Dr. Edilson Soares de Souza Show
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe! RESUMOA Reforma do século XVI, conhecida como Reforma Protestante, produziu resultados significativos e duradouros no cristianismo do Ocidente. Dentre os resultados observados, estão as várias denominações chamadas Protestantes, elaborando e conservando uma Teologia diferente da praticada pelo Catolicismo Romano. Entre as denominações do protestantismo, em todo o mundo, estão os Batistas. O presente texto procura responder a seguinte problemática: é possível perceber a influência do pensamento da Reforma empreendia pelo cristianismo no século XVI na posição teológica e doutrinária dos Batistas brasileiros? Após empreender uma breve análise da origem e do desenvolvimento protestante, o texto aponta para os principais aspectos teológicos das igrejas que se originaram após a Reforma, destacando dois documentos elaborados pelos Batistas no Brasil: a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira (CBB) e os Princípios Batistas. O objetivo principal da presente análise é compreender a influência do pensamento protestante na produção da Teologia dos Batistas que atuam em solo brasileiro. INTRODUÇÃOA Reforma eclesiástica, teológica e doutrinária, empreendida no contexto do cristianismo do século XVI, produziu resultados que impactaram as sociedades da Europa, marcando – ao lado de outros acontecimentos – o final do medievo e o início da chamada Era Moderna. Sincronicamente a outros eventos, como a mudança na percepção da construção da subjetividade, reforçando a valorização e a luta pela liberdade, a Reforma no cristianismo daquele período deixou marcas profundas. Num primeiro momento, tais marcas foram percebidas no interior da própria Igreja Cristã Oficial, também conhecida como Igreja Católica Apostólica Romana, detentora de significativo poder religioso e moral, numa Europa em transformação. Num segundo momento, a Reforma no cristianismo avançou além dos limites geográfi cos da Europa, chegando também às colônias americanas do norte do continente, ajudando a formar o que se conhece atualmente como os Estados Unidos da América. Posteriormente, o pensamento e as práticas da Reforma chamada Protestante chegaram à América Latina e ao Brasil, contribuindo com as mudanças que o cristianismo experimentou também no Centro e no Sul do continente americano. No caso do Brasil, a história registra que nas primeiras décadas do século XIX, beneficiados pela abertura dos portos brasileiros aos imigrantes, desembarcaram os primeiros imigrantes protestantes vindos dos Estados Unidos, após o término da Guerra de Secessão. Os pioneiros protestantes aportaram nos países da América do Sul, formando as primeiras colônias com características confessionais acatólicas, conservando práticas agrícolas que foram fundamentais para o estabelecimento daqueles que aqui buscaram reconstruir suas trajetórias de vida. Instalados nesta parte da América, eles cultivaram hábitos religiosos que se diferenciavam dos praticados pelos católicos romanos, já presentes no continente antes de eclodir a Reforma Protestante na Europa. Os Batistas, além de Luteranos, Congregacionais e Presbiterianos, também fazem parte desta trajetória histórica do cristianismo no Brasil, pois a chegada dos pioneiros batistas pode ser datada de meados do século XIX, quando a Junta de Missões da Convenção do Sul enviou a primeira família de missionários batistas para trabalhar na evangelização do povo brasileiro. Trata-se do missionário estadunidense Thomas Jefferson Bowen, nomeado em 1859. Ele chegou ao Brasil acompanhado de sua família e focou os seus esforços evangelísticos no trabalho conversionista dos escravos africanos, vítimas do tráfico humano. A história de Thomas Jefferson Bowen e o seu interesse missionário pelas pessoas escravizadas em solo brasileiro ainda precisa de outras análises. A historiografia dos Batistas pode apresentar interpretações significativas sobre as motivações de determinados projetos missionários, inclusive, aqueles que visaram alcançar e atender pessoas em meio ao sofrimento, fruto de um processo de escravidão que durou séculos no Brasil. Cabe lembrar a afirmação de Betty Antunes de Oliveira, autora do livro Centelha em restolho seco quando disse: “é incorreta a informação de que Bowen ficou 2 (dois) anos no Brasil”, pois a sua permanência, com a família, deu-se entre maio de 1860 e fevereiro de 1861. Apoiados pelos Batistas da colônia de Santa Bárbara do Oeste, as igrejas Batistas dos Estados Unidos enviaram os primeiros missionários com o objetivo de evangelizar os brasileiros, tendo nos católicos romanos o seu principal alvo conversionista. Fato importante é que na década de 1960 os Batistas brasileiros, reunidos em Assembleia da Convenção Batista Brasileira, decidiram que o marco inicial das atividades da denominação fosse fixado em 15 de outubro de 1882, quando se organizou a Primeira Igreja Batista na Bahia. No entanto, relatos históricos da trajetória dos Batistas no Brasil evidenciam que já existiam duas igrejas organizadas e atuantes em solo brasileiro, formadas pelos colonos em Santa Bárbara do Oeste. Uma problemática pode ser colocada quando se considera a relação entre a Reforma do século XVI e a Teologia proposta pelos Batistas no Brasil: é possível perceber a influência do pensamento da Reforma empreendida pelo cristianismo no século XVI na posição teológica e doutrinária dos Batistas brasileiro? Objetivando responder parcial e brevemente a questão colocada, a presente reflexão propõe a seguinte análise: a) uma rápida compreensão da Reforma no Cristianismo europeu do século XVI, dando origem ao que se denominou, historicamente, Protestantismo e as suas denominações; b) os principais elementos constitutivos do pensamento protestante, colocando-se em oposição ao catolicismo romano; e c) a apropriação dos elementos da Reforma na elaboração do pensamento doutrinário e teológico dos Batistas, tomando como referência dois documentos da denominação: a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira (CBB) e os Princípios Batistas.
