Quais são atualmente as recomendações da OMS Organização Mundial de Saúde no combate ao sedentarismo?

A OMS atualizou novas diretrizes globais sobre atividade física

Aumentar os minutos de atividade física moderada ao longo da semana para combater o risco de morte precoce associado ao sedentarismo. É isso que indica a Organização Mundial da Saúde, em novas diretrizes globais sobre atividade física e comportamento sedentário.

Recomenda-se que os adultos aumentem o tempo de atividade física semanal para 300 minutos até uma hora de exercícios por cinco dias ou façam 150 minutos de atividade física intensa por semana, quando não houver contraindicação.

Mas o porquê dessa recomendação?

A OMS explica que a atividade física regular pode prevenir e ajudar a controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, que causam quase três quartos das mortes em todo o mundo. A atividade física também pode reduzir os sintomas de depressão e ansiedade e melhorar o pensamento, a aprendizagem e o bem-estar geral.

Uma nova pesquisa feita recentemente, envolveu mais de 44 mil pessoas de quatro países e 40 cientistas de todo o mundo, e revelou que a alta taxa de sedentarismo está ligada a um risco significativo de morte, particularmente entre as pessoas fisicamente inativas.

“Há uma necessidade urgente de proporcionar às pessoas melhores oportunidades de viver uma vida ativa e saudável. Hoje, a possibilidade de as pessoas participarem de atividades físicas é desigual e injusta. Essa desigualdade só piorou durante a pandemia de COVID-19”, disse Zsuzsanna Jakab, diretora-geral adjunta da OMS.

Até 5 milhões de mortes por ano podem ser evitadas se a população global aumentar seu ritmo de exercícios, no entanto, muitos vivem em áreas com pouco ou nenhum acesso a espaços onde possam caminhar, correr, andar de bicicleta ou praticar outras atividades físicas com segurança, sendo um grande empecilho nos dias de hoje.

Leia também: Contribua para o Guia de Atividade Física do Ministério da Saúde

Pensando nesse cenário, Fiona Bull, chefe da Unidade de Atividade Física da OMS, tomou uma iniciativa e disse que o relatório é informado pelas percepções e experiências, e está de acordo com as políticas da OMS. Ele fornece mensagens claras a todos  que trabalham para criar uma sociedade mais ativa sobre o que precisamos fazer.
Visto a essas necessidades, a OMS está convocando as indústrias, a sociedade civil e os governos, bem como as agências da ONU, para construir uma visão comum para a criação de sociedades mais ativas por meio do esporte, caminhadas, ciclismo e jogos.

Fiona Bull, vem alertando os governos para investir em ações que estimulem a atividade física.
“As estimativas globais mais recentes mostram que um em cada quatro (27,5%) adultos e mais de três quartos (81%) dos adolescentes não atendem às recomendações para exercícios aeróbicos, conforme descrito nas Recomendações Globais de 2010”.

Propostas que fazem a diferença e são soluções imediatas incluem campanhas comunitárias sustentadas, programas inclusivos em comunidades locais e ambientes mais seguros que apoiam mais caminhadas e ciclismo para todos.

A OMS incentiva os países a estimular as ações políticas pautadas no plano de ação global da OMS sobre atividade física 2018-2030 para chegar à meta de um aumento da atividade física em 15% até 2030.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou suas diretrizes sobre atividade física e comportamento sedentário, cuja última versão datava de 2010. O novo guia aumenta de 150 para 300 minutos por semana o tempo recomendado para se manter ativo, a fim de evitar os efeitos negativos do sedentarismo. Continue a leitura e confira outros pontos importantes do documento.

Até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas, em todo o mundo, se a população fosse mais ativa. É o que afirma a OMS, que também estima que um cada quatro adultos e quatro em cada cinco adolescentes não pratiquem atividade física suficiente.

Ainda de acordo com a entidade, o sedentarismo geraria gastos globais da ordem de US$ 54 bilhões em assistência médica direta e US$ 14 bilhões em perda de produtividade.

Essa é uma preocupação que só aumentou com a pandemia de Covid-19. Afinal, na tentativa de evitar a disseminação do novo coronavírus, muitas pessoas estão passando mais tempo em casa, praticando menos atividade física.

Mas, para a OMS, mesmo com as limitações que o momento impõe, pessoas de todas as idades e habilidades podem se manter ativas fisicamente. A organização recomenda que crianças, adolescentes, adultos e idosos – incluindo mulheres grávidas e pessoas com deficiência – se movimentem diariamente, com “segurança e criatividade”.

“Ser ativo fisicamente é fundamental para a saúde e o bem-estar, ajudando a adicionar anos de vida. Cada movimento conta, especialmente agora com as restrições da pandemia de Covid-19”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado publicado no site ONU News.

