Quais podem ser os impactos dessas mudanças para economia da comunidade

Biblio 3W
REVISTA BIBLIOGRÁFICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona 
ISSN: 1138-9796. Depósito Legal: B. 21.742-98 
Vol. XV, nº 912, 28 de febrero de 2011

[Serie  documental de Geo Crítica. Cuadernos Críticos de Geografía Humana]

ADAPTANDO-SE �S MUDAN�AS CLIM�TICAS: LIMIARES, VALORES E GOVERNAN�A

ADGER, W. N.; LORENZONI, I.; O�BRIEN, K. L. (Eds). Adapting to Climate Change: Thresholds, Values, Governance. Cambridge: Cambridge University Press, 2009. 514 p. [ISBN 978-0-521-76485-8]

Rafael D�Almeida Martins
Doutorando em Ambiente e Sociedade, N�cleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil.
Coordenador da Rede de Pesquisadores do Earth System Governance Project, International Human Dimensions Programme on Global Environmental Change (IHDP)

Recibido: 27 de mayo de 2010. Aceptado: 15 de septiembre de 2010.


Palavras-chave: adapta��o, mudan�a clim�tica, governan�a

Keywords: adaptation, climate change, governance


Pre�mbulo

A r�pida mudan�a do clima que se observa nas �ltimas d�cadas �, talvez, um dos maiores desafios a serem enfrentados pela sociedade moderna (Giddens, 2009). Suas dimens�es f�sicas, ecol�gicas, econ�micas, pol�ticas, culturas e �ticas apresentam claras implica��es locais, nacionais, regionais e globais e os impactos resultantes dessas altera��es j� s�o evidentes em v�rias regi�es do mundo, colocando sob riscos crescentes diversos grupos populacionais vulner�veis. Assim colocado, diferentes escolhas sobre como as sociedades poder�o reduzir suas vulnerabilidades, apesar das incertezas inerentes ao pr�prio sistema clim�tico, sua variabilidade interna e ao funcionamento do chamado sistema terrestre, dever�o ser enfrentados com a devida urg�ncia defendida pelos cientistas, sobretudo ap�s a publica��o em 2007 do Fourth Assessment Report (AR4) do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC em ingl�s; IPCC, 2007).


Mitiga��o e Adapta��o

J� existem evid�ncias cient�ficas suficientes de que mesmo com agressivos cortes de emiss�es de gases de efeito estufa (GEE), pouco prov�veis no curto-prazo ap�s o fracasso das negocia��es internacionais verificadas na COP-15 em Copenhagen, Dinamarca, o clima continuar� a ser alterado significativamente nas pr�ximas d�cadas dada a in�rcia presente em v�rios sistemas sociais e f�sicos do planeta (Matthews & Caldeira, 2008; Parry et al., 2008; Smith et al., 2009). Como resultado, a adapta��o a novos padr�es clim�ticos n�o � somente uma realidade, como se torna, tamb�m, um imperativo. Isso significa que um foco maior deve ser dado em como cidades, regi�es, pa�ses, comunidades e indiv�duos em diferentes contextos podem aumentar sua capacidade de resposta, ou capacidade adaptativa, aos impactos atuais e futuros que n�o podem e, provavelmente, n�o poder�o ser evitados nos pr�ximos anos. Tais medidas de adapta��o, por assim dizer, dever�o ser complementadas por esfor�os claros na dire��o da mitiga��o do problema, pois, no longo-prazo, essas escolhas de redu��o de emiss�es � que determinar�o fundamentalmente a gravidade e a intensidade da mudan�a clim�tica, seus impactos e o grau de adapta��o que ser� necess�rio no futuro, mesmo que essa tamb�m dependa de fatores conjunturais como, por exemplo, elementos geogr�fico-espaciais ou din�micas s�cio-econ�micas. Nesse sentido, mitiga��o tamb�m � essencial para evitar impactos que excedam a capacidade de carga dos diferentes sistemas s�cio-ecol�gicos, garantindo que esses tenham a possibilidade de adaptar-se a nova situa��o imposta pela mudan�a clim�tica, ou seja, sem ultrapassar os limiares de resposta desses sistemas, onde mudan�as e perdas tornam-se irrevers�veis (Adger et al., 2009; Mastrandea et al., 2010).