A Reforma teológica, doutrinária e eclesiástica experimentada pelo cristianismo no século XVI, precisa ser compreendida à luz de outros acontecimentos, além do efervescente movimento religioso no interior da Igreja Católica Apostólica Romana. É neste contexto de ebulição sócio-política que a lembrança da contribuição de Tomás de Kempis pode ser destacada. Sobre ele, escreveu Matos: “a insegurança e a morte eram uma realidade sempre presente. Diante dessa situação, em que os próprios fundamentos da igreja e da sociedade pareciam estar ruindo, Tómas de Kempis propôs uma resposta: a busca da interioridade e o refúgio da alma em Deus”. Se o papa Gregório (540-604), tido como “Magno”, pode indicar uma intenção pastoral, marcando o início do medievo (ex.: o Livro do Cuidado Pastoral), o místico Tómas de Kempis (1380-1471) reforça a ideia de que muitos cristãos ocuparam-se também da vida espiritual – além da vida religiosa – ao longo de aproximadamente mil anos, no que se chama Idade Média. Se, por um lado, a Inquisição foi capaz de desenvolver sentimentos como o medo e a insegurança, diante da intimidação da Igreja Oficial, cristãos como Tómas de Kempis consideraram a importância de um olhar para o interior do ser humano, refletindo sobre aspectos psicológicos, voltados para os sentimentos, para as emoções, para a vida religiosa, mas, sobretudo, refletindo sobre um esforço de piedade espiritual na prática cristã. Martin Dreher ajuda a entender o quadro sócio-histórico que fornece o pano de fundo da Reforma no cristianismo do século XVI. Dreher, no livro História do povo de Jesus , trata objetivamente de alguns “antecedentes da reforma religiosa no século XVI”, afirmando que “a Reforma não pode se explicada a partir de um único acontecimento ou a partir da ação de uma única pessoa”. Para o historiador do cristianismo, alguns antecedentes da Reforma Protestante podem ser apontados: a) as inquietações humanas (ou existenciais), inclusive religiosas, que marcaram o final da Idade Média (ex.: o ser humano estava mais impaciente e mais crítico); b) o distanciamento do cristianismo oficial (Igreja Institucional) das necessidades e aspirações do povo e a sua relação com o poder temporal (ex.: um vínculo de poder político muito próximo entre o clero e os Impérios); c) o desejo por “liberdade”, que não era apenas religiosa, mas que se revelou no ambiente religioso daquele período (ex.: liberdade para pensar; liberdade para decidir; liberdade religiosa; e liberdade espiritual ou na relação do ser humano com Deus); d) durante séculos o cristianismo controlou a forma de pensar e de se comportar, controlando o acesso a um conjunto de literatura, permitida ou proibida, inclusive a Bíblia (ex.: as pessoas não desejavam mais tal controle eclesiástico para as suas vidas); e) um clero católico romano sem preparo teológico adequado e sem motivação vocacional para responder aos clamores dos adeptos e de toda a coletividade, falhando no exercício de uma liderança cristã para aquele período; e f) uma teologia cristã “tradicional” que não respondeu às angústias e necessidades das pessoas da época. Outro historiador do cristianismo que ajuda a compreender os acontecimentos que envolvem a Reforma do século XVI é Williston Walker. Para Walker, “Martinho Lutero, autor do protesto, é um dos poucos homens de quem se pode dizer que sua obra alterou profundamente a história do mundo”. Walker, de forma semelhante a Dreher, apontou também para alguns antecedentes ao movimento da Reforma no cristianismo, entre a Idade Média e a Era Moderna: a) os impostos e a interferência do clero, percebidas por líderes cristãos como Lutero, indicando a insatisfação do povo; b) o cristianismo oficial, além da Itália, representava uma administração “onerosa e corrupta”, gerando outras insatisfações e inquietações na alma do povo daquele período; c) os mosteiros, anteriormente vistos como lugares de recolhimento religioso e espiritual, estavam “desvirtuados”, necessitando de reformas morais e cristãs; d) como o clero detinha a posse de terras e propriedades, os camponeses queixavam-se dos “dízimos e aluguéis cobrados pelo alto clero local”; e) reflexões filosóficas como o humanismo europeu também se manifestaram próximas daqueles que viveram naquele período; e f) questões psicológicas, como o medo e a culpa pelo pecado, além do “perdão mercantilizado” pelas indulgências, favoreceram a Reforma no cristianismo no século XVI. Desta forma, pode-se dizer que a Reforma cristã, ocorrida a partir do século XVI, revela-se complexa e significativamente ampla.
