua própria escola na cidade de Osaka – Japão. Com a junção do Shuri-te e Naha-te, ele criou seu próprio método. Kenwa Mabuni deixou discípulos como Kenei Mabuni e Kenzo Mabuni, seus filhos. Além de Manzo Iwata, Ryusho Sakagami, Choko Kuniba e Ryusei Tomoiyori. De todos, os mais aplicados foram Kenei Mabuni e Manzo Iwata. Considerado um dos mais respeitados mestres de Okinawa, Mabuni foi chefe inspetor de polícia da cidade por 10 anos.

            Era extremamente admirado, não apenas por sua habilidade técnica, mas também, por ser uma pessoa de altíssimo nível sociocultural. Mestre Kenwa Mabuni iniciou sua trajetória de aprendizado, aos 14 anos de idade, com o mestre Anko Itosu, com quem aprendeu o sistema Shuri-te. Após alguns anos, foi apresentado ao mestre Karyu Higaonna, por seu inseparável amigo Chojun Miyagi (fundador do Goju-Ryu), com quem passou a praticar Naha-Te.

                                      Kenwa Mabuni sempre trocava informações com o mestre Miyagi, com quem mantinha uma relação de irmão. Como a vivência de Chojun Miyagi no Naha-te era maior, por ter se iniciado lá, sendo esta a sua escola, o mestre sempre agia com cortesia, ajudando seu amigo com explicações sobre este sistema. Com a morte de Kenyro Higaonna, porém, muitas coisas mudaram. E o mestre Kenwa Mabuni iniciou sua trajetória para fundar seu próprio método de ensinamento”. (obra citada, pág. 31).

CAPÍTULO V

HISTÓRIA DO KARATE NO BRASIL

I – Introdução; II – Pioneiros do karate no Brasil; III – Competições de karate.

INTRODUÇÃO

            O karate chegou ao Brasil, provavelmente, com chegada dos imigrantes japoneses, ainda no ano de l908, quando a colônia nipônica se instalou no interior do Estado de São Paulo e, também, na Capital paulista. Durante décadas, vindos da terra-mãe, os japoneses, dentre eles o mestre Sheichi Akamine, ensinavam a “arte das mãos vazias” aos jovens nipônicos que aqui residiam e aos poucos brasileiros que se interessavam pelas artes marciais.

Inicialmente, a prática do karate ocorria, informalmente. Só mais tarde, a partir de 1956, o mestre Mitsuke Harada organizou a primeira academia na Rua Quintino Bocaiúva, no centro da Capital Paulista. Seguindo o exemplo do mestre Mitsuke Harada, outros mestres de Karate fundaram suas academias, como Juichi Sagara, em São Paulo; Yasutaka Tanaka e Sadamu Uriu, no Rio de Janeiro, Tetsuma Higashino em Brasília e Eisuku Oishi, na Bahia.

O karate ganhou muitos adeptos a partir da fundação da Associação Brasileira de Karate, no ano de 1960, em São Paulo, pelo mestre Seichi Akamine.

            Assim exposto, pode-se afirmar que o surgimento do karate no Brasil teve início, provavelmente, no limiar do século vinte (a partir de 1908), devido à imigração japonesa no país, quando aqui chegaram 781 famílias, trazidas pelo Navio Kasato Maru, em Santos, no Estado de São Paulo em 1908.

            Inicialmente, a prática do karate se limitava entre os imigrantes que já residiam no Brasil, no litoral paulista, nas Cidades de Biguá, Pedro de Toledo Bastos, Marília e Garça.

            Em 1954, o mestre Yoshihide Shizato passou a dar aulas de karate no Brasil, em um Dojô montado em sua casa, somente para os jovens da colônia japonesa fixados no país.

            O mestre Mitsuke Harada, em 1955, 5º Dan pela Universidade de Wazeda, no Japão,chega ao Brasil e logo monta sua Academia de karate Shotokan, na Rua Quitina Bocaiuva, em São Paulo, depois retorna para a Europa.

            No ano de 1956, consta a chegada ao Brasil do mestre Koji Takamatsu, com o seu estilo Wado-Ryu.

            Consta, ainda, que em 1957 a chegada ao Brasil, proveniente de Tókio, no Japão, do mestre Shikan Akamine, que logo montou sua academia em São Paulo e, talvez, devido ao seu estilo de luta, que era muito violento, não teve sucesso no país, fechou as portas e foi embora para local ignorado.

            Depois disso, outros mestres de karate aqui chegaram, como: Yasutaka Tanaka Sadamu Iriu. O mestre Tetsuma Higashino, já falecido, fixou-se em Brasília e Minoru Massu, em Belém, no Estado do Pará. Todos esses mestres motivaram o surgimento de outros grandes nomes do karate no cenário nacional.

            São discípulos dos primeiros mestres do karate no Brasil, Lirton Monassa; Benedito N. A. Santos M. A. Santos, Milton Osaka, Inoki, Fernando Pessoa, Maurício, Oswaldo Dunan, Raimundo Bastos, Cláudio Trigo, Willian, Felipe, Julio, Alaly e Dimas.

            Destaca-se, ainda, que no início de 1970, chegou ao Brasil, o primeiro mestre de karate, tendo realizado curso na JKA, Takedo Okyda, fixando residência em São Paulo.

            O mestre Takedo Okuda teve como discípulos no Brasil, Yusuyuki Sasaki, Ricardo Di Elie e Ennio Vezulli.

            Lembra-se, ainda, que em 1968, ocorreu o primeiro torneio de karate no Brasil, pela Nihon Karate Rio-kai e, no ano seguinte, em 1969, o primeiro torneio sob à coordenação da Confederação Brasileira, de Pugilismo, com o nome de Campeonato Brasileiro de karate.

            Hoje existe a Confederação Brasileira de Karate, criada em 11 de setembro de 1987, reconhecida pelo MEC, pela PT nº 551/1987, vinculada ao Comitê Olímpico Brasileiro, que considera o karate como esporte olímpico.

II – OS PIONEIROS DO KARATE NO BRAISL

Yoshihide Shinzato

            O mestre Yoshihide Shinzato nasceu na Província de Okinawa, no Japão, em 15 de março de 1927. É considerado discípulo direto do mestre Coshim Chibana, o mestre Yoshihide Shinzato veio para o Brasil em 15.01.1954. Aqui fixou sua residência e, logo, iniciou a prática de suas aulas de karate no país, em sua residência, para os jovens da colônia japonesa no Estado de São Paulo.

            No dia 25 de janeiro de 1954, no Ibirapuera, Cidade de São Paulo, SP, fundou a sua primeira academia. Em 3 de janeiro de 1962, na Cidade de Santos fundou outra academia.

             O mestre Yoshihide Shinzato era seguidor do estilo de lutas Shorin-Ryu e faleceu em 13.01.2008, na Cidade de São Paulo, SP.

Koji Takamatsu

            O mestre Koji Takamatsu nasceu na Província de Hyogo, na Cidade de Kakogawa, no Japão, em 21 de dezembro de 1930. É formado em Agronomia pela Universidade de Tókio, no Japão.

            O mestre Koji Kakamatsu, chegou ao Brasil em 1956. É membro da Comissão Técnica da Organização Wado Ryu Karate Brasil, desde 1976 e Nono Dan pela mesma organização. Hoje reside na Cidade de São Paulo e dirige seu Dojô.

            O mestre Koji Takamatsu desde cedo era seguidor do estilo de lutas Wado-Ryu.

Juishi Sagara

            O mestre Juishi Sagara nasceu em Kanagawa, Tókio, no Japão, em 1934. Cursou a Universidade de Takudai, onde iniciou a prática do karate no estilo Shotokan. No Brasil, juntamente comYassutaka Tanaka, Sadamu Uriu e Tetsuma Higashino, todos colegas da faculdade Takudai, iniciaram, na Vila Prudente, na Cidade de São Paulo, SP, os ensinamentos de karate.

            Juishi Sagara é considerado um dos pioneiros do karate no Brasil, onde chegou em 1957.

            Em 1957, iniciou suas aulas no estilo Shotokan e, em 1959, integrava a Federação Paulista de Pugilismo.

            O mestre Juishi Sagara cursou a faculdade de Economia pela Universidade de Takushoku e graduou-se faixa preta em 1954 e, em 1956, pela Confederação Universitária do Japão, obteve o quinto e o sexto Dan pela Nihon Karate Kiokai, em 1972 e 1977.

            O oitavo Dan foi Conferido pela confederação Brasileira de karate (CBK) e pela Word Karate Federation (WJF).

            A primeira apresentação de karate pelo mestre Juishi Sagara no Brasil, ocorreu em 1959, no Ginásio Estação da Luz\ na Cidade de São Paulo. Sua vivência nas artes marciais sempre foi muito intensa. Acredita-se que tenha treinado mais de cem mil alunos no Brasil e nos demais países latino-americanos.

            O mestre Juishi Sagara já ocupou vários cargos na área dos esportes, foi o primeiro a escrever um livro de karate todo em português. Em 1965 recebeu o título de Grão-Mestre pela Niahon Karate Kiokai, que lhe concedeu o Nono Dan. O mestre Juishi Sagara ajudou a fundar várias federações de karate no Brasil, inclusive foi o presidente da Federação Paulista de karate.

            O mestre Juishi Sagara faleceu no seu Dojô, em São Paulo, em 6 de dezembro de 2001, quando estava ministrando aula a seus alunos. Era seguidor  do estilo Shotokan.

Minoru Massu

            Nasceu na Ilha de Kyoshu, no Japão, em 1937, chegou ao Brasil em 1960, fixou sua residência em Belém, Estado do Pará.

            No mesmo ano, em 1961, começou a ministrar suas aulas de judô e karate, na Capital paraense, pela Associação Shudô-Kan.

            Como o mestre Minoru Massu não sabia falar o idioma  português, no início teve muitas dificuldades, vindo a superar todos os obstáculos e muito se dedicou às artes marciais e atuou por mais de trinta anos com o judô e o karate. Faleceu em 8 de junho de 1994.

Sadamu Uriu

            O mestre Sadamu Uriu nasceu na Ilha de Kyushua, no Japão, e começou o treinamento de kendô ainda no ensino médio e só passou a treinar karate em 1951, na Universidade de Takushoku, em Tókio, no Japão, onde também estudaram Juishi Sagara e Koji Takamatsu

            Sadamu Uriu formou-se em economia e, devido a grandes dificuldades financeiras que passava o povo japonês, decidiu imigrar para o Brasil, em 1958, atendendo ao pedido de seu amigo Habu, cuja viagem durou quarenta e cinco dias, desembarcando em Santos, SP, dirigiu-se  para Pindamonhangaba, SP.

            O mestre Sadamu Uriu, ainda no Japão, teve um grande mestre, com quem iniciou os treinamentos de karate, que foi Massatoshi Nakayama, considerado o maior teórico e divulgador do karate no mundo, com dezenas de livros escritos.

            Posteriormente, Sadamu Uriu, mudou sua residência para a Cidade do Rio de Janeiro, onde passou a dar aulas de karate na Academia Kubukan, em Botafogo, em 1962. Em 1994, fundou a Confederação Brasileira de karate – Shotokan e, hoje, ocupa a posição de presidente de honra da entidade.Era seguidor deo estilo Shotokan.

            O mestre Sadamu Uriu fundou a Shidokan, com os professores Duncan, Fernando Maurício e Raimundo Bastos.

Takeo Suzuki

            Takeo Suzuki, nasceu na Cidade de Tóquio, no Japão, em 1937. É formado pela Universidade de Agricultura,

            O mestre Takeo Suzuki veio para o Brasil em 1960 e aqui permaneceu até o ano de 1973, quando retornou a seu país de origem.

            Era seguidor do estilo Wado-Ryu.

Michizo Buyo

            O mestre Michizo Buyo, nasceu na Cidade de Okayama, no Japão, em 1940. É formado pela Universidade de Agricultura de Tóquio.

            Michizo Buyo veio para o Brasil em 1964 e aqui fixou residência, no Estado de São Paulo.

            Era seguidor do estilo Wado-Ryu.

Akyo Yokoyama

            O mestre Akyo Yokoyama nasceu na Cidade de Tóquio,Japão, em 1942. É formado em Ciências Contábeis e Administração de empresas pela Universidade de Tóquio.

            Akyo Yokoyama veio para o Brasil em 1965, quando aqui fixou residência, no Estado de São Paulo.

            Era seguidor do estilo Kenyu-Ryu.

Takeo Hyane

            O mestre Takeo Hyane nasceu na província de Okinawa, no Japão e veio para o Brasil em 1968, fixando residência em Brasília, DF.

            Takeo Hyane, retornou para o país de origem em 1970, atendendo pedido de seus familiares.

            Era seguidor do estilo  Shotokan

Seichi Akamine

            O mestre Akamine nasceu na cidade de Naha, em Okinawa, no Japão, em 1920 e veio para o Brasil em 1958, a convite da Okinawa Riukai para divulgar o karate no país.

            Seichi Akamine era graduado no oitavo Dano e fixou sua residência na Cidade de São Paulo, SP.

            Faleceu em 1985, era seguido do estilo Gojo Ryu.]

Mitsuke Harada

            O mestre Mitsuke Harada nasceu na Manchúria em 1928. Em 1948, entrou para a faculdade de Wazeda, em Tóquio, no Japão.

            Mitsuke Harada veio para o Brasil em 1955, para trabalhar no Banco da América do Sul, agência de São Paulo. Ostentava o 5º Dan outorgado diretamente pelo criador do estilo Shotokam, Gichim Funakoshi, pela Universidade de Wazeda.

            Logo que chegou ao Brasil, montou sua Academia de karate Shotokan, na Rua Quitina Bocaiuva nº 255, na Cidade de São Paulo. Tempos depois partiu para a Europa.

            Era seguido do estilo Shotokan.

Yasutaka Tanaka

            O mestre Yasutaka Tanaka fundou a Academia Kobukan, na Cidade de Janeiro, juntamente com seu aluno e professor Lirton dos Reis Monassa.

Tetsuma Higashino

            O mestre Tetsuma Higashino introduziu o karate em Brasília, onde contribuiu para sua expansão.

Eisuke Oishi

            O mestre Eisuke Oishi é nascido no Japão e veio para o Brasil em 1961, quando tinha dezenove anos.

            Mudou-se para o Estado da Bahia. Embora tivesse conhecimentos de karate, ainda não era faixa preta e iniciou seus treinamentos com Denilson Caribe na prática de karate, sendo considerado o precursor do karate no Estado da Bahia.

Faixas Pretas no Brasil

            Os primeiros faixas pretas, estilo Shotokan do Brasil, foram Milton Osaka; Inoki, Benedito N. A. Santos; Lirton dos Reis Monassa; Fernando Pessoa, Maurício,

Yasuiki Sasaki; Airton M. Menezes; Oswaldo Duncan; Raimundo Bastos; Márcio Bevenutte; Cláudio Trigo; Willian Felipe, Júlio Alay, e Dinor.

            Posteriormente vieram do Japão Takeushi (RJ); Taketo Okuda (SP); Oishi (BA) e Yoshizo Machida (BA), mudou-se após para Belém, no Estao do Pará.

III – COMPETIÇÕES DE KARATÊ NO BRAIL

            O primeiro campeonato brasileiro de karate no Brasil foi realizado na Cidade do Rio de Janeiro em 1969, ocorreu no Ginásio de Esportes do Botafogo Futebol e Regatas. É considerada a primeira competição oficial de karate no país, evento ocorrido nos dias 2 e 3 de setembro daquele ano e contou com a presença dos Estados de São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Rio de Janeiro.

O campeonato de karate teve os seguintes resultados:

            Kumite Individual – 1º lugar: Dorival Caribe (BA); 2° lugar: Denilson Caribe (BA);

            Kata Individual – 1º lugar: Cláudio Trio; 2º lugar: Denilson Caribe (BA)

            Kumite Equipe: 1º lugar: Rio de Janeiro: (Lirton Monassa, Márcio Benvenutte, Cláudio Trigo, Mário Cervone, Paulo Góes, Fernando Soares e Antonio Fraga); 2º lugar: São Paulo: (Alfio Ferrari Filho, Roberto Ferreira, Joel Souza, Luiz Tasuke Watanabe, Toshio Nagai e Djair Daniel).

            Kata Equipe: 1º lugar: Rio de Janeiro (Cláudio Trigo, Márcio Benvenutte, Antonio Fraga, Mário Cervone e Sebastião Nazaré); 2º lugar: Bahia: (Denílson Caribe, Ivo Rangel, Ivan alma e Milton Mucarzel).

            Os atletas acima passaram a fazer parte da história do karate brasileiro. A entidade dirigente da modalidade na época era a Confederação de Pugilismo, através do seu Departamento de Karate.

CAPÍTULO VI

O KARATE EM BRASILIA

            I – Introdução; II – Mestre Takeo Yane; III – Karate de Brasília na Rede Globo.

I – INTRODUÇÃO

            As ates marciais e a história do Karate em Brasília tem em Sensei Jakson Pereira da Silva, um referencial como representante máximo, tendo em vista que no decorrer dos últimos cinquenta anos ele vem se dedicando às artes marciais, dando aula de karate em Brasília, no Distrito Federal, nas cidades satélites e regiões do entorno, no centro oeste brasileiro.

            A história do karate remonta à década de sessenta, especificamente no ano de 1968, quando o Sensei Jakson saiu de Catalão, Estado de Goiás, em busca de melhores condições de vida, assim como faziam à época tantos outros candangos que chegavam à Nova Capital, Brasília, no planalto central.

            Migrando para Brasília, trazia como bagagem poucos pertences, na mente uma vida inteira de sonhos, projetos, metas e uma esperança enorme de vencer na vida, de ser alguém dentre tantos. Chegando à Nova Capital, com menos de vinte anos de idade, foi trabalhar como recepcionista no Hotel Nacional de Brasília, localizado no coração da Cidade, hotel onde se hospedava a classe política e a elite do poder da Nova Capital.

            Nesse primeiro emprego, o Sensei Jackson teve contato e conheceu muitas pessoas de destaque, como o mestre Takeo Hyane, recém-chegado da Província de Okinawa, no Japão, o qual estava desenvolvendo um trabalho voltado para a medicina oriental, atendia políticos e pessoas da elite do poder na Nova Capital.

            Devido ao seu trabalho, o Sensei Jackson logo conquistou a confiança do mestre Takeo Hyane, dizendo este que gostaria em tê-lo como aluno na turma de karate e, Sensei Jackson ficou em dúvida, pois não conhecia a prática do esporte que lhe era prometido. Em um domingo rumaram para Taguatinga, Cidade satélite, vinte km do centro de Brasília, no Edifício Novo Aurora, onde já funcionava o Dojo de treinamentos do mestre Takeo Hyame.

            Após uma Sessão de treinos e indagado pelo mestre Takeo Hyane, o Sensei Jackson disse que o karate era muito violento e poderia se machucar nos treinos, questionou como iria trabalhar com o rosto desfigurado. O mestre Takeo Hyane lhe garantiu que isso não aconteceria, pois lhe ensinaria a se proteger. Dessa época em diante, começaram os treinamentos, durante a semana nos intervalos do almoço no hotel e aos domingos em Taguatinga.

            Por volta dos anos 70, o Sensei Jackson saiu do Hotel Nacional e foi trabalhar na Academia, em Taguatinga, na manutenção do Dojô e, após algum tempo, disse ao mestre Takeo Hyane que não trabalharia mais como faxineiro na Academia, pois o que ganhava não dava para pagar as contas. Na mesma oportunidade sugeriu ao mestre Takeo Hyane fossem aceitas crianças, devido á grande procura pelos pais, os quais gostariam de matricular seus filhos.

II – MESTRE TAKEO HYANE

            De imediato, o mestre Takeo Hyane não gostou da ideia, tendo em vista que no Japão as crianças não praticavam karate. Depois de insistência, concordou em fazer uma experiência, mas antes teria que falar com o mestre Tetsuma  Higashino, pioneiro do karate em Brasília, para saber se ele concordava com a inédita proposta e concluíram pela aceitação da proposta, desde que fosse um karate mais leve.

            Desse modo, o Sensei Jackson passou a dar aulas de karate para as crianças e, logo, constituiu-sew em um sucesso a modalidade de karate infantil e o mestre Takeo Hyane decidiu abrir uma academia na Asa Norte, em Brasília, com o apoio de sua amiga e conterrânea Kikuia, no porão de sua cozinha. Foi ali que o Sensei Jackson iniciou sua trajetória do professor de karate, inicialmente, dando aulas para as crianças. A moda pegou e lotou a academia.

            Tempos depois o mestre Takeo Hyane decidiu regressar para o Japão e, antes de sua viagem, disse que deveria dar um nome para academia e, assim foi feito, passando a ser chamada URUMA-KAN.

            Em decorrência do sucesso das aulas ministradas para as crianças e a grande procura entre os adultos e, devido à grande divulgação na Cidade, o Sensei Jackson assumiu os ensinamentos na Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar de Brasília, no Corpo de Bombeiros, na Aeronáutica e, durante quinze anos, na Escola Americana.

            O karate logo despertou a atenção da mídia e a Rede Globo de Televisão fez uma reportagem para o programa do Fantástico e, depois, mais três reportagens sobre o karate em Brasília, especialmente para as crianças, o que rendeu uma enorme visibilidade e lhe proporcionou grandes benefícios, pois era o único professor que dava aulas de karate para as crianças. Até hoje continua seu ofício, o de ensinar artes marciais para crianças e adultos.

III – O KARATE DE BRASILIA NA REDE GLOBO

            Observa o Sensei Jackson que para atuar com crianças no karate é necessário envolver o kumite (lutas) e desenvolver um trabalho mais lúdico, com brincadeiras, até alcançar a maturidade suficiente para lutar, criando fórmulas de competições exclusivas, como o Kodomô, que se tornou uma modalidade dentro do karate que destaca o boxe, o ki-hon, pois, assim, os futuros grandes karatekas estarão mais bem preparados 3e motivbados.

            O Sensei Jackson está na “estrada””envolvido na prática das artes marciais, essencialmente o karate, há quase cinqüenta anos, ocupando, atualmente, a graduação de faixa preta oitavo Dan, praticando vários estilos de luta. Destaca que não chegou sozinho na posição que ocupa e muitas pessoas o ajudaram como os mestres Takeo Hyane e Yoshihide Shinzato (1927-2008), este é um dos professores mais antigos do país, sendo o introdutor do karate Shorin-Ryu no Brasil e na América do Sul. Jackson é 4° Dan nesse estilo de lutas de artes marciais. Shorin-Ryu.

            O Sensei Jackson ressalta que em 1977, juntamente com Hugo Nakamura participou, ativamente, da fundação da Confederação Brasileira de karate-Do Tradicional, quando foram promovidas as primeiras competições de karate Tradicional no país e, em 2014, no campeonato brasileiro de karate-Do em Brasília, que foi um sucesso.

            Atualmente o Sensei Jackson é presidente de honra da Federação Brasiliense de karate-Do Tradicional, e presidente da Academia Uruma-Kan de lutas marciais, onde já formou centenas de faixas pretas, além de contribuir na formação de grandes seres humanos, homens e mulheres, os quais fundamentam suas vidas na essência do Budô. Dentre eles Jackson destaca que formou seus filhos Jeison, 5° Dan, J. Rambel, 3° Dan e Jakien, 1° Dan, deixa de mencionar outros nomes para não cometer injustiças.

            A Academia Uruma-Kan, do Sensei Jackson, está localizada na Asa Norte, em Brasília, na CLN Q 316, Bloco C, Subsolo, onde o autor deste livro, também freqüentou as aulas no ano de 2014 e destaca que Sensei Jackson era o primeiro a chegar e lá permanecia após as aulas.

            Uma das marcas do Sensei Jackson, ao contrário de muitos mestres, ele gosta de uma boa conversa versando sobre assuntos diversos, o diálogo é o seu modo de ser, suas aulas são duras e nunca repete o mesmo exercício que já passou nas vezes anteriores e costuma prorrogar suas aulas mesmo após o horário, para a tristeza dos apressados e alegria dos apaixonados das artes marciais.

Carlos Augusto da Silva

É atleta de karate, estilo Shotokan.

Nasceu em formosa, GO. Iniciou no karate em 1983, aos seis anos de idade com o professor Jorge Gomes, na Cidade de Formosa, GO. Atualmente é professo particular de karate (Personal Fit). É faixa preta 1º DAN desde o ano de 2004. Desde então vem treinando, arduamente, e já participou da Seleção Brasiliense de karate.

Já conquistou alguns títulos que acha importante para carreira, como: campeão brasileiro; campeão goiano; campeão distrital; campeão formosense; campeão dos jogos aberto de Goiás;cCampeão dos jogos abertos de São Paulo; vice campeão dos jogos regionais de São Paulo; vice campeão da copa do Brasil, entre outros.

 Telefone: (61) – 8221.4008

CAPÍTULO VII

KARATE EM CEILANDIA

                                      A Cidade satélite de Ceilândia nasceu de em 1971, com a remoção dos antigos moradores do Núcleo Bandeirante, DF, os quais ajudaram na construção da Nova Capital partir de 1956, inaugurada em 21 de abril de 1960, quando passou a ser a nova Capital do Brasil.

                                      Ceilândia é formada, essencialmente, por moradores nordestinos ou de seus descendentes e, hoje, conta com mais de quatrocentos mil habitantes, a cidade que mais cresce no Distrito Federal, devido, também à sua grande área geográfica que possui.

                                      Nesta Cidade nasceu e se criou Reginaldo Miguel Rozas que, desde 1992 iniciou seus treinamentos de karate e quando recebeu a faixa preta em 1996, teve como primeiros alunos seus irmãos, cunhado e concunhado, os quais treinavam em sua  academia. Antes disso, Reginaldo frequentou diversas academias da cidade, muitas já extintas.

                                      No ano de 1995, Reginaldo Miguel conheceu o Sensei Jacson Pereira, então presidente da Uruma-Kan, localizada na Asa Norte, onde funciona desde 1971, com quem passou a treinar de forma habitual, contínua e permanente.

                                      Hoje Reginaldo Miguel possui o seu próprio Dojo, a Academia Reido-Kan, fundada em 1998, localizada na QNM 24, Conj. B, Lote 28, na Ceilândia Norte, onde dezenas de alunos fazem seus treinamentos com muita dedicação, entusiasmo e alegriae a Reido-Kan formou dezenas de faixa preta.

                                      Reginaldo Miguel é 4º Dan no estilo Shotokan de karate-Do Tradicional, é formado em Educação Física. Desde o ano de 2020 começou dar aulas de educação física em colégios e academias de formação de vigilantes. A Academia Reido-kan mantém uma firma parceria com a Academia Uruma-Kan do Sensei Jakson Pereira, 8º Dan, considerado a maior autoridade em karate-Do Tradicional do Distrito Federal.

CAPÍTULO VII

KARATE EM ÁGUAS LINDAS – GO

                                      Ronaldo freqüenta os treinamentos da Academia Reido-Kan, do Sensei Reginaldo Miguel Rozas, em Ceilândia, nas segundas, quartas e sextas-férias, sendo um aluno duro na queda, treina com muito afinco e convicção; coragem, técnica e muita garra; um atleta difícil de ser derrubado nos treinos, seu forte é o kumite (a luta propriamente dita).

                                      A vida de Ronaldo nunca foi fácil. Antigo morador de Ceilândia, trabalhava como zelador (faxineiro) na oficina mecânica da empresa Planeta Automóvel, onde conheceu o sensei Reginaldo Miguel Rozas, que desempenhava as mesmas atividades naquela empresa, ainda na década noventa quando praticavam karate nas academias de Ceilândia, faixa marrom.

