Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

 

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Enigmas na Para�ba:

 A PEDRA DO ING� 

 Os estudiosos diante do Misterioso mon�lito do Ing�

(Parte I de III)

A pedra lavrada do Ing� � um dos mais estranhos monumentos arqueol�gicos

que encontrei em minhas viagens pelo interior do Brasil.

Por J. A. FONSECA*

De Ing�-PB

Para Via Fanzine & UFOVIA

 

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Detalhe do misterioso mon�lito do Ing�.

Segundo se sabe, a Pedra do Ing� continua sendo a �pedra no sapato� dos estudiosos pela complexidade de suas figuras insculpidas na rocha e pelo seu sofisticado simbolismo. Possui cerca de 23 m de comprimento e na sua parte mais alta mede 3,5 m, exibindo uma face lavrada com cerca de 40 metros quadrados de misteriosos caracteres.  

O estranho mon�lito que comp�e a Pedra do Ing� � conhecido praticamente desde a descoberta do Brasil, pois sabe-se que o mesmo foi citado pela primeira vez em 1.618, no livro Di�logos da Grandeza do Brasil, atribu�do ao portugu�s Ambr�sio Fernandes Brand�o que, segundo os historiadores, se trata de uma obra excepcionalmente carregada de sentido doutrin�rio e ufanista. � prov�vel que este monumento tenha seu lugar reservado entre os mais intrigantes enigmas arqueol�gicos j� descobertos em nosso planeta. � sabido que se trata do maior, mais complexo e mais misterioso conjunto rupestre que reporta a um passado desconhecido e carrega consigo uma grande quantidade de caracteres e signos ainda por serem decifrados. Esta colossal pedra cifrada est� localizada no Estado da Para�ba, na Serra da Borborema, munic�pio de Ing�, �s margens do rio de mesmo nome, antigo Bacamarte, a 85 km de Jo�o Pessoa e a 35 km de Campina Grande. Na �poca das chuvas este grande mon�lito fica parcialmente encoberto pela �gua e no tempo seco pode ser visto em sua totalidade, al�m de que o leito do rio fica completamente seco, com apenas algumas po�as d��gua espalhadas em quase toda a sua extens�o.

Como o acesso deste importante monumento arqueol�gico paraibano � relativamente f�cil, afirmamos com tristeza que o mesmo vem sendo destru�do atrav�s dos tempos por v�ndalos e exploradores de rel�quias arqueol�gicas, correndo o risco de ser irreversivelmente inutilizado para futuras pesquisas e an�lises mais acuradas de seu conte�do l�tico. Mesmo assim, a Pedra do Ing� continua sendo um magn�fico mist�rio, constitu�do de um grande mon�lito de granito assentado sobre o leito do Rio Ing�, com cerca de 23 m de comprimento e altura aproximada de 3,50 m na sua parte mais alta.

As inscri��es da Pedra do Ing� se estendem por todo o seu dorso vertical, numa extens�o de aproximadamente 16 metros. S�o, de fato, de uma estranheza indescrit�vel e somente vendo-as de perto � que podemos perceber a complexidade de seus talhes bem elaborados e deduzir que, quanto mais tentamos retroagir no tempo para atribuir aos caracteres deste acervo arqueol�gico uma explica��o simplista, de que teriam sido produzidos por povos primitivos ou ind�genas, por exemplo, mais estes se distanciam de uma realidade palp�vel e mais seu mist�rio se densifica.

Pensa-se que suas insculturas foram executadas por meio de algum tipo de instrumento pontiagudo, que teria sido manipulado por homens daquela �poca, semi-b�rbaros, at� produzir os baixos relevos que ali se acham incrustados. O que n�o se pode explicar, entretanto, � que estes signos possuem um acabamento primoroso, como se tivessem sido elaborados por m�todos muito avan�ados e n�o, simplesmente, por interm�dio de pancadas ou ranhuras na pedra com ferramentas comuns. Definitivamente, este magn�fico trabalho n�o poderia ter uma explica��o t�o destitu�da de imagina��o como a que lhe � dada por alguns pesquisadores e n�o pode, simplesmente, estar ligado a tradi��es corriqueiras de povos que, sequer, possu�am alguma forma de escrita.

Por outro lado, n�o se tem not�cia de que haja em outro lugar, no Brasil ou fora dele, um conjunto de inscri��es rupestres que possam assemelhar-se ao deste monumento arqueol�gico da Para�ba, tal � a sua excepcionalidade e sua condi��o desafiadora, tanto em rela��o � sua forma e m�todos utilizados, quanto � sua complexidade e execu��o de sua vasta petrografia. Al�m disto, suas insculturas parecem ter sido rigorosamente planejadas, tra�adas e executadas, criando assim uma certa dificuldade junto aos estudiosos que pretendem transform�-las simplesmente em arte primitiva ou atribuir a sua feitura aos antigos trogloditas que teriam vivido naquela regi�o. Pode-se dizer que este formid�vel mist�rio paraibano distancia-se, inequivocamente, de tudo aquilo que tem sido regularmente encontrado e pesquisado em outros locais do mundo no �mbito da arqueologia, constituindo-se de algo verdadeiramente �mpar no estudo arqueol�gico, e, at� mesmo, podendo se dizer que de trata de uma inc�moda �pedra no sapato dos pesquisadores�.

Desde a chegada dos conquistadores europeus ao Brasil que as itacoatiaras (pedras pintadas em tupi) t�m sido encontradas e o questionamento sobre a sua origem teve in�cio. Os antigos ind�genas que habitavam estas terras (e mesmo os dos dias de hoje) sempre foram un�nimes em afirmar que seus autores n�o foram os seus antepassados e que aqueles que as �escreveram� pertenceram a um passado bem long�nquo, quando ainda havia livre conviv�ncia entre os homens e os deuses. Houve ainda quem veiculasse uma lenda a dizer que no interior da pedra se encontrava encerrado um grande tesouro, levando muitos v�ndalos e gananciosos em busca de riqueza f�cil a tentarem quebr�-la, sem �xito, tirando-lhe apenas algumas lascas e danificando-a, irreversivelmente.

 

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Detalhes dos enigm�ticos caracteres da Pedra do Ing�.

� sua volta podem ser encontrados signos variados e outros enigmas a serem solucionados. Os estranhos e incompreens�veis caracteres semelhantes a ideogramas que ali podem ser vistos, espalhados por diversos lugares, possuem caracter�sticas, aparentemente, muito diferentes entre si. Alguns destes j� se encontram bem desgastados pelo tempo, enquanto que outros podem ainda serem vistos com grande nitidez, como se tivessem sido fundidos na pedra. O leito seco do rio mostra in�meros orif�cios escavados na rocha em todo o seu percurso e se tratam de marcas deixadas pelo movimento da �gua em redemoinhos. Assemelham-se a bacias m�dias e pequenas e muito lisas, devido ao movimento cont�nuo da �gua. Por�m, existem alguns poucos destes orif�cios, com um di�metro de, aproximadamente, 20 cent�metros e uma profundidade de uns 40 cent�metros, que parecem ter sido feitos com uma grande broca met�lica, tal a precis�o com que foram escavados. Suas paredes s�o lisas, com ranhuras, semelhantes aos dos furos que s�o feitos por equipamento met�lico cortante e se diferem muito dos outros que se encontram por ali, mais rasos e deformados. Enquanto que os demais permitem que se possa ver a atua��o da �gua corrente, estes outros n�o guardam as mesmas caracter�sticas e, a nosso ver, n�o podem ser assim considerados, como resultado de simples eros�es da �gua sobre a rocha.

Do lado oposto � itacoatiara do Ing�, vamos encontrar um outro mist�rio. Existe ali uma pedra deformada de cor acinzentada, como se tivesse sido amassada, da mesma forma como o fazemos com o barro, contendo diversos caracteres gravados em seu dorso. Na sua parte superior esquerda, h� uma depress�o semelhante a um p�, como se algu�m tivesse pisado ali, enquanto ela ainda estava mole, deixando uma marca bem profunda. Al�m disso, ela emite um sonido semelhante ao do sino quando � tocada com uma pedra e este som pode ser ouvido, at� mesmo, se batermos nela com o n� dos dedos. Parece oca e emite um som met�lico.