Pode-se afirmar que fé em Cristo Jesus foi um dos pilares da Teologia Cristã, desde a sua origem na Antiguidade, avançando por todo o medievo e chegando aos dias de hoje. Assim, a ideia e o conceito de fé, além de sua vivência pelo adepto do cristianismo, revelam-se fundamentais na constituição teológica das igrejas cristãs em todo o mundo. Neste sentido, a Reforma do século XVI não apontou para algo novo, mas para outro sentido com relação à fé cristã. Se a fé cristã estava intimamente relacionada ao poder institucional da Igreja Oficial no Ocidente, a Reforma questionou tal postura da Igreja Católica Apostólica Romana. A fé, a partir do sentido teológico dado pelos reformadores, não podia ser apropriada exclusivamente pelo poder da chamada Santa Sé. A fé experimentada pelo cristão em sua peregrinação pelo mundo apresenta-se como uma virtude, mas também se mostra como um dom divino. A fé é uma experiência humana, mas a sua origem está na eternidade divina. A Reforma do século XVI apontou para a fé, não como novidade teológica, mas como elemento de renovação da esperança humana no perdão de Deus. Daí a importância da Sola Fide, defendendo a aproximação entre um ser humano pecador e um Deus amoroso e misericordioso, capaz de revelar a sua graça e direcioná-la em favor da humanidade. A interpretação teológica defendida pela Reforma foi: somente pela fé a pessoa pode ser justificada diante de Deus. Alderi de Matos resumiu parte do pensamento dos reformadores do século XVI e daqueles que abraçaram o espírito da Reforma nos séculos seguintes. Para Matos, o questionamento protestante do catolicismo medieval pode ser sintetizado em alguns princípios básicos que todos os reformadores tinham em comum: as Escrituras como suprema autoridade e norma de fé (sola Scriptura), a salvação pela graça mediante a fé somente ( sola gratia e sola fides) e a igualdade espiritual de todos os cristãos, com a negação da distinção entre clero e leigos (o sacerdócio de todos os crentes). É nesta linha de raciocínio que a Reforma ocorrida no cristianismo do século XVI pode ser entendida, como também as rupturas observadas após os embates entre os pensadores da Igreja Romana e os que se colocaram como reformadores do pensamento cristão naquele período. Desta forma, alguns pontos que motivaram a discussão teológica e as disputas discursivas favoreceram a valorização e o retorno às Escrituras, deixando em segundo plano o magistério da Igreja Católica. Defendeu-se a liberdade de leitura e análise do texto sagrado, como se defendeu também a liberdade de consciência diante da compreensão da revelação divina. Quando se pensa na Reforma religiosa promovida por parte do cristianismo no século XVI, pensa-se também nas teses anunciadas e defendidas por Martinho Lutero. No entanto, as noventa e cinco teses de Lutero podem ser associadas a outras produções e discussões teológicas no contexto cristão. Um documento que pode ser colocado ao lado do discurso tornado público de Lutero é a Bula Unigenitus , que data de 1343, tendo a sua autoria atribuída a Clemente VI. De acordo com Henry Bettenson, “a teoria sôbre a qual se baseavam as indulgências está definida nesta bula que aprovou autoritativamente as doutrinas que tinham sido desenvolvidas pelos escolásticos”. O documento cristão do século XIV afirma sobre a pessoa de Jesus Cristo: “o unigênito Filho de Deus se dignou descer do seio do Pai para o ventre de sua mãe, na qual e da qual, por sua união inefável, uniu a substância de nossa natureza mortal à sua divindade numa unidade de pessoa, unindo o que era permanente com o que era transitório, assumindo-o afim de poder resgatar o homem decaído e realizar por êle a satisfação ao Deus Pai”. É possível considerar que foram criados mecanismos para associar o pensamento da bula Unigenitus ao processo de arrecadação de recursos financeiros para a construção a Basílica de São Pedro. Neste sentido, quatro graças foram indicadas e oferecidas aos contribuintes das indulgências que participavam com os seus recursos financeiros, objetivando os projetos apontados pela Igreja Oficial, sobretudo, na Idade Média. Segundo Bettenson, referenciando o documento já citado, as seguintes ideias e posturas teológicas podem ser observadas no texto cristão: … A primeira graça é a completa remissão de todos os pecados; nada maior do que isto se pode conceber, já que os homens pecadores privados da graça de Deus obtêm remissão completa por esses meios e de novo gozam da graça de Deus. (…) A segunda graça principal é um ‘confessional’ [carta confessional] contendo os maiores, mais importantes e até hoje inauditos privilégios. (…) A terceira graça importante é a participação em todos os benefícios da Igreja Universal. (…) Os pregadores e os confessores devem insistir com grande perseverança nessas vantagens e persuadir os fiéis a não negligenciar em adquirir êsses benefícios juntamente com sua carta confessional. (…) A quarta graça importante é em favor das almas que estão no purgatório e é a remissão completa de todos os pecados, remissão que o papa consegue por sua intercessão para o bem dessas almas da seguinte maneira: a