                                      Posteriormente, Ronaldo topou a sugestão dada por Reginaldo Miguel, largou tudo e mudou-se para Águas Lindas, onde fundou a sua própria academia de artes marciais no estilo Shotokan de karate-Do Tradicional e passou a dar aulas para dezenas de alunos, inclusive de colégios públicos e particulares daquela Cidade.

                                      Hoje na Academia do Ronaldo treinam alunos e atletas de todas as idades (faixas branca), até adultos (faixa verde), onde ocorrem avaliações periódicas e trimestrais, com a troca de faixa, quando for o caso, sempre sob à supervisão e fiscalização de professores e mestres de karate de outras Academias, no caso a Reido-Kan (mestre Reginaldo Miguel) e de da Uruma-Kan(mestre Jakson Pereira).

                                      Ronaldo é faixa preta no estilo Shotokan, de karate-Do Tradicional e treinam na sua academia atletas de alta performance, dos quais se espera muitas medalhas e sucesso futuramente, devido à dedicação nos treinamentos, fato comprovado na última avaliação de 14 de novembro de 2015, tanto na apresentação individual como coletiva.

CAPÍTULO IX

ESTILOS DE KARATE

            I Introdução; II – Estilo Shotokan; III – Estilo Shito-Ryu; IV – Estilo Gojo-Ryu;V – Estilo Wado-Ryu; VI – Estilo Shorin-Ryu; VII – Estilo Uechi-Ryu; VIII – Estilo Kyuokushinkai; IX – Estilo Kenyu-Ryu.

INTRODUÇÃO

Ryu-estilo

            Com segurança, pode-se afirmar que o karate (português europeu) ou caratê (português brasileiro), vem se tornando uma das modalidade de esportedentro das artes marciais mais praticadas no mundo, considerando que está presente em todos os países onde existe um Dojô que o representa.

            As pessoas, ao praticarem o karate, inicialmente, estão inconsciente quanto ao estilo praticado. Na medida em que o atleta evolui, entra no ritmo da atividade a que se propõe realizar, começa ter noção básica da técnica usada no esporte que está praticando. Procura compreender os estilos existentes, os significados próprios, a origem, seus mestres e a filosofia de cada escola, a história do karate.

            Existe uma centena de estilos de karate, diferentes em sua apresentação, quase iguais ou parecidos na filosofia, na origem e no propósito a que se propõe, embora apenas quatro estilos são oficialmente, reconhecidos pela Federação Mundial de Karate (WKF), considerando que a maioria desses estilos, uma subdivisão ou ramificação dos estilos dominantes.

            Muitos autores sobre as artes marciais ao se manifestar acerca do número de estilos de karate procuram limitar a existência: 1- Goju-Ryu; 2 – Shito-Ryu; 3 – Shorin-Ryu; 4 – Shotokan; 5 – Wado-Ryu; 6 – Uechi-Ryu; 7 – kyokushin Kai. Embora, apenas, quatro desses estilos de karate sejam reconhecidos pela Federação Mundial de Karate (WKF): Goju-Ryu, Wado-Ryu; Shito-Ryu e Shotokan.

II – ESTILO SHOTOKAN – Gichin Funakoshi (1868-1957)

            O estilo Shotokan de karate tradicional, originário de Okinawa, foi criado e desenvolvido pelo mestre Gichin Funakoshi em 1922 e significa “Academia de Shoto”. Shoto, em japonês, significa “Pinheiro” – pseudônimo artístico que o mestre Funakoshi assinava seus poemas quando mais jovem. O estilo Shotokan é ideal para as lutas de longa distância, por ser uma técnica longa e, ao mesmo tempo, rápida.

            Gichin Funakoshi é considerado o pai do karate moderno e fundador do estilo Shotokan-Ryu, que surgiu baseado no Shorin-Ryu, após os estudos desenvolvidos por seu filho Yoshitaka Funakoshi, o qual incorporou ou modificou várias técnicas de estilos, de modo a refletir uma idéia almejada, que era a valorização sob o ponto de vista desportivo, a preparação física do karateca, com a finalidade precípua de promover o desenvolvimento pessoal, inclusive o psíquico-físico do praticante.

            Trata-se de um estilo ideal para longa distância, por envolver uma técnica longa e, ao mesmo tempo, rápida, que se caracteriza por bases fortes e na aplicação de golpes no corpo inteiro. O movimento dessa técnica tem início com uma defesa e os giros sobre o calcanhar em posição baixa, que fornecem uma fluidez aos deslocamentos.

            O praticante de karate desse estilo domina, inteiramente, a técnica de soco, seu poder é incrivelmente poderoso, chegando a ser incomensurável e sobre-humano.

            O estilo Shotokan – Shoto (pseudônimo com que o mestre Funakoshi costumava assinar seus poemas em sua juventude), transcrito em caracteres ocidentais e Kan (casa), foi fundado por Gichin Funakoshi, 1968-1957. Constata-se que Gichin Funakoshi iniciou seu aprendizado em katate aos onze anos de idade, sendo aluno de grandes mestres, como Kozaku Matsumura e Anko Itosu, que seguiam o estilo Shuri-Te, hoje conhecido como Shorin-Ryu.

            Funakoshi é considerado o pai do karate moderno. Ele introduziu, oficialmente, o karate no Japão em 1922, apresentando grande demonstração no Budô-Kan, a convite do Ministério da Educação japonesa. O estilo Shotokan teve tão rápido crescimento e procura de discípulos, que Funakoshi decidiu criar em 1936, o seu próprio Dojô (local de treinamento) em Tóquio.

            Assim, o estilo Shotokan surgiu no primeiro edifício de madeira que foi a primeira escola de Gichin Funakoshi, em Tóquio, no Japão.

Shotokan – mestre Guichin Funakoshi (criado em 1922);

III – ESTILO SHITO-RYU – Kenwa Mabuni (1989-1952)

            O estilo Shito-Ryu, criado por Kenwa Mabuni em 1926, é caracterizado por uma grande riqueza de formas (kata), sendo a fusão das características de Naha-Te e Shuri-Te. A palavra Shito vem dos caracteres japoneses que escrevia o nome de seus professores: “Shi”: representa o primeiro Kanji do nome de Anko Itosu e o “To” representa o primeiro Kanji do nome de Higaonna, Enquanto Ryusignifica escola ou estilo.

            Kenwa Mabuni, ao criar o estilo Shito-Ryu, compactou os ensinamentos oriundos das antigas e tradicionais Escolas, o Shuri-Te e o Naha-Te, fazendo uma fusão de ambos os estilos, sendo duas modalidades, que eram bem conhecidas à época, que pertenciam às artes marciais de localidades próximas em Okinawa.

            O significado do nome do novo estilo, o Shito-Ryu, refere-se às iniciais dos nomes dos dois mestres que criaram as escolas que foram transformadas, com a intenção de melhor referenciá-los.

            Por certo, a grande vantagem das formas que esse estilo ostenta é uma mescla do duro-linear com o suave circular, obtendo-se resultados diferentes dos demais estilos, não apenas por ser o mais extenso de karate que se conhece, mas, também, pela suavidade de sua forma, a diversificação das técnicas de combate, com a inserção de técnicas de solo e o uso de armas.

            Antigamente, Okinawa-Te era uma arte marcial era praticada secretamente e passava de pai para filho. Não existia diferentes estilos de karate, faixas ou graduações como atualmente. No final do século XIX, existiam três centros de atividades chamados:

  1. a) Shuri-Te (na Província de Okinawa, representada por Anko Itosu, 1831-1914);
  2. b) Tomari-Te (na Província de Okinawa, Kosaku, Matsumora 1829-1898);
  3. c) Naha-Te (cidade de Okinawa, representada por Kenyro Higaonna 1853-1918).

            Os Mestres acima citados pertenciam à alta sociedade de Okinawa, entre eles havia diferenças substanciais. Anko Itosu pregava a velocidade e a agilidade. Kenyro Higaonna enfatizava a força e a contração muscular.

            Quewa Mabuni, fundador do Shito-Ryu, inicialmente, realizava seus treinamentos com os mestres Anko Itosu (Shuri-Te) e Kenyro Higaonna (Naha-Te). O mestre Kenwa Mabuni também praticava outros tipos de artes marciais, como o Kubodô.

            Em 1934, o mestre Quenwa Mabuni mudou-se para Osaka, no Japão, quando adquiriu credibilidade nas artes marciais, ocasião em que fundou seu próprio estilo de karate, a escola Shito-Ryu,fazendo a fusão das escolas de Kenyrok Higaona e Anko Itosu, usando o nome dos dois: “SHI”: representa ITO de Itosu; “TO”: representa Higa, do Hiagaonna.

            Do estilo Shito-Ryu  abstrai-se ser a combinação das características de um estilo mais suave circular do Shuri-Te de Anko Itosu, com o estilo duro-linear do Naha-Te de Kenyro Higaonna. Este estilo, o Shito-Ryu, se distingue dos demais estilos pelo grande número de kata, quer pela suavidade e versatilidades das técnicas de combate ou pela inclusão de técnicas de solo.

Shito Riyu – mestre Kenwa Mabuni (criado em 1926);

IV – ESTILO GOJU-RYU – Chojun Miyagi (1988-1953)

            O estilo Goju-Ryu, cujo nome advém de Go: (força ou rapidez), Ju: (flexibilidade ou suavidade), foi fundado pelo mestre Chojun Miyagi em 1930. Trata-se de uma técnica que se valoriza pelo bloqueio para dar mais rapidez ao ataque. É uma técnica penosa, dura e verdadeira. Nessa escola caracteriza-se pela respiração “Kokiy” abdominal sonora.

            Goju-Ryu tem por significado o fluxo forte e suave, por ser um estilo que mistura técnicas duras, rígidas, com formas suaves. O estilo Goju-Ryu é originário de Oquinaua, criado pelo mestre Chojun Miyagi, suas técnicas são marcadas pela busca do equilíbrio entre os opostos, das energias antagônicas e complementares.

            Trata-se de um estilo eficiente e prático, voltado para o combate de curta distância, por se caracterizar em movimentos curtos, circulares, além de amplos, o que facilita aos praticantes a diversificação nas aplicações, com suas projeções, torções, chaves de braço, estrangulamentos e outros golpes. Geralmente, o Goju-Ryu tende a conciliar a força, a flexibilidades e a respiração. Desse modo, o lutador irá aprender a agir no enfrentamento dos obstáculos, com energia ou calma, rapidez ou suavidade e saberá contemporizar por meio de uma respiração livre e eficiente.

            O karate chamado To-de no dialeto de Okinawa era baseado principalmente em técnicas chinesas, sendo desenvolvido no arquipélago de Ryu Kyu, cuja ilha principal é Okinawa, é chamado apenas de “T” (mão), que com a influência chinesa, transformou-se no karate que significa “caminho das mãos vazias”.

            Naquela época havia três principais núcleos do “Te” em Okinawa. Estes núcleos eram as cidades de Shuri, Naha e Tomari que, conseqüentemente, deu origem aos três estilos básicos conhecido: Shuri-Te, Naha-Te e Tomari-Te. O estilo Naha-Te tornou-se popular devido aos esforços de Kenyro Higaonna (1853-1916), onde ele treinou com o mestre Fukushu, na China e, após pedir licença a seu mestre, retorna para Okinawa para continuar os treinaemntos.

            Chojun Miyagui, com quatorze anos de idade, ingressou na academia de Higaonna, na Cidade de Naha. Após anos de treinos, Chojun Miyagui decide ir treinar, também, com o mestre Fukushu,na China, com a finalidade de aprender artes marciais com os mestres locais.

            Após o falecimento do mestre e Kenyro Higaona, Chojun Miyagui passou a ser bastante procurado pelas pessoas na Naha, quando resolveu desenvolver o seu próprio estilo de luta, que ficou denominado de Goju-Ryu, que significa: GO: rigidez e força; e JU: flexível ou suave.

            Seu estilo de karate visa buscar o equilíbrio dos opostos, das energias antagônicas e complementares. Nele o lutador aprende a agir com energia ou calma, rapidez e suavidade e, também, um trabalho profundo da respiração.

            Antevendo sua morte chegar, Chojun Miyagui pediu para Meitoku Yagui (em 1912), por ser o aluno mais dedicado, para que continuasse desenvolvendo Goju-Ryu e apresentasse ao mundo, o que foi atendido a contento e vem sendo cumprido, fielmente, até os dias de hoje pelos seguidores da escola de karate Goju-Ryu.

Goju Riyu – Chojun Miyagem (criado em 1930)

V – ESTILO WADO-RYU – Hironori Otsuka, (1988-1953)

            O estilo Wado-Ryu foi criado pelo mestre Hironori Otsuka em 1935 e quer dizer “caminho da paz e harmonia”, quando utiliza o mínimo de esforço, que é baseado em princípios físicos e fisiológicos. Esse estilo tende a obter o máximo de eficiência com o mínimo de gastos de energia. Assim, por exemplo, o ataque deve ser lançado quase que simultaneamente, para aproveitar ao máximo a força usada pelo adversário na agressão, pois, da força, aliada à velocidade, obtém-se a potência.

            O estilo Wado-Ryu (estilo do caminho da paz e harmonia), foi criado pelo mestre Hironori Otsuka, e se difere dos demais estilos por usar o mínimo de esforço. É baseado em princípios físicos e fisiológicos, utilizando esquivas, bases mais altas e nomenclatura própria e original desde a sua criação e técnicas peculiares do próprio estilo.

            Hironori Otsuka era graduado em judô e Kendô e logo incorporou em seu estilo técnicas de esquiva, projeção e movimentação. A troca de guarda, embora existisse, anteriormente, era pouco usada no karate. Essas técnicas, adicionadas às de imobilização, finalização, defesa, ataque e contra-ataque, eram manejadas pelos lutadores nos treinos simulados de combate, que eram chamadas de Yakussoku (lutas  combinadas), a mostra marcante do estilo Wado-Ryu.

            O Shinto-Ryu Jiu Jitsu praticado durante trinta anos pelo professor Hironori Otsuka, acentuava o Atemi, as imobilizações, as esquivas, e os golpes de impacto com os membros, além dos arremessos e projeções que a maioria das escolas de Jiu Jitsu utilizava.

            Hironori Otsuka, aos vinte e nove anos de idade, tornou-se mestre em Jiu Jitsu (01.06.1921), conforme registro teve contato com o karate de Okinawa, através de uma demonstração pública feita por Gichin Funakoshi e sua equipe, em 1922. De acordo com as palavras de Hironori, naquela oportunidade, Funakoshi prometeu que lhe ensinaria o karate, e se referindo a Funakoshi, disse: ”Ele era surpreendentemente franco e aberto e de espírito puro”.

            Com dedicação integral, Hironor Otsuka passa a praticar com o mestre Funakoshi, que lhe confiava a organização de muitas tarefas, bem como a assistência na instrução dos estudantes de karatê. A partir de então Hironori Otsuka começa a formar a idéia sobre a mescla das técnicas do Atemi, esquivas e Nague Waza do seu estilo Jiu Jitsu ao karate, onde já se tornara um respeitado especialista.

            Nesta mesma época (1929), organiza o primeiro clube de karate na Universidade de Tóquio e introduz neste mesmo ano o estudo do estilo livre de luta em jogos competitivos, criando a base dos atuais torneios de karate, quando Hironori Otsulka estabelece uma rede de academias nas várias Universidades japonesas (Nodai, Rikyo, Nihon, Todai e Colégio Dental de Tóquio).

            Hironori Otsuka, em 1935, inaugura o seu próprio estilo de karate e, em 1940, é oficializado pela Butoku-Kai (órgão disciplinar e Gestor das Artes Marciais no Japão), como Wado-Ryu – Escola do Caminho da Paz e Harmonia. Finalmente, Hironori Otsuka escreveu sua poesia: TEM CHJI JI NO RI-DO WASURU “Que o caminho das Artes Marciais não deve ser meramente técnica de luta, mas o caminho da paz e da harmonia”.

            Como visto anteriormente, o estilo Wado-Ryu foi criado pelo mestre japonês Hironori Itsuka em 1935 e significa em português Caminho (do) da paz e harmonia (wa). Este estilo se diferencia dos demais pela utilização de técnicas de esquiva, movimentação e troca de guarda, isto se deu ao fato do mestre Kenwa Mabuni ser graduado em judô e Kendô.

            A meta principal desse estilo é trazer a paz e a harmonia, o que é mais difícil de ser atingido do que a vitória pela violência.

Wado Riyu – mestre Hironori Ohtsuka (criado em 1935).

VI – ESTILO SHORIN-RYU – CROSHIN CHIBANA 1885-1969

            Na luta pela sobrevivência o ser humano procura um meio de defesa para vencer as adversidades. Como meio de autodefesa, em Okinawa desenvolveu o ”Te” (mão) e esta luta ensinava do praticante a enfrentar sem armas o seu adversário.

            Em 1371, Okinawa iniciou um intenso comércio com a China, Coréia, Tailândia, Java, Filipinas, Indonésia, Sumatra e Malásia, o que motivou a desenvolver outra forma de luta procedente da China, semelhante ao “Te”, foi o Kempô. Com a presença da luta chinesa, Okinawa passou a aperfeiçoar uma nova técnica de luta, o karate.

            Conforme relatos históricos, por duas vezes houve proibição do uso de armas em Okinawa, que nessa época estava divida em três estados: Nanzan (Sul); Chuzan (Centro) e Hokuzan (Norte). Em 1472, o rei de Chuzan Shosashi conquistou toda a Okinawa isto após muitos conflitos e pela primeira vez, ocorreu a proibição do uso de armas.

            Quando o governador Satsuma Kagoshima atacou e dominou Okinawa em 1670, ordenou, novamente, a proibição do uso de armas. Assim, o karate assumiu mais valor e aqueles que não apoiavam o uso de armas, aperfeiçoaram o karate como meio de enfrentar os adversários que vinham armados.

            O karate desenvolveu-se em três locais de Okinawa: na Capital Shuri, onde ficou denominado Shuri-Te; na Cidade portuária de Tomari, onde ficou denominado Tomari-Te; e na Cidade de Naha, que ficou denominada de Naha-Te. Depois, o Shuri-Te deu origem ao estilo Chorin-Ryu e Naha-Te ao estilo Goju-Ryu.

            Os preceitos do estilo Shorin-Ryu incluem respeito, cortesia, paz, fraternidade, dedicação, harmonia, justiça, união, humildade, paciência, otimismo, bom-senso, prudência, controle da violência e disciplina;

            O estilo Shorin-Ryu é originário de Okinawa e, a partir dele, outros estilos surgiram como o Shotokan. O Shorin é a pronúncia japonesa da palavra chinesa Shaolin, que significa “Pequeno Bosque”. Assim como Ryu significa estilo. Shorin-Ryu significa “Estilo do Pequeno Bosque”.

            Como efeito imediato tem-se elasticidade, reflexo, autoconfiança, controle do stesse, bem-estar, sensibilidade percepção, intuição, criatividade e segurança pessoal.

            Os treinamentos incluem o preparo físico, mental, espiritual, emocional e social, defesa pessoal, armas antigas e meditação, com aulas criteriosas para todos os níveis, idades, masculino e feminino, sem contato social, uma infinidade de técnicas de mão, dedos, pulso, cotovelo braço, pés, joelho e pernas, cabeça, quedas, torções e imobilizações, com orientação educacional legal e comportamental.

            O estilo Shorin de karate nasceu na Ilha de Okinawa (na época território independente – hoje é um Estado do Japão). Antigamente denominava-se Shuri-Te, antes de ser denominado Shuri-Te,era conhecido como Okinawa-Te; antes disso como Ti, te, ou To-De (prática nativa local).

            A linhagem original do Shorin-Ryu inicia-se com Croshin Chibana, seguido por Katsuya Miyahira e Yoshihide Shinzato, todos 10º Dan.

Os três maiores estilos do karate. O karate é unitário, não se divide na sua essência, porém da variedade de formas de treinamento o que difere é postura, provenientes de influências de cada região ou até de outros povos surgiram os vários estilos hoje existentes.

            Como exemplo, cita-se que toda árvore tem um tronco, esse seria a essência. Deste tronco partem os galhos em tamanhos variados, com suas formas próprias, desse modo, também é o karate. Possui um tronco comum, que é a própria arte marcial e os vários galhos, que simbolizam os estilos próprios.

            Estilo é, na verdade, método usado por cada um dos antigos mestres dentro de suas próprias características e concepções. Atualmente existem vários estilos, como Shotokan, Shito-Ryu, Wado-Ryu, Goju-Ryu, Shorin-Ryu, Kiokushinkai e outros. Destes, o mais praticado e difundido no Brasil é o Shotokan. Esses são os mais conhecidos universalmente e embora outros venham sendo difundidos em menor escala, ainda não possuem o necessário “status” para fazerem-se representar em competições de grande porte.

            A grande diferença entre os vários estilos se evidencia quando da execução dos kata, porque alguns estilos apresentam movimentos longos e outros o fazem em formas curtas, demonstrando diferenças posturais. Entretanto, as lutas são bastante parecidas, uma vez que as próprias competições federativas, através de regras únicas, provocam esta aproximação entre os estilos.

            Como se constata das explanações acima, diversas escolas de karate surgiram no decorrer dos anos, muitas bem sucedidas, que agregam muitos adeptos, mantendo os ensinamentos originais de seus fundadores, com suas características próprias, tornado-se uma arte em si mesma, sempre a partir do estilo especial de treinar karate criado em Okinawa, linhas especiais surgiram como o Goju-Ryu, Shito-Ryu, Shotokan e Wado-Ryu.

            Dentre todos os estilos, alguns acabaram se sobressaindo dos demais e chegaram a desenvolver as artes marciais como nunca atingido anteriormente. Dessa forma, o destaque e reconhecimento eram inevitáveis. Muitos alunos e seguidores consideravam seus conhecimentos como um livro sagrado na tentativa de perpetuar seus ideais, atraindo adeptos e criando diferentes correntes doutrinárias em todo o mundo.

Shorin-Ryu – mestre Croshin chibana

VII – ESTILO UECHI-RYU – Kanbun Uechi

            Este estilo de karate é proveniente de Okinawa e foi criado pelo mestre Kanbun Uechi, o que significa o Estilo Uechi. Este estilo é a fusão com o Kung-Fu e provém de três animais: garça, tigre e dragão.

            O Estilo Uechi visa o equilíbrio da garça, a força do tigre e a sabedoria do dragão. O conjunto técnico deste estilo é baseado em três kata essenciais: Sanchin (execução de teste de queda em que o corpo é o receptor da pancada); Seisan: (força explosiva e controle dos movimentos); e Sansei-Ryu: (movimento de mãos).

VIII – ESTILO KYOKUSHINKAI – Masutatsu Oyama (1923-1994)

            Este estilo foi criado pelo coreano Masutatsu Oyama e significa: “Kyoku”: extremos, ”Shin”: verdade e “Kai”: associação. Este estilo de karate é fundamentado em técnicas compactadas e eficazes que visam nocautear o oponente com um único golpe, que é aplicado com uma grande força.

            Este estilo tem por finalidade fortalecer os músculos, melhorar a resistência aeróbica, a flexibilidade, a postura e controle emocional.

IX – ESTILO KENYU-RYU – Takamassa Tomoyori

            Este estilo, kenyu-Ryu, foi criado por Takamassa Tomoyori, ainda no ano de 1939. A denominação de Kenyu-Ryu se deve à junção de “Ken”: (nome do professor Kenwa Mabuni); e “YU” (pronúncia do tomo em japonês de Tomoyori); e “Ryu”: (que significa estilo).

            O Estilo kenyu-Ryu tem como características principais: movimentos fortes e circulares, de esquivas, o que torna este estilo muito técnico e complexo.

CAPÍTULO X

TREINAMENTOS DE KARATE

                                      I – Introdução – kata; II – Kihon; III – Kumite; IV –Aspectos positivos dos kihon

I – KATA

                                      Kata é o conjunto de formas de exercícios executados de maneira uniforme e oerente pelo karateca. Os kata são considerados a base do karate, de onde partem todas as técnicas de luta, defesa, ataque e contra-ataque.

                                      Desse modo, os kata podem ser analisados como movimentos formais, praticados durante uma luta, contra oponentes imaginários, onde todos os exercícios têm uma correspondente aplicação prática, quer de defesa, ataque e contra-ataque.

Kata no Estilo Shotokan

                                      No estilo Shotokan de Karate-Dô tradicional, nascido em Okinawa e desenvolvido por Guichin Funakoshi, são catalogados e praticados vinte e seis kata, com seus movimentos a saber:

01 – Heian Shodan       21 movimentos         Paz e tranqüilidade

02 – Reiam Nidan        26 movimentos         Paz e tranqüilidade

03 – Heian Sandan       20 movimentos         Paz e tranqüilidade

04 – Heian Yondan       27 movimentos         Paz e tranqüilidade

05 – Heian Godan        23 movimentos         Paz e tranqüilidade

06 – Tekki Shodan        24 movimentos         Cavaleiro de Ferro

07 – Tekki Nidan          24 movimentos         Cavaleiro de Ferro

08 – Tekki Sandan      36 movimentos           Cavaleiro de Ferro

09 – Bassai Daí             42 movimentos         Romper a Fortaleza

10 – Bassai Sho            28 movimentos         Romper a Fortaleza

11 – Kandu Daí            65 movimentos         Contemplar o Céu

12 – Hangetsu               41 movimentos         Meia Lua

13 – Empi                     37 movimentos         Vôo da Andorinha

14 – Jion                       46 movimentos         Amor e Gratidão

15 – Jiin                        35 movimentos         Amor e Proteção

16 – Jitte                       29 movimentos         Dez Mãos

17 – Chinte                   33 movimentos         Mãos de Nuvens

18 – Vankan                 17 movimentos         Coroa Real

19 – Gankaku               37 movimentos         Giro sobre a Roda

20 – Nijusiho                34 movimentos         24 Passos

21 – Sochin                   36 movimentos         Espírito Inabalado

22 – Unsu                     53 movimentos         Mãos de Nuvem

23 – Meikyo                  32 movimentos         Espelho Limite

24 – Kanku Sho            47 movimentos         Contemplar o Céu

25 – Gujushiho Sho      54 movimentos         54 Passos

26 – Gujushiho Daí      54 movimentos         54 Passos

                                      No aprendizado dos Kata, obtém-se os conhecimentos técnicos sobre o ritmo, a firmeza, a precisão e a seqüência dos movimentos, a sua concatenação, a alteração de situações, a contração muscular, os métodos de respiração, a velocidade, a força e a potência dos golpes desferidos.

                                      Portanto, na prática bem coordenada dos exercícios de kata, todas as partes do corpo são movimentadas, iniciando-se pela mente que é chamada a responder aos comandos e impulsos enviados pelo cérerbro do praticante.

                                      Na execução dos kata, encontram-se envolvido um elevado conjunto de atividades realizadas em um contexto espiritual e físico, oportunidade em que o praticante devota sua confiança em si mesmo e a coragem para enfrentar um inimigo imaginário, desconhecido, mas presente fictamente.

                                      Sem se afastar de sua pronta determinação e imediata reação, o praticante de kartate não pode esquecer a sua humildade, cavalheirismo, gentileza e senso de decorro, numa simbiose corpo e mente, visando conciliar a sua regular e competente atuação.

                                      Praticando os kata, o atleta sente-se rodeado de oponentes por todos os lados, devendo estar em condições para colocar em ação os ensinamentos recebidos, as técnicas de defesa, ataque e contra-ataque, contra adversários imaginários vindo de todos lados e direção.

                                      Não é demais em se observar que no idioma japonês, não existe o plural, motivo pelo qual os termos kata, kumite, Dojo etc, serão sempre escritos e pronunciados no singular.

II – KIHON

                                      Os kihon são exercícios e movimentos executados, individualmente ou de formacoletiva pelos praticantes de karate, consistentes na repetição de atividades, visando esses movimentos a sua perfeição ou mais próxima disso, tornando a prática desses exercícios quase que naturais.

