CapaCom exceção do Japão, os países pobres e em desenvolvimento são os mais vulneráveis a desastres naturais Show
O índice lista as áreas do globo em ordem decrescente de vulnerabilidade a desastres e os separa em cinco categorias. Cada uma delas é composta por 20% do total de países, que são classificados como sendo de risco muito alto, alto, médio, baixo ou muito baixo. O indicador final é calculado por meio da análise de 28 parâmetros geoclimáticos e socioeconômicos, como a quantidade de pessoas expostas a desastres, a renda e a educação da população, a capacidade de mitigar o impacto de eventos extremos e de se adaptar a mudanças. Vanuatu, um pequeno arquipélago do Pacífico sul distante 1.700 quilômetros a leste da Austrália, com 250 mil habitantes, é o país mais arriscado do mundo, o número 1 do índice. Está sujeito a terremotos, ciclones e pode ser coberto pelas águas se o nível do mar aumentar. Isso sem contar o vulcanismo, que não entra no cálculo do índice. O segundo lugar é ocupado por Tonga, um arquipélago da Polinésia, e o terceiro, pelas Filipinas. O Haiti, onde o furacão Matthew matou 1.300 pessoas e desalojou 35 mil em outubro, aparece em 21º lugar da lista. O Brasil ocupa a 123ª posição e está classificado na categoria dos países de baixo risco, como os Estados Unidos, a Itália, a Argentina e o Reino Unido. “Nenhum índice baseado em desastres naturais é perfeito”, comenta Lucí Hidalgo Nunes, da Unicamp. “De acordo com as variáveis usadas e o peso dado a elas, as classificações mudam. Mas, certamente, o Brasil não é um dos países em pior situação.” Republicar 16/07/2007 - 00:00 / Atualizado em 03/03/2012 - 05:58 RIO - O Japão é o país mais vulnerável a terremotos e, por causa disto, investe pesadamente em tecnologia para evitar danos significativos em suas estruturas. Grande parte dos edifícios do país possui estrutura arquitetônica modelada para suportar abalos sísmicos. A cada cinco minutos ocorre um tremor de terra no Japão. Todo ano há mais de 2 mil terremotos que são sentidos pela população. Leia abaixo outros fatos sobre terremotos no Japão: - O país, situado no "Anel de Fogo", arco de vulcões e fendas oceânicas que cerca a Base do Pacífico, abriga cerca de 20% dos terremotos com seis ou mais graus de magnitude no mundo. - Um terremoto em 1º de setembro de 1923, com 7,9 graus na escala Richter, matou mais de 140 mil pessoas na região de Tóquio. Àquela época, os especialistas garantiam que a capital japonesa estava livre de um abalo dessa magnitude. - Em 16 de outubro de 1995, o Centro do Japão foi sacudido por um tremor de 7,3 graus que devastou a cidade portuária de Kobe. Foi o pior terremoto a atingir o país em 50 anos. Mais de 6.400 pessoas morreram. O prejuízo foi de US$ 100 bilhões. - Um terremoto de 6,8 graus provocou a morte de 65 pessoas na região de Niigata, em 23 de outubro de 2004. - O governo metropolitano de Tóquio afirmou, em março de 2006, que um terremoto de 7,3 graus sob a cidade poderia matar mais de 5.600 pessoas e deixar outras 160 mil feridas. Os prejuízos estimados nesse caso são da ordem de US$ 1 trilhão. - A empresa de seguros alemã Munich Re é mais pessimista: um terremoto grave na região de Tóquio-Yokohama seria capaz de matar centenas de milhares de pessoas, sendo também devastador para a economia mundial. - O megalópole Tóquio-Yokohama, com população de 35 milhões, é a que tem maior risco de sofrer conseqüências de desastre natural em uma lista das 30 maiores cidades do mundo, diz a empresa. O terremoto de Fukushima, ou Grande Terremoto de Tohoku, aconteceu em 11 de março de 2011. O sismo teve magnitude de 9.1 graus na escala Richter, sendo o mais intenso já registrado na história do país e um dos maiores do mundo. Sua causa foi uma movimentação na zona de falha onde se localiza a Fossa do Japão, com epicentro a 130 km da costa japonesa e hipocentro a cerca de 25 km de profundidade. O tremor ocasionou grandes ondas no litoral do Japão, entre elas o tsunami de Fukushima, que desencadeou um dos piores acidentes nucleares da história desde Chernobyl. Leia também: O que é maremoto? Tópicos deste artigo