Toda esta regi�o est� coberta de enigmas desta natureza, al�m do maior deles que � a pr�pria Pedra do Ing� e sabe-se que nas redondezas e em outros lugares mais distantes existem diversas outras inscri��es de car�ter estranho, monumentos megal�ticos e hist�rias variadas sobre cada um deles.

Como j� dissemos, em todo o leito do rio podem ser encontrados muitos caracteres de cunho desconhecido, que fazem com que o espectador se pergunte qual teria sido a import�ncia de tudo aquilo para seus idealizadores e art�fices ou qual teria sido seu significado. Considerar, simplesmente, que os agrupamentos humanos na antiguidade n�o tinham nada com que se preocupar, sen�o ficar �desenhando� em pedras e esculpindo em rochedos, � por demais destitu�do de criatividade e bom senso, considerando-se que, em determinados lugares, como na regi�o do Ing�, por exemplo, tais demonstra��es de �vagabundagem� s�o por demais complexas, carregadas de simbolismos expressivos, chegando, at� mesmo, a alcan�ar uma certa exuber�ncia inexplic�vel. Assim como pode ser observado nas culturas Maraj� e Tapaj�s, em sua complexa simbologia e arte, um esmerado cuidado art�stico e l�gico, tamb�m aqui no mon�lito do Ing� vamos constatar o cuidado de seus construtores, que se reflete perante os pesquisadores como um s�rio problema a ser resolvido. � ineg�vel que o tipo de cultura que teria sido respons�vel por este enigm�tico trabalho rupestre se coloca num grau muito superior ao de outros �trabalhos� l�ticos, regularmente encontrados em outras regi�es e para alguns estudiosos seria mais c�modo se registros como estes jamais tivessem existido.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Seria l�cito afirmar que tais caracteres tivessem sido produzidos por vias naturais, como eros�o,

segundo alguns ou atrav�s de aranh�es na pedra com ferramentas rudimentares?

Sabe-se que os �ndios cariris que habitavam na Serra da Borborema, pr�ximo do Ing�, n�o possu�am um n�vel de cultura compat�vel com o grau de dificuldade que estas insculturas apresentam e n�o conheciam esses qualquer rudimento de escrita, apesar de terem uma vida bem mais longeva do que outros povos que ali viviam. Os paj�s de sua tribo eram ex�mios em trabalhos de magia e ritos desconhecidos. Diziam que seu povo se originou de uma tribo de homens s�bios que teria vindo de um lago encantado (seriam atlantes?). Quanto � Pedra do Ing�, diziam apenas que seus escritos estavam relacionados ao deus Tup�.

J� foram levantadas v�rias teorias sobre as enigm�ticas inscri��es da Pedra do Ing�, como por exemplo, o caso de L�on Cl�rot, que sugeriu que se tratassem de representa��es de plantas estilizadas, de figuras humanas, de animais e outros sinais desconhecidos. O arque�logo Alfredo Coutinho Menezes disse tratar-se de figuras zoomorfas, dentre as quais se destacam p�ssaros e r�pteis, figuras fitomorfas como o abacaxi e espigas de milho. Mais recentemente, a itacoatiara do Ing�, foi estudada por Jacques Ramondot, que descobriu numa rocha no leito do rio, um conjunto de inscri��es, bem desgastadas pelo tempo e pela �gua corrente, que entendeu ser o esbo�o de uma constela��o. Esta representa��o assemelha-se a estrelas e mostra pontos interligados entre si, como num mapa, al�m de incluir outros signos, como uma esp�cie de serpentina e um disco, tipo solar, que parecem fazer parte do esquema astron�mico.

Existem tamb�m algumas teorias estranhas a respeito das insculturas da Pedra do Ing�. Uma primeira afirma que aqueles sinais n�o passam de sulcos naturais na rocha, produzidos pelo tempo e suas variantes (chuva, vento, calor etc.). Para quem conhece este monumento l�tico esta teoria seria classificada de, no m�nimo, inapropriada, pois qualquer pessoa (mesmo um visitante comum) pode notar que se trata de um trabalho executado por m�os humanas ou um tipo de tecnologia que desconhecemos.

Uma segunda teoria afirma tratar-se de obras produzidas por ind�genas ociosos que habitavam a regi�o, que tra�avam aleatoriamente riscos para indicar caminhos e outros sinais sem grandes preocupa��es de manterem coer�ncia nas suas reprodu��es. Diante da complexidade das insculturas n�o podemos tamb�m concordar com esta teoria, que se apresenta pouco realista e radicalmente simplista para explicar algo de tamanha notoriedade.

Uma terceira teoria, ainda mais absurda, afirma que os signos da pedra lavrada do Ing� n�o passam de sulcos produzidos por amola��o de facas e ferramentas ind�genas, esquecendo-se seu formulador de verificar que certos caracteres se encontram a uma altura superior � de um homem comum. Esta condi��o obriga-nos a justificar que a precis�o das formas insculpidas e a integridade de seus contornos, por si s�, j� desmoralizam esta tese, ainda que sejam observadas por um leigo em arqueologia.

Uma quarta teoria considera que aqueles signos tenham sido produzidos por visitantes europeus e asi�ticos que teriam chegado at� as Am�ricas e se incursionado pelo seu interior, antes de Colombo e Cabral.

H� ainda uma quinta teoria, bem mais moderada, que relaciona estes signos a uma civiliza��o bem mais remota e muito mais avan�ada, que teria vivido em terras brasileiras e se preocupado em deixar gravado em pedra uma mensagem para as futuras gera��es.

Paralelamente, tamb�m existe aquela teoria de que tais caracteres sejam de origem alien�gena, registros p�treos de uma ra�a extraplanet�ria que aqui esteve em um passado distante e que teria feito estas grava��es em seu dorso, apresentando certos aspectos de seus conhecimentos intergal�ticos.

Como refer�ncia de uma avalia��o s�ria a respeito deste monumento, podemos citar o pesquisador Luiz Galdino, que preferiu trat�-lo com a rever�ncia que ele merece no cen�rio arqueol�gico, assim como aos seus caracteres desconhecidos. Destacamos o seguinte em sua obra Itacoatiaras � uma pr�-hist�ria da arte no Brasil: �A pedra do Ing�, com seus relevos de acabamento esmerado destaca-se, imediatamente, como um exemplo �mpar, diante do vasto acervo de itacoatiaras espalhado por todo o pa�s. As inscri��es s�o gravadas em baixo-relevo, mediante sulcos largos e profundos. Nos pontos melhor conservados, percebe-se, ainda, vest�gios de uma antiga pintura que recobria o fundo dos sulcos�.

E ainda: �Os signos estilizados ao extremo sup�em um prolongado per�odo de evolu��o e aprimoramento. Estranhamente, esse sign�rio mostra-se �nico. Mais f�cil imagin�-lo como a obra de um povo estranho que atravessou a regi�o, n�o deixando outros testemunhos, do que pens�-lo como a evolu��o natural a partir dos exemplares mais primitivos existentes no resto do pa�s�.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Conjunto de insculturas modeladas da Pedra do Ing�.

O certo em tudo isto � que a Pedra do Ing� tornou-se presen�a viva e surpreendente no cen�rio arqueol�gico do nordeste brasileiro, como se se tratasse de algo que n�o pudesse estar ali onde se encontra, com seus caracteres incompreens�veis e desafiadores. Se os compararmos com outros da pr�pria regi�o, estes se fazem t�o irreais e absurdos, que n�o deixam de causar grande inc�modo no meio acad�mico, diante da cultura vigente e dos r�gidos conceitos de an�lise, que n�o podem permitir que nenhum acontecimento no passado da Terra possa se colocar fora dos padr�es pr�-definidos de verifica��o e classifica��o cient�fica.