                                      Assim, o desempenho teórico e a prática dos fundamentos dos kihon, quando bem executados, adquirem tamanha importância na medida em que dão vida e beleza para os kata, aliada à eficiência e seriedade na sua execução.

                                      Certamente, os kihon servem de treino-base, que podem serem executados isoladamente, no vazio, sem adversários ou em conjunto, em um esporte coletivo.

                                      Os kihon são treinos compostos por repetições técnicas reduzidas a movimentos quase naturais, podem ser executados, inclusive pelos iniciantes do karate, visando melhorar a velocidade, a potência, a respiração, os movimentos de pés e de postura.

                                      No karate constituem os kihon movimentos padronizados, os quais servem na defesa, ataque e contra-ataque realizados pelos praticantes, para a formação da estrutura básica da postura quando na execução desses movimentos. Os exercícios de kihons podem ser feitos tanto parados ou em movimento (andando), de forma individual ou coletiva.

Os kihons recebem denominações diversas:

– Kihon Go Ho: são exercícios de repetições a cinco movimentos do kihon;

– kihon San: são exercícios de repetições a três movimentos do kihon

 Kihon Sanoba: exercícios em posição (kihon parados).

III – KUMITE

                                      O kumite é a luta propriamente dita, o combate entre os praticantes de karatê.  O kumite, como prática de combate, vem sendo classificado em três formas diferentes:

– Yakussuku Ippon kumite ou kihon Ippon kumite: é a forma de luta, quando os praticantes combinam, previamente, o golpe e o local (cabeça ou tronco) e a defesa a ser usada pelo adversário. Esta prática de kumite é feita de forma estática, isto é, sem movimentação alguma, com base nas três formas de kumite.

– Jyu Ippon Kumite: é a forma luta quando os praticantes de karate sabem previamente, o local do golpe e toda a forma de defesa poderá ser usada pelos oponentes e os golpes devem ser limpos, sem a prática de simulações ou fintas. O adversário deve esperar a defesa e o contra-ataque, para continuar na luta.

– Jyu kumite: é a forma de luta em si mesma, oportunidade em que os praticantes podem usar movimentos livres de controle de golpes, ainda mais quando nada foi ajustado entre eles.

                                      É uma forma de treino onde o aluno aplica os golpes Zuki Waza, Uke Waza e Uchi Waza, em deslocamento, desenvolvendo a coordenação motora, a trajetória correta das técnicas, a postura e aprimoramento das bases. É a parte espiritual do karate.

                                      Nos treinamentos de kihon e de kata, o praticante adquire as técnicas de ataque, defesa e contraataque, as quais serão postas em ação, quando dos exercícios de kumite, que se traduzem em métodos de treinamentos dinâmicos, eficazes e producentes.

                                      Quando os kata são executados com naturalidade, de modo uniforme e de acordo com as técnicas recomendadas, certamente conduzirá ao aperfeiçoamento do kumite e dos praticantes, os quais devem estar conscientes do papel que lhes for confiado, desempenhando, a contento, os exercícios de rotina, com humildade e respeito ao oponente.

                                      Desenvolvendo o kumite, o praticante não deve ter em mente a competição em si, a vitória, conforme palavras de Yasuyuki Sasaki, que abaixo tomo a liberdade de transcrever:

“Treinar com base filosófica ou treinar somente para vencer a outra pessoa, após anos de dedicação, produz efeitos bem diferenciados. O primeiro proporcionará progresso espiritual e o segundodesajuste social, problemas psicológicos e frustrações. Simplesmente competir com outras pessoas, para medir e comparar habilidades, não deve ser o objetivo das competições”.

                                      Saber fazer um bom kata não traduz, necessariamente e, em princípio, que o praticante sabe o karate, são apenas aspectos técnicos, posto que a arte marcial séria, requer atitudes, autoconhecimento espiritual e emocional, além de uma boa dose de inteligência e paciência.

                                      Toda pessoa tem personalidade única. Ao saber estudar e praticar o karate, descobrirá mais sobre si mesmo, seus pontos fracos e pontos fortes e verá os pontos fracos e os pontos fortes dos outros competidores e de seus oponentes.

IV – ASPECTOS POSITIVOS DA PRÁTICA DOS KIHON

Forma – contribui para a formação do equilíbrio e da estabilidade do atleta, sendo necessário e recomendável seguir as técnicas básicas. Ocorre que nos movimentos de karate acontece a mudança constante do centro de gravidade corporal, requerendo do aluno um bom equilíbrio e controle do corpo, como mais adiante está relacionado.

Força e velocidade: a força acumulada com a velocidade da ação, resulta na intensidade da potência. Por sua vez, a potência do Kime, se origina da concentração máxima da energia do momento de impacto. Tudo depende da força e da velocidade produzida na ação.

Concentração e relaxamento da força: o maior nível de potência vem da concentração da energia oriunda de todas as partes do corpo, produzidas com esse objetivo (força mais a velocidade).

Aumento da energia muscular: para o fortalecimento dos músculos é necessário muito treinamento, incluindo técnicas repetitivas.

Ritmo e coordenação: para o exercício em toda arte marcial, em qualquer de suas modalidades, na atuação por um bom aluno, este deve ter ritmo, para a obtenção de um bom tempo e atingir para forma excelente, inclusive visando sua progressão na arte do karate.

Utilização dos quadris: os quadris exercem um papel preponderante na execução das diversas técnicas do karate. A rotação dos quadris dá força à parte superior do corpo, ajudando o aluno a dar muros e fazer bloqueios com mais força.

Respiração: todo praticante de karate deve conciliar, de modo uniforme, sua respiração, com a execução das técnicas. Respirar, adequadamente, aumenta as habilidades dos alunos, para que estes tenham tempo para melhor concentrar a máxima de força em suas técnicas.

CAPÍTULO XI

NOMENCLATURAS NO KARATE

                                      I – Numeração japonesa; II – OSS; III – Karate; IV – Conceitos básicos

I – NUMERAÇÃO JAPOANESA

                                      Ichi               um                   Ni                    dois

                                      San               três                  Shi                   quatro

                                      Go                cinco               Roku               seis

                                      Shichi           sete                 Hachi              oito

                                      Ku                nove                Ju                    dez

                                      Hyaku           cem                 Sen                  mil

                                      Man              dez mil

II – OSS

                                      No vernáculo japonês o “OSS” tem sua transcrição exata OSU, como na expressão fonética formada por dois caracteres. O primeiro “OSU” quer dizer literalmente pressionar e determina a pronúncia de todo o termo. Já o segundo carater é “suportar”.

                                      A criação do termo OSS é atribuída à Escola Naval Japonesa, sendo utilizado em todo o mundo para as expressões do dia-a-dia do karate como: “sim”, “obrigado”, “entendi”, “desculpe-me” ou para cumprimento etc. Para os praticantes do karate, o “OSS” é a palavra mais importante.

                                      A expressão “OSS” conduz a si mesmo e significa o modo de suportar, a perseverança sob pressão, que resume a filosofia do karate. Todo karateca deve manter o espírito que resume a filosofia do karate. Todo karateca deve cultivar o “OSS”, “o espírito OSS”.

                                      O termo “OSS” não deve ser pronunciado de forma displicente, negligente ou relaxada, sem a atenção e a concentração devida, usando, apenas, a garganta, deve ser utilizada o “hara” (tander), usado o “OSS” quando cumprimenta e expressa o respeito, a simpatia e a confiança ao colega. O “OSS” dito ao Sensei, quer dizer que as instruções foram compreendidas e que o praticante irá fazer o melhor de si para seguir as instruções recebidas.

 – na chegada e na saída do Dojo: o praticante ao chegar à entrada do Dojo assume a posição de cumprimento, em pé (Ritsurei) e fala com força a palavra “OSS”, para avisar ao Sensei (professor presente), ao Senpai (mais graduado ou mais antigo) e ao Kohai (menos graduado ou menos antigo), de sua chegada ou saída. Quando o Dojo estiver vazio, o aluno o faz em respeito ao Dojo e reverencia o mestre Gichin Funakoshi (trata-se de uma saudação simbólica).

– no encontro entre colegas de karate: a saudação OSS” deve chegar primeiro de maneira vigorosa e com vivacidade, partindo sempre do Kohai (menos graduado ou menos antigo) ao Senpai (mais graduado ou mais antigo). O aperto de mão vem em seguida, já se procede de maneira contrária, do Senpai para o Kohai. É de se esperar que o Senpai não se negue em apertar a mão do Kohai, caso este estenda a mão primeiramente.

                                      A saudação do “OSS” é impessoal, independe do grau de simpatia entre os praticantes de karate. Quando um deles se negue, por qualquer motivo, a responder a saudação, estará incurso nas sanções disciplinares previstas no regimento interno de sua academia, por não representar seu ato o verdadeiro espírito do Karate.

III – KARATE-DO TRADICIONAL

                                      Sempre é bom lembrar que o Karate consiste em uma arte marcial surgida das técnicas de defesa pessoal, sem armas, originária de Okinawa, no Japão e tem como filosofia o Budô japonês (disciplinas marciais do Japão moderno).

                                      O Karate tem seus objetivos traçados na filosofia do Budô e se configura na luta permanente do aperfeiçoamento pessoal do ser humano, em busca da completa interação no meio a que pertence.

                                      Por meio dessa interação social da pessoas, aliada à educação e ao trabalho, desenvolvendo técnicas por treinamentos repetitivos, obtém-se o aprimoramento físico e mental do praticante de karate, visando ao alcance de suas metas, o coroamento e a firmeza de seu caráter, a consolidando de sua personalidade.

                                      À toda evidência, o karate vem ajudando na formação integral das pessoas, não podendo, assim, o karate ser tratado como uma modalidade de prática esportiva, destacando-se a citação abaixo:

“Tradição é um conjunto de valores sociais que passam de geração à geração, de pai para filho, de mestre para discípulo, e que está relacionado diretamente com o crescimento, maturidade, com o indivíduo universal”. (Joanes, do site Bodokan.com.br).

                                      Ao se decidir praticar o Karate, toda pessoa pode ter uma motivação para tanto, como incrementar suas metas e planos, os quais devem ser respeitados, que serão atingidos no seu tempo e modo.

                                      Dentre os objetivos de cada pessoa, pode-se elencar: a) quere ser fortes e saudável; b) está em busca do autocontrole e da confiança emocional; c) espera a obtenção do domínio das técnicas de defesa, ataque e contra ataque. É bom lembrar, ainda, que o autocontrole e a humildade da pessoa, resultarão do correto aproveitamento dos impulsos agressivos existentes em toda pessoa.

                                      Nesse ponto, reporta-se ao famoso texto escrito pelo mestre Gichin Funakoshi “karatê Ni Senti Nashi”, quando o pai do karate moderno definiu, claramente, a intenção da antiviolência do karatê, in verbis:

                                      “Se o adversário é inferior a ti,

                                      então porque brigar?

                                      Se o adversário é superior a ti,

                                      então por que brigar?

                                      Se o adversário é igual a ti,

                                      compreenderá,

                                      o que tu compreendes…

                                      Então não haverá luta.

                                      Honra não é orgulho,

                                      é consciência real do que se possui”.

                                      O karate também tende a ser analisado como um meio de execução coordenada, que modela a saúde e da mente,, considerando que as técnicas do karate ajudam na obtenção de hábitos saudáveis, incluindo uma melhora de postura, na respiração com o diafragma, além de uma tranqüila meditação Zen.

                                      A saúde aqui pode ser definida como ausência de doença e, também, o completo bem-estar físico, mental, psíquico e espiritual de toda pessoa.

                                      O karate, oriundo dos treinamentos de defesa pessoal, proporciona a certeza da eficácia das técnicas a qual possibilitará ao praticante enfrentar diversos tipos de inimigos. Nesse contexto, o praticante deve ser conhecedor de um conjunto de técnicas, no caso de eventual enfrentamento físico, terá a seu alcance, a intuição necessária para o discernimento frente a um cenário de real perigo, quando poderá captar o verdadeiro objetivo do adversário, a sua real intenção e saber tomar uma decisão correta, consciente e rápida, ante a um ataque iminente.

                                      O karate tem por filosofia que o praticante deve evitar sobrepor-se aos demais pela força física, haja vista que na arte marcial está ausente o espírito agressivo e presente a nobreza de espírito, o domínio da agressividade, além da modéstia e da perseverança. Se necessário, terá a coragem de enfrentar um exército de opositores e fazer vibrar em seu interior o verdadeiro espírito dos samurais.

IV – CONCEITO BÁSICOS DO KARATE

                                      Karate-Dô:   Caminho das mãos vazias.

                          Kara:            Vazio, esvaziar a mente, a neutralidade.

                                      Te:                Mãos

                                      Do:               Caminho

                                      Shotokan:    Originário do primeiro prédio próprio, que era todo de madeira, no qual Gichin Funakoshi fundou seu primeiro Dojo. Significa Escola de Shoto. Shoto era o apelido de Funakoshi, que usava para assinar suas poesias.

                                      Kan:             Escola.

                                      O tigre:        É o símbolo do Shotokan.

                                      O karate-Dô é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu a partir da arte marcial autônoma de Okinawa, sob à influência do Chuan-Fa chinês e do Koriy japionês (modalidades tradicionais de lutas), incorporadas aos aspectos das disciplinas guerreras ou Budo.

CAPÍTULO XII

GRADUAÇÃO NO KARATE ESTILO SHOTOKAN

                                      I – Introdução; II – Sistema de faixas;III – Tipos de faixas.

I – INTRODUÇÃO

                                      Geralmente as pessoas necessitam de estímulos, elogios, prêmios, recompensas, certificados, diplomas, medalhas etc, para continuar na prática do esporte que se aventura a fazer e, para tanto, para continuar acesa a chama do entusiasmo inicial, necessitam estas pessoas de um fomento para o desenvolvimento da modalidade a que se propuseram a fazer.

                                      Nas artes marciais, no mundo moderno, não poderia ser diferente e, pensando nisso, Jigoro Kano, o fundador do Judô, que era educador e profundo conhecedor das pessoas e sabendo que essas pessoas precisam de estímulos depois de começarem a praticar artes marciais e, devido à ansiedade do praticante, por cobrar recompensas, porque não querem esperar por um longo prazo, então criou o sistema de faixas.

II – SISTEMA DE FAIXAS

                                      No estilo de lutas Shotokan do karate tradicional nascido em Okinawa e desenvolvido por Ginchin Funakoshi, as faixas e as cores são assim resumidas:

                                      Branca

                                      Amarela

                                      Vermelha

                                      Azul

                                      Laranja

                                      Verde

                                      Roxa

                                      Marrom

                                      Preta.

                                      Na faixa preta; por exemplo, existe a promoção em termos de grau, sendo do 1º ao 10º DAN (cinco) anos para cada DAN,em média.

                                      Os mestres preferem destacar, ainda:

“o homem faz a técnica e não o contrário. É o nível técnico do praticante que valoriza a sua faixa”.

                                      O sistema atual de graduação de faixas coloridas é o mais aceito no mundo moderno das artes marciais, embora outros métodos distintos são usados para marcar os vários níveis dos praticantes. Alguns sistemas recorriam a três tipos de certificados para seus membros:

                                      1 – SHODAN: significava que o aluno havia adquirido o status de principiante no karate;

                                      2 – TUDAN: significava a obtenção de um nível médio de prática e mostrava que o praticante estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, escola e mestre no karate;

                                      3 – JODAN: significava a graduação mais alta e identificava o ingresso do praticante de karate no Ocuden (escola, sistema de tradição secreta das artes marciais como era praticado antigamente no Japão).

                                      Antigamente, quando o indivíduo permanecia por dez anos ou mais com o seu mestre, recebia o Menkio, a licença para ensinar e expressava que a pessoa havia terminado, integralmente, seus estudos de karate.

                                      Quanto à classificação das faixas coloridas, o Kyu significa classe, como na faixa marrom, por exemplo, há cinco kyu. Enquanto na faixa preta está presente o DAN, sendo que a primeira faixa preta é o 1º DAN; a 2ª faixa preta é o 2º DAN, sempre com intervalo de cinco anos de um DAN para outro DAN, como limite o 10º DAN.

                                      De forma simbólica, a faixa branca significa a pureza, ao passo que a faixa preta se refere aos conhecimentos apurados durante anos de treinamentos.  No Japão, o título mais alto que uma pessoa pode obter nas artes marciais é o Hanshi. Trata-se de um cargo que transcende às habilidades físicas ou técnicas da pessoa. Significa mostrar exemplos, tendo como título mais conhecido o Sensei (vida prévia), uma pessoa de conhecimentos avançados da arte de um nível de conhecimentos humanos elevados. Portanto, Sensei significa professor de artes marciais e, também, pessoa culta e educada, de conduta irrepreensível.

                                      A faixa, cinturão ou o “OBI”, serve para manter o Kimono fechado e tem um significado simbólico. Quando o aluno inicia o treinamento de karate recebe a faixa branca e depois de vários anos de treinamentos, de no mínimo uns sete anos, receberá a faixa preta, desde que aprovado nas avaliações regulares de três em três meses, normalmente, a depender de cada academia.

                                      Costuma-se dizer quando o karateca se dedica, realmente, ao karate, sua faixa, depois da cor preta, volta a ser branca, novamente. Assim se completa o ciclo, sendo que o branco mostra a cor da inocência, que tem a mente e o espírito “vazios”, alguém que é leigo nos aspectos espirituais do karate e, também, que o praticante ainda não conhece bem as técnicas do karate.

                                      Por outro lado o marrom é a cor da terra, da solidificação, que o praticante tornou-se competente, mas sua mente ainda é fértil. Nesta faixa muitos praticantes desistem dos treinamentos, pensando que já estão aptos o suficiente e caem na mediocridade, como demonstração de fraqueza, faltando a maturidade necessária.

                                      A faixa preta mostra a fusão de todas as cores e indica que a pessoa ultrapassou todas as dificuldades e desafios necessários ao superar todos os obstáculos surgidos nos primeiros anos de karatê. Ao tornar-se um faixa preta (Yudansha) e quando, realmente, começa a jornada de um karateca, um prêmio, um objetivo alcançado, o símbolo de uma realização pessoal, culminando na graduação máxima do karate.

III – TIPOS DE FAIXAS PRETAS

                                      No estilo Shotokan das artes marciais, as academias  costumam classificar em três tipos de faixas pretas, a saber:

                                      – MEIYDAN – a pessoa recebe a graduação por colaborar na divulgação do karate, como reconhecimento pelos serviços prestados e recebe o certificado de faixa preta honorário.

                                      – SEISENADAN – é um grau por antiguidade, um reconhecimento pelos esforços demonstrados nos treinamentos, quando feitos com regularidade e determinação, embora não possua o índice técnico suficiente para a aprovação em exame para a faixa preta;

                                      – KYU:         classe, segue uma ordem decrescente.

                                      – DAN:         segue uma ordem crescente na faixa preta.

                                      – JITSU – KYOKU-DAN – é o certificado concedido ao praticante de karate que se submeteu a todos os exames perante a banca examinadora e foi aprovado, possuindo índice técnico e treinamento suficiente para ser graduado.

                                      É recorrente afirmar-se no Dojô, que todo faixa marrom já tem conhecimentos técnicos suficientes, inclusive para dar aulas de karate, ou na ausência de professor ou de karateca em nível superior a ele.

CAPÍTULO XIII

FILOSOFIA DO KARATE

            I – Lema do karate; II – O Cumprimento; III – Niju-Kun; IV – DOJO; V – Dojo Kun; VI – Kiai; VII – Kime;VIII –Filosofia do Budo; IX – Defesa pessoal

I – LEMA DO KARATÊ

            “Esforçar-se para a formação do caráter;

            Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão;

            Criar o intuito de esforço;

            Respeito acima de tudo;

            Conter o espírito de agressão”.

Mensagem

                                      “O desenvolvimento do karate como esporte é, sem dúvida, benvindo. Todavia, treinar com o fito único de vencer uma competição, pode levar a deterioração desta arte dinâmica e poderosa” (Masatoshi Nakaiama, o maior divulgador do karate em tempos modernos).

II – O CUMPRIMENTO

            O cumprimento é uma demonstração tradicional de cortesia entre os praticantes de karate, que é realizado, tanto no início como no final de cada aula, de frente para o Shomen (forma de agradecimentos àqueles que desenvolveram as artes marciais). Ao cumprimentar, o aluno deverá estar olhando para baixo e não para a face de seu oponente.

            Como se observa, o cumprimento é uma demonstração especial de respeito e de cortesia entre os praticantes de karate. É realizado no início e no final de todo treinamento ou de cada aula, de frente para o Shomem, uma forma de agradecimento aos mestres que desenvolveram as artes marciais, ainda na antiguidade.

            Ao cumprimentar, o praticante de karate deverá olhar para baixo. Olhar para os olhos do oponente significa falta de confiança. O cumprimento deverá ser feito de dois modos:

            – Ritsu-rei: cumprimento em pé;

            – Zarei: cumprimento sentado (Seiza).

            – A maneira correta de cumprimentar alguém é partir da posição natural (Shizentai), curvar o corpo apenas em 30º e segurar, por trinta segundos, retornando para a posição ereta (ritsu-rei). O cumprimento ocorre nas situações abaixo:

            – quando o praticante entra ou sai do Dojo;

            – quando o professor entra ou sai do Dojo;

            – no início e no final de um combate;

            – no início e no final da aula;

            – no início e no final de um kata;

            – no inicio e no final de um exercício com um companheiro.

            O Zarei deve ser feito a partir da posição Seiza, cumprindo todo um ritual (o praticante senta-se sobre seus calcanhares e quando o fizer, deverá abaixar sua perna esquerda e, em seguida, a direita, colocando o dedão do pé esquerdo sobre o do direito, ao levantar-se ocorre à inversão).

            Assim, o praticante deve inclinar o corpo e as mãos, em direção ao chão, formando um triângulo, onde a testa tocará.

III – NIJU-KUN

            Niju-Kun: mandamentos de Gichin Funakoshi.

            Cada mandamento criado por Gichin Funakoshi tem por objetivo modelar o praticante de karate, ensinando-o a agir em cada situação que porventura apareça, contendo ensinamentos importantes para o karate, como a defesa nunca deve preceder ao um real ato de ataque.

            Ensinou, também, os cinco mandamentos do Dojô-Kun, ao mencionar “conter o espírito de agressão”, para que este espírito beligerante não gere mais uma guerra. Todos esses mandamentos devem ser cumpridos, para que a arte seja bem compreendida, a um nível de sabedoria.

Os mandamentos do karate de Gichin Funakosshi:

I – O karate começa e termina com a saudação (rei);

II – No karate não existe atitude ofensiva “karate Ni Sente Nachi”;

III – O karate é um assistente da justiça;

IV – Antes de julgar os demais, procure conhecer a si mesmo;

V – O espírito é mais importante do que a técnica;

VI – Evitar o descontrole do equilíbrio mental;

VII – Os infortúnios são causados pela negligência;

VIII – O karate não deve se restringir ao Dojo;

IX – O aprendizado do karate deve ser perseguido durante toda vida;

X – O karate dará frutos quando associado á vida cotidiana;

XI – O karate é como água quente. Se não receber calor constantemente, esfria;

XII – Não alimentar a idéia de vencer, pense em não ser vencido;

XIII – Adaptar sua atitude conforme for o adversário;

XIV – A luta depende do manejo dos pontos fracos (kyo) e fortes (jitsu);

XV – Imagine que os membros dos adversários são como espadas;

XVI – Para o homem que sai de seu portão, há milhões de adversários;

XVII – No início seus movimentos são artificiais, com a evolução tornam-se naturais;

XVIII – O kata é o aprimoramento do estilo, o kumite é diferente (ma-ai, não existe agressão);

XIX – A prática de fundamentos deve ser correta, porém sua aplicação é diferente;

XX – o espírito deve sempre almejar o nível mais alto (superar os desafios, os mais difíceis).

IV – DOJO

            O Dojo é entendido como o lugar onde se pratica as artes marciais. Dojo também pode ser conhecido como tatame. Dojo, ainda, recebe a denominação de academia de determinado mestre de artes marciais ou de estilo de luta a que pertence o mestre de certa localidade.

Vocabulário do Dojo Kun

Budo – nome das artes marciais na língua japonesa

Cho-Do – caminho da caligrafia

Do: caminho ou modo

Dojo: local onde se pratica uma arte marcial; academia.

Dojo-kun – Código de ética

Doryoko: esforço, empenho;

Hara – baixo ventre, base de estabilidade do corpo humano

Hara gu iru dekite – ter um ara e uma boa respiração.

Hitotsu: um, uma unidade, primeiro

Imashimuri: repreender, proibir, reprimir, conter;

Jinkaru: caráter, personalidade;

Ka-Do – caminho das flores

Kansei: Formação, conclusão, término, acabamento.

Karate-Do – caminho da mão vazia

Kata – forma, etiqueta

Kekki: impetuosidade, arrebatamento, violência;

Ki – energia vital, raiz da vida

Ko-Do – caminho do incenso

Koto: sufixo: sufixo que transforma a expressão em uma ordem.

Kun: mandamento, dever, obrigação;

Makoto: verdade, sinceridade, honestidade;

Mamoru: obedecer, respeitar, guardar cumprir e defender;

Método Zen – postura para a meditação e respiração

Michi: caminho;

Omonzuru: respeitar, muita consideração, apreciar, estimar, venerar, honrar;

Período Kamatura – A classe guerreira-samurai governou o Japão (1185 a 1333).

Reigi: etiqueta, cortesia, civilidade, boa educação, respeito;

Sa – Do – caminho do chá

Seika-tandes – centro de gravidade, abaixo do umbigo

Seishin – espírito, alma, vontade, intenção, mentalidade;

Shogun – participantes do treinamento zen

Tetsutomu: esforçar-se, empenhar, tentar arduamente.

Yashinau: alimentar, sustentar, manter, criar;

YU: vigor, coragem;

V – DOJO KUN

            É o conjunto de cinco preceitos (kun), os quais devem ser lembrados no início e no final das aulas no Dojô (tatame). A criação desses preceitos é atribuída a Kanga (Tode) Sakugawa.

            O Dojô-Kun é um conjunto de regras seguidas pelos praticantes de karate, de inspiração no Bushido, que teria sido compilado por Kanga Sakugawa, por volta de 1750, seria de uma obra original do monge budista Bodhidharmas.

            Afirma-se que, antigamente, eram vinte regras do Dojo-Kun e, quando vertidas para o mundo ocidental, foram reduzidas para cinco, apenas.

            Constitui lema do karate-Dô:

            – Hitotsu – Jinkaku Kansei Ni Tsutomuru Koto

            “Esforçar-se para a formação do caráter;

            – Itotsu – Makoto No Michi O Mamoru Koto

            – fidelidade ao verdadeiro caminho da razão;

            – Hitotsu – Doryoku No Seishin 0 Yashinau Koto

            – criar o intuito de esforço;

            – Hitotsu – Reigi O Omonzuru Koto

            – respeitar acima de tudo;

            – Hitotsu – Rekki No Yu O Imashimuru Koto

            – Reprimir o espírito de agressão

VI – KIAI

            O grito é a expressão máxima do Kiai. O propósito do kiai é encorajar o praticante para aumentar a sua força interior. No kiai o grito de força (Ki: força; AI: força), é uma energia que nasce a partir do baixo ventre (Saika ou Tanden – aproximadamente cinco centímetro abaixo do umbigo).

            Todos tem um grito de força, principalmente os grandes felinos. Geralmente esses animais paralisam suas presas com o seu kiai antes de atacá-las. O kiai pode ser aplicado em três momentos:

            – no início de uma atividade;

            – durante a realização de uma tarefa;

            – no final de um trabalho.