Entretanto, at� recentemente, o tema da adapta��o �s mudan�as clim�ticas foi tratado de forma marginal em c�rculos acad�micos e pol�ticos e no discurso geral sobre a mudan�a do clima, levando alguns a chamarem de o �tabu da adapta��o� (Pielke Jr et al., 2007). Muitos acreditavam que investir recursos e esfor�os na dire��o da adapta��o aos impactos da mudan�a clim�tica induzida por atividades humanas iria desviar o �foco principal� de resposta ao problema, historicamente definido em termos da mitiga��o das causas, ou seja, emiss�es crescentes de GEE, como CO2, CH4, e N2O no per�odo p�s-revolu��o industrial. Outros, mais c�ticos, ou mesmo mais c�nicos, acreditavam que as adapta��es necess�rias aconteceriam de forma autom�tica, natural, uma vez que as mudan�as ambientais tornassem vis�veis, convencidos da not�vel, e amplamente reconhecida, adaptabilidade da esp�cie humana. Tal pensamento, apesar de ter alguma validade e comprova��o emp�rica, ignora as crescentes desigualdades presentes no mundo atual em termos de recursos, capacidade e responsabilidade sobre as causas e consequ�ncias do problema, tema esse que j� foi tratado anteriormente com alguma profundidade na literatura internacional (Adger et al., 2006). Tamb�m ignoram a depend�ncia de diversas sociedades em rela��o a v�rios recursos naturais e servi�os ecossist�micos que poder�o ser extintos ou danificados caso nada seja feito para manter a mudan�a ambiental global, incluindo a clim�tica, dentro de padr�es seguros para vida no planeta (neste sentido, ver os recentes trabalhos de Rockstr�m et al., 2009).

Impulsionados por novas evid�ncias cient�ficas sobre o aumento de temperaturas da superf�cie da Terra, o derretimento das geleiras no �rtico e, sobretudo, do aumento do n�vel dos mares, que v�m sendo regularmente publicadas e revisadas desde a divulga��o do �ltimo relat�rio do IPCC (ver, por exemplo, F�ssel, 2008, entre outros, para uma revis�o), existe hoje consenso sobre a necessidade de informa��es e dados atualizados e pesquisas de alto n�vel na �rea da adapta��o tanto em esferas pol�ticas como cientificas. Essa demanda crescente por parte de cientistas, governantes e tomadores de decis�o v�m impulsionando um aumento exponencial nas atividades que tenham como foco adapta��o, sejam elas projetos de investiga��o ou a publica��o de artigos cient�ficos em revistas arbitradas (Arnell, 2010; Barnett, no prelo), resultado do aumento de recursos investidos em pesquisa e da urg�ncia de respostas para quest�es que ainda n�o foram devidamente abordadas.


O livro: estrutura, autores e contribui��o

O livro em quest�o, de forte orienta��o interdisciplinar, examina, em detalhes, se existem limites e barreiras para adapta��o aos impactos das mudan�as clim�ticas que foram observados at� o momento e que s�o projetados para o futuro. Beneficia-se da contribui��o de diferentes disciplinas, como a Geografia, Antropologia, Economia e Ci�ncia Pol�tica, uma vez que a mudan�a ambiental e ecol�gica e altera��es em pol�ticas p�blicas e decis�es que envolvem usos de recursos naturais, valores e prioridades societais n�o podem ser compreendidos de maneira restrita e disciplinar.

Divido em tr�s partes, cada qual aborda um dos temas-chave identificados no subt�tulo da obra, quais sejam, limiares, valores e governan�a, o livro ilustra em seus 31 cap�tulos distribu�dos em mais de 500 p�ginas, v�rias abordagens te�rico-metodol�gicas, bem como estudos de caso que comp�em um rico repert�rio de a��es no sentido da adapta��o que navegam pelas escalas do espa�o e do tempo, abrangendo perspectivas hist�rica, contempor�nea e futura, de contextos de pa�ses desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como se debru�a na an�lise de iniciativas no �mbito da comunidade internacional.

Organizado por W.N. Adger, Irene Lorenzoni e Karen L. O�Brien, todos participantes do IPCC e reconhecidos internacionalmente na �rea por conta de sua extensa produ��o acad�mica e intelectual, o livro se beneficia da contribui��o e cap�tulos de mais de 70 autores oriundos de institui��es variadas. No primeiro cap�tulo, os organizadores analisam o papel dos diversos tipos de limiares que devem ser analisados para as medidas de adapta��o. Estes limites s�o influenciados n�o apenas por fatores f�sicos, do meio natural, mas tamb�m por elementos sociais, culturais e cognitivos. V�rios dos cap�tulos presentes no livro consideram as formas como tais limiares podem ser alterados ao longo do tempo por meio de a��es adaptativas.