Acreditamos, seja esta, talvez a causa de nosso estarrecimento diante de �realidades� que, como estas, se apresentam muito mais como fic��o do que como possibilidade e muito mais como um desafio inadmiss�vel com a chancela de inexplic�vel, do que como algo que precisa ser encarado sob uma nova perspectiva de pesquisa e an�lise, e de uma percep��o mais acurada desta realidade.

A Pedra do Ing� �, sem d�vida, um dos mais expressivos registros rupestres do Brasil perdido nas caatingas paraibanas e o maior testemunho silencioso de que em passado long�nquo o solo brasileiro teria sido palco de uma cultura avan�ada que registrou ali parte de seu conhecimento perdido. Desta forma, podemos tom�-la como prova de que j� tivemos uma escrita pr�-hist�rica no Brasil, face � expressividade e � coer�ncia de seus signos, aplicados magistralmente lado a lado, apesar de aparentarem, em princ�pio, uma certa descontinuidade e desordem.

Temos convic��o de que ela esconde uma chave para sua compreens�o e que a mesma se encontra ali, interagindo com seus demais caracteres. Resta-nos descobri-la. Outro fator que ter�amos de acalentar � que sua an�lise ter� de considerar as condi��es que estabeleceram a l�gica de sua feitura, na �poca em que foi lavrada e artisticamente insculpida, pois estas deveriam ter sido muito diferentes das que temos hoje para estud�-la e compreend�-la, o que exp�e um novo empecilho para identifica��o de sua chave e sua decifra��o.

Acreditamos que tal condi��o e grau de dificuldade se devem muito mais ao fato de querermos compreend�-la com o racioc�nio atual e o conhecimento que possu�mos hoje, sem nos atinarmos em procurar aprofundar no tempo (como no caso das interpreta��es dos c�digos maias e eg�pcios) para buscar a forma como aqueles povos entendiam a vida na Terra e observavam o c�u, os astros, os planetas, as estrelas, as esta��es do ano, as varia��es do tempo e as mudan�as provocadas por estas varia��es. Um mesmo signo ou �cone que usamos regularmente hoje, aceito e compreendido por quase toda a popula��o da Terra poderia, em futuro distante, significar um grande enigma para os estudiosos, por estar o mesmo muito distante de seu tempo e por tentarem aqueles analis�-lo sob sua �tica, seus conhecimentos e suas perspectivas.

Estas magn�ficas insculturas ou moldes na pedra foram feitas em baixo relevo, em sulcos largos e profundos, tipo meia-cana, com o objetivo, talvez, de faz�-los perenizar no tempo, o mais longe poss�vel. Seriam �cones de um tempo perdido no passado da Terra? Ou seriam apenas parte de um conhecimento milenar esquecido pela mem�ria dos povos?

Segundo os pesquisadores podem ainda ser encontrados vest�gios de que estes signos estiveram cobertos por tinta para, certamente, faz�-los destacarem-se a grande dist�ncia. As formas gravadas na pedra s�o variadas e algumas de grandes propor��es, assemelhando-se muitas delas a figuras zoomorfas e antropomorfas, como j� foi dito, algumas geom�tricas, apresentando, por�m, na sua maioria, estruturas de cunho desconhecido. No entanto, todas elas foram elaboradas com alto grau de complexidade e cuidado.

Diante da excentricidade deste painel l�tico torna-se dif�cil n�o considerarmos que possam vir tratar-se de uma esp�cie de escrita, pictogr�fica ou ideogr�fica, uma vez que seus signos s�o estranhamente estilizados, o que exigiria um longo est�gio de evolu��o e aprimoramento, al�m de conhecimentos espec�ficos para serem reproduzidos. Sabe-se que a pictografia representa o est�gio mais primitivo da escrita, de forma que cada elemento deste sistema constitui-se no pr�prio pictograma. Este, por sua vez, n�o � outra coisa que sen�o a reprodu��o de um desenho auto-explicativo e de significado pr�prio, que est� ligado � sua pr�pria forma. Por outro lado, o ideograma amplia este contexto na representa��o de sua simbologia, de forma que, enquanto na pictografia um c�rculo significa somente o Sol (por exemplo), no ideograma este poderia simbolizar um atributo do Sol, como a luz e o calor, ampliando o grau de percep��o de um signo.

*J.A. Fonseca� economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de filosofia esot�rica e pesquisador arqueol�gico, j� tendo visitado diversas regi�es do Brasil. � presidente da associa��o Fraternidade Te�rgica do Sol em Barra do Gar�as�MT, articulista do jornal eletr�nico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

- Fotos: J.A. Fonseca.

- Produ��o: Pepe Chaves.

� Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

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Estudos e opini�es de iminentes pesquisadores brasileiros

(Parte II de III)

A pedra lavrada do Ing� � um dos mais estranhos monumentos arqueol�gicos

que encontrei em minhas viagens pelo interior do Brasil.

Por J. A. FONSECA*

De Ing�-PB

Para Via Fanzine & UFOVIA

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Diante do elevado grau de dificuldade para compreens�o dos signos milenares do Ing�, faremos a seguir uma breve exposi��o de algumas teorias de pesquisadores brasileiros, que se preocuparam em debru�arem-se sobre sua vasta simbologia, numa tentativa de compreend�-la integralmente. Ao final, na 3� parte, destacaremos o trabalho do grande pesquisador Gabrielli Baraldi e incluiremos a opini�o do autor deste estudo e suas observa��es, ap�s sua visita a este espl�ndido monumento arqueol�gico brasileiro.

AS PESQUISAS DE GILVAN DE BRITO

Em primeiro lugar queremos citar o pesquisador Gilvan de Brito e seu livro �Viagem ao Desconhecido � Os Segredos da Pedra do Ing�, que tendo o cuidado de incluir em seus estudos outros registros rupestres de relevante import�ncia no estado da Para�ba. Neste seu magn�fico trabalho emite a id�ia de que no espa�o compreendido entre o mar e o Planalto de Borborema, pode ser encontrada uma grande profus�o de material l�tico, pictogr�fico, ideogr�fico, dolmens, muralhas de pedra e outras evid�ncias que indicam a passagem de grupos humanos pela regi�o, povos que tiveram um certo grau cultural que os permitisse gravar em pedra bruta caracteres sofisticados e erigir �constru��es� com caracter�sticas notadamente megal�ticas.

Quando Gilvan diz que �o maior e mais importante s�tio arqueol�gico do Brasil localiza-se, provavelmente, na Para�ba,� haveremos de concordar com ele, pois quando ali estivemos pudemos ter esta mesma impress�o e depois de compar�-la a muitos outros, refor�a-mos ainda mais esta convic��o. Assim como outros, tamb�m este autor sugere que as inscri��es do piso, ao lado do painel vertical do Ing�, possa fazer refer�ncia a conjuntos constelat�rios, apresentando objetivamente seu pensamento em rela��o �queles tra�ados geom�tricos com a Constela��o de Orion, Peixe Austral e Grus.

Seu estudo, entretanto, se det�m mais demoradamente no grande painel vertical, devido � sua profus�o de s�mbolos, pontos capsulares e ideogramas, al�m da sua not�vel expressividade, delicadeza dos tra�ados e dos cortes das insculturas, e sua estranheza. Apesar de os arque�logos atribu�rem a estes signos, quase sempre, classifica��es mais comuns, como zoomorfas, fitomorfas, cosmog�nicas, f�licas e antropomorfas, Gilvan acredita que os mesmos possam ter um significado bem mais contundente. Acena que a Pedra do Ing� poderia ter sido insculpida com apurada t�cnica e um conhecimento espec�fico de seus autores, pois a linhas inicialmente tra�adas foram, posteriormente, gravadas na rocha com fino acabamento e polimento �lembrando perfura��es realizadas atrav�s de modernos equipa-mentos de raio laser�, conforme comenta.