Causas do terremoto de FukushimaO terremoto que aconteceu em 2011, na região nordeste do Japão, foi causado pelo movimento de uma falha geológicana zona de subducção onde se forma a Fossa do Japão. Lembremos que as ilhas que formam o país se distribuem sobre quatro placas tectônicas, sendo elas: do Pacífico, das Filipinas, Eurasiática e de Okhotsk (uma microplaca que integra a placa Norte-Americana). A placa do Pacífico se desloca horizontalmente na direção oeste com relação à placa Norte-Americana, mergulhando sob a segunda placa e causando, em contrapartida, soerguimento de parte dessa estrutura. A velocidade com que o movimento da placa do Pacífico ocorre é de aproximadamente 83 mm por ano, conforme explica o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês). Estima-se que o movimento horizontal na zona de falha que gerou ruptura e, consequentemente, o tremor foi de 50 a 60 metros, o que pesquisadores consideraram o maior do tipo. Até mesmo em outros grandes sismos, como o da Colômbia de 1960, não se viu um deslocamento dessa magnitude. Esse processo se estendeu por uma faixa de 400 km de comprimento e 150 km de largura (na direção em que se dá o mergulho de uma placa sob a outra). A energia total liberada foi equivalente a 600 bombas atômicas como a lançada em Hiroshima|1|. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Como foi o terremoto?O terremoto do Japão, chamado também de Grande Terremoto de Tohoku, aconteceu no dia 11 de março de 2011 e teve início às 14h46, no horário local, e 2h26, no horário de Brasília. Após uma série de revisões, o tremor foi classificado como tendo magnitude 9.1 na escala Richter, sendo esse o terremoto mais intenso e destrutivo a acometer o Japão na história do país. Seu tempo total de duração foi de aproximadamente seis minutos. De acordo com o USGS, dois dias antes desse acontecimento no arquipélago japonês, uma série de tremores com mais de 6 graus na escala Richter — o maior com 7,4 — foram sentidos a cerca de 40 km do epicentro do terremoto de 11 de março. O ponto da superfície terrestre em que o terremoto de Tohoku teve origem fica a 130 km da Península de Oshika, localizada na costa leste da principal ilha do Japão, Honshu, onde fica a província de Fukushima. O hipocentro do sismo (seu local de origem no interior da crosta terrestre) estava a uma profundidade de 25 km, considerada rasa. Após o sismo principal, centenas de terremotos secundários (chamados de réplicas) de magnitude variando de alta a moderada foram sentidos em outras regiões. A cidade de Sendai, a mais próxima do epicentro, foi uma das mais devastadas pelo terremoto e pelo tsunami que sucedeu os tremores. Consequências do terremoto de FukushimaO terremoto de 2011 foi o mais intenso da história do Japão e o terceiro maior em escala mundial, junto com o terremoto que aconteceu no Oceano Índico em 2004, de acordo com a USGS. O sismo foi responsável pelo deslocamento da costa do Japão e pela alteração entre 10 e 25 centímetros no eixo de rotação Terra, encurtando os dias em 1,8 microssegundo |1|. Além das consequências diretas na estrutura do arquipélago japonês e na tectônica da área, os abalos sísmicos de 2011 foram avassaladores para a população. Esse foi o terremoto que ocasionou o maior número de vítimas no país, deixando 18.428 mortos e desaparecidos. A sequência terremoto, tsunami e acidente nuclear deixou um enorme rastro de devastação por onde passou. Os estragos incluem incêndios, explosões, danos à rede elétrica e interrupção do fornecimento de energia e destruição ou obstrução de estradas e vias. Em termos financeiros, estima-se que o prejuízo total foi de quase US$ 200 bilhões. Veja também: Por que os Estados Unidos são tão atingidos por furacões e tornados?
Uma das mais graves consequências do sismo de 2011 foi a sequência de tsunamis que ele produziu na costa japonesa, atingindo ainda outros países banhados pelo Oceano Pacífico. As maiores ondas superaram os 10 metros de altura, e as águas adentraram dezenas de quilômetros pelo território japonês. A maior parcela de mortes do sismo foi em decorrência dos tsunamis, que inundaram uma área de 561 quilômetros quadrados|2|. O tsunami deixou um grande rastro de devastação em Fukushima.A província de Fukushima foi atingida por uma onda de cerca de 14 metros, e a situação rapidamente se agravou. O avanço das águas prejudicou os geradores de apoio que estavam sendo utilizados para o resfriamento dos reatores da Central Nuclear de Fukushima I (Daiichi), levando ao derretimento de três deles.