            Os gritos de guerra servem para aumentar, acelerar ou expor a força de ação do homem e, para tanto, podem ser aplicados contra incêndios, vendavais e as fortes ondas marítimas para criar coragem e energia para enfrentar os obstáculos surgidos.

            O kiai é a união de espírito.

            O momento certo do kiai é o momento do golpe ou da contração muscular.

            Na luta individual, para colocar o adversário em movimento, o grito antecipa seus golpes e, em seguida, pode aplicar chutes e socos. Não é necessário utilizar o grito simultaneamente com seus golpes. No decorrer da luta, o grito kiai serve para incentivar e colocar em ação uma situação vantajosa, com grito sempre forte e profundo.

            O praticante deve ter a precaução ao praticar o kiai,  pois o grito, quando usado fora de ritmo, de tempo ou em ocasiões impróprias, poderá surgir como contraefeito, tornando-o prejudicial.

            No Japão, há a prática do kiai-Do – caminho do grito da força, quando o praticante chega a ter medo de seu próprio grito.

VII      KIME

                                      Reportando-se ao ensinamento do mestre em karate, Benedito N. A. Santos, em seu livro Manual de Preparação física para o Karate, pág. 38, tem-se a lição, que peço vênia para transcrever.

“KIME é muito conhecido e comentado por qualquer praticante. Traduzido literalmente, significa ajuste, decisão, determinação. O melhor termo nos parece “ajuste de impacto”. Significa que, na execução dos golpes há um limite máximo e outro mínimo de força de – aproximadamente – dois a cinco cm. O KIME se dá exatamente no momento máximo de ajuste do impacto. Somente o KARATEusa o KIME e apenas acidentalmente outra forma de luta, ou um animal (escoiceando), usá-lo-á. É fácil distinguir um golpe com KIME, porque ele não empurra o alvo atingido. Assim, um indivíduo que leve um golpe correto no plexo, cairá sem recuar um passo sequer e com fratura óssea” (Editora Kulltus Ltda., 1ª Ed).

VIII – FILOSOFIA DO BUDO

            A filosofia do Budo se traduz na busca coonstante  do aperfeiçoamento, autocontrole e contribuição pessoal para a harmonização do meio onde é inserido.

            Lembra-ser aqui a famosa frase do mestre Gichin Funakoshi “Karate Ni Sente Nashi (Conter e controlar o, espírito e a agressão),

                                      “Se o adversário é inferior a ti,

                                      então porque brigar?

                                      Se o adversário é superior a ti,

                                      então por que brigar?

                                      Se o adversário é igual a ti,

                                      compreenderá,

                                      o que tu compreendes…

                                      Então não haverá luta.

                                      Honra não é orgulho,

                                      é consciência real do que se possui”.

IX – DEFESA PESSOAL

            O karatae é um método eficiente de defesa pessoal na qual  braços e pernas  são treinados, sistematicamente, de modo a possibilitar ao lutador se defender de quaquer tipo de inimigo.

            No entanto, não deve o praticante se precipitar. É comum ao praticante de karate, notando seu rápído crescimento no karalte, seja levado, por uma onde de impetuosidade e, sentindo a necessidade de por em prática os seus conhecimentos adquiridos. Esta idéia distorcida, deve ser sanada a tempo, para que nãovenha a afastá-lo do real objetivo da arte.

            A prática do karate é um caminho longo e requer anos de muita dedicação. A experiência mostra que se antecipar a um ataque é uma atitude sábia do que o confronto físico em si.

            Por isso, o treinamento do karate como defesa pessoal se divide em três etapas:

            – percepção: captar a intenção do advertsário;

            – reação: decidir qual a atitude a ser tomada;

            – ação – execução.

            Este tipo de treinamenrto permite ao praticante, numa atuação de perigo, fazer uma real avaliação da causa, discernir qual o melhor modo de agir e tomar uma atitude consciente.

            O verdadeiro  valor do karaté não está em sobrepujar o adversário pela força. Nesta arte marcial não existe agressão na sua extensão, em sim a nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança. Mas quando for necessário, fazer a coragem de enfrentar milhões de adversários vibrar no seu interior.

Saúde

            Entende-se como saúde o bem-estar físico, mental e espiritual do ser humano, e não somente o estado de ausência de doença. O karate é tido como um vetor de saúde, pois proporciona ao seu praticante:

            – 1. aptidão física total – força

            – resistência;

            – razoável flexibilidade articular;

            – sistema cardiovascular com bom nível de capacidade aeróbica.

            – 2. Adequação psicosocial – desenvolvimento moral

             – sensação de bem-estar;

            – redução dos níveis de ansiedade;

            – autoestima;

            – melhoria da imagem física de si mesmo;

            – autoconhecimento.

X – AS VANTAGENS PRÁTICAS DO KARATE

            Várias são as vantagens que podem ser obtidas da prática do karate:

            – manutenção da saúde e fortalecimento físico;

            – estímulo à coragem para o enfrentar os obstáculos;

            – respeito aos outros, bons costumes em relação ao meio ambiente, equilíbrio, boa postura e respiração correta, que são estimulados nas aulas práticas de karate;

            – incentivo ao aperfeiçoamento pessoal, no sentido de tentar vencer os próprios limites, como os do medo, da desconfiança, da preguiça, da indecisão etc;

            – empenho e dedicação, exigindo o máximo do corpo e da mente, treinando com paciência e perseverança até fazer desses limites um hábito;

            – estabilidade emocional. A situação de luta colabora, eficazmente, para a conquista e, qualquer descontrole de emoções tem imediata repercussão no rendimento e na sua performance. Por isso é preciso dedicar-se com empenho para conseguir  a necessária serenidade

XI – FILOSOFIA E FRASES DO KARATE

            Filosofia quer dizer “o estudo do saber” e caracteriza-se pela intenção de ampliar constantemente os conhecimentos acerca da realidade, em busca de compreender melhor a realidade, pela busca da realidade de um pouco ou de um todo.

            No âmbito das artes marciais se vislumbra a filosofia antiviolência, respeito e disciplina, o que parece um paradoxo, uma arte tida como violenta, de combates corporais, pregando exatamente o contrário.

            O ser humano guarda um perfil notadamente violento por diversos fatores, como sobrevivência da espécie, concorrência no trabalho, estresse elevado, por fim, temos que ter a consciência de nossa natureza animal e naturalmente violenta. Na sociedade não é diferente, onde encontramos o comportamento violento de atitudes violentas. No comportamento violento a violência persiste no cotidiano e rotineiramente. Ao passo que na atitude a violência aparece de vez em quando a depender do contexto.

            É importante a criação de mecanismos de controle desse processo de violência, dessa prática às vezes desprovida de intenção para tanto, de início mais cuidado com o colega nos treinamentos, pois ele é a peça mais importante em nosso desenvolvimento técnico e, se o machucarmos, não o teremos para o nosso treinamento seguinte. O controle das técnicas com o um contato mais suave expressa fisicamente a filosofia do karate-Do.

            De igual modo temos que observar para que o treinamento não se torne uma troca de gentilezas, pois o treino deve ser forte, mas com consciência, como sempre o uso do OSS no início e no final do treino em uma atividade de dupla, o que representa respeito e comprometimento com o karate-Do.

OSS

            O OSS representa o compromisso com treinamentos, trabalho e, essencialmente, mostra o bom relacionamento com todos os colegas, aceitando desafios e enfrentando dificuldades para o desenvolvimento físico, da mente e do espírito. É o que respeitosamente propõe o ideograma (kanji) mostra.

            “Se a atividade física é usada para desenvolver o corpo, denominas-se Educação Física, mas se é usada para a vida, então deve chamar-se como meio para elevar a vida em si mesma”.  (Jigoro Cano, fundador do Judô).

            “O correto entendimento e uso do Karate-Do é o karate-Do. Quem realmente treina e compreende este “Do”, não será conduzido facilmente a uma briga. Os estudantes de qualquer arte, incluindo o karate-Do, não devem esquecer nunca, do desenvolvimento da mente e do corpo” (Gichin Funakoshi).

            “aqueles que seguem o karate-Do devem considerar a cortesia como importância básica. Sem cortesia se perde a essência do karate. A cortesia deve ser praticada não só no período de treinamento, mas sim em todos os momentos de sua vida”. (Guichin Funakoshi).

            “dominar o inimigo numa luta, sem lutar, esta é sim a mais alta habilidade” (Guichin Funakoshi).

            “Assim como a superfície polida de um espelho reflete tudo o que se coloca diante dele, e um vale tranquilo transporta os mais insignificantes ruídos, o discípulo de karate-Do deve manter a mente distante e vazia do egoísmo, das fraquezas e da maldade, num esforço para reagir apropriadamente a tudo o que encontrar pela frente. Este é o sentido do “kara” ou “vazio”, do karate-Do”. (Guichin Funakoshi).

            “O praticante nunca toma a iniciativa do ataque, seu primeiro gesto é sempre de defesa” (Masatoshi Nacayama).

            “A arte marcial visa dar ao praticante o poder de atingir e ferir, mas antes disso, a opção consciente de não o fazer” (Masatoshi Nacayama).

            “Harmonizar mente e corpo num aperfeiçoamento continuo que leva não á presunção ou à vaidade, mas simplesmente à serenidade de ser e de poder, dentro da segurança outorgada pelo mérito” (Masatoshi Nacayama).

            “Raiz boa, tronco forte, galhos bonitos”.

            “O kihon é o fio da faca, nunca pode deixar de ser amolada”.

            “O objetivo fundamental da arte do karate-Do consiste não na vitória ou na derrota, mas no aperfeiçoamento do próprio caráter de seus praticantes”. (Guichin Funakoshi).

            “O oponente mais perigoso está dentro de nós mesmos (Ideteka Nishiyama).

            “Sejam perseverantes. As artes marciais exigem um trabalho de muito fôlego; o rochedo é mais duro que a água, mas a água desgasta a pedra lentamente. Só o trabalho paciente traz seus frutos. A regularidade nos treinos é essencial. Só ela lhes permite progredir” (Hiroshi Shirai).

            “O caminho para o sucesso não tem atalhos” (Masahiko Tanaka).

            “O sucesso num combate é fruto 10% de técnica e 90% de alma. No caso de lutadores muito bons, pode ser 20% de técnica e 80% de alma” (Shigeru Sogo).

            “O karate-Do tradicional é muito mais que um esporte de combate competitivo, pois o espírito que o norteia não é apenas a busca de vitórias em competições, mas acima de tudo, a autossuperação. Seu praticante visa a vencer a si mesmo e as suas imperfeições. Nesse sentido não há vitória exterior sem vitória interior no Karate-Do tradicional” (Yasutaka Kanaka).

            “O karate-Do é um desafio para toda a vida, que é explicado pelo dojo kun – caráter, honestidade, esforço, respeito e autocontrole. O estudo das técnicas lhe dá autoconfiança, que lhe proporciona a autodefesa. Mas autodefesa é um estado mental, e não uma combinação de técnicas. A melhor defesa é evitar conflitos. O karate-Do não é um estudo sobre lutas, mas sobre pessoas. Kata e kumite são como duas rodas de uma bicicleta. O kata afia o fio de sua espada, enquanto o kumite é usar a espada” (Yutaka Yaguchi).

            “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória obtida sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo e nem a si mesmo, perderá todas as batalhas” (Sun Tzu – Filósofo chinês).

            “Reaja inteligentemente mesmo a um tratamento não inteligente” (Lao TSE).

            “Na juventude você usa 30% de técnica e 70% de qualidades físicas. Com o tempo terá de substituir para 30% qualidades físicas com 70% de técnica. Esse é o segredo para se chegar à velhice com eficiência” (Ugo Arrigoni Neto).

            “Através da experiência amarga aprendi a lição suprema: controlar minha ira e transformá-la, como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo” (Mahatma Ghandi).

            “Nunca perca a fé na humanidade, pois ele é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo”. (Mahatma Ghandi).

            “O pastor tem o dever de levar diariamente suas reses ao rio, mas beber ou não da água dependerá do próprio animal”. (Masutatsu Oyama).

            “Perder dinheiro é perder pouco, perder confiança é perder muito, mas perder a coragem é perder tudo, porque perderá a si mesmo. Portanto, mantenha a coragem, como o bem mais precioso da vida. Dinheiro não é tudo, nem o mais importante da vida. Ele deve vir naturalmente a você, como fruto do seu trabalho honrado”. (Masatatsu Oyama).

            “O homem que alcançou o domínio de uma arte revela-o em cada um de seus atos” (máxima samurai).

            “O homem violento é derrotado tanto na batalha quanto na vida”. (máxima samurai).

            “O vigor físico é bom, o vigor intelectual é melhor, ainda mais, muito acima de ambos está o vigor do caráter” (Theodore Roosewel).

CAPÍTULO XIV

DOJÔ

            I – Dojo; II – Reishiki; III – Reverências.

I – INTRODUÇÃO

            Entende-se por Dojo o lugar onde se pratica artes marciais, também pode ser conhecido como tatame. Dojô ainda recebe a denominação de academia de determinado mestre de artes marciais ou de estilo de luta a que pertence o mestre de certa localidade.

            Como já demonstrado anteriormente, no início o karate era chamado de karate-Jutsu (pronúncia japonesa) ou tode-jutsu (pronúncia chinesa), com significado de técnica (jutsu) da Mão (Te) chinesa (Kara ou Te). O karate foi introduzido na Japão,com maior intensidade e desenvolvido a partir do inicio do século vinte, em 1900 e sofreu algumas alterações promovidas pelos mestres, dentre eles Gichin Funakoshi, devido à rivalidade histórica entre China e Japão, com a intenção de niponizar as expressões chinesas.

            Então os mestres das artes marciais daquela época, dentre eles Gichin Funakoshi, visando introduzir o karate no Japão, decidiram adotar um símbolo, trocaram a expressão Jutsu (técnica de arte) por “Do” que deriva da palavra chinesa “Tao” (caminho), que descreve uma, arte sem armas, do zen-budismo (mente vazia, sem preocupações, ódio, inveja ou desejo), o caminho ou via que devemos transitar para chegar à iluminação.

            Dojo: é o local de treinamento do karate.

            Koto: é o local das competições de karate.

II – REISHIKI

            O praticante faz reverência ao instrutor e para os colegas de aula, como forma de manifestação de apreço e respeito, não demonstrando dependência ou subordinação, constitui-se em uma forma de educação no Dojo, traz um significado especial, que volta ao tempo da tradição japonesa. Os nipônicos quando apresentaram o karate ao mundo ocidental, trouxeram métodos de ensino, que receberam dos instrutores e, dentre estes métodos, incluem o reishiki.

            O Reishiki atingiu seu apogeu no Período Tukungawa (1603-1668), quando existiam diversas escolas de artes marciais em Okinawa, época do crescimento do neo-confucionismo, com elevado significado hierárquico, que chegou aos nossos dias, dando a idéia de que toda autoridade vem de cima e que a ordem das coisas promana da reverência pessoal.

                                      Assim, a reverência é uma forma de respeito, de boas maneiras, de atenção e não de submissão a outra pessoa. O “Budo começa e termina com uma saudação” (Reishiki) e as boas maneiras não são adicionadas, integram e fazem parte da arte e cada arte e cada instrutor fixam um código específico de conduta para seus alunos, os quais devem agir o tempo todo, com atenção absoluta no que estão fazendo e pelo motivo certo.

                                      O praticante de karate, ao adentrar em uma área de prática do karate, deve parar, juntar os pés e fazer uma reverência em direção ao local da pratica. Isto é descrito como uma prece ao Dojo, aonde você vai praticar os exercícios bem e com energia. Se não fizer uma prece, então faça uma pequena meditação para si mesmo, para desligar-se do mundo exterior, agitado e cheio de tensões e preocupações.

III – REVERÊNCIAS

Reverência ao Shomen – Shomen-Ni

            Uma reverência que é feita no início e no final de cada aula de karate, dirigida ao ponto mais alto da sala ou em direção a uma fotografia, um texto ou em direção a um santuário xintoísta.

            A reverência consiste em uma transição ente o mundo exterior para o Dojo, um movimento em que o aluno pode refletir sobre a história das artes marciais, quando expressa sua gratidão ao fundador e aos mestres anteriores das artes marciais. A reverência ao Shomen, também serve para lembrar onde ele fica e isso importa para a forma como você vai se movimentar no Dojo.

Reverência ao Sensei (Sensei Ni)

            No início e no final das aulas, o aluno tem uma chance de fazer uma reverência formal ao instrutor e deve ser feita, cuidadosamente e em uma completa atenção. Uma oportunidade de demonstrar sua gratidão pela paciência e pela habilidade do Sensei, o desejo de bem apreender o que está sendo dado no Dojo.

            Durante a prática da aula, o praticante poderá agradecer ao instrutor pelo aconselhamento ou pela correção. O aluno fará a reverência em completa concentração, atento no que está sendo dito, num gesto sincero de muito obrigado.

Reverência ao colega

            O praticante de karate fará um gesto de reverência a seu colega e, assim, será recepcionado novamente, devendo fazer com cuidado e especial atenção, posto que estará dizendo ao parceiro: “por favor treine comigo” ou “agradeço por sua compreensão”. Não esqueça de que uma reverência banal, corriqueira, levará a um treinamento desleixado, de qualquer jeito, sem as precauções de praxe, aumentará os riscos de acidentes etc.

            Não esqueça, também, que você estará sendo avaliado e observado pelo professor e pelos colegas mais graduados, os quais poderão cobrar por sua atitude irregular, inclusive por seu parceiro, o qual emprestou seu corpo para o exercício em foco.

Calçados

            Os chinelos, sapatos ou outros tipos de calçados devem ser usados ao caminhar até a área de prática de dos exercícios, com a finalidade de se evitar alguma infecção, que pode ser transmitida e passada para os colegas pelos pés

            Estes calçados devem ser retirados antes de adentrar na área de prática de karate, devendo ser colocados, corretamente, apontando para fora do Dojo e fora do caminho, para evitar que alguém tropece neles, pronto para serem calçados para evitar confusões no final de cada aula, além de facilitar a saída dos alunos.

Forma de andar

            Ao se movimentar-se sobre o Dojo, o aluno deve ter todo o cuidado e atenção, o completo controle de seus passos. O praticante deve evitar ficar balanceando os braços, ou girando a cabeça,sem prestar atenção no que está fazendo, permanecer em estado de completa concentração.

            Deve olhar para onde anda e se mover com segurança, sendo educado com os colegas, dano-lhe o espaço, mesmo que não lhe seja solicitado, expressamente. Ao proceder assim, o aluno estará agindo politicamente correto, além de demonstrar educação, evitando acidentes banais.

            Não é demais em dizer que, ao passar por um colega que está fazendo um exercício, não o interrompa, espere que ele termine, sendo uma regra de segurança e de educação, também. Igualmente, ao passar por uma fila de alunos sentados, se possível, ande por trás deles, não na frente deles e o professor, pois assim agindo, atrapalhará a visão deles. No entanto, se precisar passar na frente deles, estenda a mão direita e faça uma leve reverência para à frente, para se desculpar por estar impedindo a visão.

Permanecer em pé

            Quando o aluno estiver em pé, poderá ser entendido como falta de educação se apoiar na parede, colocar as mãos nos bolsos, cruzar as pernas ou ficar de qualquer jeito, desleixado. Por certo, não seria excesso de zelo em pensar que alguém poderá atacá-lo por trás, nesse momento, durante uma aula de artes marciais. Mesmo porque, ao permanecer em pé, o aluno estará alerta para evitar eventual perigo.

Sentado

            O aluno, em determinadas ocasiões, ao permanecer sentado, deverá assumir uma posição correta e preventiva, não deve ficar com as pernas estendidas para frente pois, em tese, poderia uma pessoa cair sobre seus joelhos ou tropeçar na sua perna. O normal é no sentido de que seus braços e pernas fiquem protegidos e recolhidos junto ao corpo, por cautela, como modo de segurança e proteção.

            Por fim, ao fazer uma reverência qualquer durante uma aula, pare por uns segundos e pense no que está fazendo, no seu propósito, na profundidade de seu gesto.

CAPÍTULO XIII

TÉCNICAS DO KARATE

            I – Introdução; II – Bases naturias; III – Técnicas de bloqueios; IV – Técnicas de braços; V – Técnicas de chutes; VI – Arbitragem; VII – Outros termos; VIII – Golpes indiretos.

I – INTRODUÇÃO

            Técnicas de karate

            – bases no Dojô;                                 – defesas (uke waza);

            – técnicas de mão (socos\)                  – técnicas de braço (socos);

            – técnicas de pé (gueri waza)             – técnicas de pernas (gueri waza).

            Outras técnicas são encontradas, como as de absorção de impacto, que são utilizadas pelos praticantes de níveis mais elevados e de maior experiência. Dentre essas técnicas são apontadas: quebramentos e projeções ao longo do golpe, que necessitam de bastante treinos, consideradas técnicas mortais, as quais devem ser treinadas e executadas com moderação, para proporcionar o equilíbrio do corpo e a mente, parte física e psíquica, evitando acidentes desnecessários e traumáticos.

II – BASES NATURAIS DO KARATE – (Shizentai)

Heisoku Dachi              – Base com os pés unidos e apontando para à frente

Mosubi Dachi               – Base com os pés unidos e apontando para fora

Heiko Dachi                  – Base natural com os pés afastados e apontando para à frente

Hatidi Dachi                 – Base natural com os pés afastados e apontando para fora

Uchi Hachi Dachi         – Base natural com os pés afastados e apontando para dentro

Teiji Dachi                    – Base em T

Renoji Dachi                 – Base em L

Zenkutsu Dachi            – Base com peso à frente (peso 60% na frente e 40% atrás)

Kokutsu Dachi              – Base com pesos atrás (peso 30% na frente e 70% atrás)

Kiba Dachi                    – Base (peso igual, 50% na frente e 50% atrás)

Sanchin Dachi              – Base do cavaleiro

Tachi                             – Base pequena meia lua

Kaki-Dachi

Hangestsu Dachi           – Base meia lua

Shiko Dachi                  – Base de Sumô

Fudo Dachi                   – Base imóvel (Sochin Dachi)

Neko Ashi Dachi          – Base do gato

Tsuru Ashi Dachi         – Base do grou

Kosa Dachi                   – Base com as pernas cruzadas.

III – TÉCNICAS DE BLOQUEIOS – (Defesa – Uke Waza)

Uke Waza                               – Técnica de defesa

Gedan Barai                           – Defesa baixa (varrendo)

Age Uke                                 – Defesa alta, ascendente

Soto Ude Uke                         – Defesa com a parte externa do antebraço

Soto Uke                                – Defesa de fora para dentro

Uchi Ude Uke                        – Defesa da parte interna do antebraço

Shuto Uke                              – Defesa com a mão em espada

Kakuto Uke                            – Defesa com o dorso do pulso dobrado

Keito Uke                               – Defesa com a mão em crista de galo

Seiryuto Uke                          – Defesa com a base da mão em espada

Tate Shuto Uke                      – Defesa vertical com a mão em espada

Teisho Uke                             – Defesa com a base da palma da mão

Morote Uke                            – Defesa com os dois braços, um apoiando o outro

Haishu Uke                            – Defesa com o dorso da mão

Haito Uke                               – Defesa com o dorso da mão em espada

Osae Uke                                – Defesa pressionando

Sukui Uke                              – Defesa em concha

Juji Uke                                  – Defesa em cruz

Kakiwake Uke                       – Defesa abrindo caminho com as duas mãos

Nagashi Uke                           – Defesa esquivando-se

IV – TÉCNICAS DE BRAÇOS (Socos)

Age Uke                                 – Soco ascendente

Choku Zuke                           – Soco direto

Gyaku Zuke                           – Soco contrário à perna

Enpi Uchi                               – Golpe com o cotovelo (Hiji Ate)

Hikite                                     – Puxada rápida de mão para a origem

Hikiachi                                  – Puxada rápida de pé para a origem

Kizami Zuke                          – Soco curto

Mawashi Zuki                        – Soco longo de f ora para dentro

Oi Zuke                                  – Soco avançado

Nukite                                    – Mão em ponta de lança

Shuto Uchi                             – Golpe com a mão em espada

Tate Zuke                               – Soco vertical

Tettsui Uchi                           – Golpe com o punho martelo

Tsuki Wasa                             – Técnica de soco

Uchi de Waza                         – Técnica de ataque

Uraken Uchi                           – Golpe com o dorso do punho

V         TÉCNICAS DE CHUTES – (pernas – Gueri-Waza)

Ashi Uchi Waza            – Técnica de pernas – manobras feitas com os pés

Ashi Barai                     – Rasteira

Ashi-Ate Waza             – Reunião de todas as técnicas feitas com os pés

Atemi Waza                  – Técnicas que visam paralisar os sentidos do adversário

Aiki-Ho                         – Técnica para impedir a força do adversário

Amashi                         – Esquivar de um golpe retrocedendo

Aiame                           – Colocar uma distância simétrica entre os adversários

Fumi Komi Geri           – Chute em estocada para baixo – pisão

Gueri Waza                   – Técnicas de pernas

Guiaku Kaitden            – Direção da rotação do quadril oposto à técnica

Hiza Geri                      – Joelhada

Jun Kaiten                     – Direção da rotação do quadril e da técnica, a mesma

Karen Waza                  – Conjunto de técnicas do Karatê-Dô Tradicional

Keague                          – forma de chicotada, momento rápido

Kekomi                         – técnica penetrante, que esmaga

Keri Waza                     – Técnica de chute

Kiai                               – Grito para unificar com o espírito, descarga de energia

Kihon Waza                  – Técnicas base de uma Ryu; técnicas padrões

Kime Waza                   – Técnicas decisiva, finais

Kime                             – Ataque rápido, finalização correta, eficiência penetrante

Koshi Waza                  – Técnicas com os quadris

Mae Geri                       – Chute frontal

Mawashi Geri               – Chute Circular

Mikazuke Geri              – Chute crescente

Nami Ashi – Gaeshi      – Onda que retorna – usado como defesa ou ataque

Nidan Geri                    – Chute duplo

Ouriashi                        – Deslocar, deslizar sobre as pernas

Suri Ashi                       – Deslocamentos curtos, caminhando pouco a pouco

Tai-Sabaki                     – Esquivar, girar, fazer do eixo fixo em uma das pernas

Tamashi Vari                – Técnicas de quebramento de telhas, tijolos, madeiras

Tande                            – Ponto onde se localiza toda a energia (Chi ou ki) da pessoa

Te Waza                        – Técnica onde se usa a mão

Tobi Gueri                    – Chute saltando

Uchiu Waza                  – Técnicas de defesas do Karate-Dô Tradicional

Uke Waza                     – Técnicas de bloqueios

Ushiro Geri                   – Chute para trás

Yoki Ashi                     – Deslocamentos longos

Yoko Geri Kekomi       – Chute lateral em penetração

Yoko Geri Keage          – Chute lateral ascendente

Yoko Gueri                   – Defesa para os lados

Zuki Waza                    – Técnicas de golpes diretos

VI – ARBITRAGEM

Aka                                         -Vermelho

AO                                         – Azul

Shomen Ni Rei                       – Cumprimento para frente

Shinpan Ni Rei                       – Cumprimento para os árbitros

Otagai Ni Rei                         – Cumprimento mútuo entre os lutadores

Sagate Suwate                        – Recuar e sentar

Nakae                                     – Ordem para entrar na área de luta

Shobu Ippon Hajime              – Iniciar a luta – disputa por um ponto

Tsuzukete Hajime                  – Reiniciar a luta

Yame                                      – Parar a luta

Aka Jogai Ikkai                      – Vermelho saiu da área de luta uma vez

AO jogai Ikkai                       – Azul saiu da área de luta uma vez

Aka AO) Jogai Nikai             – Vermelho (azul) saiu da área de luta duas vezes

Yowai                                     – Golpe fraco

Torimasen                               – Não marcou ponto

Aiuchi                                     – Lutadores deram golpes simultâneos

Mienai                                    – Árbitro não viu

Atoshibaraku                          – trinta segundos para acabar a luta

Soremade                               – Final da luta

Jiokan                                     – Tempo

Fukushin                                 – Reunião de árbitros auxiliares

Fukushin Shugo                     – Reunião de todos os árbitros auxiliares

Hantei                                     – Decisão dos árbitros – julgamento

Keteisen                                 – Luta decisiva

Keikioku                                 – Infração leve

Chui                                        – Infração moderada

Hansoku                                 – Infração grave

Taido                                      – Conduta anti-desportiva

Shikkaku                                – Desclassificado

Muno Shikkaku                      – Desclassificado – não sabe karate

Waza Ari                                – Meio ponto

Ippon                                      – Um ponto

Nihon                                     – Dois pontos

Sambon                                  – Três pontos

Awasete Ippon                       – Dois Waza Ari reconhecidos como um Ippon

Aka No Kachi                        – Vitória do vermelho

AO No Kachi                         – Vitória do azul

Aka Kiken AO No Kachi       – Desistência do vermelho – vitória do azul

AO Kiken Aka No Kachi       – Desistência do azul – vitória do vermelho

VII – OUTROS TERMOS

Bunkai                                    – Estudo das técnicas e aplicações de kata

Chudan                                   – Nível intermediário

DO                                         – Caminho rumo à iluminação espiritual, uma arte zen

Enbbusen                                – Linhas de atuação

Gedan                                     – Nível inferior (alvo)

Kirite                                      – Puxada de mão

Jodan                                      – Nível superior (alvo)

Kamae                                    – Posição de alerta – guarda

Kiai                                         – Grito liberado, focalizando a energia, manifestação do Ki

Kime                                       – Foco de potência, arremate, finalização,’’ energia física

Makiwara                               – Alvo de treinamento feito de palha, prensada ou enrolada

Mokuso                                  – Meditação

Mushin                                   – integração mente e corpo (mente livre de ilusões)

Rei                                          – Cumprimentar

Seiza                                       – Maneira correta de sentar

Sensei                                      – Professor, mestre

Shizentai                                 – Posição natural- o corpo permanece relaxado, mas alerta

Tai Sabaki                              – Esquivas

Yoi                                         – Preparar

Yudansha                               – Praticante graduado, faixa preta (qualquer grau)

Zanshin                                   – Estado de reserva mental/espiritual

Zarei                                       – Cumprimento sentado

VIII – GOLPES INDIRETOS – (Uchi Waza)

Haito Uchi

Shuto Uchi                    Defesacom a facada mão

Ague Empe-Uchi

Tettsui-Uchi                  Pontada do martelo, punho fechado

Urakem                         Atrás das juntasdos deos indicador polegar

CAPÍTULO XVI

COMPETIÇÕES NO KARATE

            I –Kata; II –Kihon; III – Kumite; IV –Competições de karate; V – Conceitos básicos

I – KATA

Os aspectos didáticos da prática do Karate

            Os aspectos práticos de regras didáticas do karate moderno foram apresentados por Funakoshi no Japão, tendo em vista que antes disso, em Okinawa os treinos eram baseados, simplesmente, nos kaka e Makinawara (tábua de madeira pra socar).