Parte I - Limiares

No cap�tulo 2, G. Peterson discorre sobre os limites ecol�gicos para a adapta��o. O autor argumenta que a interfer�ncia humana em servi�os ecossist�micos tem reduzido a capacidade dos ecossistemas em se auto-regular, aumentando, assim, as possibilidades de mudan�as abruptas no funcionamento ecol�gico. Este decl�nio tem consequ�ncias importantes para a capacidade das pessoas se adaptarem � mudan�a clim�tica, que Peterson exemplifica discutindo poss�veis mudan�as no regime da �gua, essencial para atividades agr�colas. Ele salienta que o decl�nio nos servi�os dos ecossistemas pode levar a mudan�as abruptas que colocam novos desafios para a adapta��o. Restaura��o ou refor�o de servi�os ecossist�micos oferece um mecanismo para o aumento de resili�ncia �s altera��es clim�ticas, e que deveria ser considerado como uma importante estrat�gia para adapta��o.

Os impactos das mudan�as clim�ticas destacados no primeiro cap�tulo envolvem tanto fen�menos f�sicos, como atividades ecol�gicas em sistemas como o de recursos h�dricos, infra-estruturas e zonas costeiras. Os cap�tulos 3 e 4 analisam em detalhes dois temas onde solu��es de engenharia s�o relevantes quando combinadas ao contexto social. N. Arnell e M. Charlton discutem a necessidade de adapta��es como forma de responder a crescente escassez de �gua no Sul da Inglaterra. Os autores mostram como solu��es vi�veis economicamente e tecnologicamente, como a constru��o de novos reservat�rios, � limitada pela legisla��o ambiental e pela aus�ncia de �reas dispon�veis para essas interven��es. O estudo de caso ilustra como mesmo quando recursos e tecnologia est�o presentes, a adapta��o pode ser impedida ou limitada por fatores sociais e institucionais.

No cap�tulo 4, T. Reeder e colaboradores apresentam um estudo sobre medidas de adapta��o que s�o necess�rias para proteger a cidade de Londres e o estu�rio do Rio Tamisa, que apresenta um dos melhores sistemas de defesa contra inunda��o por aumento de mar� no mundo. O projeto no qual a pesquisa faz parte, The Thames Estuary 2100, aborda as op��es de gerenciamento de risco que poder�o proteger o estu�rio em um contexto de crescente eleva��o do n�vel do mar e maior incid�ncia de ressacas mar�timas e tempestades projetadas pelos cen�rios de mudan�a clim�tica. Ao identificar novos limiares de risco de inunda��o no futuro, medidas antecipat�rias e planejadas podem ser formuladas, adaptando o sistema e disponibilizando formas de gerenciar um novo n�vel de risco. Isto inclui a identifica��o do ponto em que solu��es de interven��o atrav�s de engenharia s�o consideradas impratic�veis para controlar o risco de inunda��o. Uma das li��es mais importantes deste estudo � que o tempo necess�rio para tomar decis�es de adapta��o �, muitas vezes, longo, e n�o se pode simplesmente esperar at� que um desses limiares de adapta��o seja atingido, ou ultrapassado, para come�ar a buscar solu��es. Essas devem ocorrer em antecipa��o e n�o de forma meramente reativa.

No cap�tulo 5, S. Dessai e colegas investigam o papel da incerteza na adapta��o �s mudan�as clim�ticas, questionando a hip�tese de que previs�es clim�ticas � o melhor pr�-requisito para respostas adaptativas eficazes. Eles salientam que como o clima � apenas um entre muitos processos incertos que influenciam a sociedade, previs�es clim�ticas n�o devem ser um instrumento central para orientar a adapta��o. Em vez disto, estrat�gias robustas em rela��o a v�rios cen�rios clim�ticos futuros devem ser usadas como base para decis�es de adapta��o. Em outras palavras, os limites para a previs�o do clima n�o devem ser interpretados como um limite para a adapta��o. Melhores previs�es baseadas em modelos clim�ticos desenvolvidos em supercomputadores podem vir em detrimento de melhor entendimento da vulnerabilidade de decis�es sobre alternativas adaptativas tomadas em contextos rodeados por grandes e irredut�veis incertezas.

No cap�tulo 6, A. Patt analisa o potencial de previs�es clim�ticas sazonais para aumentar a capacidade adaptativa. Estas previs�es, desenvolvidas para enfrentar a variabilidade do clima como no caso do fen�meno El Ni�o, pode ser considerado um passo importante em dire��o � adapta��o, uma vez que essa demanda flexibilidade de respostas. No entanto, o autor ressalta que embora a falta de flexibilidade possa ser incorporada culturalmente e ser dif�cil de alterar, essas previs�o possibilitam a constru��o de la�os entre cientistas, institui��es p�blicas e usu�rios de informa��o clim�tica. Em outras palavras, elas n�o s� podem ajudar a melhorar a forma como se lida hoje em dia com a variabilidade clim�tica, mas tamb�m estabelece uma base para boas pr�ticas de adapta��o no futuro. Um ponto-chave que merece ser destacado � que n�o se trata apenas dos aspectos tecnol�gicos das previs�es, mas tamb�m das rela��es sociais e institucionais que s�o feitas entre as pessoas. Quando se trata de adapta��o, colabora��o e parceria entre pessoas e organiza��es aparecem como importantes para a implementa��o dessas medidas no futuro.