H� uma variedade de formas gravadas neste painel principal como linhas retas, pontilhadas, espirais, canais paralelos, curvos, circulares e lineares, mas n�o se podem ver, conforme observa, figuras triangulares nem ornamentais. Segundo pensa, tratam-se de s�mbolos que tentam materializar uma id�ia espec�fica, pois encontrou tra�os significativos que fundamentam tal pensamento, formas sil�bicas e ideogr�ficas que procuram �uma fun��o determinada na comunica��o escrita�. Neste sentido destacou alguns caracteres (exemplificados no quadro abaixo), para aventar a hip�tese de que somente uma forma de intelig�ncia, � que poderia ter criado aquele painel ordenado de mensagens cifradas, certamente, com a finalidade de levar at� o futuro as impress�es culturais de seu povo. Abaixo apresentamos quadro com exemplos da classifica��o tipol�gica comentada por Gilvan de Brito.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Para Gilvan de Brito as insculturas gravadas em Ing� devem ter sido obra de um povo que aqui teria vivido em passado long�nquo, onde cada componente desta ra�a teria oferecido sua contribui��o para a feitura deste magn�fico conjunto l�tico. Para ele, a comunidade impulsionada pela vis�o do artista que havia idealizado o painel incumbiu-se de rasgar a pedra j� marcada pelos contornos riscados por sua m�o h�bil e deixar para posteridade o primoroso resultado de seu trabalho. Com cuidado analisa os signos em separado, comparando a figura esguia do in�cio do painel (em sua parte mais alta) � uma balan�a r�stica, sugerindo, at� mesmo, que a Pedra do Ing� venha a ser um t�mulo de um ilustre visitante que teria ensinado aos moradores da regi�o novos conhecimentos.

Gilvan faz uma interessante liga��o entre a Pedra do Ing�, as pir�mides de Queops, no Egito, e Theotihuacan, no M�xico, com a poss�vel localiza��o da Atl�ntida. Tra�ando uma linha reta entre as duas grandes pir�mides, do Egito e do M�xico, e dividindo o Tr�pico de C�ncer exatamente no meio, entre as duas pir�mides citadas, tra�a uma linha vertical, tendo abaixo a localiza��o da Pedra do Ing� e acima, pr�ximo � Groel�ndia, a localiza��o da desaparecida Atl�ntida (ver ilustra��o abaixo). Tal interpreta��o n�o nos parece inconceb�vel, porque tamb�m acreditamos que existe uma estreita rela��o entre este lend�rio continente desaparecido, o antigo Egito e os povos Maias. Por que n�o incluir a Pedra do Ing� e sua complexa simbologia neste contexto hist�rico ainda por decifrar, principalmente, se podemos observar esta situa��o emblem�tica entre os mesmos?

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Gilvan cita outros pesquisadores que alegam que tais inscri��es teriam sido feitas por habitantes ind�genas da regi�o. Entretanto, discorda dos mesmos, n�o reconhecendo que as grava��es do Ing� tenham, sido produzidas pela ociosidade e o esp�rito brincalh�o e esportivo dos �ndios brasileiros. Avan�ando em suas pesquisas e utilizando-se de observa��es feitas na seq��ncia de pontos capsulares no alto dos signos insculpidos e nas representa��es que lembram a lua, elaborou estudos num�ricos e anal�ticos, chegando a conclus�es muito interessantes que gostar�amos de destacar.

ITENS ANALISADOS

POSI��O OFICIAL

POSI��O LEVANTADA

Ano Solar

366 dias (ano bissexto)

366

Ano Lunar

354 dias

342

Velocidade Orbital

3.700 km/h

3.660

Perigeu (menor dist�ncia entre a Terra e a Lua)

356.375 km.

366.000

Apogeu (maior dist�ncia entre a Terra e a Lua)

406.720 km.

408.000

Raio da Lua

1.700 km.

1.710

Inclina��o da �rbita

5,1454�

5,9

Inclina��o em rela��o ao equador terrestre

23,5�

24

Dist�ncia Terra-Lua (eixo a eixo)

384.500 km.

380

Medida do PI

3,14

3,18

Di�metro do equatorial da Lua

3.476 km.

3.473

�rea da Lua

38 milh�es km2

38

Densidade da Lua

3,34

3,36

Dist�ncia m�dia Lua-Sol

149.000.000 km.

148.200

Ciclo de Saros (repeti��o dos eclipses)

18 anos, 11 dias, 8 horas

18

Gilvan levanta a hip�tese de que h� vest�gios ideogr�ficos nas insculturas do Ing�, considerando-se que a escrita ideogr�fica � caracterizada pela s�ntese, o que pode ser notado na emblem�tica conforma��o das figuras deste painel milenar e no mist�rio da t�cnica utilizada em sua feitura. Para o mesmo, os caracteres deste monumento paraibano n�o se assemelham totalmente aos hier�glifos e alfabetos de outros povos, por�m, argumenta que �os primeiros vest�gios identificam-se com as l�nguas que se constitu�ram posteriormente na principal fonte de todos os dialetos existentes, o que nos levaria a supor na organiza��o daqueles sinais como a raiz das l�nguas do passado que deram lugar aos alfabetos hoje conhecidos.� Da�, faz rela��es com os signos encontrados em Glozel (Fran�a), com os hier�glifos hititas, a escrita et�ope e muitos outros alfabetos, n�o deixando de mencionar a estranha simbologia hierogl�fica encontrada na Ilha de P�scoa.

As conclus�es deste autor, que o mesmo prefere converter em sugest�es, s�o essencialmente coerentes, considerando-se a estranheza sofisticada dos caracteres do Ing� e a dificuldade de identifica��o destes com outras culturas. Segundo Gilvan �ningu�m pode dizer que conhece a solu��o de um enigma apenas porque tem id�ia a respeito do que possa ser o objetivo incomum.� E ainda, �que as explica��es perdem for�a quando se observa que a verdade definitiva n�o foi atingida e que as teorias apenas procuram confundir os c�ticos".

Sugere ent�o, diante das evid�ncias, que o painel da Pedra do Ing� teria sido utilizado pelos antigos povos da regi�o como meio de express�o, objetivando deixar para a posteridade uma mensagem relacionada aos h�bitos de seu povo. Alerta, entretanto, que seus autores insculpiram seus elementos como um quebra-cabe�as, exigindo intelig�ncia, precis�o e disposi��o no trabalho empreendido para sua decifra��o. N�o poderia ser por isto, obra dos ind�genas que habitaram a regi�o, pois sabe-se que tais atributos n�o faziam parte (e nem o fazem hoje) da cultura desses grupos que eram naturalmente indolentes e avessos a trabalhos desta natureza.

Sugere ainda que o sistema simb�lico utilizado poderia estar relacionado a algum ramo da l�ngua indo-europ�ia, por causa da utiliza��o de pictogramas semelhantes aos da Ilha de P�scoa e sua rela��o com o signos n�o decifrados do Vale do Indo. Finalmente, sugere que sejam efetuados levantamentos antropol�gicos mais aprofundados e pesquisas arqueol�gicas para auxiliar nos estudos de decifra��o deste enigm�tico monumento, que poderia tratar-se de um verdadeiro reposit�rio de informa��es sobre o passado de nossa terra.

A TEORIA DE FRANCISCO C. PESSOA FARIA

Uma outra teoria foi emitida pelo pesquisador Francisco C. Pessoa Faria, m�dico por profiss�o, que por um per�odo de trinta anos desenvolveu estudos na Pedra do Ing�. Ap�s an�lises aprofundadas nos signos insculpidos neste monumento, concluiu que possuem conota��o astron�mica e que a inten��o de seus autores foi, objetivamente, deixar uma esp�cie de documento perene sobre as observa��es que haviam feito no firmamento, no sol, na lua, nas estrelas e nas constela��es. Segundo o pesquisador esses criteriosos observadores milenares decidiram fazer ent�o o registro de efem�rides not�veis de seu tempo, deixando �anotado� em pedra bruta o que conseguiram perceber sobre o movimento dos astros na ab�bada celeste.

Francisco Faria escreveu um livro intitulado �Os Astr�nomos Pr�-hist�ricos do Ing�, onde desenvolveu suas conclus�es a respeito de sua tese astron�mica, procurando fazer rela��es entre as constela��es atuais aos agrupamentos de signos artisticamente �moldados� no mon�lito paraibano.