mesma contribuição que se faria por si mesmo estando vivo deve ser depositada na caixa. Algo interessante no documento cristão do século XIV, como citado, foi a orientação sobre o tipo de sentimento ou intenção daquele que participava das indulgências, visando obter os favores divinos. Orientou-se: “não é necessário que as pessoas que colocam suas contribuições na caixa em favor dos mortos estejam contritas em seus corações ou se tenham confessado, visto que essa graça baseia-se unicamente no estado de graça em que os falecidos estavam ao morrer e na contrição dos vivos, como é evidente do texto da bula”. Outro privilégio dado ao contribuinte era o de escolher um determinado “confessor conveniente, mesmo um regular das ordens mendicantes…”. Observa-se, então, como a elaboração ou a percepção teológica pode estar suscetível aos eventos de determinado momento da história humana, como também da trajetória cristã. Tomando como referência a Bula Unigenitus, além de outros acontecimentos no final do medievo, pode-se entender a relevância das noventa e cinco teses tornadas públicas por Martinho Lutero. Nota-se ainda que os acontecimentos que servem de objeto da história precisam ser entendidos a partir da compreensão de outros eventos. Percebe-se também que os acontecimentos são fundamentais para o entendimento da história; mas cabe compreender os sentidos e os significados atribuídos a tais fatos ou eventos. Desta forma, a Reforma do século XVI marcou um período de transição entre duas épocas a trajetória humana, como também da histórica do cristianismo: a passagem da Idade Média para a Era Moderna. Assim, com a Reforma no cristianismo daquele período e seus desdobramentos, duas áreas sofreram influência: a) parte do pensamento cristão mudou com a Reforma religiosa empreendida por alguns líderes, entre eles, Lutero; e b) parte das práticas cristãs também mudou com a Reforma do século XVI, estabelecendo com maior nitidez uma fronteira entre o pensamento e as práticas do catolicismo romano e do protestantismo. Dito isto, pode-se ainda afirmar que a reflexão e produção da teologia cristã experimentaram significativa mudança a partir do século XVI, como se destacou com relação ao sentido dado à graça divina, oferecida ao ser humano. Se, antes da Reforma, a dádiva da graça podia ser medida quantitativamente, tendo como referência o valor da contribuição dos fiéis, após o movimento liderado por Martinho Lutero o sentido da dádiva da graça divina passou a ter um caráter qualitativo, colocando em suspensão os méritos dos contribuintes, já que a graça é uma atribuição divina em favor do ser humano. A Reforma do século XVI lembrou que o importante não é a quantidade de recursos humanos e materiais ofertados, mas o que está no íntimo de cada pessoa quando participa com os seus talentos pessoais e recursos financeiros. Uma influência que veio da Reforma foi a mudança no pensamento teológico cristão, reafirmando a dádiva da graça de Deus pela fé em Cristo, o que pode ser observado e analisado nas diversas Confissões de Fé ou Declarações Doutrinárias que foram instituídas após o século XVI. Outra mudança significativa promovida pela Reforma daquele período foi o resgate da pessoa humana e de sua dignidade, valorizando a liberdade individual, inclusive com relação à interpretação das Escrituras. A Reforma do século XVI lembrou que todos os seres humanos estão na mesma condição diante de Deus: são amados por Ele, mas carentes de sua graça misericordiosa. De acordo com Martin Dreher, discorrendo sobre as noventa e cinco teses de Lutero, pode-se ler: ele “enviou aos bispos aos quais devia obediência – Jerônimo Schultz, de Brandenburgo, e Alberto, de Magdeburgo/Mogúncia – 95 teses a respeito do valor das indulgências. Não há provas concretas de que as tenha afixado na porta da igreja do castelo de Wittenberg, como anualmente lembra o mundo protestante”. Diante desta colocação de Dreher, nota-se a importância dos estudos sobre a Reforma Protestante, objetivando esclarecer pontos ou aspectos ainda não analisados pela historiografia cristã, favorecendo outros olhares e provocando questões pertinentes, resultando em contribuições significativas para a História e também para a Teologia. Matos, em outra reflexão sobre o catolicismo romano e o protestantismo, entendeu que “o principal ponto de divergência entre os dois grupos ocorreu na área da soteriologia, ou seja, o entendimento da salvação, do relacionamento correto entre os seres humanos e Deus”. Do que foi analisado sobre os eventos que marcaram a trajetória do cristianismo, três aspectos podem ser destacados: a) o cristianismo não perdeu de vista a necessidade da salvação do ser humano, mas no medievo a salvação da alma ficou sob “a guarda” da Igreja Oficial; b) a Reforma do século XVI procurou “devolver” a Deus (por mais paradoxal que possa parecer!) o direito e o poder de salvar o ser humano arrependido, lembrando que a dádiva da graça é concedida pela bondade divina e não por méritos humanos; e c) o risco que se correu na esfera do cristianismo, tanto no medievo quanto na Era Moderna, atribuindo a uma instituição religiosa, mesmo