Participação do Brasil Atletas: 108 atletas (103 homens e cinco mulheres) O destaque maior foi Adhemar Ferreira da Silva, que conquistou sua primeira medalha de ouro. Ele superou o próprio recorde mundial no salto triplo (de 16,01m) por quatro vezes na mesma prova. Na capital da Finlândia, Adhemar registrou as seguintes marcas: 16,05m, 16,09m, 16,12m e 16,22m. No salto em altura, José Telles da Conceição ganhou a medalha de bronze. Ele alcançou 1,98m e bateu o próprio recorde sul-americano. Ary Façanha de Sá, na mesma prova, se classificou em quarto lugar, com 7,23m. Da natação veio outro bronze, com Tetsuo Okamoto, nos 1.500m livre e o tempo de 18min51s3. João Havelange, que havia participado dos Jogos de Berlim 1936 como nadador nos 1.500m livre, integrou o time de polo aquático em Helsinque. Nesta edição, o Brasil participou pela primeira vez da competição de futebol dos Jogos Olímpicos. Dois anos antes, o país amargara a derrota na decisão da Copa do Mundo disputada no Maracanã. Em 1952, a seleção ficou em quinto lugar e encantou plateias com sua maneira atrevida e brincalhona de jogar. Jogos Olímpicos pela primeira vez na FinlândiaRealizada no início da Guerra Fria, essa edição ficou marcada pela estreia da União Soviética, que disputaria com os Estados Unidos o maior número de medalhas nos Jogos seguintes. O feito mais memorável em Helsinque coube ao corredor Emil Zatopek (na foto, à esquerda), da antiga Tchecoslováquia. Ele se tornou a única pessoa da história a ganhar os 5.000m, os 10.000m (que já havia vencido em Londres 1948) e a maratona em uma mesma edição dos Jogos. Pela primeira vez, as mulheres competiram contra os homens na prova de adestramento do hipismo. A dinamarquesa Lis Hartel marcou para sempre sua participação ao conquistar a medalha de prata mesmo tendo parte de suas pernas (abaixo do joelho) paralisadas. Vítima de poliomielite aos 23 anos, ela precisava de ajuda para subir e descer do cavalo. Também na Finlândia, Lars Hall, um carpinteiro sueco, foi o primeiro não-militar a vencer o pentatlo moderno. A delegação brasileira conquistou uma medalha de ouro e duas de bronze.
De família humilde (seus pais vieram de Santo Amaro da Purificação – BA), o grande sonho de Telles quando criança era ser engenheiro. Mas foi no atletismo que construiu sua carreira e marcou a história do atletismo brasileiro como o primeiro nome da modalidade a subir no pódio olímpico. A sua carreira começou ainda no período escolar, onde em uma competição de atletismo venceu quase todas as provas que disputou e, por ironia do destino, só não ganhou a prova de salto em altura. Após esse excelente desempenho, foi convidado para treinar no Vasco em 1946, aos 15 anos de idade, e ganhou destaque no clube logo que chegou, no salto em altura e nas Porém, apesar do talento e do excelente porte físico, José Telles não gostava de treinar, o que prejudicava o seu desempenho. Isso foi determinante em sua saída do Vasco, já que o clube matinha um controle rígido de seus atletas. Essa saída não agradou a Telles, que então foi treinar no clube rival, o Flamengo. Lá ganhou o apelido de “homem-equipe”, por causa do grande número de provas em que competia e vencia. Telles tinha tanto velocidade horizontal quanto vertical. Corria 100 metros, 200 metros, fazia 110 metros com barreira, salto em distância, salto triplo, salto em altura e encarava até o decatlo. Nos Jogos Olímpicos de Helsinque (Finlândia), em 1952, ele saltou 1,98m na primeira tentativa e ganhou a medalha de bronze para o Brasil. Foi uma marca excepcional para a época, homologada como o novo recorde sul-americano. O sueco Gosta Svenson igualou a marca 1,98m, mas na terceira tentativa, perdendo a medalha para o brasileiro. O ouro ficou com o americano Walt Davis com 2,04m e a prata com outro americano, Ken Wiesner com 2,01m. Em 1954, Telles alcançou a marca de 2 metros no salto em altura, em São Paulo, estabelecendo um recorde nacional que foi superando somente 19 anos depois, quando Irajá Chedid Cecy saltou 2,01m, em Brasília. Ainda em 1954, Telles recebeu o troféu Helms, um dos mais importantes prêmios esportivos da época, como melhor atleta da América do Sul. Em 1955, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, Telles ganhou medalhas tanto nos 200 metros quanto no salto em altura, ambas de bronze. Em 1956, nos Jogos Olímpicos de Melbourne (Austrália), foi finalista dos 200 metros e chegou em 6° lugar. Telles transformou-se no maior recordista do atletismo nacional, estabelecendo 21 recordes em cinco provas diferentes. Terminou a sua carreira em 1966 e então passou a atuar como consultor da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). O primeiro medalhista do atletismo brasileiro morreu em 18 de outubro de 1974, assassinado a tiros dentro de seu carro, em uma praia do Rio de Janeiro. Em sua homenagem, a CBAt instituiu a medalha Medalha José Telles da Conceição. Essa medalha é concedida aos atletas que subiram ao pódio em competições mundiais. A primeira medalha foi entregue à Telles, que deu nome ao prêmio, sendo representado pela viúva, Dona Cely. xxxxxx Os dados para essa matéria foram levantados de vários sítios eletrônicos relevantes, porém foi encontrado um documentário (De Olaria a Helsinque, a história de um salto) produzido pelo canal esportivo ESPN, onde existem alguns dados conflitantes, como data e local de nascimento, primeiras competições, entre outros. Para assisti-lo, clique aqui. Mateus Santana Fonte: http://goo.gl/YhGDnk http://goo.gl/6J4j5W http://goo.gl/Nf1hR6 http://goo.gl/gWShUj |