            Então os treinamentos de karate passaram AA ter uma sequência lógica epedagógica, onde as etapas deviam ser cumpridas à risca , dependendo do rendimento do bom rendimento da etapa anterior, passando ter a seguinte ordem: a) khiron; kata; kihon Gohon kumite; kihon Sambom kumite; kihon Ipon kumite; Jiu Ipon kumite; Ju kumite; Shiai kumite.

            Kata – deve ser escrito sem o acento no final, no singular, pois no idioma japonês não existe o plural. Os kata constituem-se em exercícios formais, práticos e direitos. Trata-se de uma luta contra um adversário imaginário, onde todo movimento tem uma aplicação prática, de defesa , ataque e contraataque. O kata é a raiz do karate, onde todas as técnicas de luta e defesa florescem.

            O kata é a parte mental do karate, sendo uma espécie de luta contra um inimigo imaginário, expressa em seqüências fixas de movimentos.

            Bunkai: É a aplicação do kata

            Enbbussen: é o diagrama do kata. É a linha do kata. Trata-se de uma luta imaginária, uma forma de ginástica rítmica e precisa, onde o karateca desenvolve a técnica de forma que seu corpo adquira os movimentos automáticos e naturais.

            Os kata praticados no estilo Shotokan de karate tradicional são: Heian Shodan, Heian Nidan. Heian Sandan, Heian Yodan, Heian Godan, Tekki Shodan, Tekki Nidan, Tekki Sandan, Bassai Daí, Bassai Sho, Kanku Daí, Hanguetsu, Empi, Jionj, Jiin, Jitte, Chinte, Wankan, Gankaku, Nijushiho, Sochin, Unsu, Meikyo, Kankusho, Gojushiho Sho e Gojushiho Daí.

            São apontados os pontos chaves do karate, a postura, concentração, velocidade, tempo e impacto e o tandem (abdômem) é o centro de todas as forças do corpo. Destaca-se que o karate se divide: kihon (fundamentos); kata (formas); e Jyu kumite (lutas).

II – KIHON

            kihon consiste na pratica de movimentos individuais, pela repetição dos exercícios, onde se busca o seu aperfeiçoamento, comn a finalidade de torná-los quase naturais. A execução prática dos fundamentos dos kihons é de essencial importância para o karate, tendo em vista que sem o domínio de seus fundamentos, as técnicas não teriam a eficiência necessária para aplicá-las ao kumite.

III – KUMITE

            O kumite (pronuncia-se kumitê), significa a luta propriamente dita. É a aplicação prática das técnicas do karate diante de um adversário real. O objetivo do kumite é demonstrar a efetividade e eficiência das técnicas de defesa, ataque e contra-ataque.

            Os pontos importantes a serem observados nos treinamentos do kumite são: a distância, velocidade reação, antecipação, controle correto na aplicação de ataques e defesas. O kumite permite desenvolver a tática e a estratégia. Seu aprendizado é progressivo e inclui diversos tipos de lutas, conforme o estilo a que pertence e a faixa do kaateca.

IV – COMPETIÇÕES DE KARATE

            A busca de vitórias em competições, não é o principal objetivo do karate, sendo eventos que permitem ao praticante fazer uma auto-avaliação técnica e emocional de seu performance. Vencer ou perder em uma competição não é o mais importante, o resultado é decorrente do crescimento como lutador e como pessoa que se espera atingir.

            O que se exige dos praticantes em uma competição de karate, é a eficiência na execução dos movimentos, ou seja, a dinâmica corporal utilizada para se aplicar os golpes e não somente a velocidade ou o contato.

            Não basta acertar o alvo é preciso fazê-lo de forma correta, baseado nos fundamentos técnicos do karate. Isso exige um grande domínio físico e mental do atleta e, também, estimula a busca pelo aperfeiçoamento pessoal e o refinamento da técnica, destacando a afirmaçãoa  recorrente:

“Perder-se na beleza dos movimentos ou apenas buscar pontos numa luta leva à perfeição da técnica e do praticante”.

            Em uma competição de karate não há divisão de passos. O lutador, cujo físico é pequeno, poderá vencer o grande, se estiver bem preparado. Ele deverá estar disposto a enfrentar qualquer adversário, seja qual for o seu tamanho.

Designações do kumite

Kihon Kumite: É o combate físico que ocorre entre os praticantes do karate em uma competição.

Kihon Ipon kumite: é o kumite básico em um deslocamento. É o combate básico entre os praticantes do karate. No kihon Ippon Kumite ou Yakussuku Ippon Kumite, os praticantes combinam previamente o golpe e o local do golpe (rosto ou estomago) e a defesa a ser utilizada. Essa prática é feita sem movimentação, sendo o mais básico dos tipos de kumite.

Gohon Kunite: é o kumite de cinco deslocamentos. É o combate a cinco pessoas e tem por objetivo fortalecer o vigor dos praticantes através de seqüência de ataques e defesas. O Gohon kumite deve ser praticado à exaustão, procurando realizar cada movimento com a maior precisão e fidelidade possível.

Sambon kumite: é o kumite de três deslocamentos. Consiste no combate entre três praticantes, tem por objetivo aumentar a agilidade de quem ataca e de quem defende. Deve ser executado com a máxima intensidade e velocidade de movimentos, pois só assim terá o controle necessário do domínio das técnicas utilizadas. O corpo deverá trabalhar como uma unidade que se desloca pela área de combate.

Ippon Kumite: é o combate de um passo, tendo por objetivo criar no praticante a idéia de vencer com um único golpe. Para tanto é necessário o desenvolvimento das habilidades, como a observação para análise das situações. A noção de espaço e tempo (maai em japonês) torna-se necessário e fator principal, bem como o conhecimento real do próprio corpo e de seus limites físicos e mentais.

Jyu Ippom Kumite: é o combate semi-livre, a um deslocamento, ou a um único golpe, tendo por objetivo favorecer o desenvolvimento de vivências corporais nas situações de luta real e assim, preparar o corpo e a mente para a luta. Os praticantes combinam, previamente, o local do golpe. Qualquer defesa pode ser utilizada.

            O golpe deverá ser “limpo”, isto é, sem utilização de simulaçao ou fintas, e o atacante deve aguardar a defesa e o contra-ataque antes de continuar, sendo a preparação para a luta real.

Shiai Kumite: é o combate com regras oficiais e tempo definido, variando de federação ou confederação, ou seja, praticamente hoje em dia a maioria das lutas são realizada em Shiai-Kumite (luta de competição). É o combate com o objetivo de marcar pontos.

Jyu Kumite: é o combate livre, sem regras, uso livre de todo o tipo de técnicas, tanto de braço como de pernas, luxações, projeções, estrangulamentos. O Jyu kumite é o que mais ensina em situações real, quando não se deve subestimar o adversário, que também depois de cansado se torna igual a nós. No Jyu kumite nada é combinado, previamente, entre os praticantes.

Kumite Individual: trata-se de um combate individual.

Kumite em equipe: é o combate em equipes de cinco pessoas. A cada luta são somados os pontos de cada lutador aos pontos de suas equipes. Será vencedora a equipe que obtiver o maior número de pontos ao final da última luta.

Enbu: é o teatro marcial consistente na apresentação de aplicações de técnicas de karate-Dô em duplas. A decisão é tomada por notas dos árbitros.

Funku-Go: é a disputa individual que engloba kata e kumite, alternando a cada rodada. A ITKF instituiu o Kilei como kata oficial das competições de Funku-Go, para permitir as disputas diretas (lado a lado) de competidores de estilos diferentes.

V – CONCEITOS BÁSICOS

            – Hidari:           Esquerda

            – Migi                Direita

            – Deai:               Antecipação sobre o golpe do adversário. O adversário inicia o golpe e antes de completar deve se antecipar.

            – Go-no-sem:    Tomada de iniciativa posterior (dois tempos). Provocar o adversário, para que utilize uma técnica. Defende-se e contra ataca.

            – Tai-no-sem: Espera e antecipa o contra ataque (um tempo e meio).

            – Sem-no-sem: Prevê a intenção do adversário e antecipa com uma técnica (um tempo).

CAPÍTULO XV

EVOLUÇÃO DO KARATE

I – Introdução; II – perspectivas do karate atual

INTRODUÇÃO

                                      Recordando o que já foi dito anteriormente, o karate é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu a partir da arte marcial autônoma de Okinawa, no Sul do Japão, sob à influência do Chun-Fa chinês e dos koriy japoneses, que eram modalidades de lutas, incorporando o aspecto das disciplinas guerreiras ou Budô.

                                      Em seu primeiro estágio de desenvolvimento, a influência chinesa foi notada, passando após a ser um modelo ultrapassado, onde ocorriam agressões e projeções, para um segundo momento, com destaque para os golpes traumáticos, com técnicas de estilos vindos do Sul da China e, depois, em terceira etapa emconsequência dos movimentos políticos japoneses, estes introduziram sua cultura e disciplina nos combates, tornando-os mais diretos, simples e didáticos, com a renúncia dos movimentos supérfluos, desnecessários e contraproducentes, além de violentos.

                                      Dos movimentos políticos que foi citado, decorreu da reanexação de Okinawa ao impérior japonês em 1979.

                                      O conteúdo pragmático e técnico do karate concentra, essencialmente, golpes contundentes (Atemi Waza), como pontapés, socos, joelhadas, bofetadas etc, executados com as mãos desarmadas. São ainda utilizadas técnicas de projeção, imobilização e bloqueio (Age Waza, kitane Waza e Uke Waza), ensinados com maior ou menor intensidade, conforme o estilo ou escola de karate a que pertença.

                                      Ao longo do tempo, a evolução do karate ocorreu, lentamente, de modo quase que uniforme, orientados por grandes mestres, os quais lançaram sua suas bases, tornando o karate mais moderno, sob às premissas em três pilares básicos: a) kihon (técnicas básicas); b) kata (sequência de técnicas) simulando uma luta, em várias aplicações práticas; c) kumite (luta propriamente dita), a partir de uma simulação de modo esportivo ou competitivo, o mais próximo de uma realidade possível. Assim, o karate sofreu mutações lentas ao longo de sua história. O karate surgiu a partir de um propósito, que era a defesa pessoal ou de um grupo, firmando-se, pois, em três pontos (kihon, kata e kumite), sofrendo variações nosdias de atuais, devido à proliferação de estilos ou de escolas de karate.

                                      No último século (século XX) , de 1900 ao ano 2000, as escolas de karate deram maior importância ao crescimento do aperfeiçoamento físico, do aumento da velocidade, da flexibilidade e capacidade de esporte de combate. Desse modo, ficou em um plano secundário, somente para as escolas tradicionais, a prática de exercícios mais duros, rigorosos, como testes de resistência, prova de quebramento de tábuas de madeiras, de tijolos ou de gelo. Duas correntes antagônicas discutem o assunto: a) uma pretende preservar as peculiaridades originais da arte marcial, o seu sentido filosófico; b) a segunda direciona-se para o lado esportivo, lúdico, em um plano aparentemente moderno, como marketing para adesão de novos praticantes.

                                      Ainda, no século passado, por volta de 1930, o karate começou a passar por transformações, sofrendo paulatinamente alterações, de modo ou de conteúdo, quanto à forma peculiar de divulgar a modalidade, com a diferenciação de técnicas, inicialmente combatidas pelos mestres e, depois, estes começaram criar suas próprias escolas ou estilos de karate: Shito-Ryu (Kenwa Mabuni em 1926); Shotokan (Funakoshi, 1922); Goju-Ryu (Chojun Miyagi, 1930); Wado-Ryu (Hironori Otsuka1935); Shorin-Ryu (Choshin Chibana) etc.

                                      Embora aceito mundialmente, como esporte e classificado como esporte olímpico, tendo participado em dois Jogos Pan-Americanos, ainda não encontrou um sistema unificado de valorização para as competições, o que vem encontrando óbices e maiores dificuldades para a sua aceitação como esporte presente nos Jogos Olímpicos Mundiais.

                                      Na atualidade, citamos, novamente que existem inúmeras escolas ou estilos que praticam o karate, cada uma a seu modo e forma, sem se afastar de sua essência, das artes marciais oriundas da antiga Oknawa e desenvolvidas com mais intensidade a partir do início do século vinte, pelos mestres japoneses, muitos deles nascidos no século dezenove, como é o caso de Funakoshi. E nesses estilos de karate apareceram dois tipos de praticantes: a) o simples desportista, das horas vagas; b) do karateca firme, habilidoso, estudioso e filósofo do que faz e procura desenvolver melhor a arte marcial, como disciplina séria, rigorosa e de forma ética.

                                      Certamente, o praticante dedicado, além do condicionamento físico, espera um dia mudar de faixa e sonha alcançar a faixa preta, ser chamado de Sensei e mestre, como processo natural e prêmio por anos de dedicação ao karate. Se orgulha do Dojo que frequenta, faz reverência aos mestres passados, além daqueles presentes.

II – PERSPECTIVAS DO KARATE ATUAL

                                      Noticia-se que a fase triste do karate não mais subsiste, que ficou para trás, quando os estudos e as estatísticas apontavam a presença da violência e a alta letalidade de determinados golpes, a exemplo do que ocorreu quando um oponente veio a óbito provocado por violento golpe desferido pelo Mestre Choki Motubu. Depois desse lamentável episódio, certamente involuntário, surgiram regras proibitivas e, também, equipamentos de proteção para os combatentes, como o colete para o peito e capacetes para a proteção da cabeça.

                                      Paralelamente a isso, os estudiosos passaram a desenvolver o lado filosófico do karate, do maior respeito para os colegas e demais praticantes, com a cultura do OSS.

                                      Os golpes rudes e perigosos tem recebido críticas de todos os mestres, os quais destacam que o karate não deve ser entendido como uma simples prática desportiva, pois a essência das artes marciais é outra, o condicionamento físico e psicológico do praticante. Deve existir normas de proteção aos lutadores, editadas internamente pelas entidades, para que os participantes das competições não se afastem dos princípios que norteiam o verdadeiro espírito do karate, com penalidades aos infratores, sob pena de sofrer punições, como a desclassificação e, em consequência, a perda pontos.

                                      Em assim se procedendo, com a aplicação de tais penalidades conquanto estas devem ser imediatas e precisas e eficazes em um mundo real, medidas estas aliadas  às recomendações diuturnas dos mestres de karate, sem prejuízo da técnica e nem diminuição da potência, para resistir aos contraataques,impedindo, ainda que o karate não se torne um esporte de freiras.

                                      Surgiria, assim, uma idea diferente para o mesmo contexto, acerca do karate contemporâneo, a primeira como arte marcial que é, tendo por objetivo o aprimoramento do corpo, de sua inteligência, de sua personalidade; a segunda com um olhar desportivo, não mais do isso.

                                      Via de regra as competições, encontros e campeonatos, teriam como objetivo desenvolver duas modalidades: o kata e o kumite, surgindo, ainda, uma terceira opção, uma subdivisão do kata, o Bunkai.

                                      Na competição de kata, os pontos são concedidos por cinco juízes, conforme o desenvolvimento dos atletas, a exemplo da ginástica olímpica, onde é analisado o correto exercício de cada movimento e a interpretação pessoal do kata, como variação de velocidade desses movimentos (bukai). Na execução dos kata em grupo (geralmente três atletas), torna-se importante a sincronização dos momentos entre seus componentes.

                                      Nas competições de kumite, dois atletas ou duas equipes enfrentam-se durante um tempo determinado, que pode ser de 2 a 5 minutos e os pontos são concedidos pela técnica, pela área do contato do golpe, pela parte do corpo que é atingido, As técnicas permitidas variam conforme os estilos de karate. No kumite pode ser de semi contato (estilo Shotokan), ou de contato direto no estilo Kyokushin.

                                      Destaca-se, por fim, que o modelo seguido pela Confederação Brasileira de Karate – CBK e por entidades a ela filiadas, o Yoku vale um ponto e equivale a um soco no abdome, no peito, no rosto ou nas costas; Wazari, dois pontos, chute na área das costas, do abdome, ou nono peito ou chute na área lateral do tronco; Hippon, três pontos, chute na cabeça ou nas laterais do pescoço, com contato rigorosamente controlado, de 5 a 10 cm, desde que o oponente não esboce reação, em pé ou caído; pode-se aplicar uma técnica de pontuação, no oponente caído no chão e sem chance de contra-atacar em um intervalo de até 2 segundos, independente de ter caído por si só ou ter sido derrubado com uma técnica de varredura ou de projeção.

                                      A exemplo das demais artes marciais, japonesas, o karate desenvolveu-se, praticamente, em Okinawa, onde havia uma língua própria, embora o vocabulário fosse, basicamente, o japonês, motivo de seu uso até hoje, como predominante nas aulas de karate, tradição que deve ser incentivada.

III – O KARATE NAS ESCOLAS

                                      É importante o incentivo da prática do karatre nas escolas, apartir do ensino fundamental, onde nasce e desperta na criança o desejo, o sonho, e a meta de ser um dia um grande desportista, um karateca.

                                      Para a divulgação do karate nas escolas torna-se necessário que se introduza profesores de tarate e que estes tenham o incentivo bastante para criar ambientes proício,  para o convencimento dos órgãos públicos, mediante convênios, entrega de materiais, repasses de valores, inclusive para formação de atletas.

                                      Também é importante o desenvolvimento do karate nos clubes, igrejas, empresas, fábricas e sociedades civis.

CAPÍTULO XVI

O SISTEMA JURÍDICO E O KARATE

            I – Introdução; II – Violência desportiva; II – Causas de exclusão de inimputabilidade; IV – Lei das Contravenções Penais. V – Espécies de armas

I – INTRODUÇÃO

            CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDES

            Pode-se afirmar que em certas situações da vida, a pessoa, ao executar um ato tipificado como crime, em tese, estaria praticando um crime. No entanto, poderá ocorrer a exclusão de ilicitude, nos termos do art. 23, do Código Penal, in verbis:

            “Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:

            I – em estado de necessidade;

            II – em legítima defesa;

            III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito”.

II – ViolÊncia esportiva

            A violência esportiva constitui a prática esportiva e violenta, do que pode resultar em lesões corporais a um dos participantes ou de ambos.

            A prática de vários esportes, como o futebol, o boxe, a luta livre ou as artes marciais, pode produzir resultados danosos à saúde. Desde que haja obediência irrestrita às regras do jogo, os seus autores dos fatos típicos não respondem por crime, encontrando-se acobertados pela excludente de ilicitude, por se encontrar no no exercício regular de direito.

Exercício regular de um direito

            Durante os regulares treinamentos ou nas competições de karate, poderá ocorrer que um atleta venha causar lesões em outro atleta e, nesse caso, estará causando lesões corporais no seu oponente, que poderá ser leve ou grave, dependendo da intensidade do golpe e do resultado advindo de tal prática.

            Como descrito no art. 23, do Código Penal acima transcrito, caso um atleta venha causar lesões corporais a seu oponente. Nesse caso estará acobertado pelas excludentes de ilicitudes e, também, estará isento de pena por não cometer crime algum, desde que tenha seguido as regras do jogo (os regulamentos previamente existentes).

            Somente para ilustrar, o art. 129, do Código Penal, preceitua:

            Lesão corporal (leve)

            “Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

            Pena: de três meses a um ano.

            Leão corporal grave

            A lesão corporal será considerada grave quando ocorrer: a) a incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; b) perigo de vida; c) debilidade permanente de um membro; d) a aceleração do parto.

            Pena: reclusão de um a cinco anos.

III – causas de exclusão dE imputabilidade

            Por questão adotada pela política criminal brasileira, a pessoa (autora de de um fato típico), embora autora de um crime, não responderá por este crime, eventualmente praticado, quando presente um dos elementos abaixo:

  1. a) doença mental do agente;
  2. b) desenvolvimento mental incompleto;
  3. c) desenvolvimento mental retardado;
  4. d) embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior.

            A doença mental será sempre verificada no momento da prática do ato criminoso e tem como conseqüência

  1. a) causas endógenas, internas: a psicose, paranóia e esquizofrenia;
  2. b) causas exógenas ou externas: qualquer acontecimento externo, como a perda de um parente etc.

            O desenvolvimento mental incompleto ou retardado está presente:

  1. a) nos idiotas; b) no imbecil; c) no débil mental; d) menor de 18 anos.

IV – LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS – LCP

                                      A Lei das Contravenções Penais, aprovada pelo Decreto-Lei nº 3.688/1941, contém a proibição do uso de armas brancas ou armas de fogo, tipificando esses atos como ilícitos penais de menor potencial ofensivo, os chamados crime-anão (o art. 119, desta Lei), vigorou até a entrada em vigor da Lei n° 10.826-2003, o art. 19 (Estatuto do Desarmamento), se aplicava as armas de fogo e, agora, só para as armas brancas.

Lei das Contravenções Penais

                                      O art. 19, da LCP, ao tratar das contravenções referentes à pessoa, assim dispõe:

“Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade”.

Porte de armas

                                      No caso acima, está prevista a pena de prisão simples de 15 dias a 6 meses, ou multa, ou ambas as penalidades cumulativamente.

                                      Para saber se ocorreu infração à Lei das Contravenções Penais é importante analisar o caso concreto, inclusive pesquisar algumas jurisprudências sobre o assunto.

Jurisprudência

                                      A jurisprudência consiste na análise das decisões dos tribunais no mesmo sentido ou de divergências sobre o assunto.

                                      Deve ser levado em conta o caráter subjetivo, a verdadeira intenção do agente que estava portando a arma, pois: a) a posse de uma navalha por um barbeiro, não seria uma infração penal ou de um alfaiate que leva uma tesoura no bolso, sendo instrumentos de trabalho, o que conta é a intenção do agente.

                                      Quanto ao praticante de artes marciais, a jurisprudência tende a se posicionar no sentido de que o karateca, ao portar uma arma branca, relacionada à sua modalidade esportiva, indo ou vindo para seu Dojo, não estará cometendo infração penal alguma.

                                      O art. 5° parágrafo 1°, do Decreto nº 6911/1955, fixa o tamanho da lâmina da faca em até 15 cm, acima desse parâmetro, estará proibida, em tese. Nada impede que uma faca com medidas superiores possa não caracterizar uma contravenção penal, tudo vai depender da intenção do uso, como elemento subjetivo do agente e do local e uso de certas armas.

Porte e transporte de armas

                                      A diferença se encontra no alcance para o imediato uso, como se estiver na cintura do agente, seria considerado porte. Por sua vez, a arma branca guardada no porta-malas de um veículo, ou em pasta trancada, será considerado transporte e não será punível, por não caracterizar infração penal.

                                      Outros casos, arma branca dentro da mochila, será considerado o fato concreto e a análise pelo juiz, no momento oportuno.

                                      Não será concedida licença administrativa para o porte de arma branca, somente para a arma de fogo. Então existe o entendimento de que o porte de arma branca é absolutamente liberado, livre.

                                      Quanto à penalidade a ser aplicada ao agente, será de prisão simples de 15 dias a seis meses, ou multa, ou ambas as penalidades cumulativamente. É interessante saber que, apesar de estar na lei, mesmo condenado, na prática é muito difícil alguém ficar um dia preso, pois as Leis n°s 9.099/1995 e 10.259/2001 dão oportunidade de conversão da condenação para penas alternativas, a prestação de serviços à comunidade ou pagamento de cestas básicas.

                                      A lei permite a transação penal, desde que cumpridos alguns requisitos: se a pena máxima for de até dois anos. Mas este é outro assunto, mais complexo.

Arma de fogo e legislação específica

                                      O Estatuto do Desarmamento foi aprovado pela Lei nº 10.826/2003, regulamentado pelo Decreto nº 5.123/2004, que “dispõe sobre o registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição”.

                                      A lei proíbe o porte de armas por civis, com exceção dos casos onde haja necessidade comprovada; nesse caso, haverá uma autorização por prazo  previamente determinado e sujeita o indivíduo à demonstração de sua necessidade em portá-la, com efetuação de registro e porte junto à Polícia Federal, para armas de uso permitido; ou perante o Comando do Exército para as armas de uso restrito.

                                      A pessoa (o particular), somente poderá comprar armas nas condições seguintes: a) se for maior de 25 anos; b) possuir ocupação lícita; c) comprovar idoneidade por certidões negativas; d) ter capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio da arma; e) declarar a efetiva necessidade; f) fazer o pagamento das taxas.

Registro da arma de fogo – Lei nº 10.826/2003

                                      Conforme art. 3º, da Lei nº 10.826/2003, “É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente”. O art. 5° da mesma Lei dispõe: “O Certificado de Registro de Arma de fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter as arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio ou dependência desses ou, ainda, no local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa”.