que fosse a Igreja Oficial, poderes que não lhe foram conferidos por Deus. Nesta linha de raciocínio, a colocação contundente que se segue pode favorecer uma franca reflexão: “num certo sentido, a Reforma fracassou”. Tal afirmação precisa ser entendida e analisada a partir de determinados aspectos, entre eles o seguinte: “a igreja romana não se deixou reformar nos moldes protestantes, mas por um lado reagiu vigorosamente contra o novo movimento”. Outro desafio que se originou com a Reforma Protestante foi a dificuldade das diversas denominações acatólicas com relação à liberdade, tanto na leitura e interpretação do texto bíblico quanto na aplicação dos ensinamentos e de sua práxis não romanista. Se no medievo o catolicismo romano ditou parte do comportamento social na Europa, com a Reforma do século XVI as denominações protestantes foram chamadas a discutir uma ética cristã pautada em outra teologia, valorizando a liberdade humana e a sua subjetividade. A percepção de Kenneth Scott Latourette confirma a vocação cristã de viés protestante, que tentou (como ainda tenta!) influenciar os povos, não somente numa Europa que testemunhou o início da Era Moderna, mas também as diversas denominações que se inseriram gradativamente entre as sociedades da América Latina. Segundo o historiador do cristianismo: “de diversos modos, a era protestante não estava nos séculos 16 e 17, mas nos séculos 19 e 20. Na metade do século 20 o protestantismo ainda se expandia, dando surgimento a novos movimentos, e encontrando caminhos de atrair cristãos em meio às barreiras eclesiásticas”. É por este viés que o presente texto considera a influência do pensamento protestante na Teologia dos Batistas, como proposto no título do artigo. Numa de suas teses, Martinho Lutero foi assertivo, tanto como teólogo quanto como cristão, quando afirmou: “comete-se uma injustiça para com a palavra de Deus se no mesmo sermão se concede tempo igual, ou mais longo, às indulgências do que à palavra de Deus”. Cabe lembrar que, quando Lutero apresentou as suas teses, ele ainda estava inserido no catolicismo romano, indicando a sua discordância teológica e a sua disposição para o diálogo com outros teólogos do cristianismo. Por outro lado, a assertividade de Lutero indicou a sua disposição em dar ênfase ao texto sagrado, questionando o lugar que o mesmo e a sua exposição ocupavam nas celebrações religiosas. O pensamento teológico protestante centralizou-se na pessoa de Jesus Cristo; apontou para a graça de Deus e valorizou as Sagradas Escrituras, que deveriam estar nas mãos do povo. Desta forma, é possível observar os seguintes aspectos resultantes da influência da Reforma Protestante: a) a teologia experimentou significativa produção, sobretudo em função das mudanças no cristianismo e em sua forma de pensar a revelação de Deus; b) a teologia serviu de orientação para o cristianismo, refletindo sobre a vida eclesiástica e sobre o comportamento dos cristãos num período de mudanças sociais, tanto na Europa quanto em outras partes do mundo; e c) a Reforma Protestante despertou a reflexão sobre determinados temas que abarcam a ética cristã, procurando responder às inquietações humanas, caracterizadas pelas crises institucionais, pelos conflitos relacionais, pelas injustiças sociais e pelo sofrimento físico e psíquico. Ao tratar do Aconselhamento Pastoral , Christoph Schneider-Harpprecht fornece um significativo exemplo de como a Reforma do século XVI influenciou a Teologia, inclusive a Teologia Prática. Com o subtítulo A poimênica na Reforma, o autor afirmou que “o movimento da Reforma se constituiu a partir do protesto de Lutero contra o abuso desse tipo de aconselhamento pastoral”. O “abuso” indicado por Schneider-Harpprecht parece estar relacionado à forma como o catolicismo lidou com o pecado do ser humano ao longo de séculos, garantindo o perdão para tais pecados a partir das obras meritórias de cada sujeito que se arrependia, ou que manifestava arrependimento. Assim, os donativos e os discursos de arrependimento diante do confessor eram expressões de uma piedade controlada pela Igreja Ofi cial. A Reforma, então, lembrou que a graça seria suficiente para operar o perdão do pecador arrependido, dispensando as obras meritórias, e por consequência as indulgências. O pensamento de Lutero e a Reforma no cristianismo avançaram para além da Alemanha do século XVI, produzindo uma teologia que procurou refletir mais adequadamente os ensinamentos do Novo Testamento. Se Lutero pode ser considerado o rosto e a voz da Reforma, outro pensador e escritor pode ser considerado o braço e as mãos daquele movimento – João Calvino. Com uma mente singular e hábeis mãos, Calvino entrou para a galeria daqueles que ajudaram a consolidar a Reforma do século XVI, como também a sua influência em parte do Ocidente. De acordo com Earle Cairns, o pensamento luterano alcançou a França já em 1525, buscando promover uma reforma no catolicismo daquela região.Como um dos herdeiros do pensamento reformador, João Calvino, dez anos depois (1536), publicou aquele que se constituiu num marco da Reforma Protestante em Genebra – Institutas.
