Por que o Japão é um país muito sujeito a ocorrência de terremotos?

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Com exceção do Japão, os países pobres e em desenvolvimento são os mais vulneráveis a desastres naturais

Por que o Japão é um país muito sujeito a ocorrência de terremotos?
Por estar sujeito a fortes terremotos e inundações causadas por tsunamis, o Japão é o único país desenvolvido que apresenta risco muito alto de ser afetado por cataclismos, segundo a edição de 2016 do World Risk Report, publicação organizada pela Universidade das Nações Unidas, agência alemã Alliance Development Works e Universidade de Stuttgart. A nação asiática figura na 17ª posição do índice mundial de risco a desastres, que classifica 171 países em função da possibilidade de serem alvo de cinco tipos de eventos extremos: secas, inundações, ciclones ou tempestades, terremotos e aumento do nível do mar.

O índice lista as áreas do globo em ordem decrescente de vulnerabilidade a desastres e os separa em cinco categorias. Cada uma delas é composta por 20% do total de países, que são classificados como sendo de risco muito alto, alto, médio, baixo ou muito baixo. O indicador final é calculado por meio da análise de 28 parâmetros geoclimáticos e socioeconômicos, como a quantidade de pessoas expostas a desastres, a renda e a educação da população, a capacidade de mitigar o impacto de eventos extremos e de se adaptar a mudanças.

Vanuatu, um pequeno arquipélago do Pacífico sul distante 1.700 quilômetros a leste da Austrália, com 250 mil habitantes, é o país mais arriscado do mundo, o número 1 do índice. Está sujeito a terremotos, ciclones e pode ser coberto pelas águas se o nível do mar aumentar. Isso sem contar o vulcanismo, que não entra no cálculo do índice. O segundo lugar é ocupado por Tonga, um arquipélago da Polinésia, e o terceiro, pelas Filipinas. O Haiti, onde o furacão Matthew matou 1.300 pessoas e desalojou 35 mil em outubro, aparece em 21º lugar da lista. O Brasil ocupa a 123ª posição e está classificado na categoria dos países de baixo risco, como os Estados Unidos, a Itália, a Argentina e o Reino Unido. “Nenhum índice baseado em desastres naturais é perfeito”, comenta Lucí Hidalgo Nunes, da Unicamp. “De acordo com as variáveis usadas e o peso dado a elas, as classificações mudam. Mas, certamente, o Brasil não é um dos países em pior situação.”

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16/07/2007 - 00:00 / Atualizado em 03/03/2012 - 05:58

RIO - O Japão é o país mais vulnerável a terremotos e, por causa disto, investe pesadamente em tecnologia para evitar danos significativos em suas estruturas. Grande parte dos edifícios do país possui estrutura arquitetônica modelada para suportar abalos sísmicos. A cada cinco minutos ocorre um tremor de terra no Japão. Todo ano há mais de 2 mil terremotos que são sentidos pela população.

Leia abaixo outros fatos sobre terremotos no Japão:

- O país, situado no "Anel de Fogo", arco de vulcões e fendas oceânicas que cerca a Base do Pacífico, abriga cerca de 20% dos terremotos com seis ou mais graus de magnitude no mundo.

- Um terremoto em 1º de setembro de 1923, com 7,9 graus na escala Richter, matou mais de 140 mil pessoas na região de Tóquio. Àquela época, os especialistas garantiam que a capital japonesa estava livre de um abalo dessa magnitude.

- Em 16 de outubro de 1995, o Centro do Japão foi sacudido por um tremor de 7,3 graus que devastou a cidade portuária de Kobe. Foi o pior terremoto a atingir o país em 50 anos. Mais de 6.400 pessoas morreram. O prejuízo foi de US$ 100 bilhões.

- Um terremoto de 6,8 graus provocou a morte de 65 pessoas na região de Niigata, em 23 de outubro de 2004.

