Porque em alguns anos as epidemias de dengue são mais preocupantes do que em outros

Publicado em 17/03/22 17:39 Atualizado em 17/03/22 17:47

Ação de combate ao Aedes Aegypt na Maré e na Saúde

RIO — Um levantamento da secretaria estadual de Saúde do Rio aponta que entre o dia 1º de janeiro deste ano até o último dia 6 de março o estado registrou um aumento de 11% de casos de dengue em comparação ao mesmo período de 2021. De acordo com os dados da Coordenação de Vigilância Epidemiológica em 2022 foram registrados 364 casos da doença e duas mortes — uma na capital e outra em Santo Antônio de Pádua. O aumento de infecções pela arbovirose foi notada pelo governo estadual em cinco das sete regiões de saúde: Metropolitana I, Norte, Noroeste, Serrana e Centro-Sul.

O secretário estadual de Saúde Alexandre Chieppe reforça os cuidados que precisam ser feitos para evitar a propagação do mosquito Aedes aegypti — transmissor da doença:

— A dengue é um risco iminente em nosso estado. De tempos em tempos, ela causa uma nova epidemia. Por isso, é muito importante que a população não esqueça os cuidados em casa, como limpar e esvaziar os pratos dos vasos de plantas, manter as caixas d’água, cisternas e outros recipientes de armazenamento de água bem fechados, evitar deixar garrafas e pneus em locais onde possam acumular água, entre outros cuidados. Dez minutos por semana dedicados a evitar a dengue podem salvar vidas — explica o secretário estadual de Saúde Alexandre Chieppe.

Gabrielle Damasceno, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da secretaria explica que o período é favorável para o aumento de casos de dengue e ainda há chances de subnotificação e atraso nas notificações por causa da pandemia. Ao todo em 2021 foram registrados 2.879 casos de dengue e quatro óbitos. No ano anterior foram confirmados 4.435 casos e sete óbitos. O levantamento da pasta apontou que uma das regiões mais preocupantes é a Noroeste:

— Não há epidemia de dengue no estado. Alguns municípios da Região Noroeste estão com aumento de casos em relação ao mesmo período do ano passado e, por isso, estão sendo monitorados. Técnicos da Vigilância da SES estão realizando uma série de reuniões extraordinárias para debater ações estratégicas — afirma Gabrielle Damasceno.

Capital nega aumento de casos

Nas últimas semanas a prefeitura do Rio tem intensificado as ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti. Somente este ano, mais de 1,5 mil imóveis já foram visitados, com mais de 200 mil criadouros de mosquito eliminados. No entanto, o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz nega que o Rio registre aumento de casos de arboviroses.

Dados sobre casos de dengue divulgados pela prefeitura do Rio semanalmente mostram que após quatro anos sem nenhuma morte pela doença, 2021 e 2022 registram um óbito em cada ano. Neste ano a morte foi registrada na região do Centro (Área de Planejamento 1.0). Já no ano passado, a morte foi de um morador da A.P 3.3 — região do subúrbio carioca.

— Não identificamos aumento de casos de dengue, chikungunya ou zika. Mas identificamos um aumento da circulação do vetor, o mosquito Aedes aegypti, e isso, com o calor que está fazendo agora, pode provocar uma mudança de cenário. Estamos intensificando as ações preventivas, até porque, nos últimos anos, os agentes de Vigilância Sanitária não conseguiram entrar na casa dos moradores, que obviamente tinham medo da infecção por Covid-19. Agora, os agentes retomaram as visitas domiciliares, e é muito importante que o carioca contribua liberando o acesso deles às casas — diz Daniel Soranz.

Pedido de ajuda

No início do mês, após identificar um aumento no número de casos, a prefeitura de Santo Antônio de Pádua pediu ajuda ao governo estadual para a liberação de insumos usados para o tratamento da dengue. Entre os itens está testes rápidos para o diagnóstico de Dengue, Zika e Chikungunya.

"Até a semana epidemiológica 07 (13 a 19 de fevereiro) contamos com 35 casos confirmados de dengue, sendo um óbito, seis de Zika e quatro de Chikungunya", diz trecho do ofício obtido pelo Extra.

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Por que em alguns anos as epidemias de dengue são mais preocupantes do que em?

Se tem água parada, tem proliferação do mosquito e vai ter epidemia. Mas o maior agravante é a circulação do sorotipo 2, que sempre circulou, desde 2011, mas não de forma intensa como agora. Ou seja, a população não tem proteção contra esse sorotipo, que costuma se manifestar de forma mais grave”, acrescentou.

Porque em alguns anos a epidemia de dengue?

Os ingredientes de uma epidemia "Tivemos um clima especialmente favorável à dengue neste ano, com chuvas intensas e prolongadas", lembra Codeço. Desde o final de 2021, quando começou o verão, várias cidades brasileiras registraram muitas tempestades, relacionadas a fenômenos como o La Niña e as mudanças climáticas.

Por que a dengue é considerada um grave problema de saúde pública?

Dentre as doenças tropicais, a dengue tornou-se um problema de saúde pública não somente no Brasil, mas também em diversos países do mundo, pois cerca de 2,5 bilhões de pessoas vivem nas áreas onde os vírus da doença podem ser transmitidos (OMS, 2008).

O que contribui para o aumento da dengue?

Isso significa que, com o início do período chuvoso, a proliferação de dengue aumenta devido ao acúmulo de água parada em recipientes inadequados, principalmente nas áreas urbanas que são usadas na maioria das vezes pelo próprio homem. A falta de saneamento básico também contribui para o aparecimento de doenças.

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