O que se sugere nesta parte final do artigo é estabelecer uma relação entre o pensamento teológico da Reforma do século XVI e a elaboração teológica e doutrinária da denominação Batista no contexto brasileiro. Objetivado tal empreendimento, optou-se por dois documentos produzidos pela coletividade Batista no Brasil: o primeiro documento ficou conhecido como Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira (CBB), enquanto o segundo documento foi nomeado Princípios Batistas. Ambos são documentos relevantes para a compreensão do pensamento da coletividade Batista, pois indicam o posicionamento dos adeptos e a defesa da fé, pautada nas Escrituras Sagradas. Como analisado anteriormente, o cristianismo tido como Reformado estabeleceu determinados princípios que foram denominados de Sola (ou somente…), buscando sintetizar os pilares da Reforma cristã, ocorrida entre a Idade Média e a Era Moderna. Objetivando estabelecer uma diferença entre o pensamento teológico e as práxis defendidas pela Igreja Católica Apostólica Romana, as igrejas que se alinharam com o pensamento da Reforma defenderam cinco fundamentos, conservados até os dias de hoje: somente as Escrituras servem como base de orientação para o pensamento e o comportamento dos cristãos que se identificam com a Reforma; somente a Fé pode aproximar o ser humano de Deus, justificando-o; somente a Graça de Deus pode conferir o perdão dos pecados dos seres humanos, colocando em segundo plano uma vida pautada pelos méritos e recursos pessoais; somente Jesus Cristo pode operar a salvação dos pecadores que se encontram longe de Deus, deixando claro que a salvação não está vinculada à Igreja, seja ela qual for; somente Deus é merecedor de toda a Glória , pois Ele não divide a sua Glória com ninguém ou com qualquer instituição religiosa. Evidentemente, o pensamento e a construção teológica pautados naquela Reforma são mais amplos e complexos! Com maior ou menor intensidade, estes cinco princípios podem ser observados nas denominações chamadas históricas. Podem ser citados: os Luteranos, os Presbiterianos, os Congregacionais e os Batistas. São manifestos, no entanto, os vários segmentos que partem das denominações citadas: são vários os grupos presbiterianos, como são vários os grupos batistas no Brasil. O que se deseja dizer é que não há somente um Luteranismo, nem apenas um Presbiterianismo, como também não existe apenas uma coletividade uniforme denominada Batista. Na obra de José dos Reis Pereira, intitulada História dos Batistas no Brasil, três teorias podem ser observadas, objetivando indicar a origem dos Batistas no contexto do cristianismo. Para o autor, “podem-se distinguir três teorias a respeito da origem dos Batistas. A primeira é a teoria JJJ ou Jerusalém-Jordão-João. A segunda é a do parentesco espiritual com os Anabatistas do século XVI. E a terceira é a teoria da origem dos Separatistas ingleses do século XVII”.Após empreender uma rápida análise de cada uma das três teorias, lembrando que cada teoria apresenta aspectos interessantes em suas propostas, Pereira afirmou: “temos, então, que examinar o problema histórico do ponto de vista da obediência e da fidelidade a Jesus Cristo”. O fato de existirem três teorias (pelo menos!) sobre a origem dos Batistas no cenário do cristianismo, como referenciadas e analisadas por Pereira, indica a complexidade da fixação de um período que determine com maior exatidão o início da trajetória daqueles que se identificaram com as doutrinas desta denominação. No que pese a discussão sobre a origem dos Batistas no cenário do cristianismo, a chegada dos pioneiros ao Brasil pode ser estabelecida com mais exatidão, embora as controvérsias sobre o marco fundador das atividades em solo brasileiro, como já consideradas anteriormente. Por outro lado, os documentos produzidos pelos Batistas, desde a sua inserção entre os brasileiros em meados do século XIX, ajudam a entender como pensam os adeptos desta denominação. Mais do que isto, os documentos produzidos pelos Batistas no Brasil permitem uma análise da relação entre eles e aqueles que apresentaram as suas posições teológicas quando da Reforma no século XVI. Do conjunto documental dos Batistas no Brasil, dois textos podem ser citados e analisados: a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira (CBB) e os Princípios Batistas. Ao lado de outros documentos importantes da denominação, os dois destacados favorecem o entendimento sobre a relação entre o pensamento protestante e o pensamento dos Batistas no Brasil, como sugere a discussão que se segue. Pode-se ler no ponto V (cinco) da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, quando trata do tema salvação: a salvação é