Proibição do porte de armas de fogo

                                      Nos termos do art. 6º: da mesma lei: “É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria”.

Das penalidades

                                      No caso presente, existem as situações: a) pessoa flagrada com a posse de arma de fogo, sem o registro (em sua casa ou em local de trabalho); b) portando a arma de fogo sem o respectivo porte; c) no caso de comércio ilegal ou tráfico internacional de armas de fogo (contrabando ou descaminho), a pena será de reclusão de 4 a 8 anos e não caberá fiança ou liberdade provisória.

                                      Nos casos acima, a e b, a pessoa será presa em flagrante delito e somente será posta em liberada mediante o pagamento de fiança ou relaxada sua prisão pelo juiz competente Na letra c, só será solta por liberdade provisória decidida pelo.

V – ESPÉCIES DE ARMAS

Armas brancas

                                      Todo objeto criado para ferir alguém, mesmo não havendo a morte da vítima, pode ser considerada arma branca.

                                      O conceito de armas brancas pode ser definido: todo instrumento de defesa e de ataque, como a espada, soco inglês, chaco, punhal, nunchaco, faca, facão, foice, tersoura, serão considerados todos instrumentos do crime, ainda lâminas cortantes e perfurantes, com a capacidade para cortar e perfurar, aí incluídas as armas contusas, que causam contusões e são identificadas:

  1. a) próprias: quando produzidas especialmente para o ataque e defesa, como o punhal ou uma faca qualquer;
  2. b) impróprias: devido ao momento, são utilizadas para a defesa e ataque, como a tesoura, faca de conzinha, bengala etc.

                                      A doutrina costuma classificar as armas brancas em sete categorias diferentes, a saber:

  1. a) armas cortantes: são instrumentos que se caracterizam por uma borda delgada, denominada gume ou corte afiado, o bastante para seccionar tecidos por meio de uma pressão deslizante, que provocará maior talho à medida que a lâmina se desloca. Os exemplos clássicos são a gilete e a navalha de barbeiro;
  1. b) armas perfurantes: são os instrumentos terminados em ponta aguda, de secção circular ou poligonal. Servem para perfurar, não produzindo corte. A chave de fenda, um formão e a agulha são os melhores exemplos dados;
  1. c) armas contundentes: atuam pela precisão de choque, tirando partido do momento linear causado pela sua massa ao serem brandidas. O taco de beisebol, o martelo, a soqueira, o rolo de massa e panela são exemplos;
  2. d) armas perfurocortantes: São os objetos constituídos por uma lâmina que apresenta uma ponta e um ou mais games. São utilizados para perfurar e cortar. Exemplos ilustrativos, a faça, a adaga e a garrafa (quebrada);
  1. e) armas cortocontudentes: são as peças que atuam cortando, mas que por conta também de sua massa acabam igualmente exercendo um efeito contundente ou esmagador sobre os tecidos atingidos. A guilhotina, o machado, o cutelo e a force são bons exemplos para ilustrar a definição;
  1. f) armas perfurocontudentes: provocam perfuração, e dada a sua massa, podem fraturara o alvo. Exemplos a picareta, a forquilha, a lança e o arpão;
  1. f) armas perfurocortocontundentes: podem cortar, perfurar e fraturar o alvo. Exemplos armas brancas são o facão de selva, a katana, o montante, a cimitarra e a kusarigama.

Armas de fogo

                                      As armas de fogo, por serem mais ofensivas e letais, interessam mais às autoridades públicas e de segurança, podem ser as mais leves, bem como as mais pesadas e complexas, sendo:

  1. a) armas de uso permitido: somente aos civis é permitido uso de determinadas armas, como o revólver, pistola etc. Essa permissão é dada pela Polícia Federal, sempre em caráter provisório;
  1. b) armas de uso restrito: a permissão do uso e porte de certos tipos de armas é dada pelo Comando do Exército.

Armas brancas no Brasil

                                      Há restrições sobre a posse e uso de certas armas brancas, como as espadas e os espadins das Forças Armadas e Auxiliares, consideradas privativas, conforme Regulamento do Exército (R-105), além da previsão no art. 19, da LCP e na Lei n° 10.826/2003.

CAPÍTULO XVII

PREPARO FÍSICO DE UM KARATECA

INTRODUÇÃO

                                      Certamente as boas qualidades físicas de um atleta proporcionam maiores facilidades para a obtenção de bons rendimentos nos treinamentos e nas lutas em que participa.

                                      Das qualidades de um atleta bem preparado, advirão bons resultados nos tipos de esportes em que participa. As pesquisas acerca dessas qualidades físicas desses atletas, para o karate, tem apontado:  a) velocidade; b) força; potência; c) equilíbrio; d) coordenação; e) ritmo; f) habilidade e destreza; g) resistência; e h) flexibilidade.

                                      As técnicas utilizadas no karate-Do foram criadas por meio de experiências realizadas no dia-a-dia dos treinamentos, com resultados altamente positivos e baseados em experimentos científicos, hoje atribuídos a ldeteka Nihisyama nas Universidades Norte-Americanas, que revelaram que as técnicas do karate estão de acordo com os modernos princípios científicos utilizados na Biomecânica e Psicologia, tais como a utilização do centro de gravidade, princípios de forças conjugadas, vetores e de força etc.

                                      Devido à intensidade dos treinamentos, com a utilização de novas técnicas, sempre estará surgindo novo aprimoramento das artes marciais, como defesa pessoal. Logicamente que a ferramenta central do karate consiste correta utilização das partes do corpo humano, que devem estar em harmonia, proporcionando a estabilidade suficiente para suportar o embate de choques nos treinamentos (socos e chutes).

                                      Nesse contexto, torna-se necessária uma série de qualidades físicas do praticante, as quais são adquiridas e aperfeiçoadas nos treinamentos. Tais qualidades podem ser resumidas: velocidade; equilíbrio, força, ritmo, flexibilidade, equilíbrio, coordenação etc.

  1. a) Velocidade

– velocidade de reação: é o tempo que o atleta leva para responder a um estímulo (comando do cérebro para os músculos). É o tempo de impulso e de ação, que pode ser lenta, moderada ou rápida. No karate é preciso rapidez e velocidade, pois a reação deve ser imediata, sendo imprescindível.

                                      Em resumo a seqüência pode ser assim apresentada: velocidade de reação – tempo – cérebro – estímulo – sistema nervoso – músculos – tempo de resposta aos estímulos – velocidade de reação muscular. É com a velocidade de reação que o atleta consegue chegar  antes que seu adversário, fazendo um wazari primeiro do que ele.

                                      São encontrados dois tipos de velocidade, ambas ligadas aos reflexos esperados: a velocidade de deslocamento e a velocidade de reação.

– velocidade de deslocamento: é o tempo menor que um atleta consegue fazer, deslocando-se de um lugar para outro lugar. Pode ser chamada de velocidade de movimento. Na velocidade de reação o nosso corpo não precisa se deslocar para executar o movimento mais rápido. Ao passo que na velocidade de deslocamento existe o deslocamento de nosso corpo de um lado para outro.

                                      Os treinamentos para a obtenção de velocidades são de vários tipos, como de intervalos: os piques de velocidades de 100, 50, 30 e 25 m, aplicando-se se os métodos de distância, tempo, repetições, intervalos e ação durante o intervalo.

  1. b) Força

                                      Estuda-se aqui a força muscular, sendo a força de um músculo ou de um grupo muscular, que pode exercer contra uma resistência em um esforço ou diminuída de modificações de seus componentes Massa e Aceleração.

Divisões da força: Estática e Dinâmica.

                                      A força dinâmica se divide em força máxima, força rápida (potência), resistência de força (aeróbica e anaeróbica).

– força dinâmica: é a que produz um encurtamento das fibras musculares, aproximando ou afastando segmentos ou partes musculares, pelos eixos ou de articulações. É a força em que existe o movimento em si. Flexão ou extensão do braço sobre o antebraço, para levantar um objeto.

– força estática: quando a tensão muscular se desenvolve sem haver o encurtamento externo do músculo. Existe uma força interna. Empurrar uma parede. Desenvolve a força pura e causa uma hipertrofia muscular (aumento da massa muscular) e prejudica a velocidade muscular, própria dos karatecas;

– Força muscular: é a força necessária para mover o corpo, sendo fornecida pelo sistema músculo-esquelético. Músculos fortes são fundamentais no karate-Dô e quanto mais elásticos e bem treinados, melhor será o deslocamento do karateca. Os músculos devem ser fortes, o suficiente, o que decorre de treinamentos árduos e constantes.

                                      Para a devida sustentação das técnicas nos treinamentos, os músculos devem ser fortes e elásticos, tendo em vista a um alcance de uma pronta velocidade de reação,  e seus regulares reflexos.

– Força e velocidade: a eficiente utilização da força muscular aliada à velocidade terá reflexos diretos na potência. Conforme estudos de Masatoshi Nakayama, 9º Dan, um grande karateca pode atingir a velocidade de até 13,072 m/s e gerar uma força de impacto de até 679,5 kg. A velocidade é um importante elementos na aplicação da força, mas não pode atingir seu efeito máximo se o praticante não possuir um perfeito controle sobre ela.

                                      No karate-Dô, a velocidade se torna mais importante que a força.

– Potência de impacto

                                      A força do impacto de um determinado golpe é o conjunto das contrações que no golpe atuam, sendo esses fatores a velocidade a força muscular. A potência de um impacto é igual a força multiplicada pela velocidade (P=PXV); ou seja, quanto mais forte e mais veloz for um golpe, mais potente ele será.

– Concentração de força

                                      Usando-se, apenas a força de uma mão, de forma isolada, o golpe parecerá fraco. Para que se obtenha a máxima de potência de um golpe é preciso usar a força de todas as partes do corpo, de forma conjunta.

– Sincronização

                                      A forma complexa no treinamento de karate consiste na necessidade de seqüência de cada golpe, de forma concentrada (braços, tronco, quadril, pernas). Todos esses movimentos devem estar em sincronia, harmonia entre eles, para que seja o mais eficiente possível. Como o oi zuki (soco andando), quando o braço deve acompanhar a perna

  1. c) Equilíbrio

                                      É a capacidade de assumir e auto-sustentar o corpo em oposição à lei da gravidade, sendo uma qualidade física obtida das ações musculares para sustentar o corpo sobre uma base, usando forças que anulam a lei da gravidade ou a queda do corpo. Ausente a qualidade do equilíbrio, será difícil a sustentação do corpo nos treinamentos específicos de karate.

– equilíbrio dinâmico: é o equilíbrio obtido  durante o exercício de determinado movimento de deslocamento de nosso corpo. É o equilíbrio numa arrancada de um golpe. Pela harmonia do equilíbrio de movimentos,  chega-se a uma seqüência de socos, chutes, socos e chutes etc. No equilíbrio dinâmico o praticante desloca-se o mais rápido possível em direção ao alvo ou recua  (Oi Zuki);

– equilíbrio estático: é o equilíbrio obtido em uma determinada posição, como na base dos kata (base parada). Para a obtenção de uma boa base de equilíbrio é importante ter uma força de resistência de grupos musculares (coxas, pernas e pés). No equilíbrio estático o praticante não se desloca, ele usa o golpe de defesa ou ataque no mesmo lugar;

– equilíbrio de recuperação: é a recuperação do equilíbrio em uma posição qualquer, depois de ter estado no ar, como no caso de uma puxada e queda da perna, que acabara de dar um chute e, caso ausente esse equilíbrio, cairíamos para frente ou para trás, no chão. O equilíbrio de recuperação, está presente, geralmente, nos kata superiores, os quais exigem movimentos de defesa, ataque e saltos em alturas.

                                      O equilíbrio facilita a estabilidade nos treinamentos e no desenvolvimento de qualquer movimento dentro do karate-Dê, como descrito acima nos três modelos descritos.

  1. d) Coordenação

                                      De forma conceitual, coordenação é a qualidade de sinergia que permite coordenar ação de diversos grupos musculares na realização de uma seqüência de movimentos, com um máximo de eficiência e economia ou rapidez, se estiver envolvidas velocidade e força.

– coordenação elementar: é a que resulta de um único movimento, pode ser um movimento técnico na sua fase inicial de aprendizado, de ensaio, como aos alunos iniciantes nas aulas de karate, nos kihon, nos chutes etc.

– coordenação normal ou fina: resulta de um movimento mais trabalhado, numa forma mais econômica com gasto menor de energia, menos contraído. Os karatecas em nível de elevação, com domínio maior nos golpes, principalmente os de competições.

– coordenação excelente (finíssima): É a prática mais refinada dos movimentos, na execução excelente, mais precisa, objetiva com a aplicação correta de um golpe, sendo encontrada nos atletas de nível técnico superior, já na escala dos Dan (graus de faixa-preta), pertencem aos atletas bem treinados, rápidos, precisos, com domínio absoluto das técnicas e cientes do que fazem.

                                      Tem-se afirmado que a coordenação é a qualidade física do praticante em assumir os movimentos na execução, levando em conta uma atuação progressiva, constante, positiva e atual, visando a uma ótima performance nos diversos grupos musculares na seqüência de movimentos, sempre como máximo de eficiência e economia, essencialmente nos movimentos alternados de pernas e de braços, como lado direito e esquerdo, perna direita e braço esquerdo e vice versa etc.

                                      Desse modo,  o karate-Dô é um eficiente meio para  desenvolvimento das qualidades físicas do indivíduo que necessita na suja vida.

  1. e) Ritmo

                                      Apresenta-se o ritmo como uma qualidade essencial do karateca, visando ao encontro de movimentos coordenados, proporcionais, simétricos e harmônicos, podendo, ainda, ser definido como o encadeamento de tempo, um encadeamento dinâmico-energético, uma mudança de tensão, e de repouso, uma mudança periódica, sendo um conjunto de movimentos ordenados.

                                      Ritmo e Coordenação estão diretamente relacionados no karate e, sem um, o outro praticamente na existiria. Em decorrência de um ritmo correto é possível uma série de golpes em movimentos sucessivos, como defesa, socos, chutes etc. Poderão surgir os movimentos automatizados, mecânicos, repetitivos, persistentes.

                                      O ritmo integra como um elemento essencial na execução das técnicas do karate-Dô, como na execução em séries de um movimento formal que é o kata, que possui três pontos mais importantes, como: a) aplicação da força no tempo correto; b) controle da velocidade nas técnicas de uma técnica para outra; c) rápida transição do corpo de uma técnica para a seguinte;

– Desconcentração total

                                      É a forma que propicia ao praticante recuperar os esforços físicos despreendidos. O método utilizados para prover este tipo de desconcentração no karate-Dô.

  1. f) habilidade e destreza

                                      Toda vez que tivermos que realizar movimentos que exigem um alto grau de coordenação, encontramos a habilidade e destreza de um atleta. A Destreza aglutina várias partes do corpo na realização de certos movimentos (pés, mãos, troncos etc.). A habilidade ocorre quando está presente determinado segmento do corpo, isoladamente (uso dos pés, ou das mãos, separadamente).

– habilidade geral: capacidade de e executar movimentos de forma rápida, com mudanças de direções, de modo seguro e suave, com movimento de fintas de todo o corpo;

– habilidade especial: capacidade para executar  movimentos de alto grau de coordenação no decorrer de uma atividade específica desportiva. Torna-se necessário que o aluno tenha desenvolvido bem uma habilidade geral para melhor trabalhar uma habilidade especial.

Destreza: é a condição de um atleta de dominar movimentos mais complicados, aprendendo rapidamente novas técnicas e adaptando-se as situações diversas.

– domínio de movimentos mais complicados – as pessoas de menos idade, terão mais sucesso e facilidades no seu aprendizado;

– aprender rápido novas técnicas;

– Exercícios desacostumados – correr para trás; saltando para frente e para trás;

 formação multilateral – corridas com obstáculos

– jogos esportivos – ginástica de solo, treinar em condições desfavoráveis.

 – redução de medidas e locais de treinamentos – lutar sem sair do lugar.

Atividades que desenvolvem a destreza e a habilidade:

 – exercícios desacostumados;

 – formação multilateral em atividades básicas;

 – jogos desportivos;

 – ginástica de solo

 – treinar em condições desfavoráveis

 – redução de medidas de locais de treinamento

  1. g) Resistência

                                      Por certo, é a capacidade que o corpo humano tem para suportar uma atividade prolongada, consistindo na capacidade para manter um esforço demorado sem a diminuição de sua atuação e que resista á fadiga e à dor.

Divisões da resistência

 – resistência aeróbica geral: Quando está presente um elevado número de músculos nos movimentos executados. Em uma luta quando vários músculos estão em ação e com um tempo de trabalho longo, sem a exigência de velocidade pura.

 – resistência aeróbica localizada: um treinamento isolado de um determinado tipo de soco, como no tzuku chutes mãe gueri.

                                      Resistência aeróbica é a qualidade física que necessita um praticante para sustentar-se por um período longo de tempo em um exercício físico, sendo o tempo de resistência que precisa de oxigênio e utiliza-se de glicogênios, gorduras e proteínas como combustível químico. É considerada existente a partir de três minutos de exercícios de velocidade de produção lenta, porém praticamente ilimitada e caracteriza-se pela endurance muscular.

                                      Por certo, o desenvolvimento da resistência aeróbica facilita ao praticante as melhorias na capacidade funcional do coração, no transporte de oxigênio pelo aparelho circulatório e aumenta a capacidade das fibras musculares de oxidarem os açúcares e ácidos graxos.

Resistência anaeróbica: é a capacidade em realizar um trabalho com a sua máxima intensidade (velocidade), com o mínimo de absorção de ar, oxigênio. Seqüência de determinados golpes, com a velocidade máxima até chegarmos à exaustão.

 – geral: resistência menor e localizada;

 – localizada; a resistência será maior devido a um grupo maior de músculos em ação.

– Métodos para a obtenção de uma boa velocidade

  1. corrida de grande percurso – em percursos determinados, com metragens certas;

 2 – Parflex: corridas com subidas e descidas, aumentando o ritmo a todo instante;

 3 – corridas polonesas: mistura de vários métodos de exercícios, é muito eficiente;

 4 – treinamento em circuito circuit training: – exercícios realizados em sessões, por número de repetições ou tempo determinado. Consiste numa seqüência de exercícios, bastante práticos e eficientes.

  1. h) flexibilidade

 – chutes: a flexibilidade é de capital importância para todos os atletas visando à obtenção de um bom performance nos exercícios de karate.

 – movimento de pernas, de troncos e cintura: com uma boa flexibilidade de pernas, obteremos chutes na altura desejada e de qualidade. Para se esquivar de um adversário, é importante ter uma boa flexibilidade de tronco e de cintura.

 – boa arrancada: para chegar antes que o adversário é necessário possuir uma boa flexibilidade de pés e de tornozelos

 – boa performance: músculos flexíveis e boa mobilidade articular

 – amplitude de movimentos: evita as contraturas musculares, estiramentos e rompimentos de tendões, quando atingido certo movimento.

– desenvolvendo a flexibilidade: fazer alongamento e trabalhar todos os músculos e articulações do corpo; dar maior ênfase á musculatura dois membros inferior (pernas e pés).

                                      A flexibilidade trata-se de uma qualidade física inata de cada pessoa, que condiciona a sua capacidade funcional e de suas articulações, com movimentos dentro dos limites externos de certas ações, sendo uma qualidade física pessoal que pode ser aprimorada pela prática de movimentos decorrentes de diversas partes do corpo humano em determinados sentidos.

                                      Sem dúvida de que as crianças são mais flexíveis do que os adultos, motivo porque é importante a necessidade da aplicação de exercícios de flexibilidade desde cedo, para que essas crianças não fiquem limitadas ao processo físico de desenvolvimento com o crescimento, que diminui a flexibilidade. Assim, é necessário que o treinamento de karate, seja feito com exercícios de alongamento durante o crescimento do praticante, o que ampliará as suas formas de flexibilidade, que está relacionada ao crescimento ósseo e muscular.

  1. i) agilidade

                                      Consiste a agilidade na qualidade física que permite ao praticante a mudança de posição do corpo, no menor tempo possível. O tempo, portanto, é uma variável importante nesse contexto, o que denota a presença da velocidade como uma qualidade física essencial, na conclusão lógica de que a agilidade é, também, denominada de velocidade de troca de direção.

                                      O karate-Do se resume na busca incessante da velocidade máxima de um movimento em deslocamento, quer para a esquerda quer para a direita, para frente e para trás, representando a agilidade uma qualidade física essencial do atleta. Por certo, a flexibilidade é um componente primário da agilidade, o que requer um aproveitamento melhor nos treinamentos.

                                      Por motivos óbvios, os jovens apresentam maior possibilidades de melhoria na flexibilidade, que deve ser iniciada o quanto mais cedo possível, com a finalidade de que tal qualidade física não fique limitada no processo de crescimento, posto que mais tarde a flexibilidade tende a diminuir, de igual forma a agilidade.

  1. j) treinamentos

                                      Pode ser considerado treinamento todo movimento do praticante de qualquer das modalidades de esportes, às vezes tendo um determinado objetivo. Nos treinamentos que envolvem os kihon, tem por objetivo o aprimoramento técnico, na realização dos movimentos, no correto posicionamento de certa parte do corpo, como o braço, perna etc., na defesa, ataque ou contraataque, estando envolvida a velocidade e a força, com o objetivo de alcançar determinada potência

                                      Nesse caso, o treinamento apropriado para o alcance da potência, como a idéia central, o kime é treinamento em uma tábua na posição vertical, no aparelho denominado makiwara, ou chutes utilizando como saco de pancada, denominado Sumitawara, além dos escudos de chutes. Em ambos os casos acima, o alvo é fixo e imaginário no caso dos kihon. Enquanto no real, o Jyu kumite o alvo é móvel, defende e revide os golpes.

                                      Cada treino tem uma finalidade específica. Só se aprende lutar, lutando (kumite) e os treinamentos devem ser feitos de forma gradual, aumentando cada vez mais a sua intensidade, preservando-se a integridade física do colega, o seu oponente, que empresta seu corpo para o treinamento do outro praticante, pois ambos necessitam evoluir tecnicamente e espiritualmente, pois o treino individual é contraproducente, inclusive filosoficamente. O treino deve ser forte, sério, objetivo, sempre consciente.

                                      Os treinamentos podem visar à defesa pessoal, onde pode existir agressões mútuas ou em competições, quando os praticantes recebem treinamentos específicos para esses eventos, tendo por finalidade, ainda, o aprimoramento e o aperfeiçoamento das técnicas já conhecidas pelos competidores.

                                      Os treinamentos costumam durar em torno de uma hora, iniciando por aquecimentos, alongamentos, kihon, kata, kumite e, após tudo volta à calma (mokuso). Os treinamentos devem parecer ás competições em termos práticos, como o ritmo, o tempo, a duração, o tipo de estímulos, em fim, o treinamento deve ser o espelho da própria competição.

                                      Os professores devem inserir outros fatores, que são os aspectos modificadores de desempenho, como: a) aspectos comportamentais: motivação, personalidade e ansiedade; b) aspectos de constituição: biótipo, composição corporal, idade, sexo e raça; c) hábitos: alimentação, consumo de álcool, drogas e medicamentos, tabagismo, repouso e treinamentos; d) ambiente:altitude, temperatura, umidade relativa do ar e fuso horário. Todos esses fatores acima e outros, podem influir na performance dos atletas, que as vezes está fora do alcance do aluno e do professor.

                                      O treinamento deve ser limitado ás condições de cada aluno, não pode ser rigoroso demais, a ponto de afugentar os alunos da academias ou duros demais e que possam ocasionar lesões corporais ao aluno. Deve ocorrer um descanso e uma alimentação adequada, como princípio da aceitação do organismo do aluno, que deve adaptar-se à cada pessoa, para suportar o nível físico e técnico, além das pressões, o que é fácil de imaginar.

                                      Os treinamentos de karate devem ser realizados de acordo com o seu propósito, como para idosos, crianças e para os demais praticantes que se preparam para as competições. O professor deve ter conhecimento das técnicas da arte a que se propõe a ensinar, das atividades físicas ministradas e deve procurar conhecer os limites físicos de cada aluno, incluindo as condições de saúde, mediante atestado médico que deve permanecer na secretaria da Academia.

  1. k) elementos preponderantes nos treinamentos

                                      Para o desenvolvimento completo de qualquer atividade física, e formação de um bom atleta, in casu, o karate, é importante a presença de certos componentes físicos, além das capacidades psicológicas e perceptivas para o atleta sentir-se em condições de participar das competições a que se propõe.

                                      Em termos práticos, são enumerados abaixo os elementos essenciais para a completa compreensão, visando uma boa performance nos treinamentos e nas competições, assunto estudado anteriormente, como:

– velocidade: velocidade de deslocamentos e velocidade de reação;

– força: é fornecida pelo sistema muscular. Músculos fortes são essenciais no karate;

– potência: resulta da soma da velocidade mais a força;

– técnica: como melhor aplicar o que aprendeu nos treinamentos, o golpe não pode ser lento;

 distância: força, tempo e distância estão ligados entre si.

– tempo de entrada: é de suma importância o praticante guardar a distância adequada no momento adequado.

  1. k) MA AI

                                      É a distância de combate que deve ser mantida entre os praticantes de karate que duelam em uma competição, quando as técnicas dos adversários se equivalem, a distância pode variar aumentar ou diminuir durante a luta, a depender do ritmo e do equilíbrio. Essa variação de distância durante uma luta depende da dinâmica dos movimentos corporais de cada um dos competidores, incluindo a respiração de cada um.

                                      O nível técnico de cada competidor é importante, sendo decorrente do aperfeiçoamento técnico e físico de cada um, motivo porque a prática dos kiron é sempre enfatizada nos treinamentos, por oferece resistência muscular e boa capacidade aeróbica, sendo a parte física a imprescindível para a luta do kumite. O Ma Ai (distância) e o Choshi (ritmo).

 CAPÍTULO XVIII

 ESTUDOS DA LINGUA JAPONESA

                                      Parte I

            I – Dias da semana; II – Estações do ano; III -Metereologia;

                                      I – Dias da semana; II – Estações do ano; III – Metereologia; IV – Saudações; V – Cumprimentos; VI – Expressões comuns; VII –Questionamento; VIII – Vocabulário; IX – Frases de emergências; X – Frases imediatas; XI – Recepção do hospital; XII – Gírias; XIII – Xingamentos; XIV – Frases religiosas; XV –Lugar – Tororo; XVI – Verduras e legumes; XVII – Família – Kosoku; XVIII – Frases românticas.

I – DIAS DA SEMANA – Youby

NITIYOUBI – domingo

GETSUYOUBI – segunda-feira

KAYOUBI – terça-feira

SOIYOUBI – quarta-feira

MOKUYOUBI – quinta-feira

KINYOUBI – sexta-feira

DOUYOUBI – sábado

II – ESTAÇÕES DO ANO kisetsu

HARU – primavera

NATSU – verão

AKI – outono

FUYU – inverno

III – METEREOLOGIA – CLIMA (TENKI)

ATSU – Quente

AME – chuva

HYOU – granizo

ARASHI – tormenta

TAIFUU – tufão

YUKI – neve

KIRI – nevoeiro

KUMO – nuvem

AME   GA FURU – chover

YUK GA FURU – nevar

TSUNAMI – maremoto

TSUYU – estação de chuvas

KUMORI – nublado

SHIKKE GA ARU – úmido

SUZUHII – fresco

SAMUI – frio

MUSHIATSUI – abafado, mormaço

ATATAKAI – temperatura morna

NI CHI/ HI/ KA/ JUTSU/ BI – sol

GETSU, GATSU, TSUKI – lua

KA/ HI/ BI/ HO – fogo

SUI/ MISU – água

KI/ MOKU/ BOKU/ KO – arvore

KIN/ KANE/ KON/ GOM/ GANE – ouro

DO/ TO/ TSUCHI – terra

IV – AUDAÇÕES

OHAYOU/ COZAIMASU – bom dia

GOZAI MASU – é formal

KONNICHI WA – boa tarde, olá

KONBAN WA – boa noite

OYASUMI  NASAI – boa noite ao dormir

SAYOUNARA – adeus

JÁ NE – tchau, até mais

V – CUMPRIMENTOS

OGENKI DE SUKA – como você está?

