Em meio a projetos de expansão e para fazer seus primeiros carros elétricos, a montadora italiana Fiat, parte integrante do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), completa 120 anos de história (Foto: Heinz-Peter Bader/Reuters) Show Em meio a projetos de expansão e para fazer seus primeiros carros elétricos, a montadora italiana Fiat, parte integrante do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), completa 120 anos de história nesta quinta-feira (11). Fundada por Giovanni Agnelli, membro de uma das famílias mais poderosas da Itália, a Fiat iniciou sua trajetória em 11 de julho de 1889, em Turim. saiba maisFiat e Renault ainda estão dispostas e podem voltar a discutir fusão em breve Fiat e Renault ainda estão dispostas e podem voltar a discutir fusão em breveSeu nome é um acrônimo para "Fábrica Italiana de Automóveis Turim", e a empresa se tornou o principal grupo automotivo da Itália, com forte presença também no mercado sul-americano, especialmente no Brasil, onde opera desde 1976, com sua instalação em Betim (MG). Para celebrar os 120 anos da montadora, os correios italianos lançaram um selo com uma imagem representando o Fiat 3½ HP, primeiro automóvel lançado pela empresa. Com tiragem de 400 mil exemplares, o selo é válido para encomendas com destino a países da Europa e do Mediterrâneo. "A história da Fiat é o motor de diversos outros acontecimentos. É uma história que supera as fronteiras do automobilismo para entrar no cotidiano não apenas da Itália, como de todo o mundo", disse na semana passada o presidente da FCA, John Elkann. A efeméride acontece duas semanas antes do aniversário de um ano da morte de Sergio Marchionne, considerado o responsável por salvar a Fiat da falência, em 2004, e a transformar em um dos principais grupos automotivos do mundo, capaz de comprar a gigante americana Chrysler, em 2009. A fusão entre as duas empresas foi concluída em outubro de 2014, dando origem à FCA, que tem sede legal em Amsterdã, na Holanda, e base fiscal em Londres, no Reino Unido. O grupo inclui marcas como Alfa Romeo, Dodge, Jeep, Maserati e Ram. Recentemente, a FCA fez uma proposta para se fundir à Renault, mas o projeto esbarrou na indecisão do governo da França. O grupo também planeja investir bilhões de euros no desenvolvimento de carros elétricos e híbridos. Como nasceu o pioneirismo mineiro da Fiat, que é a cara do Brasil O governador Aureliano Chaves e o presidente Geisel na inauguração da fábrica de Betim, em 1976 Por ZECA CHAVES, AB 5 minutos de leitura Sem tempo para ler? Que tal OUVIR esse texto? Clique no play! Às 11h20 do dia 9 de julho de 1976, a sirene acionada pelo então presidente da República, Ernesto Geisel, ecoava pela fábrica da Fiat recém-inaugurada sob aplausos de 1,6 mil convidados especiais, onde apenas três anos antes havia um gigantesco descampado. Área de funilaria no ano de inauguração da fábrica de Betim À primeira vista, a empreitada parecia uma insanidade empresarial: o porto mais próximo ficava a quase 500 km de distância, não existia transporte ferroviário por perto, o mercado mineiro era modesto e, o mais importante, não havia fornecedores na região. Na verdade, 90% dos fabricantes de autopeças estavam no ABC paulista, que concentrava 11 das 12 fábricas de veículos existentes na época. Isso explica o forte boicote que parte dessa indústria organizou contra a nova montadora. Até jornalistas paulistas apoiaram a choradeira. Mas nada disso impediu que a Fiat conseguisse convencer que 12 fornecedores (dos 323 iniciais) se instalassem na região para o início da produção em Betim. A explicação para a escolha de um local tão inesperado estava em outra iniciativa pioneira da Fiat. O governador mineiro Aureliano Chaves gostava de dizer que era a primeira sociedade comercial no Brasil entre uma montadora e um Estado, que tinha um capital de US$ 340 milhões (US$ 1,6 bilhão em valores corrigidos), dos quais 45,29% pertenciam a Minas Gerais. GOVERNO MINEIRO COMO SÓCIO DA FÁBRICA Apesar de minoritário, o governo mineiro não tinha dúvidas na sua aposta, pois esperava angariar, além dos lucros diretos que viriam da venda de automóveis, um aumento na