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Naked de arquitetura simples e motor de 77,5 cv tem ótima ciclística, anda bem e tem um ronco encantador Yamaha XJ6 N ABS 2019 (Foto: divulgação) — Foto: Auto Esporte A Yamaha XJ6 N ABS não é apenas uma representante de uma época de ouro no mundo das motocicletas. A naked é uma das únicas herdeiras de uma espécie em extinção: as motos de quatro cilindros.
Texto: André Garcia Fotos: Gustavo Epifanio Pouco menos de dois anos atrás, exatamente em janeiro de 2010, a Yamaha Motor do Brasil apresentava a XJ6 em duas versões: naked (XJ6 N) e carenada (XJ6 F). Na época da apresentação, o que muita gente lamentou foi o fato da marca ter optado por substituir a FZ6 pela XJ e não permanecer com as duas em linha, como aconteceu na Yamaha Europa, por exemplo. A questão é que a XJ, apesar de mais simples que a refinada FZ, rapidamente conquistou o consumidor com uma série de atributos. Como as impressões do modelo F você já conferiu aqui no Best Riders, desta vez aproveitamos um test-drive promovido pela marca para mostrar a nosso leitores como se comporta a versão naked. A XJ6 utiliza o mesmo motor derivado da R6 — também utilizado na FZ6, modelo que foi substituído no exterior pela FZ8 — mas ainda mais amansado. Para se ter uma ideia, na R6 a potência chega a 120 cv, contra 98,5 cv na FZ6 e “apenas” 77 cavalos na XJ. A condução desse modelo é muito fácil, os comandos são intuitivos e de excelente acabamento. Em pouco tempo rodando sobre a moto, percebemos que, realmente, foi uma motocicleta pensada para iniciantes que desejam entrar no mundo dos motores 4 cilindros, mas que não negará fogo aos mais experientes que buscam diversão. O acerto do motor propicia bom torque já a 2 000 rpm, o que facilita sua condução. Além disso, tanto em acelerações quanto retomadas as respostas são lineares e não encontramos qualquer “buraco” em toda a gama de giros, uma vantagem frente às irmãs R6 e FZ6, que são preguiçosas até os 8 000 rotações. A XJ6 não esconde que é uma moto urbana, e seu set-up apenas confirma essa impressão. Com dimensões compactas e ótima centralização de massa (o escapamento curto e junto do motor contribui para isso), a XJ supera com facilidade os congestionamentos, tem excelente esterçamento/manobrabilidade e não são necessárias inúmeras trocas de marchas. Por ser baixa, os motociclistas com 1,65 m altura conseguem colocar os dois pés no chão, algo que parece redundante, mais é essencial na sensação de segurança do iniciante e mesmo dos mais experientes. Se na cidade ela vai muito bem, na estrada ela prova sua versatilidade, já que a 120 km/h (limite das nossas rodovias) o motor trabalha a 6 500 rpm, liso e sem vibrações incômodas. Isso se traduz num plus de conforto ao piloto, que por sua vez já conta com boa ergonomia graças às pedaleiras e guidon bem posicionados e que, assim, permitem adotar uma postura relaxada e confortável para braços e pernas. O guidon ainda possibilita ajustes, pensado nos baixinhos com braços curtos. Apesar da boa densidade de espuma do banco, tenho dúvida se o garupa vai confortável, pois o banco afina muito na traseira. Como não andei com minha garupeira oficial, não posso opinar. Sua suspensão está bem acertada e copia bem o asfalto, ao meu gosto um pouco mole demais. Ajuste só na traseira que é monocross com 7 regulagens. As rodas estão calçadas com pneus Metzeler Roadtec nas medidas 120/70 dianteira e 160/60 na traseira, ambos com aro 17. A versão N me parece mais firme, afunda menos que a versão F nas entradas de curvas. Para o leitor ter uma idéia da versatilidade da XJ6, na cidade é possível andar numa grande avenida em 4ª marcha com velocidade variando entre a 60 km/h e 40 km/h sem tocar o câmbio. Em rodovia, num trecho de serra em aclive, o piloto trafega facilmente entre 80 km/h e 50 km/h em 5ª marcha sem qualquer necessidade de redução. A XJ6 oferece torque e potência na medida