Quem foram os responsáveis pela pela primeira escola de surdos no Brasil?

Desde a antiguidade, os Surdos sempre foram discriminados e considerados incapazes. De acordo com Capovilla & Raphael (2008), naquela época era muito forte a concepção de que a linguagem falada era a única forma de linguagem possível.

Os autores destacam que, já no século IV a.C., Aristóteles supunha que todos os processos envolvidos na aprendizagem ocorressem por meio da audição e que, por isso, os Surdos tinham menos chances de aprenderem se comparados aos cegos.

O preconceito da sociedade

Ao longo da História, continuaram a sofrer preconceitos de toda espécie, sendo, comumente, excluídos do convívio social e proibidos de exercerem direitos como: o recebimento de heranças e o casamento.

A história da Educação de Surdos é marcada por diversas tentativas e métodos de comunicação. Algumas pessoas se dedicaram a ensinarem aos Surdos e, principalmente, a se comunicarem com eles por meio dos sinais.

Os principais historiadores

Dentre os principais nomes, destaca-se o abade L’Epée, francês que criou a primeira escola para Surdos na cidade de Paris, no ano de 1760, sendo referência na formação de professores Surdos e servindo como incentivo à fundação de muitas outras escolas em diversos países.

Outra personalidade vinculada à Educação de Surdos é Hernest Huet, professor Surdo, também francês, que veio ao Brasil, para fundar a primeira Escola para Surdos, a convite de D. Pedro II.

Para Perlin e Strobel (2006) o fato mais marcante na história da Educação de Surdos foi o Congresso de Milão ocorrido no ano de 1880, no qual, através de uma votação com maioria quase absoluta de professores ouvintes, ficou decidido que a Língua de Sinais seria abolida da Educação de Surdos, prevalecendo o uso da Língua Oral.

Segundo as autoras, essa decisão teve um impacto arrasador na Educação dos Surdos, que foram proibidos de utilizarem sua Língua e tiveram que abandonar sua cultura por um período de aproximadamente cem anos.

Nesta breve abordagem sobre a História da Educação de Surdos, é importante destacar os métodos utilizados pelos professores envolvidos no processo de ensino e comunicação de Surdos, sendo eles:

O método de ensino dos prefessores

Como abordado pelas autoras Perlin e Strobel (2006), com a proibição da Língua de Sinais no ano de 1880, o método de comunicação passou a ser apenas a oralização ou método oralista, baseado na concepção de que o Surdo deveria se expressar através do treino da fala e utilizar-se da leitura labial – (Leitura dos lábios de quem está falando).

O segundo método utilizado na Educação de Surdos, na verdade, é resultado da junção da Língua Oral com a Língua de Sinais, sendo chamado de método da comunicação total. Lembrando que a Língua de Sinais tem características gestuais-visuais, diferenciando-se da Língua Oral.

Esse método, na verdade, pouco contribuiu, podendo até mesmo ter levado ao uso inadequado da Língua de Sinais, pois deu origem ao que denominamos, atualmente, de português sinalizado; utilizado por quem não conhece verdadeiramente a Língua de Sinais em sua estrutura e características próprias.

O bilinguismo como método de ensino

O terceiro método denomina-se bilinguismo, sendo baseado no aprendizado da Língua de Sinais como primeira Língua do Surdo. Segundo essa proposta, a criança surda deve iniciar precocemente o contato com adultos Surdos, que a ensinem a Língua de Sinais, sua Língua natural e, somente a partir desse momento, terá condições de iniciar o aprendizado da Língua Oral como segunda Língua.

Duboc (2004) afirma que, ao abordar a escolarização dessas pessoas, deve-se, em primeiro lugar, considerar que, por muitos anos, elas estiveram fora do convívio social ou, em alguns casos, com convivência limitada a ações de assistencialismo ou de filantropia; essas, na maioria das vezes, acompanhadas por uma visão clínica, que considera a surdez apenas do ponto de vista da deficiência.

Essa afirma que apenas nos últimos cinquenta anos essa visão vem perdendo força devido a um maior desenvolvimento da ciência e ao crescimento de pensamentos mais democráticos, além de propostas de políticas, que deram abertura para outros olhares sobre o assunto.

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Principais momentos históricos da Educação de Surdos

No século XV Não havia escolas especializadas para surdos.

Pessoas ouvintes tentaram ensinar os surdos. O atendimento escolar especial as pessoas deficientes, teve seu início no Brasil no século XIX na década de cinquenta.

A primeira escola de surdos no Brasil foi criada pela Lei nº  839, de 26 de setembro de 1857, por Dom Pedro II, no Rio de Janeiro.

 Século XVI - Giralamo Cardamo, italiano que utilizava sinas e linguagem escrita.

- Pedro Ponce de Leon, um monge espanhol utilizava além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios. Nascido em data indeterminada e tendo vivido até 1584, Ponce tinha por objetivo ensinar os surdos a ler e escrever. Era herbólogo e também manipulava alguns remédios a base de ervas com o intuito de “curar” e fazer falar os surdos.

- Girolamo Cardano (1501-1576) era médico filósofo que reconhecia a habilidade do surdo para a razão, afirmava que “... a surdez e mudez não é o impedimento para aprender e o meio melhor é através da escrita... e é um crime não instruir um surdo-mudo.” Ele utilizava a língua de sinais e escrita com os surdos.