OMS orienta até 300 minutos de atividade física por semana

A declaração de Ghebreyesus foi divulgada no lançamento das novas diretrizes da OMS sobre atividade física e comportamento sedentário. O documento, intitulado justamente “Cada movimento conta” (Every move counts, em inglês), recomenda que adultos pratiquem de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica por semana, de intensidade moderada a vigorosa. Esse tempo pode ser dividido em até uma hora por cinco dias ou 40 minutos por sete dias.

Outra possibilidade levantada pela organização é praticar de 75 a 150 minutos de atividade de alta intensidade por semana. Nos dois casos, o tempo máximo é o dobro do indicado nas diretrizes anteriores, de 2010. Desde então, a orientação era fazer “pelo menos” 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de intensa.

A OMS destaca que atividade física regular ajuda a prevenir e controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer. Também contribui para a redução do declínio cognitivo e dos sintomas de depressão e ansiedade, além de melhorar a memória e estimular a saúde do cérebro.

De acordo com a organização, todo tipo de atividade física, de qualquer duração, é benéfico para a saúde e o bem-estar. Os movimentos podem ser realizados como parte do trabalho, esporte, lazer ou transporte.

Mas também há outros meios de se manter ativo. A OMS cita alternativas bastante práticas, como dança, brincadeiras e tarefas domésticas cotidianas – por exemplo, jardinagem e limpeza.

Sedentarismo pode criar nova pandemia

Embora as pessoas não precisem atingir o tempo mínimo recomendado para tirar proveito da atividade física, o diretor de Promoção da Saúde da OMS, Ruediger Krech, frisou, no lançamento das diretrizes, que “quanto mais, melhor”.

“Se alguém precisa passar muito tempo sentado quieto, seja no trabalho ou na escola, deve fazer mais atividade física para combater os efeitos prejudiciais do comportamento sedentário”, aconselhou.

Krech também alertou que, se a população mundial não se mantiver ativa, pode-se criar “uma nova pandemia de problemas de saúde”. Numa pesquisa com 44 mil pessoas de quatro países, feita para a elaboração das novas diretrizes, cientistas constataram que o alto tempo de sedentarismo – definido, no estudo, como 10 horas ou mais por dia – está associado a “um risco significativamente elevado de morte, particularmente entre pessoas fisicamente inativas”.

No entanto, os autores do guia da OMS apontam que um período de 30 a 40 minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa por dia “enfraquece substancialmente esse risco, reduzindo-o a níveis associados a quantidades muito baixas de tempo sedentário”.

Ainda que não existam, até o momento, evidências suficientes para recomendar limites de comportamento sedentário, os pesquisadores afirmam que as pessoas devem tentar limitar o tempo inativo diário e substituí-lo por atividades físicas.

Recomendações da OMS para atividade física por grupo

Confira, a seguir, um resumo das orientações da OMS para a prática de atividade física por grupos etários, bem como para mulheres grávidas e puérperas, conforme publicado no jornal O Globo. A íntegra do documento está disponível, em inglês, no periódico British Journal of Sports Medicine.

Crianças e adolescentes (5 a 17 anos)

• Fazer, pelo menos, 60 minutos por dia de atividade física com intensidade de moderada a vigorosa, principalmente aeróbica.
• Incorporar atividades aeróbicas intensas, assim como as que fortalecem músculos e ossos, pelo menos, três dias por semana.
• Limitar o tempo de sedentarismo, especialmente o período recreativo usando telas.

Adultos (18 a 64 anos)

• Fazer, ao longo da semana, no mínimo, de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou de 75 a 150 minutos de atividade vigorosa. Também é possível promover uma combinação equivalente dos dois tipos de exercício.
• Incluir na rotina atividades de fortalecimento que envolvam os principais grupos musculares. Os exercícios devem ter intensidade moderada ou alta e precisam ser realizados, pelo menos, em dois dias da semana.

Idosos (65 anos ou mais)

• Seguir a recomendação de minutos de atividade física aeróbica indicada para os adultos.
• Da mesma forma, praticar exercícios de fortalecimento muscular em dois ou mais dias da semana.
• Fazer atividades que trabalhem o equilíbrio e o treinamento de força em intensidade moderada ou alta, em três ou mais dias da semana, para aumentar a capacidade funcional e evitar quedas.

Mulheres grávidas e puérperas

• Fazer, pelo menos, 150 minutos de atividade física aeróbica de diferentes tipos e de intensidade moderada durante a semana.
• Incluir exercícios de fortalecimento muscular.
• Adicionar um alongamento suave também pode ser benéfico.
• Evitar atividades com risco de queda.

Crédito, para que te quero

Este artigo foi escrito pela nossa equipe de redação, sob a supervisão do fisioterapeuta André Guzmán.

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