Como é dor de apendicite

Doenças gastrointestinais

( Atualizado a 05/12/2022 )

3 minutos de leitura

O que é a apendicite?

A apendicite é a inflamação, a maior parte das vezes associada a infeção, de uma parte do intestino conhecida como apêndice, que se localiza na parte inferior direita do abdómen.

O que é o apêndice?

O apêndice é uma pequena estrutura, com o comprimento de um dedo, situado na primeira porção do intestino grosso (o cego) no lado direito do abdómen. Não tem nenhuma função essencial no funcionamento do organismo, porém a sua inflamação pode causar problemas à saúde, senão tratada com urgência.

Quais os sintomas da apendicite?

Os sintomas mais comuns da apendicite são:

  • dor com início, habitualmente, na parte média do abdómen, mal definida, que com o tempo, evolui para dor intensa e localizada no quadrante inferior direito do abdómen
  • náuseas e vómitos
  • perda de apetite
  • obstipação ou diarreia
  • febre, nos casos mais evoluídos

Qual a diferença entre apendicite aguda e crónica?

Apesar de a apendicite aguda e crónica se caracterizarem pela inflamação do apêndice, são duas situações diferentes. A apendicite crónica é menos frequente, tem um ritmo de progressão lento e os sintomas são mais ligeiros. Já a apendicite aguda é muito comum, tem um ritmo de progressão rápido e os sintomas são muito intensos.

A apendicite aguda é grave?

Sim. A apendicite aguda é uma doença potencialmente grave e requer a realização de uma cirurgia para remover o apêndice (apendicectomia). Se não for realizada atempadamente, a inflamação do apêndice pode associar-se a diversas complicações, como a perfuração, dando origem a uma peritonite ou mesmo a uma infeção generalizada (septicémia).

Como se diagnostica a apendicite?

O diagnóstico da apendicite é essencialmente clínico, ou seja, os sintomas são habitualmente suficientes para um diagnóstico correto.
Porém, um diagnóstico concreto exige um exame médico, análises ao sangue e à urina, uma ecografia ou uma Tomografia Computorizada (TC). Quer as análises quer os métodos de diagnóstico por imagem permitem confirmar a inflamação do apêndice.
Para além disso, a realização dos exames é importante para se fazer um diagnóstico diferencial com outras doenças que podem apresentar sintomas semelhantes.

Qual a causa da apendicite?

A causa mais frequente de apendicite é a obstrução do apêndice que produz um crescimento bacteriano anormal e que desencadeia o processo inflamatório da apendicite. A obstrução pode estar associada a uma doença inflamatória intestinal, infeções, tuberculose, parasitas, corpos estranhos (sementes, pevides, etc.), neoplasias ou formação/acumulação de material fecal.

Com que idade surge a apendicite?

A apendicite é uma ocorrência muito comum, que tem um pico de incidência nas idades mais jovens, mas que pode surgir em qualquer altura da vida.

Qual é o tratamento da apendicite?

O tratamento da apendicite é realizado através de cirurgia na qual o apêndice é removido – apendicectomia.

A cirurgia é o único tratamento que existe?

A cirurgia é o principal tratamento da apendicite porque resolve de uma forma definitiva o processo de infeção aguda. Atualmente a cirurgia é realizada, a maior parte das vezes, através da técnica de laparoscopia, uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, que permite uma mais rápida recuperação.
O tratamento pode ainda passar pela toma de antibióticos quando, e se, a infeção estiver acompanhada de abcesso, que se prolongarão no tempo dependendo da evolução da infeção.

A apendicite é diferente no adulto e na criança?

A apendicite não é muito frequente em crianças mais pequenas, mas quando se verifica, os sintomas e o tratamento são os mesmos.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia 

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Carmen Maillo, médica de Cirurgia Geral do Hospital Lusíadas Lisboa, explica o que é esta patologia e a que sinais deve estar atento.

Sente uma dor súbita que começa em torno do umbigo e que se desloca para o lado direito da zona inferior do abdómen? E é mais intensa quando tenta movimentar-se? E também é acompanhada por náuseas, vómitos, perda de apetite e febre? Pode ser o primeiro sinal de alerta. Se a dor se situar do lado direito do abdómen e se mantiver durante algumas horas ou se se tornar mais aguda e intensa, então é possível que se trate de um problema mais grave, denominado apendicite. Carmen Maillo, da Unidade de Cirurgia Geral do Hospital Lusíadas Lisboa, explica o que é esta patologia.

O que é o apêndice?

O apêndice cecal é uma pequena extensão tubular terminada em fundo cego, localizada na primeira porção do intestino grosso ou cólon. Tem um comprimento médio de cerca de 5 centímetros.

Causas da apendicite

A causa mais frequente de apendicite é a obstrução do apêndice que produz um sobre-crescimento bacteriano desencadeando o processo inflamatório da apendicite. A obstrução pode ser:

De causa intraluminal

  • Massa de fezes endurecidas no reto ou cólon (fecalito);
  • Tumor, etc.

De causa extraluminal    

  • Aumento dos gânglios linfáticos (adenopatia);
  • Membrana que se forma, em geral após um processo inflamatório, que pode comprimir um órgão ou tecido (brida);
  • Outros.