No cap�tulo 7, A. Dugmore e colaboradores investigam evid�ncias hist�ricas a partir de registros arqueol�gicos para apresentar algumas conclus�es preocupantes sobre adapta��o �s mudan�as clim�ticas em assentamentos humanas na Groenl�ndia. Eles mostram que embora essas comunidades n�rdicas tenham adaptado seus modos de vida e de subsist�ncia a condi��es de mudan�a do clima, tais grupos populacionais tomaram decis�es que reduziram sua resili�ncia em rela��o a mudan�as naturais e culturais, e, como resultado, os assentamentos entraram em colapso e desapareceram. Ao enfrentar m�ltiplos estressores, incluindo os desafios combinados da mudan�a econ�mica, contato cultural com os povos Inuit e mudan�as do clima, eles n�o foram capazes de responder efetivamente a nova situa��o. Uma li��o que pode ser tirada deste exemplo � que uma adapta��o bem sucedida ao longo de uma determinada trilha de desenvolvimento pode, ao mesmo tempo, diminuir a resili�ncia e, eventualmente, levar a crises.

Um quadro mais otimista de adapta��o � apresentado por J. Ford no cap�tulo 8. Baseado em evid�ncias observadas e emp�ricas da comunidade Igloolik no territ�rio canadense de Nunavut, no �rtico. Ao explorar se h� limites para adapta��o em rela��o a mudan�as do gelo do mar, Ford encontrou sinais de aumento da adaptabilidade e evid�ncias de aprendizagem social atrav�s de formas de tentativa e erro, o que levou � evolu��o do conhecimento tradicional Inuit. No entanto, embora uma combina��o de medidas de gest�o de riscos, como preven��o e estrat�gias de partilha facilitadas pelo conhecimento Inuit permitiram o controle dos riscos resultantes de menor quantidade de gelo, o estudo de Ford tamb�m sugere que os limites de adapta��o s�o mais dependentes de fatores culturais, onde altera��es necess�rias para manter a subsist�ncia e a seguran�a alimentar podem comprometer os valores sociais e culturais dos povos Inuit.


Parte II - Valores

A segunda parte do livro inclui an�lises te�ricas e emp�ricas sobre as implica��es de diversos valores e vis�es de mundo na aplica��o de adapta��o. Os cap�tulos analisam a forma como esses valores se manifestam no comportamento observado em diferentes contextos e como esses valores s�o captados por diferentes modelos e marcos te�ricos. Diversos valores s�o evidentes, por exemplo, nas atitudes de percep��o do risco entre idosos no caso do fen�meno das ondas de calor ou em popula��es que sofrem com o risco de inunda��o. A descri��o e a an�lise dos valores subjacentes e dos tra�os culturais � um dos temas centrais, se n�o o mais importante, nas ci�ncias sociais. Nesse sentido, os cap�tulos desta parte exploram como os valores s�o descritos e abordados por meio de an�lises econ�micas, de vulnerabilidades, assim como resultados da mudan�a demogr�fica. Esta parte do livro busca ilustrar que a an�lise das possibilidades de adapta��o na escala global n�o consegue capturar facilmente a diversidade e a natureza conflitante desses valores, nem os padr�es de suas mudan�as ou transforma��es.