Segundo sua teoria certas formas insculpidas tratam-se de desenhos estilizados das doze constela��es zodiacais, como tamb�m podem representar outras constela��es. Os pontos capsulares na parte superior da pedra seriam uma representa��o da ecl�ptica (a �rbita da Terra em torno do Sol), representada pela circunfer�ncia imagin�ria que representa a trajet�ria do sol na esfera celeste.

Alguns dos signos mais complexos o autor os relaciona com as movimenta��es dos grupos estelares durante as esta��es do ano. Assim, a pictografia que assemelha-se a um cocar ind�gena superpondo v�rios pontos capsulares justapostos e um signo abaixo destas representa��es, o autor relaciona a uma esp�cie de assinalador do equin�cio, podendo desta forma, significar a mudan�a de posi��o do sol do hemisf�rio norte para o hemisf�rio sul. As figuras que se acham abaixo deste conjunto, como a forma antropomorfa, o c�rculo seccionado em duas partes e a dupla de pontos capsulares pr�ximo destes signos, representa-riam fen�menos espaciais e terrestres relacionados com a efem�ride equinocial.

Apesar de sua an�lise criteriosa o autor afirma que n�o � poss�vel estabelecer uma cor-rela��o rigorosa entre as insculturas do Ing� e as constela��es conhecidas, por duas raz�es:

1.       N�o se pode afirmar que os povos que �trabalharam� os signos destas itacoatiaras possu�am os mesmos conhecimentos que temos hoje sobre as constela��es e o movimento do c�u nas esta��es;

2.       N�o temos como saber se as divis�es constelat�rias possu�am as mesmas configura��es e posi��es que possuem hoje no caminho do zod�aco.

Neste sentido, como n�o se conhece a data correta em que estas insculturas poderiam ter sido feitas, ter�amos um problema adicional a resolver, pois quanto mais retroagirmos no tempo, mais as probabilidades de termos uma percep��o diferente do c�u em rela��o � sua condi��o atual se tornam mais pronunciadas. � prov�vel que h� alguns milhares de anos no passado, tiv�ssemos uma posi��o diferente das constela��es e at� mesmo a forma de observa-las, tra��-las no c�u e interpret�-las, poderiam ser muito diferentes da forma como o fazemos hoje.

Francisco Faria atento a estes fen�menos n�o desconhece as dificuldades de uma interpreta��o como a que prop�e, mas pensa que n�o poderia se furtar em apresentar certas coincid�ncias que teria observado em algumas constela��es conhecidas com certos registros nos petr�glifos do Ing�. A nosso ver, seus estudos e suas conclus�es n�o deixam de ser muito relevantes, pois ajudam a levantar discuss�es em torno deste enigm�tico monumento arqueol�gico paraibano, estranho demais para as pretens�es de certos estudiosos que prefeririam ter algo mais simples para analisarem, mas que ali permanece silencioso desafiando a arg�cia do intelecto contempor�neo.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

ESTUDOS DE AUR�LIO M. G. DE ABREU

O insigne pesquisador Aur�lio M. G. de Abreu aventou a hip�tese de que o monumento do Ing� venha ser parte de �um contexto mais amplo, ligado diretamente a uma cultura de grande envergadura que se teria desenvolvido no atual Para�ba�. Complementa o pesquisador que �nesse estado sobrevivem lendas e cita��es sobre fatos ins�litos, todos ligados � exist�ncia de uma civiliza��o nativa que atingiu o est�gio da escrita, gravando longos textos n�o s� em pedra como tamb�m em livros de casca de �rvore, localizados e destru�dos pelos religiosos no per�odo colonial�.

Aur�lio de Abreu afirma que fora da Para�ba n�o existem exemplos de inscri��es parecidas com as do Ing� que teriam sobrevivido ao tempo e � destrui��o deliberada. Em suas avalia��es sobre as mesmas, pergunta o professor se n�o teriam os misteriosos habitantes da Ilha de P�scoa passado pelo Brasil, deixando aqui a marca de sua linguagem, ou se teriam sa�do destas antigas terras brasilis os portadores da cultura que se formaria naquela ilha do pac�fico?

OUTROS ESTUDOS

O pesquisador Fernando Moretti afirma que existem 114 signos na Pedra do Ing�, variando desde cerca de 50 cm. de altura por 3 cm. de profundidade, representado frutas, r�pteis, p�ssaros e estrelas de tamanhos variados. Aventa a hip�tese de que estes sinais possuam semelhan�as com os da cer�mica Marajoara e Tapaj�nica, afirmando que seu estilo indica uma cultura superior a dos �ndios da regi�o ou uma influ�ncia muito diferente � desenvolvida ali. Tamb�m Moretti acredita que os caracteres do Ing� sejam muito parecidos com os da t�bua Kohan Rongo - Rongo, da Ilha de Pascia.

Tamb�m o prof. Alfredo Coutinho de Medeiros Falc�o encontrou nos diversos pontos justapostos pr�ximo ao painel principal da Pedra do Ing� uma grande identifica��o astron�mica, como se quisessem mostrar agrupamentos de estrelas. Emitiu a hip�tese de que este conjunto no piso horizontal se tratasse da pr�pria representa��o da constela��o de �rion, devido a semelhan�a dos pontos ali tra�ados e as estrelas que faz\em parte da mesma.

Muitos pesquisadores n�o admitem que possa ter havido uma escrita fon�tica no Brasil pr�-hist�rico, mas certas inscri��es rupestres encontradas de norte a sul do pa�s sugerem caracteres ligados a uma linguagem primitiva situada em alguma parte do territ�rio brasileiro. Se analisarmos detidamente a l�ngua tupi-guarani vamos notar que ela � riqu�ssima em termos lingu�sticos, mesmo que dela n�o conhe�amos ainda a estrutura de um alfabeto, claramente estabelecido, para sustentar seu linguajar nativo e seus derivados.

A Pedra do Ing� levanta a suspeita de que tenha havido uma l�ngua primitiva no Brasil. Ao estudarmos com crit�rio seus caracteres milenares, alvo deste estudo, n�o podemos deixar de nos surpreender com suas primorosas reprodu��es e not�vel polimento, e n�o refletir sobre a exist�ncia de um linguajar ideogr�fico, perdido nas cinzas de nosso passado. Suas diversas representa��es estilizadas, algumas desconhecidas, outras se mostrando como formas zoomorfas, antropomorfas, fitomorfas, cosmog�nicas ou caracteres com defini��es espaciais bem planejadas, conduzem-nos a pensar que possam tratar-se, efetiva-mente, de uma esp�cie de escrita racional, idealizada e produzida para transmitir conhecimento, apesar de n�o compreendermos ainda o seu c�digo secreto

*J.A. Fonseca� economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de filosofia esot�rica e pesquisador arqueol�gico, j� tendo visitado diversas regi�es do Brasil. � presidente da associa��o Fraternidade Te�rgica do Sol em Barra do Gar�as�MT, articulista do jornal eletr�nico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

- Fotos e ilustra��es: J.A. Fonseca.

- Produ��o: Pepe Chaves.

� Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

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A tese de Baraldi e a conclus�o desse autor

(Parte III de III)

A pedra lavrada do Ing� � um dos mais estranhos monumentos arqueol�gicos

que encontrei em minhas viagens pelo interior do Brasil.

Por J. A. FONSECA*

De Ing�-PB

Para Via Fanzine & UFOVIA

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

O autor J.A. Fonseca na Pedra do Ing�.

Os estudos avan�ados de Gabriele Baraldi

Inegavelmente, as pesquisas de Gabriele Baraldi no Brasil e, especialmente, na Pedra do Ing�, trouxeram ares novos no estudo da arqueologia brasileira e, apesar de n�o serem muito bem recebidas pelo academismo oficial, apresentaram novas teorias sobre o obscuro passado de nossa terra.