Como explicamos acima, os desdobramentos do tsunami causaram o derretimento de três reatores da Central Nuclear de Fukushima, levando à retirada de 300.000 moradores dos arredores. No dia seguinte, 12 de março, ocorreu a primeira de três explosões, tendo as outras ocorrido nos dias posteriores (14 e 15 de março), liberando altos índices de radiação no ambiente. Em abril daquele ano, o acidente foi classificado como tendo nível 7 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, o mais grave desde o acontecimento em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. A área a ser evacuada inicialmente foi de 20 km. No entanto, tanto os solos da região quanto a água do mar também foram atingidos, e ambos ainda hoje passam por um processo de descontaminação. Ao todo, foi evacuada uma área de 1.150 km², dos quais 330 km² continuam vazios e mais de 40 mil pessoas permanecem longe de suas antigas residências|3|. Muitas áreas atingidas pela radiação permanecem desabitadas.Terremotos no JapãoO Japão está situado na área do planeta conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, caracterizada pela alta instabilidade tectônica. O país registra milhares de tremores de terra todos os anos, de intensidades variadas na escala Richter. Abaixo listamos os 5 piores terremotos da história do Japão de acordo com a sua magnitude. 1) Tohoku (11 de março de 2011): marcou 9,1 na escala Richter e algumas fontes estimam um total de 29.000 vítimas. 2) Hoei (1707): classificado como terremoto de magnitude 8.6, com 5 mil vítimas fatais. 3) Meiji-Sanriku (1896): teve magnitude de 8.5 na escala Richter e vitimou 27 mil pessoas. 4) Ansei-Nankai (1854): tremor de magnitude 8.4, com 10 mil vítimas fatais. 5) Sanriku (1933): classificado como tremor de magnitude 8.4 e fez 3 mil vítimas. Acesse também: Por que há tantos terremotos no Chile? No cartaz principal, “Não esqueça Fukushima”. O terremoto de 2011 ocasionou um dos piores acidentes nucleares da história e levantou intensos debates a respeito do uso da energia nuclear. Resumo sobre o terremoto de Fukushima em 2011
Notas |1| ANDRADE, Fábio Ramos Dias de. Terremotos e tsunamis no Japão. In: REVISTA USP, São Paulo, n.91, p. 16-29, setembro/novembro 2011. Disponível aqui. Acesso em 08 mar. 2021. |2| OSKIN, Becky. Japan Earthquake & Tsunami of 2011: Facts and Information. Live Science, 13 set. 2017. Disponível aqui. Acesso em 09 mar. 2021. |3| SAYURI, Juliana. Dez anos após terremoto, tsunami e acidente nuclear, Fukushima vive ecos da tragédia tripla. Folha de S.Paulo, 06 mar. 2021. Disponível aqui. Acesso em 08 mar. 2021. Por Paloma Guitarrara Por que o Japão possui tantos terremotos?O Japão está situado na área do planeta conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, caracterizada pela alta instabilidade tectônica. O país registra milhares de tremores de terra todos os anos, de intensidades variadas na escala Richter.
Porque o Japão está sujeito a ação de terremotos e tsunamis?A magnitude do tsunami se deveu a al- guns fatores, entre eles o contexto geológico local. O Japão se situa sobre uma zona de subducção, um local onde há colisão de placas tectônicas, com a entrada das placas de fundo oceânico para o manto terrestre.
Por que o Japão convive bastante com terremotos e atividade vulcânica?Além da formação de cadeias montanhosas, essa localização torna o Japão um país com altos níveis de instabilidade tectônica, com a presença de vulcanismo ativo, fazendo parte de uma zona conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, que concentra os maiores vulcões em atividade do planeta.
Porque o Japão sofre muitos terremotos no Brasil não?O Japão esta situado muito próximo de uma falha tectônica, localizada embaixo do oceano pacifico. Os terremotos ocorrem por conta da movimentação dessas placas tectônicas. Consequentemente o país sofre terremotos com muita frequência.
|