B. Orlove, no cap�tulo 9, demonstra como a adapta��o � usada pelo governo e por ag�ncias que trabalham como a tem�tica das mudan�as clim�ticas, discutindo valores inerentes a essa utiliza��o. O autor defende que a evolu��o do uso do termo �adapta��o� nas �ltimas tr�s d�cadas no interior de comunidades cient�ficas, refor�a correntes que defendem um intervencionismo no processo de desenvolvimento, muitas vezes em detrimento das prioridades e percep��es dos agricultores e popula��es rurais de pa�ses em desenvolvimento que efetivamente enfrentam os riscos clim�ticos no dia-a-dia. K. O�Brien, no cap�tulo 10, faz uso da teoria social para tratar da mudan�a de valores. Mesmo que a ci�ncia social possa capturar a presen�a de valores nos processos de tomada de decis�o, esses valores (como o que as pessoas se preocupam e qual sua rela��o com os lugares onde vivem) s�o pass�veis de mudar ao longo do tempo, o que pode influenciar as maneiras pelas quais as futuras gera��es v�em as medidas de adapta��o. Muitos noruegueses, por exemplo, mant�m valores tradicionais, modernos ou p�s-modernos que influenciam entendimentos do que � ser noruegu�s e o que � ser um cidad�o. Alguns desses valores, incluindo valores referentes � cobertura de neve, s�o desafiados por um clima em mudan�a. A discuss�o sobre os aspectos econ�micos da perda potencial de dias de esqui pode, portanto, ser irrelevante para pessoas que valorizam a cobertura de neve como algo intr�nseco � identidade norueguesa. Id�ias semelhantes s�o oferecidas por J. Wolf e seus colegas no cap�tulo 11, que analisa as diferen�as na percep��o de risco em rela��o � onda de calor em popula��es idosas que s�o expostas a maior risco devido a sua idade e seu estado de sa�de. Eles mostram que algumas pessoas se definem por sua independ�ncia e, portanto, resistem a qualquer ajuda externa para reduzir a sua exposi��o ao risco, mesmo em rela��o a pessoas pr�ximas e com forte v�nculo social. O estudo revela importantes quest�es relativas � interven��es governamentais efetivas, sobretudo na �rea de sa�de p�blica, onde as vulnerabilidades s�o persistentes e enraizadas em valores profundamente arraigados.

Tamb�m � evidente que h� limites para forma como a economia lida com os valores sociais que n�o aparecem nos mercados. Esta limita��o � amplamente reconhecida, inclusive no Relat�rio Stern, documento liderado pelo economista brit�nico, Sir. Nicholas Stern, sobre a economia das mudan�as clim�ticas. A. Hunt e T. Taylor argumentam no cap�tulo 12 que a economia continua a fazer progressos no sentido de incorporar tais valores sem representa��o de mercado em termos de levantamento de custos e avalia��es de risco. Eles usaram metodologias espec�ficas para, por exemplo, obter o valor de bens hist�ricos e culturais (uma igreja e uma cervejaria em Sussex) que est�o sob risco de inunda��es e mostram que a incorpora��o de prefer�ncias afeta os resultados sobre decis�es que seriam tomadas meramente sob bases de efici�ncia e racionalidade econ�mica. O estudo sugere que essas t�cnicas devem ser complementadas por outros instrumentos de an�lise para incorporar valores em processos de tomada de decis�o. Todavia, H. Eakin e colegas, no cap�tulo 13, investigam mais diretamente as bases da efici�ncia como diretriz para tomada de decis�es de adapta��o. Eles mostram que n�o h� equil�brios entre efici�ncia ou abordagens de vulnerabilidade ou de resili�ncia para adapta��o. Abordagens de vulnerabilidade, em especial, carregam uma vis�o radicalmente diferente da �tica do que a presente na avalia��o de valores em termos de efici�ncia, j� que a perda de alguns n�o pode ser compensada pelo ganho dos outros (como em abordagens utilitaristas). No cap�tulo 14, J. Ensor e R. Berger descrevem os princ�pios para tomada de decis�o em termos de uma a��o coletiva por parte da comunidade com base em no��es de comunitarismo e capital social, que contrastam com as no��es utilitaristas da agrega��o de prefer�ncias individuais e de utilidade. Suas ilustra��es de adapta��o � mudan�a clim�tica no n�vel da comunidade demonstram que a cultura e o bem coletivo s�o centrais para a forma como as pessoas valorizam o seu pr�prio bem-estar.

As implica��es dos diversos valores s�o ainda mais exploradas nos cap�tulos de T. Jennings (cap�tulo 15), S. Coulthard (cap�tulo 16) e T. Heyd e N. Brooks (cap�tulo 17). Cada um destes demonstra como valores mantidos por aqueles que apresentam menos poder, ou cujos valores n�o se encaixam facilmente nas ferramentas anal�ticas estabelecidas, s�o subordinados ou simplesmente ignorados. Jennings demonstra como os habitantes locais e visitantes constroem e gerenciam seus riscos. No caso da comunidade de Boscastle, Sudoeste da Inglaterra, a implementa��o de medidas de risco contra inunda��o ap�s uma grande enchente, em 2004, exclu�ram de seu escopo conhecimentos e pr�ticas locais, em detrimento do planejamento inclusivo e do compromisso com os riscos envolvidos. A autora argumenta que comunidades de pescadores e pessoas que praticam a pesca como fonte de subsist�ncia j� gozam de not�rio saber para poderem ser considerados �adaptadores profissionais�, j� que lidam continua e historicamente com recursos flutuantes e vari�veis. Ela mostra como valores comuns enraizados em comunidades de pesca, neste caso no Sul da �sia, apresentam formas inovadoras para manter a atividade pesqueira. Mas, uma vez que sua identidade est� intrinsecamente ligada a esta atividade, espera-se que ser� dif�cil para que esses pescadores �abandonem suas redes�, por esta ser uma adapta��o que est� muito distante dos sistemas de valores dessas pessoas e lugares. Tal afirmativa se reflete na discuss�o proposta por Heyd e Brooks, talvez umas das principais li��es que possam ser tiradas deste livro, de que a muitas medidas de adapta��o �s mudan�as clim�ticas n�o ser�o facilmente implementadas, e mesmo aceita, por muitos dos envolvidos nesses processos de mudan�a.