outorgada por Deus pela sua graça, mediante arrependimento do pecador e da sua fé em Jesus Cristo como único Salvador e Senhor. O preço da redenção eterna do crente foi pago de uma vez por Jesus Cristo, pelo derramamento do seu sangue na cruz. A salvação é individual e significa a redenção do homem na inteireza do seu ser. É um dom gratuito que Deus oferece a todos os homens e que compreende a regeneração, a justificação, a santificação e a glorificação. As afirmações doutrinárias e as declarações de fé que fazem parte desta Declaração Doutrinária indicam o pensamento dos Batistas com relação à experiência espiritual e religiosa de salvação. No que pese os Batistas não assumirem formalmente o seu vínculo histórico com o pensamento da Reforma, é possível observar que parte dos princípios defendidos e sintetizados nas principais Solas podem ser identificados ou observados nesta parte da Declaração. Para os Batistas, quem conserva o poder de salvar espiritualmente o ser humano não é a Igreja Cristã, seja ela qual for, enquanto uma instituição religiosa com poderes terrenos e eternos, mas somente Deus. Este foi um pensamento defendido vigorosamente pelos reformadores a partir do século XVI. Observa-se ainda que, para os Batistas, partindo de sua Declaração Doutrinária, a salvação é operada por Deus, intermediada por Jesus Cristo (não pela Igreja Institucional), tendo como base a Graça divina e não os méritos humanos e as suas contribuições – inclusive financeiras – à Instituição religiosa. A graça, assim, se revela como “um dom gratuito que Deus oferece a todos os homens”, tendo no sangue de Cristo “o preço da redenção eterna”. Cabe ressaltar ainda que o texto citado anteriormente, tendo como fonte a Declaração Doutrinária da CBB, é apoiado nos vários textos bíblicos que reforçam o posicionamento dos Batistas no Brasil. Se, por um lado, as chamadas Solas – enquanto síntese do pensamento da Reforma – apontam para as Escrituras, para a Fé, para a Graça divina, para Jesus Cristo como único salvador, e para a Glória de Deus, por outro encontramos princípios muito semelhantes aos defendidos pelos Batistas que integram a Convenção Batista Brasileira. O outro documento que pode ser analisado – Princípios Batistas – começa destacando um tema relevante para o cristianismo: a Autoridade. No início do documento publicado pela coletividade Batista, os três elementos destacados estão vinculados à Autoridade: “Cristo como Senhor; As Escrituras; O Espírito Santo”. A primeira reflexão contida no documento Batista apontou para o senhorio de Jesus Cristo, ampliando a posição teológica encontrada na Declaração Doutrinária. Ao defenderem os seus Princípios, os Batistas entendem que Jesus Cristo é o único salvador do ser humano, que se revelou também como o Senhor, recebendo do Pai toda a Autoridade Afirmam os Batistas em seu documento: “a fonte suprema da autoridade cristã é o Senhor Jesus Cristo”. E acrescenta o texto que indica o pensamento da coletividade de fé chamada Batista: “sua soberania emana da eterna divindade e poder – como o unigênito filho do Deus supremo – de sua redenção vicária e ressurreição vitoriosa”. Aqui, novamente, pode-se observar uma semelhança com o pensamento defendido pelos teólogos que iniciaram e consolidaram a Reforma, a partir do século XVI, numa Europa em profunda transformação social e religiosa. Os dois outros elementos constituintes do primeiro ponto do documento sobre os Princípios Batistas destacam a importância que a coletividade religiosa dá às Escrituras e ao Espírito Santo. Segundo o pensamento da coletividade religiosa: “as Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de seu domínio. Na sua singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e as guia em todas as questões de fé cristã e dever moral”. Para os Batistas, as Escrituras ocupam um lugar de grande importância na vida de cada cristão, pois as escolhas pessoais e as decisões éticas do cotidiano serão tomadas tendo como base a compreensão que se tem da revelação divina. Desta forma, segundo os Batistas, as Escrituras devem nortear a trajetória de cada fiel que aceita o conjunto doutrinário que distingue esta coletividade de fé no cenário cristão. O documento sobre os Princípios Batistas ainda lembra: “o Espírito Santo é o próprio Deus revelando sua pessoa e vontade aos homens. Ele, portanto, interpreta e confirma a voz da autoridade divina”. Novamente, observa-se certa semelhança na produção teológica dos Batistas no Brasil, aproximando o pensamento desta coletividade da proposta e defesa da teologia proclamada pelos pioneiros da Reforma Protestante. CONSIDERAÇÕES FINAISPode-se afirmar que existem algumas “tipificações” no contexto do