- O governo metropolitano de Tóquio afirmou, em março de 2006, que um terremoto de 7,3 graus sob a cidade poderia matar mais de 5.600 pessoas e deixar outras 160 mil feridas. Os prejuízos estimados nesse caso são da ordem de US$ 1 trilhão.

- A empresa de seguros alemã Munich Re é mais pessimista: um terremoto grave na região de Tóquio-Yokohama seria capaz de matar centenas de milhares de pessoas, sendo também devastador para a economia mundial.

- O megalópole Tóquio-Yokohama, com população de 35 milhões, é a que tem maior risco de sofrer conseqüências de desastre natural em uma lista das 30 maiores cidades do mundo, diz a empresa.

O terremoto de Fukushima, ou Grande Terremoto de Tohoku, aconteceu em 11 de março de 2011. O sismo teve magnitude de 9.1 graus na escala Richter, sendo o mais intenso já registrado na história do país e um dos maiores do mundo.

Sua causa foi uma movimentação na zona de falha onde se localiza a Fossa do Japão, com epicentro a 130 km da costa japonesa e hipocentro a cerca de 25 km de profundidade. O tremor ocasionou grandes ondas no litoral do Japão, entre elas o tsunami de Fukushima, que desencadeou um dos piores acidentes nucleares da história desde Chernobyl.

Leia também: O que é maremoto?

Tópicos deste artigo

  • 1 - Causas do terremoto de Fukushima
  • 2 - Como foi o terremoto?
  • 3 - Consequências do terremoto de Fukushima
    • Tsunami em Fukushima
    • Acidente nuclear de Fukushima
  • 4 - Terremotos no Japão
  • 5 - Resumo sobre o terremoto de Fukushima em 2011

Causas do terremoto de Fukushima

O terremoto que aconteceu em 2011, na região nordeste do Japão, foi causado pelo movimento de uma falha geológicana zona de subducção onde se forma a Fossa do Japão. Lembremos que as ilhas que formam o país se distribuem sobre quatro placas tectônicas, sendo elas: do Pacífico, das Filipinas, Eurasiática e de Okhotsk (uma microplaca que integra a placa Norte-Americana).

A placa do Pacífico se desloca horizontalmente na direção oeste com relação à placa Norte-Americana, mergulhando sob a segunda placa e causando, em contrapartida, soerguimento de parte dessa estrutura. A velocidade com que o movimento da placa do Pacífico ocorre é de aproximadamente 83 mm por ano, conforme explica o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês).

Estima-se que o movimento horizontal na zona de falha que gerou ruptura e, consequentemente, o tremor foi de 50 a 60 metros, o que pesquisadores consideraram o maior do tipo. Até mesmo em outros grandes sismos, como o da Colômbia de 1960, não se viu um deslocamento dessa magnitude. Esse processo se estendeu por uma faixa de 400 km de comprimento e 150 km de largura (na direção em que se dá o mergulho de uma placa sob a outra). A energia total liberada foi equivalente a 600 bombas atômicas como a lançada em Hiroshima|1|.

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Como foi o terremoto?

O terremoto do Japão, chamado também de Grande Terremoto de Tohoku, aconteceu no dia 11 de março de 2011 e teve início às 14h46, no horário local, e 2h26, no horário de Brasília. Após uma série de revisões, o tremor foi classificado como tendo magnitude 9.1 na escala Richter, sendo esse o terremoto mais intenso e destrutivo a acometer o Japão na história do país. Seu tempo total de duração foi de aproximadamente seis minutos.

De acordo com o USGS, dois dias antes desse acontecimento no arquipélago japonês, uma série de tremores com mais de 6 graus na escala Richter — o maior com 7,4 — foram sentidos a cerca de 40 km do epicentro do terremoto de 11 de março.