Uma fronteira importante da pesquisa sobre adapta��o � a forma como valores relativos ao conhecimento das pessoas e do sentido do lugar dizem respeito � sua adapta��o no processo de tomada de decis�o. Os cap�tulos apresentados por R. Balstad e colegas (cap�tulo 18) e por R. McLeman (cap�tulo 19) buscam uma resposta a este problema atrav�s da aplica��o dos conhecimentos dispon�veis em ci�ncias como a psicologia, a geografia cultural e a demografia. Balstad e colaboradores mostram, atrav�s de uma an�lise hist�rica das secas da d�cada de 1930 em Great Plains, Estados Unidos (EUA), que estrat�gias diversas de adapta��o realizadas por grupos populacionais diferentes (pequenos colonos e agricultores) foram processadas de maneiras diferentes devido �s suas experi�ncias anteriores. Este descompasso promoveu um bloqueio das estrat�gias e alternativas individuais para contornar o problema. Assim, ao serem confrontados com um extremo clim�tico que nunca haviam enfrentado, muitos colonos de Dakota do Leste decidiram abandonar atividades ligadas � agricultura como �nica sa�da � seca. Uma das mais importantes decis�es transformadoras em termos de adapta��o que pode ser tomada por qualquer indiv�duo � mudar sua localiza��o, ou simplesmente migrar. A teoria demogr�fica oferece alguns insights sobre como essas decis�es s�o tomadas e com quais motiva��es. McLeman, novamente com base na experi�ncia dos residentes rurais de Great Plains, EUA, mostra como capital social, redes sociais e senso de pertencimento a um lugar espec�fico s�o determinantes de como essas adapta��es acontecem.


Parte III - Governan�a

A terceira parte do livro aborda quest�es de governan�a no �mbito dessas adapta��es abrangendo um leque de escalas de an�lise, a partir do n�vel internacional at� as contribui��es locais, baseando-se em estudos te�ricos e emp�ricos de regi�es como Europa, Oriente M�dio, �frica e Am�ricas do Norte e do Sul. S. Moser, no cap�tulo 20, oferece uma vis�o sistem�tica do papel central das estruturas de governan�a e dos processos de tomada de decis�o neste contexto. Orientando-se por refer�ncias te�ricas e quest�es centrais sobre o tema, Moser avalia os processos de tomada de decis�o avaliando se esses contribuem para decis�es de adapta��o bem sucedidas. Ela enfatiza a compreens�o limitada verificada atualmente entre perspectivas te�ricas de estruturas de governan�a com din�micas sociais complexas que resultem em mudan�as concretas. A autora � reticente em rela��o ao imagin�rio de que seja poss�vel abordagem de �governan�a perfeita� para as medidas de adapta��o, dado que a no��o de governan�a, entendida por ela como diferentes estruturas, processos e mecanismos, pode tanto inibir, quanto incentivar e apoiar a adapta��o.

Barreiras � adapta��o materializadas na forma de diferentes estruturas de governan�a s�o assinaladas por S. Nicholson-Cole e T. O�Riordan (cap�tulo 23) na an�lise do gerenciamento costeiro da Inglaterra. O estudo revela o descompasso entre pol�ticas nacionais e diferentes estrat�gias regionais e locais de adapta��o. O contraste entre estrat�gias nacionais e locais cria um estado de governan�a disfuncional, ao inv�s de adapt�vel, desafiando as possibilidades futuras de desenvolvimento sustent�vel e adapta��o das zonas costeiras desse pa�s. No cap�tulo 24, A. Drieschova e colegas analisam o papel da coopera��o internacional para a governan�a de recursos h�dricos que extrapolam divisas geogr�ficas e pol�ticas � luz dos impactos esperados pela mudan�a do clima. Os autores ressaltam que atributos como flexibilidade e regras claras para cumprimento dos contratos s�o costumeiramente defendidos na gest�o desses recursos que envolvem diferentes atores. Todavia, argumentam que flexibilidade pode aumentar a incerteza e que algumas dessas regras de cumprimento de contratos podem aumentar os custos de transa��o e de negocia��o do tratado. Por conta disso, defendem a ado��o de regimes de governan�a h�bridos que podem combinar esses dois atributos em um �nico desenho institucional capaz de garantir requisitos ambientais e pol�ticos.