arrecadação de impostos e o efeito multiplicador de seu investimento na criação de empregos e na geração de renda na população. Outra vantagem é que poderia escolher o presidente e outros diretores da empresa. No final, foi esse apoio societário que fez a Fiat decidir por Betim, já que outros Estados só entravam com os mesmos benefícios fiscais. Área de finalização da montagem e prensas de estamparia da carroceria A participação do dinheiro público num empreendimento industrial particular ajuda explicar o número moderado de convidados e a simplicidade da festa de inauguração, que serviu às autoridades um almoço de lombo assado acompanhado de vinho nacional, enquanto os 2 mil funcionários tiveram direito apenas salgadinhos e três copos de chope cada, já que todos começariam o expediente a partir das 14h10, quando o presidente Geisel deixaria o evento. O pioneirismo mineiro ainda guardava mais uma surpresa para o mercado brasileiro. O modelo escolhido para inaugurar a produção local era o Fiat 147, considerado moderno para o estágio da indústria automobilística da época. Ele foi o primeiro carro nacional com motor transversal e com coluna de direção articulada e o segundo a ter pneus radiais. Patrocínio O hatch vendia um conceito de um carro pequeno por fora e espaçoso por dentro, que era difícil de ser compreendido pelo brasileiro médio, que mesmo uma década depois considerava que o porte era um dos grandes valores de um automóvel. ANÚNCIO COM TIME DE BASQUETE Pelo menos o 147 tinha como ponto positivo o baixo consumo de combustível, uma virtude que se tornava cada vez mais desejada nos anos 70, sob o fantasma dos constantes choques de preço do petróleo, que fizeram o governo brasileiro criar em 1975 o ProÁlcool, um programa que incentivava o uso do álcool como substituto dos derivados de petróleo. PROJETO ITALIANO COM TEMPERO BRASILEIRO Para ser capaz de passar por essas provas de fogo, o 147 exigiu um considerável trabalho de engenharia local para adaptar um projeto italiano às necessidades brasileiras. O modelo escolhido foi o 127, hatch lançado na Europa em 1971 que aqui sofreu diversas alterações, a começar pelo design. O Fiat 127 italiano era a base do 147 brasileiro Todo esse trabalho de design e engenharia foi realizado enquanto a fábrica estava sendo construída. Sem as instalações prontas, as equipes precisavam mandar constantemente os protótipos e os técnicos para a Itália a cada rodada de avaliação ou aprovação. Ao final, tudo deu certo. A fábrica de Betim foi concluída antes do prazo, com planos de produzir em um ano 100 mil veículos e 200 mil dentro de cinco anos, além de exportar 100 mil motores nos 12 meses seguintes. E já na inauguração a Fiat lançou mão da tradicional mistura de ousadia e inovação que seria sua marca nas décadas seguintes: apresentou aos convidados o protótipo ainda em estágio bem inicial do primeiro carro a álcool do mundo, muito antes de chegar ao mercado – o 147 movido a etanol só seria lançado em 5 de julho de 1979. Mas isso já é outra história.
Qual a origem da montadora Fiat?Histórico da Fiat Automóveis
Em 1899 nasce em Turim, na Itália, a Fábrica Italiana Automobilística de Turim, mais tarde conhecida pelo acrônimo, FIAT. No ano de sua criação a marca começou a fabricar o 4 HP,. Também conhecido como 3,5 CV. Apenas onze anos depois a marca passou a ser a maior montadora da Itália.
Qual país e a fábrica da Fiat?FIAT (Fabbrica Italiana Automobili Torino) é uma das marcas da Stellantis, um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo, com sede mundial na cidade de Turim, norte da Itália.
O que quer dizer a palavra Fiat?FIAT parece, e é, um nome, mas é mais que isso. A sigla vem de Fabbrica Italiana Automobili Torino – Fábrica Italiana Automobilística de Turim, em português – mas também pode significar “faça-se” em Latim.
Porque a Fiat escolheu Betim?GOVERNO MINEIRO COMO SÓCIO DA FÁBRICA
Outra vantagem é que poderia escolher o presidente e outros diretores da empresa. No final, foi esse apoio societário que fez a Fiat decidir por Betim, já que outros Estados só entravam com os mesmos benefícios fiscais.
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