certa, proporcionando respostas ágeis e imediatas mas sem sustos, mantendo-se na mão o tempo todo. Mais uma vez comparando com a FZ6, nos mesmos trechos as marchas utilizadas seriam 1ª e 2ª na avenida e 2ª e 3ª marcha no mesmo trecho rodoviário – subida da serra do mar pela Via Anchieta, na mesma velocidade de 80 km/h. Dado esse novo acerto de câmbio e motor na XJ6, as coisas também melhoram na hora de abastecer, já que sua média fica em torno de 20 km/l, algo muito bom para uma 600 cm³ de 4 cilindros. Uma sport naked da mesma cilindrada dificilmente passa de 17 km/l nas mesma condições. No entanto, cabe frisar que a XJ6 não nega fogo, mas também não chega a empolgar se levada ao seu limite. Seu ronco remete a esportividade, mas se exigido aos extremos o piloto notará que ela “acaba” cedo, e isso é normal para sua proposta. Para melhor compreensão, enquanto a configuração do motor tetracilíndrico da FZ faz com que os picos de potência e torque sejam atingindo, respectivamente, a 12 000 e 10 000 rpm (o motor corta a 14 000 rotações), na XJ6 a potência máxima chega já a 10 000 rpm e, o torque, a 8 500 rotações. Considerando que o câmbio é mais curto e, por isso, acabamos viajando a uma rotação mais elevada, a sensação de que estamos próximos do limite chega rápido quando nos empolgamos ao seu comando. O habitat da XJ6 é o trecho urbano, vai bem na rodovia, mas como já disse: não empolga. Por que estou dizendo isso? Simplesmente para que você não espere encontrar na XJ o comportamento de uma legítima sport-naked, um segmento no qual, hoje, a Yamaha do Brasil não tem representante. O lançamento da FZ8 no Brasil não está descartado, mas também não tem data para acontecer. A XJ6 é um produto para o nicho de entrada das 600 cm³, disputando mercado no Brasil, por enquanto, com a Kawasaki ER-6, Suzuki Bandit 650 e Kasinski Comet 650. A FZ6 era, na Europa e no Brasil, um produto para o nicho premium das 600 cm³, disputando mercado aqui no Brasil com a Hornet e depois com a Kawasaki Z750 (aqui cabe outra explicação que fica numa próxima oportunidade) e, na Europa, além das duas citadas, com Suzuki GSR 600, esta que aos poucos será substituída pela GSR 750. Com um desempenho que não é exepcional mas é suficiente, ótima versatilidade e preço interessante, se você é um piloto iniciante ou experiente, anda mais na cidade, viaja de vez em quando e tem uma tocada mais tranqüila, não se decepcionará com a XJ6. André Garcia estava utilizando calça jeans HLX, jaqueta Tacna, luvas X-Vince, botas Ridge Alpinestars e Capacete Shark RSX Compartilhe21 respostas
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COLUNISTASLuanDe analista de sistemas a criador de conteúdo, aos 35 anos resolvi tirar habilitação para motos e a paixão me pegou.Juliana42 anos, criadora de conteúdo e apaixonada por motociclismo. A frente da BestRiders a 3 anos, participando de cada detalhe.PUBLICIDADE
Quantos cavalos tem uma XJ6 Turbo?O propulsor é refrigerado a líquido e produz potência máxima de 77,5 cv a 10.000 rpm e 6,09 kgfm de torque a 8.500 rpm.
Quantos cavalos tem uma XJ6 2012?Naked ano 2012 com preço de R$ 24.800 tem arquitetura simples, motor de 77,5 cv com bom desempenho, ótima ciclística e um ronco encantador. A Yamaha XJ6 é um clássico.
Qual é a melhor XJ6 ou Hornet?Muitos dizem que a Hornet é bem melhor e superior que a XJ6, que a Hornet tem o motor mais forte, o design da Hornet é mais bonito que a XJ6, porém os custos de manutenção da Hornet é superior ao da XJ6 e a Hornet é bem mais visada para os ladrões do que a Yamaha XJ6.
Quanto que a XJ6 corre?Numa categoria muito disputada, a Yamaha XJ6 mostrou seu valor com bom desempenho, tendo saído do mercado com a missão cumprida. Seu motor entregava 77,5 cavalos e 6,08 kgfm, suficientes para catapultá-la de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e com velocidade final de 192 km/h.
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