Mas como � que mecanismos de governan�a podem superar barreiras estruturais de a��o na dire��o da adapta��o? No cap�tulo 25, M. Brockhaus e K. Hermann descrevem como um processo de descentraliza��o s� pode resultar em uma governan�a efetiva da adapta��o se limita��es de recursos, estruturas e comportamentos s�o superadas atrav�s da utiliza��o do conhecimento local e da capacidade de resposta institucional vis-�-vis as realidades locais. A inadequa��o de alguns objetivos de governan�a, orientados por paradigmas particulares, est� ilustrada no estudo de realidades nacionais proposto por E. Reinert e colegas no cap�tulo 26. A pesquisa investigou uma poss�vel inadequa��o de conhecimentos tradicionais e pr�ticas locais em rela��o �s prioridades da economia de mercado e das pr�prias economias nacionais. A evolu��o recente das estruturas de governan�a permitiu o reconhecimento das formas tradicionais de conhecimento e know-how, superando gradualmente barreiras arraigadas relativas � adapta��o sustent�vel em decorr�ncia da mudan�a ambiental.

�s vezes, por�m, mesmo com estruturas de governan�a transparentes e adequadas, recursos n�o s�o suficientes para fornecer prote��o social e os bens p�blicos necess�rios para enfrentar os riscos derivados da mudan�a clim�tica. Este � certamente o caso de muitos pa�ses em desenvolvimento. R. Klein e A. M�hner (cap�tulo 29) desafiam a capacidade dos fundos internacionais para a adapta��o em rela��o �s necessidades dos pa�ses em desenvolvimento, propondo uma redu��o da complexidade administrativa, a integra��o de temas e prioridades para as institui��es de coordena��o, bem como promover a transpar�ncia de procedimentos e diretrizes.

Os cap�tulos 21, 22 e 28 nesta parte apresentam como processos de governan�a, estruturas e mecanismos podem ser modificados e aprimorados para superar algumas das din�micas observadas que limitam a capacidade de adapta��o. O trabalho de T. Finan e D. Nelson (cap�tulo 21) na regi�o do Cear� atingida pela seca, Nordeste do Brasil, ilustram como uma inova��o metodol�gica a partir da integra��o de pesquisa participativa com sistemas geogr�ficos de informa��o (SGI) pode melhorar a persistente desigualdade estrutural criada por um s�culo de procedimentos arcaicos, resultando em planejamento preventivo local. G. Marisa e colegas (cap�tulo 28) e A. Agrawal e N. Perrin (cap�tulo 22) examinam o papel das institui��es locais na adapta��o dos grupos rurais, no contexto das novas estrat�gias nacionais de adapta��o. Agrawal e Perrin revelam a falta de aten��o por parte dos governos nacionais �s estruturas institucionais que permitem algum tipo de a��o dos mais pobres. Eles apontam a necessidade de interven��es focalizadas e da integra��o de processos com estruturas institucionais a fim de traduzir o investimento p�blico em a��es bem sucedidas e que promovam a adapta��o. Embora Goulden e colaboradores analisam diferentes mecanismos de adapta��o, a compara��o dessas estrat�gias em tr�s localidades diferentes tamb�m ap�iam a id�ia de que o sucesso de estrat�gias de adapta��o depende da compreens�o e do reconhecimento de v�rios fatores que levam a situa��es de vulnerabilidade por meio de estruturas de governan�a adequadas, acompanhadas por acesso aos recursos necess�rios.

T. Inderberg e P.O. Eikeland (cap�tulo 27) desenvolveram uma abordagem institucional para explorar as barreiras de capacidade adaptativa de um sistema nacional de energia, sugerindo que fatores institucionais podem dificultar a adapta��o �s mudan�as clim�ticas por conta de trajet�rias dependentes de desenvolvimento, indo de encontro �s conclus�es de Reinert e colegas, no cap�tulo 26. M. Winsvold e co-autores (cap�tulo 30) exploram diferentes modos de governan�a e sua influ�ncia na coordena��o de medidas de adapta��o, relacionando a an�lise com teorias sobre a aprendizagem organizacional. Os autores identificam como diferentes formas de coordena��o podem interagir com as caracter�sticas dos atores, influenciando as respostas e os resultados da a��o.