Em seu livro �Os Hititas Americanos�, com 464 p�ginas, editado em S�o Paulo-SP, em 1.997, com tiragem de apenas 500 exemplares (cuja edi��o o mesmo custeou), desenvolveu uma tese expressiva e ousada, ap�s muitos anos de pesquisa no Brasil e no exterior. Nele, o pesquisador afirma que este monumento paraibano se trata de um documento milenar, escrito em hier�glifos hititas. Segundo Baraldi, esta privilegiada regi�o da Para�ba, em Ing�, guarda dois grandes monumentos arqueol�gicos de longeva antiguidade: a Pedra do Ing�, propriamente dita, gravada com hier�glifos hititas e a Pedra Arzawa, que fica pr�ximo da anterior, gravada em cuneiformes tamb�m hititas. Esta �ltima se destaca na regi�o por causa de sua cor expressivamente dourada e pelas forma��es em relevo e informes em sua face, os quais foram traduzidos por Baraldi. Foi ele que a intitulou pela terminologia tupi, Araxa-u�, que em sua tradu��o linear para o portugu�s significa Trono do Planalto.

Em seus estudos aprofundados e ap�s fazer in�meras compara��es, o professor Baraldi chegou � conclus�o de que havia uma chave mestra para a decifra��o destes hier�glifos milenares. Ap�s anos de estudos, afirma t�-las finalmente encontrado. Para tanto, procurou fundir tais hier�glifos com a l�ngua tupi, falada pelos aut�ctones brasileiros. Desta conclus�o, elaborou um comp�ndio de caracteres e seus respectivos significados, que se transformou num verdadeiro dicion�rio de s�mbolos hititas que, segundo ele, poderiam ser utilizados na decifra��o da Pedra do Ing�.

Livro de Gabriele Baraldi

Para Gabriele Baraldi, este monumento arqueol�gico traz um relato muito antigo e dram�tico, narrando os terr�veis cataclismos que varreram a Terra h� cerca de 15.000 anos e como os primitivos brasileiros teriam perecido nessa grande convuls�o tel�rica. N�o seria de se surpreender se diss�ssemos que tal afirma��o jamais viesse ter boa acolhida junto aos meios acad�micos. E foi exatamente o que aconteceu. Mas, mesmo assim Baraldi sustentou sua tese at� o seu falecimento, pois como estudioso e pesquisador apaixonado pelo mito que envolve as civiliza��es do passado, n�o poderia jamais omitir-se e deixar de projetar suas id�ias muito al�m das possibilidades comumente aceitas, preferindo al�ar v�o no �mbito das utopias e das hip�teses menos lineares, do que sujeitar-se a certos dogmas impostos pelo academismo oficial.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?
  
Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

O professor Baraldi na Pedra do Ing�, ao lado, o seu legend�rio livro sobre os hititas americanos.

Este insigne pesquisador, brasileiro por op��o, nasceu em San Pr�spero, Modena, It�lia e veio para a Am�rica do Sul em 1.950, estabelecendo-se com sua fam�lia (pais e irm�os) na Argentina, onde se tornou bacharel em Filosofia e Letras em Buenos Aires. Passando pelo Brasil com o intuito de alcan�ar posteriormente os EUA, acabou se apaixonando pelos mist�rios arqueol�gicos desta terra e aqui se estabeleceu definitivamente. Tendo viajado por diversos pa�ses e estudado civiliza��es antigas, falava fluentemente quatro idiomas latinos, al�m de ser escultor, artista pl�stico e empres�rio no ramo da presta��o de servi�os.

Afirmou Baraldi que na Am�rica do Sul havia v�rias cidades perdidas relacionadas com civiliza��es muito antigas e que, uma delas, era a famosa Ingrejil, no interior da Bahia, que tivera o m�rito de descobrir nos idos de 1984. Em suas pesquisas no local encontrou pequenas eleva��es com formas piramidais e forma��es regulares de grandes blocos de pedra, cortados e ajustados por interm�dio de uma a��o deliberada. Segundo o pesquisador, existem pedras sobrepostas � maneira de monumentos solares, menires alinhados, restos de paredes colossais e �reas aplainadas artificialmente, al�m de muitas pedras cortadas em �ngulos retos. Em face disto, sugeriu Baraldi, que Ingregil poderia ser t�o antiga quanto os monumentos arqueol�gicos provenientes da cultura Inca.

Em 1988 encontrou a Pedra do Ing� que o deixou excepcionalmente entusiasmado, em mesmo tempo que, perturbado, por causa de sua estranha mensagem petrogl�fica. Iniciou ent�o suas pesquisas e ao analisar mais detidamente suas insculturas, logo sugeriu que se tratavam de hier�glifos hititas. Afirmou textualmente que a Pedra do Ing� se constitu�a de uma prova documental de que teria havido uma civiliza��o muito desenvolvida no passado mais antigo do Brasil. A partir de ent�o, come�ou a buscar uma forma de decifr�-la, comparando seus caracteres com os encontrados na Turquia, antiga Anat�lia, terra dos hititas, por ter encontrado certas semelhan�as importantes entre estes e os da pedra paraibana.

Em seus estudos desenvolveu uma tese de que o antigo idioma brasileiro tupi corresponderia � escrita hierogl�fica da Pedra do Ing�, grafada em caracteres universais, a qual, ele decidiu chamar de linguagem protohitita. Para o perspicaz pesquisador Baraldi, o idioma tupi era uma l�ngua quase universal, uma vez que se assemelhava a diversos outros idiomas do chamado �Velho Mundo�, que tamb�m possu�am signos relacionados ao alfabeto primevo, universal. Comparando seus voc�bulos com a escrita dos povos hititas e utilizando-se do �corpus epigr�fico� do franc�s Emmanuel Laroche, do italiano Merigi e do alem�o Guterbock para fazer suas an�lises, concluiu que o idioma tupi se tratava de um idioma chave, de car�ter tamb�m universal, o qual, j� seria falado na extinta Atl�ntida, h� cerca de 50.000 anos. Foi assim que chamou ent�o este idioma falado no Brasil de protohitita, ou seja, esta seria a l�ngua, atrav�s da qual, teria se originado o hitita, falado na antiga Anat�lia. A t�tulo de exemplifica��o inclu�mos abaixo tabela com alguns dos in�meros signos identificados por Baraldi na Pedra do Ing�, relacionados ao protohitita ou tupi antigo, idioma do povo atlante.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Como as insculturas do Ing� se tratam de signos perfeitamente incrustados na rocha, com primorosa feitura e acabamento, Baraldi acreditava que eles foram gravados atrav�s de moldes. Segundo o pesquisador, da mesma forma que os hititas, estes povos tamb�m controlavam a energia geot�rmica e para produzir o efeito dos moldes sobre a pedra teriam se utilizado da alta press�o mec�nica e t�rmica a partir da canaliza��o da lava de um vulc�o extinto. Para ele a Pedra do Ing� fazia parte de um colossal monumento hitita e que sua posi��o atual est� invertida, como se uma grande for�a a tivesse virado e colocado nesta posi��o. Por isto, seus caracteres teriam de ser analisados de forma invertida e da direita para a esquerda, para que pudessem ser compreendidos integralmente.

Na sua �nsia de desbravar mist�rios e utilizando-se deste mesmo idioma, primogenitamente universal, o protohitita, decidiu ir mais al�m. Seguindo suas convic��es, traduziu outros valiosos documentos hist�ricos de conte�do ainda desconhecido, como, por exemplo, o misterioso Disco de Phaestos que foi descoberto em Creta, na Gr�cia, no ano de 1908, contendo signos semelhantes aos encontrados na Pedra do Ing�; as inscri��es do �dolo de Fawcett; os caracteres de uma placa pr�-incaica descoberta no Equador; e de muitos outros documentos arqueol�gicos ainda n�o decifrados at� o momento.

Chegou at� mesmo a afirmar que, entre os hier�glifos hititas e protohititas, encontrou signos semelhantes aos gravados numa placa met�lica que teria sido encontrada no interior do UFO acidentado em Roswell, nos EUA, em 1947. Apoiando-se em suas pesquisas e convic��es alicer�adas no conhecimento e na ousadia de desbravador de mist�rios, afirmou, finalmente, que a l�ngua protohitita seria uma esp�cie de esperanto c�smico que teria vindo do espa�o exterior e se estabelecido na Terra em um passado desconhecido. Afirmou ainda que existem muitas semelhan�as entre os caracteres insculpidos na Pedra do Ing� e os que podem ser vistos em outras partes do Brasil, assim como, em rela��o �s famosas inscri��es �rongo-rongo� da Ilha de P�scoa e de algumas regi�es da �ndia.