O ponto da superfície terrestre em que o terremoto de Tohoku teve origem fica a 130 km da Península de Oshika, localizada na costa leste da principal ilha do Japão, Honshu, onde fica a província de Fukushima. O hipocentro do sismo (seu local de origem no interior da crosta terrestre) estava a uma profundidade de 25 km, considerada rasa. Após o sismo principal, centenas de terremotos secundários (chamados de réplicas) de magnitude variando de alta a moderada foram sentidos em outras regiões.

A cidade de Sendai, a mais próxima do epicentro, foi uma das mais devastadas pelo terremoto e pelo tsunami que sucedeu os tremores.

Consequências do terremoto de Fukushima

O terremoto de 2011 foi o mais intenso da história do Japão e o terceiro maior em escala mundial, junto com o terremoto que aconteceu no Oceano Índico em 2004, de acordo com a USGS. O sismo foi responsável pelo deslocamento da costa do Japão e pela alteração entre 10 e 25 centímetros no eixo de rotação Terra, encurtando os dias em 1,8 microssegundo |1|.

Além das consequências diretas na estrutura do arquipélago japonês e na tectônica da área, os abalos sísmicos de 2011 foram avassaladores para a população. Esse foi o terremoto que ocasionou o maior número de vítimas no país, deixando 18.428 mortos e desaparecidos.

A sequência terremoto, tsunami e acidente nuclear deixou um enorme rastro de devastação por onde passou. Os estragos incluem incêndios, explosões, danos à rede elétrica e interrupção do fornecimento de energia e destruição ou obstrução de estradas e vias. Em termos financeiros, estima-se que o prejuízo total foi de quase US$ 200 bilhões.

Veja também: Por que os Estados Unidos são tão atingidos por furacões e tornados?

  • Tsunami em Fukushima

Uma das mais graves consequências do sismo de 2011 foi a sequência de tsunamis que ele produziu na costa japonesa, atingindo ainda outros países banhados pelo Oceano Pacífico. As maiores ondas superaram os 10 metros de altura, e as águas adentraram dezenas de quilômetros pelo território japonês. A maior parcela de mortes do sismo foi em decorrência dos tsunamis, que inundaram uma área de 561 quilômetros quadrados|2|.

Por que o Japão é um país muito sujeito a ocorrência de terremotos?
O tsunami deixou um grande rastro de devastação em Fukushima.

A província de Fukushima foi atingida por uma onda de cerca de 14 metros, e a situação rapidamente se agravou. O avanço das águas prejudicou os geradores de apoio que estavam sendo utilizados para o resfriamento dos reatores da Central Nuclear de Fukushima I (Daiichi), levando ao derretimento de três deles.

  • Acidente nuclear de Fukushima

Como explicamos acima, os desdobramentos do tsunami causaram o derretimento de três reatores da Central Nuclear de Fukushima, levando à retirada de 300.000 moradores dos arredores. No dia seguinte, 12 de março, ocorreu a primeira de três explosões, tendo as outras ocorrido nos dias posteriores (14 e 15 de março), liberando altos índices de radiação no ambiente.

Em abril daquele ano, o acidente foi classificado como tendo nível 7 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, o mais grave desde o acontecimento em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. A área a ser evacuada inicialmente foi de 20 km. No entanto, tanto os solos da região quanto a água do mar também foram atingidos, e ambos ainda hoje passam por um processo de descontaminação.

Ao todo, foi evacuada uma área de 1.150 km², dos quais 330 km² continuam vazios e mais de 40 mil pessoas permanecem longe de suas antigas residências|3|.

Por que o Japão é um país muito sujeito a ocorrência de terremotos?
Muitas áreas atingidas pela radiação permanecem desabitadas.

Terremotos no Japão

O Japão está situado na área do planeta conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, caracterizada pela alta instabilidade tectônica. O país registra milhares de tremores de terra todos os anos, de intensidades variadas na escala Richter. Abaixo listamos os 5 piores terremotos da história do Japão de acordo com a sua magnitude.