No cap�tulo final, D. Nelson busca apresentar as principais mensagens do livro. O autor assinala que mudan�as no comportamento humano, sejam elas realizadas de forma consciente ou n�o, influenciam o n�vel de adaptabilidade da sociedade, independente da escala de tempo. Este � um ponto central, seja pela crise financeira atual, ou para as medidas e respostas futuras �s mudan�as clim�ticas. Nelson ressalta, ainda, que novos padr�es clim�ticos, a princ�pio, n�o significam o fim do mundo. Por�m, estes podem significar a necessidade de uma avalia��o profunda na forma como os seres humanos compreendem a natureza e buscam viver em harmonia com ela.


Para n�o concluir

O livro revela as muitas facetas que s�o relevantes para a adapta��o e que ainda n�o foram totalmente inseridos ou abordados em debates sobre as mudan�as clim�ticas. Tamb�m, os temas levantados nesta obra apresentam motivos reais de preocupa��o. Se os seres humanos devem aprender a viver com um clima diferente, algumas quest�es essenciais devem ser abertamente debatidas. Os cap�tulos apresentados acima discutiram os limiares ecol�gicos, sociais, culturais e institucionais da adapta��o. Eles levantam quest�es sobre a disposi��o e a capacidade das sociedades em se adaptar, j� que esses processos s�o confrontados por limiares subjetivos em v�rias dessas dimens�es.

O desafio parece residir na necessidade e na capacidade da sociedade se adaptar de forma sustent�vel no longo-prazo, tanto � mudan�a do clima, quanto a um futuro alternativo, diferente, que limite a quantidade e magnitude de mudan�as globais ao planeta, garantindo a continuidade da sociedade no futuro. Nesse sentido, talvez a principal li��o que fica dos cap�tulos seja a necessidade de aumentar a resili�ncia, tanto dos ecossistemas, como das sociedades. Como parte da mudan�a clim�tica � inequ�voca e inevit�vel, este deve ser considerado um imperativo, um fundamento central, para as a��es de adapta��o que come�am a ser discutidas agora e que certamente ser�o implementadas ao longo deste s�culo.

Fica claro pelas linhas deste livro que a adapta��o � um processo social, imperfeito, influenciado por uma compreens�o limitada, e pouco consenso sobre como agir em conjunto. Essa constata��o leva a implica��es severas para servi�os ecossist�micos, estabilidade econ�mica e pol�tica, e, tamb�m, para determinados valores culturais. No entanto, tamb�m � claro que a ci�ncia da adapta��o ainda n�o avan�ou o suficiente para oferecer uma compreens�o robusta do que realmente est� envolvido nesses processos, quais as incertezas envolvidas e as poss�veis perdas e oportunidades, bem como possibilidades de transforma��es radicais que n�o poder�o ser evitadas.

Fica o convite aos geogr�ficos e a comunidade cient�fica como um todo, para que se engajem no desafio de oferecer caminhos que possam auxiliar a busca de respostas a essas quest�es.


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© Copyright Rafael D'Almeida Martins , 2011
© Copyright Biblio3W, 2011

[Edición electrónica del texto realizada por Miriam-Hermi Zaar]


Ficha bibliográfica:

MARTINS, Rafael D'Almeida. Adaptando-se às mudanças climáticas: limiares, valores e governança. Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, Vol. XV, nº 912, 28 de febrero de 2011. <http://www.ub.es/geocrit/b3w-912.htm>. [ISSN 1138-9796].

Quais os impactos do aquecimento global para a economia?

A mudança climática já é considerada como uma das maiores ameaças para a estabilidade econômica. Além de seu grave impacto no meio ambiente e nas pessoas, a mudança climática também é uma das maiores ameaças para a estabilidade econômica. As ondas de calor reduzem a capacidade de trabalho e a produtividade.

Qual o impacto que esses diversos climas trazem para a nossa cultura e economia brasileira?

A alteração climática gerará ainda outros impactos. Um deles é que terá maior tendência em aumentar o fluxo migratório de pessoas que deixarão o interior para morar em capitais. Afinal, com a produção agrícola em queda, as pessoas buscarão outras fontes de renda.

Qual é o impacto económico das mudanças climáticas Brainly?

Resposta: De uma forma geral, pode-se dizer que, o principal impacto na economia dessas mudanças dizem respeito à escassez de recursos e à necessidade de investimento em diferentes formas de produção. ...

O que causou a mudança na atividade econômica?

Resposta. Resposta: Alguns fatores como a tecnologia, oportunidades de emprego, etc.