As id�ias propostas por Gabriele Baraldi s�o evidentemente ousadas, mas fundamentadas em estudos s�rios e compara��es consistentes. Seria, portanto, dif�cil para qualquer pesquisador atento descartar as propostas levantadas em seu livro �Os Hititas Americanos� ou relegar a um plano secund�rio o resultado de seus �rduos estudos no Brasil. Em face do elevado grau de dificuldade em que se encontram os estudiosos diante do mist�rio do Ing�, gostaria de sugerir que estes se utilizassem das conclus�es deste iminente pesquisador e venham persistir na busca de explica��es para a enigm�tica simbologia incrustada neste monumento arqueol�gico, uma vez que este n�o pode ser simplesmente ignorado ou classificado ao lado de outras manifesta��es primitivas no Brasil, evidentemente, relacionadas a pequenos agrupamentos humanos em est�gios prim�rios de evolu��o.

A opini�o do autor deste artigo

Como vimos, em geral, existem duas vertentes que t�m sido comumente adotadas pelos pesquisadores quando tratam das inscri��es rupestres encontradas no Brasil:

   uma que admite que estas foram produzidas por visitantes estrangeiros como eg�pcios, gregos, fen�cios, hebreus, chineses, etc., em visita e explora��o a estas terras em passado long�nquo;

   uma outra, que admite que tais inscri��es se tratem de registros de povos aut�ctones que os produziram sem nenhuma inten��o ou orienta��o racional, sendo apenas resultado da ociosidade dos membros de suas sociedades, de forma continuada e por sucessivas gera��es.

No caso espec�fico da Pedra do Ing� ousar�amos emitir uma outra hip�tese, em parte, j� adotada por eminentes estudiosos no Brasil: a de que alguns destes registros, bem concatenados, estejam relacionados a uma antiga civiliza��o, desaparecida h� mil�nios, que teria se dirigido para um �outro mundo� e deixado ali gravado, ao seu belo gosto e segundo seus conhecimentos t�cnicos e filos�ficos, uma indica��o de sua presen�a que poderia ser, no futuro, decifrada por homens de ci�ncia e de f�.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Inscri��es no leito do rio Ing� ainda n�o decifrados

Em nossas pesquisas sobre os enigm�ticos caracteres encontrados no Brasil, destacamos os da Pedra do Ing� e sabemos de antem�o, que � assunto de conota��es complexas, sendo, portanto, excepcionalmente dif�cil compreender sua presen�a em territ�rio brasileiro ou seu conte�do simb�lico, integralmente.

Entretanto, n�o podemos negar que em toda a sua extens�o ela foi �trabalhada� com maestria, parecendo ter sido �lavrada� para em seguida lhe serem aplicados, em baixo relevo, uma grande variedade de s�mbolos de tamanhos e express�es variados, artisticamente entalhados. A impress�o que temos quando a observamos � que, de alguma forma, ela teria sido amolecida e as figuras que ali se acham gravadas teriam sido moldadas em seu dorso, da mesma forma como podemos ajustar um objeto sobre uma placa de argila �mida, deixando gravar seus contornos profundos e precisos.

Em geral, quando os pesquisadores examinam a Pedra do Ing�, tendem a afirmar que os s�mbolos gravados em seu dorso foram produzidos por povos primitivos que, se utilizaram de ferramentas rudimentares ou pedras pontiagudas para executar seu trabalho. Em nossas observa��es in loco, preferimos acreditar em uma outra hip�tese que passamos a alimentar em nosso �ntimo sobre a grava��o destas misteriosas figuras.

Quando era jovem, trabalhava com meu pai numa fundi��o de sua propriedade, fabricando pe�as de alum�nio e o trabalho era feito atrav�s de moldes aplicados em terra �mida. Meu pai me ensinara a fazer as pe�as em caixas de madeira, ajustadas umas �s outras, onde eram moldadas e depois fundidas com alum�nio l�quido. Quando coloc�vamos o molde na terra e a soc�vamos para esta compactar-se em volta dele, sua forma ficava ali estampada, perfeitamente recortada e sem arestas, como uma c�pia fiel do modelo utilizado. Perplexo, verifiquei que as insculturas da Pedra do Ing� se assemelhavam grandemente a este processo de produzir moldes bem acabados, sem arestas e perfeitamente moldados.

Paralelamente, lembrei-me que havia lido sobre uma hist�ria contada pelos antigos Incas, na qual, relatavam que seus �engenheiros construtores� possu�am uma estranha f�rmula que permitia o amolecimento da pedra e dos metais, para trabalh�-los em seguida e molda-los � sua vontade. Segundo diziam, havia uma planta que produzia uma esp�cie de sumo com o qual os art�fices trabalhavam, fazendo com que a pedra e o metal tomassem consist�ncia de barro, quando ent�o, poderiam ser moldados segundo o gosto de seu manipulador.

Observando os signos moldados no mon�lito do Ing�, passei a acreditar que estes somente poderiam ser sido elaborados se a pedra estivesse amolecida, como barro, de forma que pudesse receber os contornos t�o bem delineados e sem arestas, ali reproduzidos. Somente atrav�s de uma t�cnica bem estruturada, pensei, poderia aqueles caracteres ganhar seus perfeitos contornos e perenizar sua mensagem, conforme o desejo de seus idealizadores e art�fices.

Examinando detidamente suas figuras e pontos capsulares fiquei ainda mais convencido desta hip�tese, pois o que t�nhamos diante de nossos olhos n�o poderia ser tratado da mesma forma que as muitas outras obras l�ticas encontradas no Brasil e no mundo. Os pontos capsulares lembravam-me depress�es produzidas por bolinhas de gude colocadas de forma justaposta sobre a argila, ou se os imprim�ssemos sucessivamente, segundo o n�mero de pontos que desej�ssemos. Percebemos que o resultado deste experimento se mostrava t�o semelhante ao que v�amos gravado na Pedra do Ing�, que passamos a refor�ar nossa id�ia de que aqueles signos tamb�m pudessem ter sido produzidos por interm�dio de moldes pr�-fabricados, impressos na pedra mole.

Como pode ser notado por quem quer que deste monumento se aproxime e, ao contr�rio de outras insculturas em pedra, abundantemente encontradas no Brasil, o acabamento das figuras do Ing� � perfeito, sem arestas e com contornos retil�neos, dif�ceis de serem conseguidos atrav�s de uma execu��o manual ou atrav�s de instrumentos primitivos. Verificamos que estes s�o exatos, sem rebarbas ou quebras provenientes de um trabalho executado sob a��o de ferramentas cortantes, pedras ou outro instrumento de corte que tivesse sido utilizado neste empreendimento.

� prov�vel que o mon�lito do Ing� seja o mais importante �documento� pr�-hist�rico do Brasil, pois sua presen�a no interior in�spito do nordeste brasileiro j� tem causado muitos desconfortos junto aos pesquisadores, obrigando-os a tratarem-na com cuidado especial.

Apesar disto, os arque�logos ainda n�o se manifestaram objetivamente para explicar a origem deste gigantesco e exc�ntrico painel de s�mbolos em pleno nordeste brasileiro, que continua desafiando o tempo, a tecnologia e a arg�cia destes estudiosos.

Pela profus�o de s�mbolos contidos neste painel temos a impress�o de que seus autores pretenderam transmitir uma id�ia ou uma linguagem espec�fica de seu tempo e que seu conte�do l�tico pode ser conhecido, por interm�dio de um c�digo, ocultado, propositadamente, junto de seus contornos estilizados.