Sinais de que pode estar com uma apendicite

O quadro mais comum da apendicite começa por uma dor na parte média do abdómen, periumbilical, mal definida, que posteriormente se localiza na fossa ilíaca direita (no lado inferior direito do abdómen) mais fixa e que vai aumentando com o tempo. Pode também apresentar náuseas, vómitos e perda de apetite. Nos casos mais evoluídos pode aparecer febre. Quando o apêndice está numa localização posterior (retroperitoneal) pode existir uma fase inicial quase assintomática e só apresentar sintomas numa fase de apendicite mais evoluída.

Como é dor de apendicite
 

Os sintomas da apendicite confundem-se com os de outras doenças?

Há várias doenças que podem apresentar sintomas similares aos da apendicite aguda.

Doenças intestinais

  • Gastroenterite aguda;
  • Doenças inflamatórias intestinais;
  • Síndrome do cólon irritável, etc.

Doenças urológicas

  • Infeção urinária;
  • Cólica renal, etc.

Doenças ginecológicas

  • Doença pélvica inflamatória;
  • Rutura de um quisto ovárico;
  • Endometriose;
  • Gravidez ectópica; etc.

Diagnóstico

O diagnóstico é fundamentalmente clínico, ou seja, os sintomas que o doente apresenta, juntamente com a exploração clínica, irão dar o diagnóstico de apendicite. As análises podem dar informação da existência de um processo inflamatório. No entanto, hoje podemos dispor de métodos de diagnóstico por imagem, nomeadamente ecografia e TAC (Tomografia Axial Computorizada), que permitem, quer confirmar a inflamação do apêndice, quer fazer diagnóstico diferencial com outras patologias que podem apresentar uma sintomatologia similar. Este diagnóstico diferencial é mais importante nas mulheres porque existem mais patologias do foro ginecológico que podem dar sintomas idênticos.

A cirurgia é o único tratamento que existe?

A cirurgia é o tratamento de eleição porque resolve de uma forma definitiva o processo de apendicite, com a remoção do apêndice, e permite tratar a acumulação de pus no peritoneu (membrana serosa que cobre as paredes do abdómen e dos órgãos do sistema digestivo), nos casos em que já existe peritonite (inflamação do peritoneu). Juntamente com a cirurgia, trata-se com antibióticos que se prolongarão no tempo dependendo da evolução da infeção.

Em alguns casos específicos de doentes de alto risco cirúrgico pode tratar-se com antibióticos e drenagem percutânea (através da pele), se for necessário. Numa fase posterior é aconselhável realizar a apendicectomia pelo maior risco de vir a apresentar apendicite aguda.

Atualmente a apendicectomia pode ser realizada por laparoscopia. Esta técnica permite uma menor agressão cirúrgica com uma mais rápida recuperação e uma melhor exposição do peritoneu, podendo ser feita uma melhor limpeza nos casos de peritonite.

Há diferenças no caso das crianças?

A idade mais frequente de apresentação da apendicite é a adolescência, entre os 10 e 20 anos. A apendicite não é muito frequente em crianças mais pequenas, mas quando se verifica o tratamento é o mesmo.

Como tratar a apendicite crónica

A apendicite crónica é uma entidade controversa para muitos médicos, mas vários estudos demonstraram que existe, ainda que seja pouco frequente. A causa é uma oclusão transitória ou parcial do apêndice que provoca uma dor, mas que não desenvolve a sobreinfeção bacteriana que desencadearia a apendicite aguda.

É importante fazer o diagnóstico da causa da oclusão que pode incluir fecalito, tumores, adenopatias, corpos estranhos e bridas. Nos casos de suspeita de afetação do apêndice por este tipo de patologia o tratamento é a apendicectomia, porque a oclusão parcial ou temporária do apêndice pode evoluir para uma oclusão definitiva e uma apendicite aguda.

Especialidades em foco neste artigo

Como saber se é dor apendicite?

Sintomas de apendicite.
Dor ou desconforto abdominal sem localização;.
Dor abdominal intensa no lado inferior direito;.
Náuseas ou vômitos;.
Perda de apetite;.
Febre baixa persistente (entre 37,5º e 38º);.
Mal estar geral;.
Prisão de ventre ou diarreia;.
Barriga inchada ou excesso de gases;.

Quais são os sintomas da apendicite inflamada?

Sintomas da apendicite Falta de apetite é o principal sintoma da apendicite. No entanto, como aparece em qualquer quadro infeccioso, torna-se um sinal inespecífico; O sintoma mais característico é a dor abdominal que se manifesta do lado direito e na parte baixa do abdômen, na altura do umbigo.

O que pode ser confundido com apendicite?

A apendicite é um processo inflamatório dos gânglios ao redor do apêndice”, explica Rodrigo Fontan, cirurgião do aparelho digestivo. “Em mulheres (a apendicite) pode se confundir com inflamação de trompas, ovário policístico, cisto de ovário ou infecção urinária.

Como fazer o teste de apendicite?

Os profissionais de saúde usam o ultrassom como o primeiro teste de imagem para avaliar uma possível inflamação no apêndice. Neste exame para apendicite, um profissional de saúde aplica um gel na sua barriga e move um aparelho sobre a pele, para criar imagens internas da região abdominal.