 Século XVII

-Surge a Língua de Sinais utilizada por Abade L’Epèe na educação dos surdos. Ele inaugurou a primeira escola para surdos. Em 1760, na França, o abade L´Epée (Charles Michel de L´Epée:1712 -1789) iniciou o trabalho de instrução formal com duas surdas a partir da Língua de Sinais que se falava pelas ruas de Paris utilizando para esse fim além da Língua de Sinais, a datilologia (alfabeto manual) e sinais criados artificialmente, obtendo grande êxito, sendo que a partir dessa época a metodologia por ele desenvolvida tornou-se conhecida e respeitada, assumida pelo então Instituto de Surdos e Mudos (atual Instituto Nacional de Jovens Surdos) em Paris como o caminho correto para a educação dos seus alunos.

 Século XVIII Na Europa usavam-se duas modalidades de ensino:

•Gestualismo – método alemão.

•Oralismo – método Frances. A grande maioria dos surdos defendia o Gestualismo enquanto que apenas os ouvintes apoiavam o oralismo – por exemplo, Bell, nos EUA, fazia campanha a favor deste método, entre muitos outros professores, médicos, etc.

Em resultado da evolução nos campos da tecnologia e da ciência, no século XX, particularmente no campo da surdez, a educação dos surdos passou a ser dominada pelo oralismo (que encara a surdez como algo que pode ser corrigido). No entanto, sem a cura da surdez os insucessos do oralismo começaram a ser evidenciados, pois os surdos educados neste método não conseguiam um emprego, comunicar com ouvintes desconhecidos ou manter uma conversa fluída.

1857 – Brasil

Fundada a primeira escola para surdos no Brasil pelo surdo francês Ernest Huet. Hoje esta escola tornou - se Instituto de Educação de Surdos- o INES. O dia do surdo é comemorado no dia 26 de setembro, homenagem à inauguração da primeira escola de surdos do Brasil em 1857, o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos). O filho de Thomas Hopkins Gallaudet, Edward Miner Gallaudet, ajudou a iniciar a Columbia Institution for the Deaf and Blind, em Washington, DC, que mais tarde se tornou Gallaudet University. A Gallaudet University é a primeira instituição mundial de ensino superior para Surdos. Em meados do século havia mais de cento e cinquenta escolas europeias e vinte e seis nos EUA que utilizavam a língua gestual nas aulas. Neste país, um terço dos professores de surdos eram surdos.

 1880- Clímax da historia de surdos Congresso Internacional de

 Professores de Surdos – Milão Duelos polêmicos= língua de sinais x oralismo

 Temas:

 • Os sujeitos surdos ficam subjugados às práticas ouvinistas.

 • Tempo de instrução.

 • Número de alunos por classe.

 • Trabalhos mais apropriados aos surdos.

• Enfermidades, medidas curativas e preventivas. Turbulência na educação dos surdos. Surgiu o Congresso Internacional de Surdo-Mudez, em Milão – Itália, onde o método oral foi votado o mais adequado a ser adotado pelas escolas de surdos e a língua gestual foi proibida oficialmente alegando que a mesma destruía a capacidade da fala dos surdos, também argumentando que os surdos são “preguiçosos” para falar, preferindo a usar a língua de sinais.

 11 de setembro 1890

 Votação – na Europa Língua de sinais X oralismo

Oralismo X misto - Sujeitos surdos excluídos da votação. Na ocasião de votação, durante a assembleia geral realizada no congresso, todos os professores surdos foram proibidos de votar e excluídos. Dos 164 representantes presentes ouvintes, apenas 5 dos Estados Unidos votaram contra o oralismo puro. Estas recomendações foram aceites pelas delegações alemã, italiana, francesa, inglesa, sueca e belga. Só o grupo americano, liderado por Edward Miner Gallaudet (1837-1917), se opõe. Dos 255 participantes, só três eram surdos. O método oral torna-se indiscutível.

Resultados

Históricos - antes do congresso os povos surdos não tinham problemas com educação. Sujeitos surdos dominavam a arte e a escrita.

Depois do Congresso – Professores surdos perderam seus empregos e as línguas de sinais foram forçadamente substituídas por métodos orais. Qualidade da educação dos surdos diminuiu devido a predominância do oralismo puro na forma de ouvitismo. No oralismo existe exaustivo treinamento auditivo. E desenvolvimento da fala associada à leitura labial. Qualidade da educação dos surdos diminuiu devido a predominância do oralismo puro na forma de ouvitismo. No oralismo existe exaustivo treinamento auditivo. E desenvolvimento da fala associada à leitura labial.

BRASIL

Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - é um sistema linguístico legítimo e natural, utilizado pela comunidade surda brasileira, de modalidade gestual-visual e com estrutura gramatical independente da Língua portuguesa falada no Brasil. Em 1856, o conde francês Ernest Huet desembarcou na capital fluminense com o alfabeto manual francês e alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, deu origem à Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A LIBRAS possibilita o desenvolvimento linguístico, social e intelectual daquele que a utiliza enquanto instrumento comunicativo, favorecendo seu acesso ao conhecimento cultural-científico, bem como a integração no grupo social ao qual pertence. Graças à luta sistemática e persistente das pessoas com deficiência auditiva, foi reconhecida pela Nação brasileira como a Língua Oficial da Pessoa Surda, com a publicação da Lei nº 10.436, de 24/04/2002 e a Lei nº 10.098, de 19/12/2002.

Quem foi o fundador da primeira escola de surdos do Brasil?

Teve início a luta pela educação dos surdos, na qual ficou marcada a atuação de um surdo francês, chamado Eduard Huet. Em 1857, Huet veio ao Brasil a convite de D. Pedro II para fundar a primeira escola para surdos do país, chamada na época de Imperial Instituto de Surdos Mudos.

Quem criou a escola de surdos?

Ernest Huet – o fundador da primeira escola de surdos brasileira.