Alguns pesquisadores concordam que os sinais gravados em Ing� possam tratar-se de uma elaborada escrita secular, que teria sido gravada para perenizar eventos de grande import�ncia. Chegou-se mesmo a compar�-la com a escrita da Ilha de P�scoa, os famosos caracteres �rongo-rongo�, pela semelhan�a de v�rios signos encontrados em ambas as localidades. De fato, h� muitas semelhan�as entre estes caracteres brasileiros e os pascoanos, podendo-se dizer que ambos poderiam ter sido originados de uma mesma ra�a. Para efeito de compara��o, este autor elaborou o quadro abaixo procurando comparar estes signos, apontando certas semelhan�as em muitos deles.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Nas proximidades do mon�lito ingaense, podem ser encontrados outros registros rupestres e curiosas forma��es rochosas. Na base que forma o seu piso, por exemplo, podem ser observadas pequenas depress�es j� desgastadas pelo tempo, formando uma esp�cie de painel de formas estelares, o qual foi batizado com o sugestivo nome de �t�bua astron�mica�. Neste painel pode ser visto um conjunto de pontos capsulares e signos esparsos, parecendo estar ligados entre si, como estrelas numa constela��o. Alguns autores associam este painel estelar � constela��o de Orion e fazem liga��es entre seus pontos capsulares e seus signos, mostrando uma figura expressivamente curiosa. Inspirado nestes estudos o autor desenvolveu tamb�m um breve estudo (veja ilustra��o abaixo) relacionando os pontos capsulares do painel do piso com a referida constela��o, considerando que a forma sinuosa ali gravada estaria relacionada com as tr�s estrelas centrais, conhecidas como Tr�s Marias ou Cintur�o de Orion.

Quanto ao painel das incr�veis figuras do Ing� podemos n�o compreender ainda o seu significado pleno, por�m, seu conjunto, harmonia e justaposi��o de �cones, conduzem-nos a atribuir-lhe uma classifica��o privilegiada, considerando sua estrutura fundamentada numa certa l�gica e na inten��o de seus autores. Consideramos ser inadmiss�vel que vejamos estes registros apenas como um conjunto de s�mbolos desconexos, produzidos ao acaso ou gravados aleatoriamente sem um crit�rio pr�-estabelecido, s� pelo fato de n�o termos ainda conseguido compreend�-los, mesmo que parcialmente.

Pode ser que n�o nos queiramos ater � sua complexidade instigante e que pretendamos at� mesmo ignorar sua inc�moda presen�a na regi�o in�spita do sert�o paraibano. Por�m, n�o seria razo�vel que os queiramos comparar aos in�meros rabiscos desconexos que podem ser encontrados em rochas e cavernas por todo o territ�rio brasileiro, os quais, certamente, teriam sido produzidos por homens primitivos, segundo sua vontade e meios dispon�veis.

Qual o significado das figuras representadas na Pedra do Ingá?

Constela��o de Orion e proposta deste autor para os signos em Ing�.

Quando nos decidimos emitir nossa opini�o sobre a Pedra do Ing�, n�s o fizemos sob fundamentos em observa��es in loco e apoiados nos �achados arqueol�gicos�, fora do tempo, que t�m sido encontrados por toda a face da Terra. Isto, por si s�, vem servir de firme apoio ao nosso pensamento, no sentido de nos permitir imaginar que tamb�m aqui no Brasil, podem ser encontradas obras remanescentes de um pret�rito long�nquo, que pode, perfeitamente, n�o se coadunar muito bem com a hist�ria que queremos seja oficializada sobre este mesmo passado.

Tais observa��es podem configurar-se como algo ins�lito demais diante dos pesquisadores ou at� mesmo de formas excessivamente perturbadoras, mas sua exist�ncia, pura e simples, obrigam-nos a admitir que existem muitas outras hip�teses que n�o aquelas que s�o ferreamente sustentadas por certos segmentos do conhecimento tradicional.

Reportando aos �achados� retrocitados e para auxiliar-nos em o nosso pensamento e encerrar esta nossa exposi��o, queremos citar o pesquisador norte-americano David Hatcher Children e seu livro A Incr�vel Tecnologia dos Antigos, onde apresenta certas descobertas inc�modas para os pesquisadores. Uma delas, fala de um fragmento de feldspato retirado da mina de Abbey, Nevada, em novembro de 1869, do tamanho de um punho humano, que continha em seu interior um parafuso met�lico de uns 5 cm, que teria a idade de alguns milh�es de anos. O autor citado menciona que �os arquivos hist�ricos est�o repletos de relatos estranhos sobre objetos inexplic�veis� encontrados em diversos lugares da Terra.

O terra�o de Baalbek, pr�ximo a Beirute, por exemplo, � uma prova insofism�vel de que nosso passado vem ocultando algo de relevante import�ncia para a compreens�o da hist�ria da ra�a humana. Conforme explica, uma parte deste terra�o � constitu�do por tr�s grandes blocos de pedra, cortados, lavrados e ajustados de forma justaposta, os quais, especialistas mais conservadores avaliaram ter um peso individual de cerca de 750 toneladas cada um. E o que � mais surpreendente � que estes monumentais meg�litos foram levantados cerca de 6 metros para que pudessem apoiar-se sobre outros blocos de pedra colossais, com cerca de 50 toneladas cada um. N�o � algo espantoso demais para uma ra�a que teria vivido h� milhares de anos e sem uma tecnologia espec�fica?

E quanto aos incr�veis monumentos p�treos e constru��es com seus cortes e ajustes de precis�o inacredit�vel nas fortalezas Incas, como Sacsayhaman, Tiahuanaco e outras estruturas megal�ticas desta regi�o?

N�o devemos nos estender em outras cita��es que, certamente, se perderiam numa rela��o intermin�vel e n�o � esta nossa inten��o. Queremos apenas mostrar que existe muita coisa a ser explicada sobre a hist�ria da ra�a humana, incluindo a�, a misteriosa simbologia da Pedra do Ing� que, certamente, estaria relacionada a um desses tempos mais remotos e desconhecidos de nossa hist�ria.

� nosso pensamento que a resist�ncia em aceitar que tenha havido uma grande civiliza��o no passado mais remoto da Terra, mais confunde do que explica a teoria da evolu��o humana e n�o pode justificar a contento os milhares de objetos e constru��es colossais que t�m sido encontrados regularmente em todos os recantos de nosso planeta.

*J.A. Fonseca� economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de filosofia esot�rica e pesquisador arqueol�gico, j� tendo visitado diversas regi�es do Brasil. � presidente da associa��o Fraternidade Te�rgica do Sol em Barra do Gar�as�MT, articulista do jornal eletr�nico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

Bibliografia:

   Baraldi, Gabriele D�Anunzio, Os Hititas Americanos, Editora Imega Instituto de Cultura Megal�tica, S�o Paulo, 1997;

   Brito, Gilvan de, Viagem ao Desconhecido � Os Segredos da Pedra do Ing�, Centro Gr�fico do Senado Federal, Bras�lia, 1993;

   Faria, Francisco C. Pessoa, Os Astr�nomos Pr�-hist�ricos do Ing�, Ibrasa - Instituto Brasileiro de Difus�o Cultural Ltda., S�o Paulo, 1987;

   Galdino, Luiz, Itacoatiaras � Uma Pr�-hist�ria da Arte no Brasil, Editora Rios, S�o Paulo, 1988;

   Revistas Planeta.

- Fotos e ilustra��es: J.A. Fonseca.

- Produ��o: Pepe Chaves.

� Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

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O que tá escrito na Pedra do Ingá?

Neste conjunto estão entalhadas figuras diversas, que sugerem a representação de animais, frutas, humanos e constelações como a de Órion.

Qual é a importância da Pedra do Ingá?

Juvandi crava, sem medo de ousar: a Pedra do Ingá é um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo. “Em todo o planeta nós temos registros de pedras gravadas. Elas estão na África, no continente americano, na Europa, na Ásia e na Oceania.

Quais são as dimensões da Pedra do Ingá?

Conhecida popularmente como Pedra do Ingá, a dona de tal mistério tem dezenas de imagens rupestres esculpidas ao longo de seus 24 metros de comprimento.

O que é tradição Itacoatiara?

A Tradição Itacoatiara é uma tradição caracterizada essencialmente por gravuras, geralmente encontradas nas margens de rios e cursos d'água em geral.