HAI/ GENKI DESSU KA – estou bem!

WATASHI WA DESU – eu sou…

HAJIME MASHITE prazer em conhecê-lo

DOUZO YROSHIKU – conto com você, ou aceite minha amizade

MOSHI MOSHI – obviamente

TADAIMA – estou de volta, cheguei

ITTEKIMASU – estou saindo

ITERASHAI – as pessoas mais velhas

NOME-SAM – com consideração, tratamento dado às pessoas mais velhas

NOME-CHAM – entre pessoas intimas, tratamento carinhoso

NOME-KUN – entre rapazes, em idade escolar

NOME-SENSEI –usado aos mestres e professores

NOME- SENPAI – usado pelos alunos mais jovens, par os mais velhos

PAIS-JIN – nacionalidade (ex-burajiru-jin (brasileiros)

PAIS-GO – língua falada no país

MATTAKU – até mais

MATTA NE – puxa vida, pelo amor

MATSU – esperar

MASAKA – não pode ser

MATE KUNDASAI – espera

MOSHI MOSHI – alô (obviamente ao telefone0

NOMEM SAMA -= demonstra grande consideração à pessoa

TODAIMA – chegarei, estou de volta

OKAIRI – seja bem vindo de volta

COMEM NASAI – desculpa

OMEDETO – parabéns

DOMO – OI – estou agradecido

DOMO ARIGATO GOZOIMASU – Muitíssimo obrigado

VI – EXPRESSÕES COMUNS

HAI – sim

LIE – não

SUMIMASEN – com licença, desculpe

ARIGATOU / GOZAIMASU – muito obrigado

DO ITASHIMASHITE – de nada

ONAMAE WA – qual o seu nome?

LIE, CHIGAIMASU – isso está errado

LI DESU – tá legal, está tudo bem!

DOU DESU KA – que tal? Como está?

CHOTTTO MATTE – espera um minuto

ITADAKIMU – português

ITADAKIMU – obrigada pela comida (antes)

GOCHISO  USAMA – obrigada pela comida (após)

YOKATTA – que bom , ainda bem

SHINPAI SHITA – estava preocupado

TOIRE WA DOKO DE SUKA – onde fica?

TOIRE WA DOKO  DESDUKARA- onde fica o banheiro?

TOIRE NI ITEMO II DE SU KA – posso ir ao banheiro?

OMIZUW WO NOMINI ITEMO LI DESU KA – posso ir beber água?

CHAKKU GA ATE IMASU YO – o zipper está aberto viu?

KIYOU WA IITENKI GA DESU NE – hoje o tempo está bom, não é?

ICE CLEAM GA HOSHII DESU – quero um sorvete

MAA e MAA– calma, calma

MAA NA – acho que sim, eu acho

MIYACE – presente, lembrança

MAAKU – marca

MACHI – cidade

MATA – novamente

BA/BA  ou KATAKATA – Ttchau

SUMINASEN – com licença, ao chamar alguém

OKANARI – Quero mais, ao repetir a comida

DOI JO BU – Está OK

SAYONARA, BAI BAÍ  – Até já

ITTE RASHAI – Vá bem

CHOTTO GOMEN KUDARI – ao interromper alguém

OJAMA MASHITA – com licença

DOO DESU KA – Como vai

GENKI  DESU ARAGATOU – Estou blem obrigado

SAGOIT – legal

VII –QUESTIONAMENTOS

DARE – quem ?

DOKO – onde ?

DONNA- como é, que tipo ?

DOCHIRA – qual deste ?

DORE – qual ?

DOUISHITE – porquê?

HONTOU – sério ?

I KURA – quanto é ?

ITSU – quando ?

IKUTSU – quantos ?

NAN DESU KA – o que é ?

NAN DA – o que ?

NANI– como ?

KA – para interrogação

VIII – VOCABULÁRIO

MACHIGAI – erro

MACHICATTE – está errado

MACHIGAU – errar

MADA – ainda, ainda não

MADE – até

MADO – janela

MADOGUCHI – guichê

MIDORI-IRO – verde

MICHIRU – maduro

MENKIO – licença

MEKURA – cego

MEN – cabeça

MEISHI – cartão de visita

MEGUSURI – colírio

MEGAMI-SAMA – deusa

MAZOKU – monstro

MAZU – primeiramente

MEE RU – e-mail

MAJIN – demônio

MAJO – Bruxa

MAE – frente

MAE NI – antes

MASKETAI DENWA – fone celular

IX – FRASES DE EMERGÊNCIA

KINKYUU NO HITOKOTO

KINKYUUJI RENRARAKUSAKI – em caso de ligar para

KAJI/ KYUUKYUUSHA – incêndio, ambulância – 119

KEISATSU – policia – 110

KETSUEKIGATA – tipo sanguíneo

X – FRASES IMEDIATAS – TOSSA NO HITOKOTO

KEISATSU NI RENRAKU – _SHITE KUDASAI – avise a polícia

KUUKYUUSHA WO YONDE KUDSAI – chame a ambulância

KYUUKYUUBU E TSURETE ITTE KUDASAI – por favor leve-me ao hospital

UGOKEMA SEM ITATE MASEN – não posso me mover

TAKUSHI WO YONDE KUDASAI – chame o táxi

KAJI DESU SHOU BOUSHA WO YONDE KUDASAI – é incêndio

KONO BANGOU NI DENWA SHITE – telefone para este número

YAKYOKU/ BYOUIN/ WA DOKO DESU KA – onde é a farmácia

XI – RECEPÇÃO DO HOSPITAL

NAMAE – nome

MIBUNSHOUMEISHO carteira ident.

JUUSHO – endereço

DENWA BANGOU – telefone

KENKOUHOKEN – plano de saúde

SHOKUGYOU – profissão

BAGOSEKININSHA – responsável

JUSHIN –consulta particular

SENHA – número

UKETSUKE – recepção

SHIRAHAI HOUHOU – forma de pagamento

CREDI CARD – cartão de crédito

GENKIN – dinheiro

XII – GÍRIAS

ANOU / UHHH – ou bem

ANTA/ANATA – você

APO/ WO TORU – marcar uma reunião

APO GA ARU – tenho uma reunião

BAITO– faz bico,trabalho meio-período

BETSU NI – nada, nada de nada

BURU AIRU – as coisas nada vão bem

DAME – não, proibido, não é possível

DO KASHITEIRO – você está bem

GACHOON – expressar surpresa

GU-TARA SURU – faz nada, malandro

HAZUI – embaraçoso, envergonhado

HARA HETA – sentir fome

ICHIO – de qualquer forma, ou bem

JUNBI O.K. DESU – estou pronto

KOCHI KOCHI – por aqui ou por ali

KOCHIRA – por aqui

KORA – li, ou atentar

MURI SHIMAI – vai com calma

NANDAKE – ah, sim, o que você acha

NE – ok, ou, não, né (em português)

OHA – bom dia

RAKKI/ LUCKY – sorte

SUCEE/ SUGOI – legal, genial

UCCHON – uma brincadeira, sarro

YOSEYO – algo que incomoda, ok

XIII – XINGAMENTOS

DAMARE – cala a boca

KUSO – merda

CHIKUSOU – maldição, droga

KUSAI – fedido

ONORE – você é um. babaca

BAKA – burro, idiota, estúpido

KISAMA – forma agressiva, você é …

AHOU – idiota, tonto

TEMAEKEY – você é cretino, tarado _

HENTAI – pervertido, tarado

BUSU – mulher feia, feiosa

OMAE – você é rude, grosso, bobo

XIV – FRASES RELIGIOSAS

KAMI-SAMA – Deus

IESU  – Jesus

IESU-KIRISUTO – Jesus Cristo

SEIREI – Espírito Santo

SEICHO – bíblia

JUUJIKA – cruz

TSUMI – pecado

TSUMIBITO ou ZAININ – pecador

KYOUKAI – igreja

KATORIKKU – católico

KATORIKKU KYOUKAI – igreja católica

FUKUIN HA KYOUKAI – igreja evangélica

KAMI-SAMA NO OBOSHIMESHI GA AREBA – se Deus quiser

KAMI NOMIZO SHIRU – só Deus sabe

IESU WA ANATA WO AISHITE – Jesus te ama

KAMI WO SHINJITERU – tenho fé em Deus

KAMI WO SHINJITEKUDA SAI – tenha fé em Deus

KAM

I WO SHINJIRU – eu acredito em Deus

XV – LUGARES TOKORO

DAIGAKU – universidade

KYOUSHI TSU – sala de aula

YUUBINKYOKU – correio

GINKOU – banco

KISSISATEN – cafeteria

HOTERU – hotel

CHIKATETSU – metrô

RYOURICA – restaurante

BAA – bar

SUNAKKU BAA – lanchonete

TOSHON KAN – biblioteca

HIROBA – praça

HANGAI – área de comercio

JINJA – santuário

LE – casa

MURA – vila

KUSSURI – farmácia, drogaria

HOU YA – livraria

SHINBU URIBA – banca de jornais

PAN YA – padaria

YAO YA – verdurão, quitanda

GAKKOU – escola

TOO – torre

BYOUIN – hospital

NIKU YA – açougue

XVI – VERDURAS E LEGUMES

Midurito yasai

ASUPARAGASU

BUROKKORI – brócolis

DAIKON – nabo

ENDOUMAME – ervilha

GOMA – gergelim

HAKUSAI – acelga

HONRENSOU – espinafre

INGEN – vagem

JAGAIMO – batata inglesa

KABOCHA – abóbora

KARIFURAWAA – couve-flor

KOMUGI – trigo

KURESON – agrião

KYABETSU – repolho

KYIUURI – pepino

MAME – feijão

NASU – berinjela

NEGI – cebolinha

NINJIN – cenoura

NINNIN KU – alho

OKURA – quiabo

PIIMAM – pimentão

RETASU – alface

RUKKORA – rúcula

SATUIMO – mandioca

SATSU MAIMO – batata doce

SERORII – aipo

TOUMOROKOSHI – milho

TOMATO-ou AKANASU – tomate

TOMANEGI – cebola

ZUKKINI – abobrinha

XVII – FAMILIA (KAZOKU)

OKAASAN/ HAHA – mãe própria

OTOUSAN/ CHICHI – pai próprio

FUBO – pais

GIRI NO CHICHI – sogro de alguém

ONIISAN/ ONIICHAN – irmão mais velho

ONEESAN/ ONEECHAN – irmã mais velha

IMOUTO – irmã mais nova

ITOUTO – irmão mais novo

KODOMO – filho ou criança

MUSUKO – filho

MUSUME – filha

OBASAN – tia

OJISAN – tio

ITOKO – primo/prima

OJIISAN – avô

OBAASAN – avó

SOFU – meu avô

SOBO – minha avó

SOUSOFU – bisavô

SOUSOBO – bisavó

OIGOSAN – sobrinho

MEIGOSAN – sobrinha

ITOKOSAN – primo

GOSHUJIN/ SHUPIN – marido das outras

OKUSAN – esposa dos outros

KANAI – esposa própria

GIRI NO CHICHI – sogro de alguém

OSHUUTOSAN – sogra

GIRI NO HAHA – sogra de alguém

OYO,MESAN – nora

OMUKOSAN – genro

GIKEI – cunhada mais nova

GITEI – cunhado mais novo

GISHI – cunhada mais velha

GIMAI – cunhada mais nova

XVIII – FRASES ROMÂNTICAS

ROMNCHIKKU NA KOTOBA AISHIERU – eu te amo

SHOUJIKI NI AISHIMASU – eu te amo, sinceramente

MOTTO AISHIMASU – eu te amo cada vez mais

TOTEMO ASHITE IMASU – eu te amo muito

ANATA GA INAI TO SABISCHII DESU – sinto a sua falta

SUKI DESU/ SUKI DA – gosto de ti, gosto de você

ANATA GA HITSUY DESU – eu preciso de você (de ti)

WATASHI WA ANATA NO TAME IKITE IMASU – eu vivo por ti

TOTEMO UTSUKSHII – é tão bonito

HONTOU NI AISHIMASU KA – me ama mesmo?

KESSHITE ANATA WO MASUREMASEN – nunca vou te esquecer

ANAT NO SENWA WO SHIMASU – eu me importo com você

ANATA DAKE DESU – é só você

TOTEMO ITAI DESU – é tão doloroso, dói tanto, magoa tanto

KITTO KARAWASU AISHITERU – meu amor com certeza não vai mudar

ANATA NO ONAJI YOUNI OMOTTE KURETERU NO ? –  você pensa em mim.

KOISHITEIRU SONNA FUU NI YOBU HO KANA – quero saber se é paixão.

 CAPÍTULO XIX

 ESTUDOS DA LINGUA JAPONESA

PARTE II

                                      I – Didática; II – Katakana; III – Kqnji; IV – Pronomes pessoais; V –Prfonomes demonstrativos;VI – Fontes para computadores; VII – Partículas; VIII – Números cardinais

I – DIDÁTICA – IRAGANA

É o silabário mais usado, como são escritas as palavras de origem japonesas, na sua grande maioria, cada letra representa uma silaba. Não existe um alfabeto propriamente dito.

A tabela de iragana apresenta todos os sons da língua japonesa, semelhante ao nosso alfabeto. É possível escrever tudo em hiragana. Existe dois silabários – hiragama e katakana. A tabela é lida de cima para baixo e da direita para a esquerda, como na maioria  dos livros japoneses, sendo um pouco diferente as letras escritas à mão daqueles comerciais.

II – KATAKANA

Um silabário, com os mesmos sons do hiragana é utilizado para escrever palavras de origem estrangeira, como miruke, que é leite em inglês, pain, pain do francês, etc.

III – KANJI

São pictogramas ou ideogramas, caracteres de origem chinesa, que foram importados pelos japoneses. Cada silabário contém, por volta de 50 letras, o número de kanji é bem maior.

Na China, chega a dez mil. No Japão de dois a três mil ideogramas. No Japão foi fixado pelo governo, há dois mil. Cada letra representa um som. O kanji representa uma idéia, um significado.

Os números romanos são usados (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7y, 8, 9,  0)

O nosso alfabeto é usado (a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, y, z)

São pictogramas ou ideogramas, formam uma palavra inteira ou um radical.

                   Até o século IV, os japoneses não possuíam uma língua escrita, sendo importada da China e as pessoas cultas falavam o mandarim.

IV – PRONOMES PESSOAIS DA LINGUA JAPONESA

WATASHI – eu                                       WATASHI-TACHI – nós

ANATA – tu                                            ANATA-TACHI – vós

KARE- ele                                               KARE-RA – eles

KONOJO – ela                                        LONGA-RA – elas

WATASHI – forma geral neutra             KIMI – parente ou amigo

OMA – p/pessoas de nível superior         OMAE- RA – p/pessoas de nível inferior

V – PRONOMES DEMONSTRATIVOS – indica alguma coisa

KONO – esta, se refere a objetos específicos próximos

SONO – esse, essas – se refere a objeto da pessoa que está ouvindo

ANO – aquele, aquela – objeto distinto de ambos que estão falando

INU – cachorro

YANA – montanha

NIHON – o mais fácil no Japão

ARE – aquele, se refere a objetos distantes

SORE – isso – se refere a objetos próximos

KORE – isto – se refere a objetos próximo de quem está falando

VI – FONTES JAPONESAS PARA COMPUTADOR

FONTE MIM CHIAN (TIMES NEW ROMAN), vem da Dinastia Ming (1368/1644)

FONTE GOTHIC – (HELVÉTICA)

MS MINCHO – escrita nos cartazes publicitários

ESCRITA COM PINCEL – com traços mais fortes – boa para aprender o japonês

FONTE TEXTLOOK

FONTE KANJIN STROKE ORDERS

TEM QUE INSTALAR AS FONTES

VII – PARTICULAS

                                               É uma parte bastante complicada de utilizar na língua japonesa, muitos a confundem, porque algumas tem uso parecido, indicam sujeito, objeto direito e indireto e funcionam como conjunção e vírgula, etc.)

KAKU-JOSHI – partículas indicativas de caso;

SHUU-JOSHI – partículas finalizadoras de orações;

FUKU-JOSHI – partículas adverbiantes;

SETSUZOKU-JOSHI – partículas conjuntivas.

7.1 – PARTICULAS INDICATIVAS DE CASO – (KARU-JOSHI) – esta classe de partículas pospõe ao MEISHI (substantivo), indicando a sua função sintática. É comum escrever o para WO e, e para HE.

 – a) GA – “eu” o “eu” é o sujeito da ação. Sempre traduzido como: “eu”, nunca como, “me” .uma contradição fraca “mas”.

 – SUMIMASEN GAS IMA NANJI DESUU KA (com licença, mas que hora são) – sua principal função é marcar o sujeito, quem realiza a ação. Seu uso inclui: indicativo de sujeito

 – WATASHI GA – eu, o sujeito da ação

 – b) WO – é o indicador do objeto direito, a coisa que sofre a ação.

 – KOOHII O NOMIMASU (bebo café)

 – KOOHII NO OKAWARIPO KODASAIO (por favor me dê outra xícara de café)

 – HIDARITE O AGENASAI (me dê sua mão esquerda)

 – KORE O MITTSU KUDASAI (3 deste por favor)

 – SAN NI NI O TASUTO GO NI NARU (3 mais 2 é igual a 5)

 – OTO O TATERUNA (não faça barulho)

 – KONO BAKETSU NI MIZU O IRETE KUDASAI (coloque água neste balde por favor)

 – PAULO GA ROUSOKU NI HI O TSUKETA (Paulo acendeu uma vela)

 – MANYOSHU (partícula arcaica de exclamação – venha e cante, oh! Aqui perto)

 – c) “E” – esta partícula é indicativa de direção

  – TOUKYOU e IKIMASU (vou a Tóquio) – TOUKYOU NI IKI MASU (vou para Tóquio)

 – d) NI – esta partícula tem muitos usos – objeto indireto receptor

 – HON WO ANATA NI AGEMASU (te dou um livro)

 – SHICHI JI NI SHUPPATSU – tempo em – (partirei as 7)

 – TOUKYOU NI SUNDERIMASU – em um lugar – (moro em Tóquio)

 – KOUHII NI SHIMASHOU (vamos tomar um café)

 – e) DE –também é uma partículas com muitos usos – por meio de

 – KURUMA DE IKIMASHOU – por meio de – (vamos de carro), local onde a ação acontece.

 – IE DED TEREBI O MIMASU – local onde a ação acontece (assisto TV em casa)

 – TAIFUU DE KI GA TAOREMASHITA – causa, Razão (por causa do tufão, a árvore caiu)

 – DOITSU KOKU NI YUKADE – negação em certos dialetos (não vá à Alemanha)

  1. f) KARA – é o oposto de (um ponto inicial no tempo, ou no lugar ou razão)

 – AMERICA KARA KIMASHITA – de espaço (vim da América)

 – UCHI E KAETTE KARA OFURO NI HAIRIMASU – de tempo (entrei na banheira depois de voltar para casa)

 – TOTEMO TAKAI DESU KARA KAIMASEN DESHITA – de razão (não comprei porque era muito caro)

 – g) MADE – oposto de, até, através de, ponto final, espaço, tempo ou lugar.

 – KOKO KARA TOUKYOU MADE SANJUPPUN KAKARIMASHITA – de espaço (daqui a Tóquio leva 30 minutos)

 – WATASHI WA SHICHI JIKARA HACHI JI MADE NIHONGO WO BENKYOU SHIMASU – de tempo (eu estudo japonês das 7 às 8)

 – SOKO MADE SURU HITSUYOU HÁ NAI – de razão (não há necessidade de ir longe)

 – h) TO – uma conjunção similar a “e” e substantivos de ligação

– ORENJI TO RINGO TO MERON GA SUKI DESU (gosto de laranja, maçãs e melões)

 – SENSEI TO HANASHITAI DESU KA (gostaria de falar com o professor)

 – WAKARIMASENKA TO SENSEI GA KIKIMASHITA (você entendeu, perguntou o professor)

 – i) NO – de posse

 – WATASHI NO HON DESU – (é meu livro)

 – AMERICA NO FURORIDA SHUU KARA KIMASHITA (EU VIM DA FLÓRIDA DOS ESTADOS Unidos)

 – j) YA – e etc., é usado em lista de duas ou mais coisa e, então, a lista continua

 – OCHA YA KOOHI GA ARU (tomamos chá e café)

 – k) TOKA –e ou etc., é usado em listas de duas ou mais coisas e, então, a lista  continua

 – GAKKOU  DE EIGO KOKA FURANSU GO TOKA DOITSU GO NADO WO BENKYOU SHIMASHITA (na escola, eu estudei inglês, francês e alemão)

 – NANICA NOMU? OCHA TOKA KOORA TOKA (quer beber alguma coisa? Chá, coca)

 – l) YORI – exerce função comparativa

 –  SHINKANSEN DE IKU YORI YASUI DESU ( é mais barato do que ira de trem bala)

7.2 – PARTICULAS FINALIZADORAS – SHUUM JYOSHI

 – são partícula finalizadoras de oração e determinam o sentido da oração

  1. a) KA – marca oração interrogativa

 – IKIMASU KA (você vai?)

  1. b) NO – marca a oração interrogativa na linguagem coloquial

 – DARE TO IKU NO – (com quem você vai?) – é que

 – DOUHITE IKANAI NO ATAMA GA ITA NO (porque não vai? Estou com dores cabeça

 – KARE GA ITANDESU (foi ele quem me disse)

 – TABERUNDESU KA, TABENAINDESU KA (como é que é, vai comer ou não)

 – c) NE – ênfase- no tipo ‘não é mesmo

 – WAKARIMASHITA NE (entendeu, não é mesmo?)

  1. d) YO –corresponde à ênfase do tipo, viu

 – BASU GA MOU DEMASU LYO – (o ônibus já vai partir, viu).

  1. e) NA – forma coloquial de uso masculino de NE

 – SAMUI NA –(está frio, não é mesmo)

  1. f) KANA/ KASHIRA – índia que você não tem certeza de algo (como: será)

 – KASHIRA só é usado por mulheres

 – TANAKA SAN WA ASHITA KUKU KANA (será que o Tanaka San virá amanhã

 – ANO HITO WA DARE KASINA – (quem será aquela pessoa)

  1. g) NAA – expressa emoção ou idéia casual de desejo

 – SUGOI NAA (maravilha)

 – MOU SUKOSHI NETE ITAI – (queria poder dormir mais um pouco)

  1. h) SA – enfatiza a sentença, usado por homens

 – SONNA KOTO WA WAKATTEIRU SA (eu com certeza, sei disso)

  1. i) ZE – uma confirmação, usado entre colegas

 – NOMI NI IKOU ZE (vamos lá beber algo)

  1. j) ZO – uma opinião, usado por homens

 – IKU SO (estou indo)

 – KORE WA OMOI ZO – (isso é pesado, estou falando)

7.3 – PARTICULAS ADVERBIALIZANTES – FUKU JYOSHI

  1. a) WA – indica o tópico, quando se muda o assunto

 – WATASHI WA – (eu), a maior idéia sobre o que se está falando

 – SORE WA GIMON NI OMOIMASU – (isso, acho duvidoso)

 – KURUMA WA KARE GA UNTEN SHIMASU – (quanto ao carro, ele dirigirá)

 – INU WA HONYUU-JINN DESU – (cão é animal mamífero)

  1. b) MO – corresponde, a “também”, nas orações afirmativas, e a “nem” ou “sequer”, nas orações negativas.

  ANO HITO MO SOU IMASHITA – (aquela pessoa também sabe isso).

  OKANE MO CHI MO IRRIMASEN – (não quero nem dinheiro nem posição social)

 WATASHI MO PAN GA SUKI – (eu também gosto de pão)

  DOITSU GO MO HANASERU – (eu também consigo falar alemão), na mais/nada menos)

 – ICHINICHIJUU JIKAN MO HATARAITE IMASU (estou trabalhando nada mais, nada menos que, dez horas por dia)

 – KINOU WA DARE TO MO HANASCHIMASEN DESHITA (ontem não conversei com ninguém)

 – NANI MO TABETAKUNAI DESU – (não quero comer nada)

 – DOKO (HE) MO IKIMASEN DESHITA – (não fui a lugar nenhum)

  1. c) KA – usa-se junto a pronomes interrogativos, indica a indeterminação

 – DARE KA (GA) vem alguém aí.

 – SHUUMATSU DOKO KA (HE) IKIMASU KA – vai a algum lugar no fim de semana

 – DOKO KA (GA) ITAL DESU KA – (dói alguma coisa)

 – ITSUKA AIMASHOU – (vamos nos ver um dia)

 – NANICA ATTA YOU DESU – (parece que houve algo)

 – ASA WA PAN KA KUDAMONO WO TABEMASU – (de manhã como pão ou frutas)

 – SCHINAMONO WA ASHITA KA ASSATTE TODOKU TOU OMOU – (acredito que a mercadoria chegará amanhã ou depois)

 – IKU KA DOU KA KITTE MIMASU – (vou experimentar se vai ou não)

  1. d) MADE – o oposto de, através de um ponto final, no espaço, tempo ou razão

 – KOKO KARA TOUKYOU MADE SANJUPPUN KAKARIMASHITA (daqui a Tóquio leva uns 30 minutos)

 – WASTASHI WA SHICHI JI KARA HACHI JI MADE NIHONGO WO BENKYOU SHIMASU (Eu estudo japonês das 7 às 8)

 – SOKO MADE SURU HITSUYOU HÁ NAI – (não há necessidade de ir longe)

 – DAKE – corresponde a “só”, somente.

  1. e) SHIKA – liga a uma forma negativa do verbo e corresponde a “só”, “apenas”, com idéia de insuficiência

 –  SEM EN SHIKA ARIMASEN – (só tem mil ienes)

  1. f) NADO – corresponde a etc.

 – RINGO YA BANANA NADO WO KAIMASHITA – (comprei maçãs, bananas, etc.)

  1. g) KURAI/GURAI – corresponde a “aproximadamente”

 – JIUU NANA SAI KURAI DA TO OMOIMASU – (creio que tenhas uns 17 anos)

7.4 – PARTICULAS CONJUNTIVAS – SETSUZOKU JYOSHI

 – Esta classe de JYOSHI, corresponde às conjunções, porém, com restrição, que jamais iniciam uma oração.

  1. a) GA – Corresponde À adversativa “mas”.

 – OISHII DESU SUKOSHI AMAI DESU – é saborosa um pouco doce.

  1. b) KARA – Corresponde à causal “porque”.

 – KIBUN GA WARUI KARA KAERIMASU – (vou embora, estou com mal-estar).

 – c) TO –indica uma consequência lógica ou de caráter repetitivo.

 – MASUGU IKU TYO OOKII MISE GA ARIMASU – (indo adiante, tem uma loja grande)

 – SAMUKU NARU TO ITAMI DASU – (ns época do friio, começa a doer)

 – NAGARA (indica simultaneidade)

 – OCHA WO NOMI NEGARA HANASHIMASHOU – (vamos conversar, enquanto tomamos um chá

 – d) NODE – corresponde à explicativa “pois”

 – FURUKU NATTA NODE SUTEMASHITA – (joguei fora, pois ficou velho

 – e) NONI – indica concessão intensive, do tipo “muito embora”

 – TAIFUU GA KURU NONI WA DEKAKETE SHIMATTA (muito embora o tufão estivesse chegado ele acabou saindo)

 – f) KEREDOMO – KEREDO – KEDO (apesar, embora)

 – g) ANATA NO IU KURUMA WA WAKURU KERODOMO SANSEI WA DEKINAI – (apesar de entender o que você disse, não posso concordar com você).