protestantismo implantado e desenvolvido no Brasil, desde o século XIX até os dias de hoje. As chamadas Igrejas Históricas ou denominações chegaram com dois movimentos bem distintos: o protestantismo tipificado como de “imigração” e o protestantismo conhecido como “missionário”, estabelecendo uma separação entre os dois movimentos. No entanto, eram também “estrangeiros” aqueles que chegaram como missionários, objetivando implantar no Brasil os modelos de comunidades ou igrejas já organizadas na Europa e também nos Estados Unidos. Desta forma, o protestantismo que aqui chegou e se desenvolveu trouxe também parte dos hábitos e das práticas arraigadas pelos cristãos acatólicos que já ocupavam o Norte do continente americano. Neste segmento protestante podem ser identificados os Batistas que chegaram dos Estados Unidos e se desenvolveram no Brasil. Posteriormente, igrejas chamadas pentecostais foram organizadas, indicando outra forma de protestantismo entre os brasileiros, propondo distintas ênfases teológicas e doutrinárias, apresentando expressivo crescimento numérico ao longo do século XX. Outro fenômeno religioso expressivo de viés cristão, mas não necessariamente protestante, foi o surgimento das comunidades e igrejas nomeadas neopentecostais, que marcaram a segunda metade do século passado. Parte do pensamento que se observa nas igrejas ou denominações pentecostais pode ser notado também nas chamadas comunidades neopentecostais, embora as últimas indiquem em sua proposta doutrinária outros elementos de vertentes religiosas não cristãs. Além dos cristãos de confissão católica romana e dos protestantes, surgiram no Brasil das últimas décadas os grupos religiosos denominados Evangélicos. Pode-se pensar que os chamados Evangélicos não apresentam os traços distintivos do pensamento da Reforma iniciada no século XVI, perpetuado pelas Igrejas ou Denominações mais conservadoras. Cabe lembrar que a Reforma permitiu outros olhares sobre a revelação divina, inclusive tratando do “cuidado pastoral” no âmbito da reflexão teológica e das ações pastorais entre os grupos não alinhados com o catolicismo romano. Estudos atuais sobre o cuidado pastoral indicam alguma contribuição a partir da Reforma do século XVI, como a obra clássica intitulada O pastor aprovado, de Richard Baxter, publicada originalmente em 1656 (a primeira edição em português é datada de 1989). Buscando responder à questão inicial, empreendeu-se a análise de dois documentos elaborados e publicados pelos Batistas no Brasil, objetivando perceber a influência do pensamento da Reforma na teologia e no conjunto doutrinário da denominação. Nota-se que há semelhança entre a teologia e as doutrinas da coletividade Batista com os pontos principais defendidos pelos reformadores do cristianismo no início do século XVI. No que pese a denominação não afirmar a sua vinculação formal ao processo reformista do início da Era Moderna, os dois documentos analisados dão indícios de que a influência da Reforma Protestante chegou aos Batistas na Europa e nos Estados Unidos, influenciando também os Batistas no Brasil. Confira em nossos periódicos a revista Via Teológica Completa com as citações do artigo acima e outras publicações sobre diversos temas. https://fabapar.com.br/publicacoes/ Quais foram as transformações que ocorrem na fé cristã a partir da reforma religiosa?Dentre as transformações que ocorreram na fé cristã após a iniciação da Reforma religiosa, pode-se citar: o questionamento das escrituras sagradas; a existência de desconfianças frentes à atuação do clero; a reivindicação frente à cobrança de indulgências.
Quais as transformações após a reforma religiosa?A Reforma Protestante promoveu uma ruptura no mundo cristão ocidental. Novas religiões cristãs surgiram, como anglicanismo, luteranismo e calvinismo. As novas doutrinas cristãs foram usadas por reis para questionar-se o poder do papa e para justificar-se o lucro dos burgueses obtidos por meio das atividades comerciais.
Quais foram as principais transformações que aconteceram com a reforma Protestante?A Reforma Protestante foi a grande transformação religiosa da época moderna, pois rompeu a unidade do Cristianismo no Ocidente. No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou na porta da igreja do Castelo as 95 teses que criticavam certas práticas da Igreja Católica.
Quais foram os principais acontecimentos da reforma religiosa?A reforma protestante foi um movimento reformista iniciado quando Martinho Lutero escreveu um documento conhecido como 95 teses.. Sola fide (somente a fé). Sola scriptura (somente a escritura). Solus Christus (somente Cristo). Sola gratia (somente a graça). Soli Deo gloria (glória somente a Deus). |