1) Tohoku (11 de março de 2011): marcou 9,1 na escala Richter e algumas fontes estimam um total de 29.000 vítimas.

2) Hoei (1707): classificado como terremoto de magnitude 8.6, com 5 mil vítimas fatais.

3) Meiji-Sanriku (1896): teve magnitude de 8.5 na escala Richter e vitimou 27 mil pessoas.

4) Ansei-Nankai (1854): tremor de magnitude 8.4, com 10 mil vítimas fatais.

5) Sanriku (1933): classificado como tremor de magnitude 8.4 e fez 3 mil vítimas.

Acesse também: Por que há tantos terremotos no Chile?

Por que o Japão é um país muito sujeito a ocorrência de terremotos?
No cartaz principal, “Não esqueça Fukushima”. O terremoto de 2011 ocasionou um dos piores acidentes nucleares da história e levantou intensos debates a respeito do uso da energia nuclear.

Resumo sobre o terremoto de Fukushima em 2011

  • O terremoto de Fukushima (ou do Japão) ocorreu em 11 de março de 2011, às 14h46, no horário local. Seu epicentro se deu a 130 km da costa leste do país, e seu hipocentro estava localizado a 25 km.

  • Foi classificado como um terremoto de magnitude 9.1 na escala Richter, o mais intenso do Japão.

  • O tremor foi causado por um movimento na zona de falha entre as placas do Pacífico e Eurasiática.

  • Pouco tempo após o terremoto, grandes ondas atingiram o litoral japonês. A tsunami de Fukushima foi uma das mais devastadoras, uma vez que, além da destruição causada pelo impacto da água, ocasionou um dos piores desastres nucleares do mundo.

  • O acidente nuclear de Fukushima é o pior desde Chernobyl, na Ucrânia. Os solos e a água do mar passam até hoje por descontaminação. Dezenas de milhares de pessoas que foram removidas da área não puderam retornar para suas antigas casas.

  • Ao todo, o terremoto seguido de tsunami e acidente nuclear vitimou 18.428 pessoas.

Notas

|1| ANDRADE, Fábio Ramos Dias de. Terremotos e tsunamis no Japão. In: REVISTA USP, São Paulo, n.91, p. 16-29, setembro/novembro 2011. Disponível aqui. Acesso em 08 mar. 2021.

|2| OSKIN, Becky. Japan Earthquake & Tsunami of 2011: Facts and Information. Live Science, 13 set. 2017. Disponível aqui. Acesso em 09 mar. 2021.

|3| SAYURI, Juliana. Dez anos após terremoto, tsunami e acidente nuclear, Fukushima vive ecos da tragédia tripla. Folha de S.Paulo, 06 mar. 2021. Disponível aqui. Acesso em 08 mar. 2021.

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Por que o Japão possui tantos terremotos?

O Japão está situado na área do planeta conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, caracterizada pela alta instabilidade tectônica. O país registra milhares de tremores de terra todos os anos, de intensidades variadas na escala Richter.

Porque o Japão está sujeito a ação de terremotos e tsunamis?

A magnitude do tsunami se deveu a al- guns fatores, entre eles o contexto geológico local. O Japão se situa sobre uma zona de subducção, um local onde há colisão de placas tectônicas, com a entrada das placas de fundo oceânico para o manto terrestre.

Por que o Japão convive bastante com terremotos e atividade vulcânica?

Além da formação de cadeias montanhosas, essa localização torna o Japão um país com altos níveis de instabilidade tectônica, com a presença de vulcanismo ativo, fazendo parte de uma zona conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, que concentra os maiores vulcões em atividade do planeta.

Porque o Japão sofre muitos terremotos no Brasil não?

O Japão esta situado muito próximo de uma falha tectônica, localizada embaixo do oceano pacifico. Os terremotos ocorrem por conta da movimentação dessas placas tectônicas. Consequentemente o país sofre terremotos com muita frequência.