 – h) DEMO – “mas”

 – ORA KIBUM GA YOKU NATTA DE, DEMO YO, OTOUSAN NI MECHAKUCHA OKORARE CHIMAU TO OMOUBESA – (me sinto um pouco melhor agora, mas sei que meu pai vai ficar, realmente, chateado.

  1. i) SHIKASHI – corresponde “mas”, no entanto

TENKI WA WARUI SHIKASHI CHUPPATSU SURU (tempo está ruim, vou sair).

VIII – NÚMEROS CARDINAIS

1 – ICHI                           2 – NI                         3 – SAN

4 – SHI                             5 – GO                        6 – ROKO

7 – NANA                       8 – ACHI                   9 – KYU

10 – JUU                          11 – JUU-ICHI          12 – JUU-NI

13 – JUU-SAN       14 –JUU-SHI                      15 – JUU-GO

16 – JUU-ROKO    17- JUU-NANA      18 – JUU-ACHI

19 – JUU-KYUU   20 – NI JUU            30 – SANNJUU

40 – SHI JUU                  100 –YAKU              1.000  – SE

10.000 MAN                    1.000.000 OKU

 CAPÍTULO XXIII

MESTRES DAS ARTES MARCIAIS E DO KARATE

Mestres de Karate-Do

Budiadharmas – (Índia, Século VI, a.C)

Miyamoto Musashio, Samurai (1584-1645)

Mestre Iara (Século XVII)

Peichin Takaara – (1683-1760), pertencia à Casta Militar

Kushanku (1700-1790, chinês)

Kanga Sakungawa – (1733-1815) – Sakungawa Satununichi (Shuri-te)

Satunuke Sakungawa – (1782-1862) –  criador do To-Te – Churi-te)

Matsu Higa – (1790-1870)

Sokon Matsumura – (1797 ou 1809 a 1890 ou 1899)

Karyu Uku – (1800-1850)

Anko Azato – (1827-1906) – mestre de Funakoshi

Kokan  Oyadomari – (1827-1905)

Kosaku Matsumora – (1829-1898) Tomari-Te

Anko Azato-) – 1828-1914) – mestre do To-de

Anto Itosu – (1831-1915) –mestre de Funakoshi, do Shuri-te

Shisho Arakaki – (1840-1914) – Naha-te

Kanyro Igaonna – (1853-1916) – criador do Naha-Te

Chomo Hanashino – Shuri-Te

Gichin Funakoshi – (1868-1957) – criador do Shotokan

Hanashiro Chomo (1869-1945)

Chotoku Kyan – (1870-1945)

Gigoro Kano – (1870-1945) – criador do Judo

Choki Motobu (1871-1944)

Kokan Oyodomori – (1877-1905)- criou Tomari-te

Kanbun Uechi (1877-1948) – Correia, criou o estilo Uechi

Croshim Chibana –(1885-1969) – criador do Shorin-Ryu

Chojun Miyagi – (1888-1953) – Criou o /Gojun-Ryu

Kenwa Mabuni – (1889-1952) – criador do Shito-Ryu

Hironori Otsuka – (1892-1982) – criado do Wado Ryu

Yohika (Giga) Funakoshi – (1900-1945)

Shoshin Nahgamine (1907-1997)

Tatsu Shimabuku – (1908-1975) criador do estilo ISSHIN-RYU

Masatoshii Nakayama – (1913 – 1987), maior divulgador do karate nos USA

Katsuka Miyahira-(1918 – 2010), criou o estilo Shidokan

Seichi Akamine (1920 – 1985) – Goju Ryu – SP

Chojiro Tani (1921-1948)

Seigo Tada (1922 – 1997) Goju-Ryu,8° Dan

Masutatsu Oyma  (1923-1994 , Correia-MA

Yoshihide Shinzato (1927-2008) – SP

Ideteka Nishiyama (1928-2008), divulgou o karate nos USA

Taiji Lase (1928-2004)

Mitsuki Harada (1928) veio para o Brasil em 1955) SP

Koji Takamatsu – (1930…) – Banco América do Sul Wado-Ryu, SP

Soke Kubota Takayuki (1934, 10° Dan-Gosoko-Ryu)

Juiti Sagara – (1934 – 2001), veio do Japão em 1957 – Shotokan SP

Takeo Suzuki (1937 ) veio edo Japão em 1960 – Wado Ryu

Minoru Massu – (1937-1994)

Michyzo Buyo  (1940 –  ) Wado Ryu, SP

Kosei Nishira (1942-2007)

Eisuke Oishi, nascido no Japão (1942), veio em 1961, BA, Shotokan

Akio Yokoyama (1942-2012), veio do Japão em 1965, Kenyu-Ryu, SP

Teruo Hayahi (1946-2004)

Yoshimi Inoue (1946-2015)

Jakson Pereira da Silva (1950), da Uruma-kan (Brasília)

Mike Clarkem (1955-  ) Goju Ryu

Kenji Midori (1962)

Steins Ronning  (1965) Portugal.

…………………………………………………………….

Aldir Sepúlveda                                 Antonio Fraga

Benedito N. A. Santos                       Cláudio Trigo

Denilson Caribé (BA)                        Djair Daniel

Dorival Caribé (BA)                          Fernaod Soares

Flávio Costa                                       Geraldo Gilberto de Paula

Hiroshi Shirai                                     Hygo Nakamura

Ivan Alma                                          Ivo Rangel

Kasuo Nagake                                    Kasuo Nagamine

Kishin Tereya                                    Lirto Monassa

Márcio Bevenute                               Maurício

Mário Cervone                                   Masahiko Tanaka (reside no Japão)

Milton Ucarsel                                   Milton Osaka

Mitsuo Ishibashi                                 Piper

Oswaldo Mendonça Jr                    Raimundo Bastos

Riuzo Watanabe                                 Ronaldo Cista

Sadamu Uriu veio Japão (RJ)            Shigeru Sogu

Taiji Case                                           Takuo Arai (PR)

Takeo Hiyane (DF)                            Takeo Okuda

Tetsuma Rigashino (DF)                   Toshio Nagal

William Barreto                                 Yasunori Yonaine

Gilberto Gaetner (Presidente da CBKT, PR)

Hiroyasu Inoki (RJ)                        Kalazans (Brasília)

Idetaka Nishiyama (Japão)            Luiz Tasuke Watanabe (RJ)

Masahiko Tanaka (Japão)              Massao Kavasoe (Japão)

Takeshi Oishi (Japão)                     Ugo Arrigoni Net (RJ)

Yasuyuki Sassaki (SP)                       Yasutaka Tanaka (RJ)

Yochizo Machida (PA)

MESTRES DE KARATE NA ATUALDIADE

Mestre Hiroyasu Inoki

Nascido em 18 de setembro de 1940, na cidade de Yokohama, no Japão. Mestre Hiroyasu Inoki chegou ao Brasil em 1956. Iniciou seus treinamentos ainda no Japão em 1952, tendo treinado com os mestres Sakagami, Nakayama, Nishiyama e Asai. Hoje Mestre Hiroyasu Inoki atua como árbitro internacional da ITKF e faz parte da Comissão Técnica da CBKT. Um de seus objetivos no karate é treinar para fortalecer o corpo e o espírito. Segundo Mestre Hiroyasu Inoki, somente com o treino regular e constante no Dojo é que se começa a entender o que é o verdadeiro karate. Atualmente ministra aulas no Dojo Shoto-Kan – Ipanema – RJ.

Mestre Idetaka Nishiyama

Nascido em Tóquio, em 1928. Em 1943 descobre o Dojo dirigido pelo mestre Gichin Funakoshi. Nessa época Funakoshi estava com 72 anos de idade e Mestre Idetaka Nishiyama apenas 15 anos de idade. Em 1945, Nishiyama entra na Universidade de Takushoku, famosa pelo seu Dojo de karate. Quatro anos mais tarde, torna-se capitão da equipe de karate dessa instituição. Pouco tempo depois participa da criação da All Japan Collegiate Karate Association. Mestre Idetaka Nishiayama faleceu em 07.11.2008.

Luiz Tasuke Watanabe

Nascido em 28 de junho de 1947. Veio de Hokaido (Japão) chegando ao Brasil no final da década de 50. No Japão treinou com o Sensei Nakayama. Foi campeão mundial em 1972 e, atualmente, é membro da Comissão Técnica da ITKF e Coordenador Internacional de Arbitragem. Seu trabalho como treinador da Seleção Brasileira de Karate-Do Tradicional merece destaque pelos ótimos resultados obtidos.

Mestre Luiz Tasuke Watanabe é uma figura impar, sua forma de pensar é bastante instintiva e suas referências e analogias estão sempre voltadas ao comportamento dos animais e aos fenômenos da natureza.

Mestre Masahiko Tanaka

Nasceu em 24 de fevereiro de 1941, em Tóquio, Japão. Atualmente ocupa o 8° Dan, foi bicampeão japonês de kumite individual de 1974-1975; Bicampeão individual de Los Angelis em 1975-1976; campeão mundial de kumite em Bremem, em 1980.

Mestre Masahiko Tanaka veio para o Brasil em 2012 com o objetivo de ministrar uma série de palestras e divulgar o karate JKA pelo país. Deu cursos em Belém, PA, Salvador, BA, Rio de Janeiro, RJ.

Mestre Massao Kawasoe

Nascido em Saga, Japão, pratica karate desde 1961, sendo formado pela Universidade da Takushoku. É o atual técnico da Seleção de Karate da Inglaterra e membro da comissão técnica da ITKF. Faz parte, junto com o mestre Naito, do grupo de mestres da Universidade de Mazazawa. É um grande performer de kata e kumite. Além de treinar em Londres, Mestre Massao Kawasoe mantém cursos regulares na Escócia, Irlanda, Noruega e Grécia.

Mestre Takeshi Oishi

Nascido em 19 de abril de 1941, no Japão. Mestre Takeshi Oishi é professor da Universidade Komazawa, em Tóquio, João e membro da comissão técnica da ITKF. Mestre Takeshi Oishi

Grande atleta é tricampeão mundial de kumite e tetracampeão do Nihon Karate Kyokai Japonês Championship (1968, 1969, 1971 e 1973) – um recorde ainda não igualado).

Ugo Arrigone Neto

É um dos maiores atletas de karate da história no Brasil. Ugo Arrigone Neto morou no Japão nos anos setenta, tendo convivido com mestres do karate mundial como Hoitsugan e Nakayama. Foi um aluno dedicado de Yasutaka Tanaka e, também, teve como mestre Lirton Monassa, Hiroshi Shirai e Takeushi.

Seus principais títulos foram: vice-campeão mundial de kata individual e kumite individual; campeão pan-americano de kata e kumite por equipes; vice-campeão pan-americano de kumite individual; tricampeão brasileiro de kumite individual; dezessete vezes seguidos campeão carioca de kata por equipes; tricampeão universitário.

Mestre Yasutaka Tanaka

            Nascido em Tóquio no dia 8 de outubro de 1936, Mestre Yasutaka Tanaka viveu no Japão até os 6 anos de idade, indo depois com a família para a China. Voltou ao Japão após a o término da Segunda Guerra Mundial. Morou mais alguns anos no Japão, onde fez faculdade. Foi na faculdade de Takudae que conheceu o karate, diretamente com o Sensei Nakayama. Naquela época o karate era diferente. O karate era budo, era para a formação. Não se treinava para ganhar títulos e sim para desenvolver a mente, o corpo e o espírito.

Hoje Mestre Yasutaka Tanaka está no topo da hierarquia do karate-Do Tradicional de todo o mundo. Com o tempo dizia-se cansado do Japão, e como o Brasil, na época, era o único país do mundo que recebia imigrantes, teve que escolher entre viver no Japão ou vir para o Brasil. Resolveu, então, vir para o Brasil em 1959.

Mestre Yasutaka Tanaka não veio para o Brasil com a intenção de praticar karate, até porque o karate praticado no Brasil era restrito a poucos lugares, em são Paulo. Existiam poucas escolas. Naquela época os principais professores Sagara, Harada, Akamine, Uriu e o Hiagashino. Em 1962, os professores Tanaka e Uriu, foram para o Rio de Janeiro, onde o karate era completamente desconhecido. Lá implantaram o karate. Em 1964, a Federação de Pugilismo os procurou para se filiarem a ela. Em 1965, realizaram oficialmente o primeiro Campeonato Carioca.

Atualmente Mestre Yasutaka Tanaka ministra aulas no Dojo Kobu-kan (av. Rui Barbosa nº 170, Flamengo, RJ (21) 2551.0749)

O mestre Yasutaka Tanaka fundou a Academia Kobu-kan, na Cidade de Janeiro, juntamente com seu aluno e professor Lirton dos Reis Monassa.

Mestre Yasuyuki Sassaki

Nascido em 8 de março de 1946, na Cidade de Hokkaido (Japão), chegando ao no Brasil em 1959. Treina karate há mais de 40 anos e teve como principais mestres: Hagashino, Sagara, Yasutaka Tanaka, Nakayama, Nishiyama, entre outros.

Mestre Yasuyuki Sassaki atualmente é presidente executivo da JKA Brasil e Diretor Técnico da FPKT e faz parte da CBKT. Através do treino de kihon, kata e kumite, Mestre Yasuyuki Sassaki busca uma grande paz. Segundo ele, o karate é um grande instrumento para a formação integral do homem.

Mestre Yasuyuki Sassaki é professor de educação física, formado pela Escola de Educação Física da USP, onde ministra aulas de karate no CEPEUSP

Atua na Academia Lembu-Kan Sporte (Rua Nebrasca nº 222, Brooklin, SP – (011-5041.5141).

Mestre Yoshizo Machida

Nascido em 29 de janeiro de 1946, na Cidade de Ibaragui (Japão), chegou ao Brasil em 5 de abril de 1968 do Japão em uma viagem de navio que durou 45 dias. A primeira parada em solo brasileiro foi em Belém passando um ano trabalhando na JKA, em seguida Mestre Yoshizo Machida foi para o Rio de Janeiro e depois seguiu para são Paulo, como um bom aventureiro, resolveu conhecer as terras baianas e lá se instalou por 9 anos. Iniciou seus treinamentos em 1961, tendo treinado com os mestres Togushi, Nakayama, Nishiyama, Masahiko Tanaka e Takahashi. Aos 19 anos foi campeão de kumite no Torneio na Ilha da OkinawaMestre Yoshizo Machida treina karate porque gosta e diz que se deve treinar para vencer a si próprio (força e espírito). Atualmente é presidente de honra da JKA Brasil e integra a Comissão Técnica da CBKT.

Reside no Estado do Pará há mais de 25 anos, onde ministra aulas na Academia ASPAN (Av. Quintino Bocaiuva nº 1657, Nazaré, Belém, PA fone 091-224.6859)

Carlos Augusto da Silva

     Personal Fit de karate

      Faixa preta, 1° DAN

Telefone: (61) – 98221.4008

 HISTÓRIA DE UM CAMINHO DE VIDA

                                      Aldêmio Ogliari é filho de Alcides Defendente Ogliari e Deomira Carlesso Ogliari, nasceu em Boqueirão do Leão-RS, onde viveu até 1966, quando mudou-se para Palotina – PR, voltando à cidade natal em 1970. Logo após, mudou-se para Porto Alegre, onde viveu até 1976, quando trabalhou nos Correios e exerceu vários cargos.

     Reside em Brasília desde 1976, onde concluiu o curso de Direito na AEUDF – Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal. Realizou cursos de pós-graduação, sendo especialista em Direito do Trabalho, Previdência e Direito Penal.

                                      Tem sete filhos: Aline, Daniel, Taiz, Monalisa, Cintya, Kátia e Rute e os seguintes netos: Igor, Stela, Ítalo, Guilherme, Gabriel e Araci. É casado com Ivone Crispim Moura Ogliari, também advogada.

                                      Na área profissional, foi servidor público em Brasília, onde desempenhou vários cargos e funções públicas, culminando como advogado da União. Atualmente, exerce a advocacia particular com muita intensidade e dedicação, atuando em todas as áreas e instâncias, além de ser jornalista profissional, escrevendo matérias jurídicas com habitualidade, para diversos jornais.

                                      Nas atividades políticas, Aldêmio foi presidente do diretório acadêmico da faculdade e, desde o início, em Brasília, destacou-se como líder comunitário e ajudou na fundação de diversas entidades. Teve participação efetiva na fundação do PDT – Partido Democrático Trabalhista e no “Movimento das Diretas Já”.

                                      Já editou vários livros, dentre eles, destaca-se: “Aulas de Direito Penal” e “Família Ogliari, Um Terceiro Passo”, onde conta a história da imigração italiana no Brasil, desde 1876, além da catalogação dos parentes e seus endereços em todo o país.

                                      Como desportista e torcedor fanático do Grêmio, foi jogador de futebol. Também, é piloto privado de avião e praticante de Karatê (faixa marrom).

                                      Tem dupla cidadania, brasileira e italiana. Está em fase de elaboração seu futuro livro “Aulas de Direito Processo Penal”.

APOIO CULTURAL

Uruma-Kan – desde 1971

Academia de Lutas Marciais

SCLN 116, Bloco C, Loja 53-61, Subsolo

Brasília, DF – Fones  3273.2552 e 99613.1500

Sensei Jaques, 8ª Dan

Academia Freitas Kan de Karate

Q 13, Lote 35 – Vila Guaíra I

Águas Lindas – Goiás –

Ronaldo, 2° Dan – 99524.5088

Academia Reido-Kan

QNM 24, Conj; B, lote 28

Ceilândia Norte, DF – Fones  3373.9947 e 99176.6883

Sensei Reginaldo Miguel, 4° Dan

Carlos Augusto da Silva

Personal Fit de karate

Faixa preta, 1° DAN

Telefone: (61) – 98221.4008

OBRAS DO AUTOR

 

Imigração Italiana no Brasil – DF – 1993

Família Ogliari no Brasil – DF – 1997

Família Ogliari – um Terceiro Passo – DF – 2005

Defesa em Mandado de Segurança – – DF – 2008

Teses de Direito do Trabalho e Previdência Social – 2010

Aulas de Direito Penal – 2ª ed. SP – 2015

Curso de Processo Penal – 2016 – 1ª ed. – DF

História do Karate – 1ª Ed. – 2016

HISTÓRIA DE UM CAMINHO DE VIDA

Aldêmio Ogliari é filho de Alcides Defendente Ogliari e Deomira Carlesso Ogliari, nasceu em Boqueirão do Leão-RS, onde viveu até 1966, quando mudou-se para Palotina – PR, voltando à cidade natal em 1970. Logo após, mudou-se para Porto Alegre, onde viveu até 1976, quando trabalhou nos Correios e exerceu vários cargos.

Reside em Brasília desde 1976, onde concluiu o curso de Direito na AEUDF – Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal. Realizou cursos de pós-graduação, sendo especialista em Direito do Trabalho, Previdência e Direito Penal.

Tem sete filhos: Aline, Daniel, Taiz, Monalisa, Cintya, Kátia e Rute e os seguintes netos: Igor, Stela, Ítalo, Guilherme, Gabriel e Araci. É casado com Ivone Crispim Moura Ogliari, também advogada.

Na área profissional, foi servidor público em Brasília, onde desempenhou vários cargos e funções públicas, culminando como advogado da União. Atualmente, exerce a advocacia particular com muita intensidade e dedicação, atuando em todas as áreas e instâncias, além de ser jornalista profissional, escrevendo matérias jurídicas com habitualidade, para diversos jornais.

Nas atividades políticas, Aldêmio foi presidente do diretório acadêmico da faculdade e, desde o início, em Brasília, destacou-se como líder comunitário e ajudou na fundação de diversas entidades. Teve participação efetiva na fundação do PDT – Partido Democrático Trabalhista e no “Movimento das Diretas Já”.

Já editou vários livros, dentre eles, destaca-se: “Aulas de Direito Penal” e “Família Ogliari, Um Terceiro Passo”, onde conta a história da imigração italiana no Brasil, desde 1876, além da catalogação dos parentes e seus endereços em todo o país.

Como desportista e torcedor fanático do Grêmio, foi jogador de futebol. Também, é piloto privado de avião e praticante de Karatê (faixa marrom).

Tem dupla cidadania, brasileira e italiana. Está em fase de elaboração seu futuro livro “Aulas de Direito Processo Penal”.

Í N D I C E

AUTOR E O KARATE                                                    002

APRESENTAÇÃO INICIAL                                            003

PREFÁCIO                                                                     004

I – INTODUÇÃO                                                             009

II – O KARATÊ  NA ANTIGUIDADE                   15       010

III – SURGIMENTO DO KARATE                                  017

IV – MESTRES DO KARATE MODERNO           10      022

V – HISTÓRIA DO KARATE NO BRASIL                      030

VI – KARATE EM BRASILIA                                          035

VII – KARATE EM CEILANDIA                                      038

VIII – KARATE EM ÁGUAS LINDAS                              039

IX – ESTILOS DE KARATE                                   15     040

X – TREINAMENTOS                                                      047

XI – NOMENCLATURA DO KARATE                20         051

XII – GRADUAÇÃO                                               20     054

XIII – FILOSOFIA DO KARATE-DÔ                   20       057

XIV – DOJÔ                                                        20       066

XV – TÉCNICAS DO KARATE-DÔ                      20     068

XVI – COMPETIÇÕES DE KARATE-DÔ                      076

XVII – EVOLUÇÃO DO KARATE-DÔ                20       077

XVIII – SISTEMA JURÍDICO E O KARATE                   080

XIX  – PREPARO FÍSICO DE UM KARATECA              085

XX – ESTUDOS DA LINGUA JAPONESA- parte I        093

XXI – ESTUDOS DA LINGUA JAPONESA – Parte II    102

XXI – XXII – MESTRES DE KARATE                              108

XXII – HISTÓRIADE UM CAMINHO                                111

ÍNDICE                                                                            113

Apoio cultural                                                                   115

Capa                                                                                117

ÍNDICE                                                                             119

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KARATÊ NOS JOGOS OLÍMPICOS

JAPÃO

O Japão é um país que se encontra no continente asiático, no leste da Ásia. É um país considerado pequeno território, com área de 372.819 km² e possui uma população de aproximadamente 128,5 milhões de habitantes. Apesar de pequeno, é conhecido por seu desenvolvimento econômico e é considerado um país extremamente desenvolvido, sua moeda é o iene e possui um PIB de US$ 4,123 trilhões, sendo forte tanto em produtos agrícolas (arroz, batata, repolho, frutas cítricas), quanto, principalmente, na indústria, na produção e exportação de veículos, equipamentos eletrônicos e artigos de informática. A população japonesa adota o xitoísmo como religião principal (84%).

       Ocorre que o país que adota outras religiões, como budismo (71,5%), cristianismo (2%) e outras (7,8%). O motivo de exceder os 100%, se dá ao fato de no Japão muitas pessoas adotarem o xitoísmo e o budismo ao mesmo tempo. A capital do Japão fica em Tokyo e é uma das cidades mais desenvolvidas do mundo. Porém, podemos citar também algumas cidades que são mais famosas e regem a economia do país, como Osaka, Yokohama, Nagoya, Sapporo, Kyoto e Kobe.

       O Japão também é conhecido pela sua cultura e histórica educação. As origens da civilização japonesa são remotas e bastante imprecisas. Contudo, alguns estudos indicam que os primeiros ocupantes deste território apareceram no século III a.C.. Entre as várias culturas que surgem nesse período de formação, podemos destacar a existência dos Yayoi, Kyushu e Jomon. De acordo com algumas pesquisas, as mais remotas civilizações teriam chegado da Sibéria durante o período neolítico.

        O processo de unificação política do Japão teria acontecido ao longo da dinastia Yamato, que configurou a presença de um Estado centralizado. Contudo, ao atingirmos o século VI, a existência do poder real foi paulatinamente perdendo espaço para o poder exercido pelos chefes locais. Após a chamada Guerra Onin, o poder central perdeu espaço para os senhores de terra locais, os quais guerreavam, constantemente, entre si.

         No século VII, os conflitos e disputas locais perderam espaço para a rearticulação da dinastia Yamato, que conseguiu promover mudanças que recuperaram o governo monárquico e, após algumas disputas, a monarquia japonesa se tornou praticamente hegemônica durante uma fase de aproximadamente mil anos. Nesse tempo, vale destacar a ascensão dos samurais que eram importantes agentes militares e políticos.

         No século XVI o contato com os comerciantes espanhóis e portugueses determinou o gradual processo de abertura da civilização japonesa ao mundo ocidental. A ação de mercadores e clérigos jesuítas marcou um primeiro momento das transformações culturais que ganharam espaço no Japão. No século XIX, a ação imperialista norte-americana foi peça chave fundamental para a abertura do povo nipônico ao ocidente.

         Com a abertura econômica forçada pela esquadra militar dos EUA, os japoneses entraram em contato com novas ideologias políticas. Em pouco tempo, um forte movimento nacionalista reivindicou a modernização das instituições do país e o fim da influência estrangeira no território. A partir de 1868, a chamada Revolução Meiji ordenou a industrialização japonesa e a extinção das antigas instituições medievalescas.

         Curiosamente, em um curto espaço de tempo, os japoneses abandonaram a posição de nação subordinada ao imperialismo para se transformar em uma potência industrial promotora de tal política dominadora. O auge dessa nova situação aparece nas primeiras décadas do século XX, quando o governo japonês se envolveu nos conflitos da Primeira e da Segunda Guerra Mundial.

      No fim da Segunda Guerra, temendo a ascensão de uma potência socialista vizinha, os EUA promovem o lançamento das bombas de Hiroshima e Nagasaki nos dias seis e nove de agosto de 1945, respectivamente. Esta tragédia nuclear acabou simbolizando a reconstrução da nação japonesa, que não tinha recursos para se recuperar das terríveis perdas econômicas e humanas do conflito. Na década de 1970, acabou se reerguendo e ocupando um importante papel na economia mundial.

       Atualmente, os japoneses são sistematicamente associados ao desenvolvimento de tecnologia de ponta, que marca do capitalismo. Os campos de informática, robótica, telecomunicações e automobilismo são os mais significativos alvos que atestam a posição de vanguarda nipônica. Vez ou outra, os meios de comunicação divulgam mais um invento ou descoberta proveniente dos laboratórios japoneses. Por Giovvani de Lucas, que integra o escritório de Advocacia Aldemio Ogliair.

Quais as principais características históricas para o surgimento do caratê?

O Karatê tem suas raízes na "Tode" - um sistema de autodefesa sem armas desenvolvido em Okinawa, influenciado pelas artes marciais chinesas, que tem mais de dois mil anos de história.

Quais as principais características do karatê?

Karate é uma palavra japonesa que significa "mãos vazias". É uma arte altamente científica, fazendo o mais eficaz uso de todas as partes do corpo para fins de auto-defesa. O maior objetivo do karate é a perfeição do caráter, através de árduo treinamento e rigorosa disciplina da mente e do corpo.

Qual o motivo do surgimento do karatê?

O caratê surgiu no século XVIII em Okinawa, Sul do Japão, época em que as armas eram proibidas naquela região, e por isso fez com que muitas nações praticassem as artes marciais desarmadas, dando origem ao Caratê.

O que caracteriza o karatê e qual sua origem cultural?

Karatê é uma arte marcial que teve sua origem na ilha de Okinawa no Japão. As técnicas que vieram a compor o Karatê moderno tiveram origem de várias fontes, entre elas a principal foi a mistura de lutas do povo nativo de Okinawa com o Kung Fu praticado no sul da China.