O que são modalidades esportivas para deficientes físicos?

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O que são modalidades esportivas para deficientes físicos?

Considera-se Desporto para pessoas com deficiência(pt) ou Esporte para pessoas com deficiência(pt-BR) toda e qualquer atividade (d)esportiva adaptada, que tem como objetivo a inclusão de pessoas com necessidades especiais (deficiente mental, físico, auditivo, ou visual), em práticas esportivas.

Normalmente estes desportos, seguem as normas e regras das modalidades esportivas existentes, fazendo se pequenas, mas importantes, mudanças principalmente nos equipamentos e locais de competição.

Exemplo de desportos para pessoas com necessidades especiais incluem goalball, Basquetebol em cadeira de rodas, natação paraolímpica, futebol de cinco (para cegos), futsal para deficientes auditivos, futebol de sete para portadores de paralisia cerebral.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Desporto paraolímpico
  • Sexualidade e deficiência
  • ANDEI
  • Comitê Paraolímpico Brasileiro

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • CBDC - Confederação Brasileira de Dessportos para Cegos
  • ABRADECAR - Deficientes físicos
  • SOBAMA - Sociedade Científica
  • CPB - Comitê Paraolímpico Brasileiro
  • Urece Esporte e Cultura para Cegos
  • Associação Nacional de Desportos para Deficientes (ANDE)
  • Federação de Basquetebol em Cadeira de Rodas do Estado do Rio de Janeiro

O que são modalidades esportivas para deficientes físicos?

Wendell Belarmino e o técnico da natação paralímpica, Marcão, usando o tapper para avisar o atleta da sua chegada: esportes adaptados eu atleta — Foto: Buda Mendes/Getty Images

Modalidades paralímpicas com presença de deficientes visuais:

  • Atletismo – o paratleta pode ser auxiliado por um atleta-guia e cordão de ligação, de acordo com o grau de deficiência que possui;
  • Ciclismo – a bicicleta adaptada, que se chama Tandem, possui dois assentos: o atleta com a deficiência visual pedala no banco de trás enquanto o ciclista da frente, que possui a visão perfeita, pilota;
  • Futebol de 5 – A versão do nosso esporte mais popular é disputada em uma quadra de tamanho semelhante à de futsal, porém com barreiras laterais para que a bola não saia. A bola possui guizos internos e um guia “chamador” orienta o time de trás do gol. O goleiro é único jogador sem deficiência visual e os jogadores de linha usam vendas para igualar a competição entre os diferentes graus de deficiência. Além disto, o ambiente deve ser silencioso e sem eco e a torcida só pode se manifestar quando ocorre um gol, para o atleta ouvir o guizo;

Goalball é uma modalidade paralímpica desenvolvida especificamente para deficientes visuais — Foto: André Durão

  • Goalball – diferente das modalidades adaptadas, o goalball é um esporte desenvolvido especificamente para os atletas com deficiência visual. É jogado em quadra de tamanho semelhante à de vôlei, porém com piso tátil. Seu objetivo é balançar a rede do adversário com arremessos rasteiros na direção do gol, que tem 9 m de largura e 1,30 m de altura. A exemplo do futebol de 5, a bola possui guizos e a arena precisa estar silenciosa durante o tempo de jogo;
  • Hipismo – nos Jogos Paralímpicos, a disputa é restrita à modalidade adestramento e atletas cegos contam com sinalizações sonoras para a sua orientação;
  • Judô – disputado com praticamente as mesmas regras do judô tradicional. A principal diferença é que os atletas já começam a luta com contato no quimono do adversário e o combate é interrompido sempre que este contato se perde;
  • Natação – os atletas são avisados das viradas e chegadas pelo tapper, um bastão com ponta de espuma, quando estão próximos das bordas da piscina;
  • Remo – na versão paralímpica, não há ainda uma categoria exclusiva para atletas com deficiência visual, mas até dois podem integrar a equipe de quatro remadores na categoria PR3, junto a atletas com função residual nas pernas. Neste caso, além das bandeiras e sinais luminosos, o juiz de saída também dá um comando de voz aos atletas;
  • Triatlo – assim como nas provas de corrida do atletismo, os atletas cegos são acompanhados por um atleta-guia.

Modalidades não paralímpicas que possuem versões adaptadas:

Cegos praticam tiro com arco em Lagoa Seca, na Paraíba — Foto: Reprodução/TV Paraíba

  • Beisebol (Beep Baseball) – As bolas são maiores e com guizo e as bases possuem um totem de espuma que emite bipes, indicando a direção para qual os jogadores devem correr após rebater a bola;
  • Boliche – um localizador sonoro é colocado no fim da pista para orientar os atletas, que ainda podem contar com pinos coloridos para facilitar a identificação e com um parceiro que lhes indique os pinos a serem derrubados;
  • Canoagem – semelhante ao remo, a largada é adaptada a comandos sonoros ao invés de visuais;
  • Crossfit – diversos exercícios podem ser realizados sem adaptações, exigindo somente orientação e supervisão do profissional responsável para que os movimentos sejam executados corretamente;
  • Golfe – é praticado com a ajuda de instrutores que passam orientações sobre a distância e direção da tacada a ser realizada, assim como a presença de acidentes de terreno;
  • Musculação/Levantamento de Peso – como no crossfit, os exercícios podem muitas vezes serem realizados sem adaptações, necessitando apenas a orientação de um profissional para a execução correta dos movimentos;
  • Paraquedismo – deficientes visuais podem experimentar saltos duplos, ou seja, acompanhados de um instrutor;
  • Surfe – pranchas adaptadas costumam ser longboards com extremidades macias e quilhas emborrachadas para evitar contusões e possuem guizos nas pontas e pontos com relevo para garantir a orientação sonora e tátil. O surfista pode ainda ser ajudado por um instrutor que o auxilie com os melhores momentos de entrada e saída do mar e de pegar a onda;
  • Tênis de Mesa – é jogado com uma raquete de lateral plana, capaz de deslizar pela mesa, e com uma rede alta para permitir que bolas rasteiras passem por baixo. Além disto, a bola possui guizos e as extremidades da mesa são levemente elevadas para evitar que as bolas vão para longe;
  • Tiro com Arco – os atletas se utilizam de visões táteis e são guiados por um assistente posicionado atrás da linha de tiro;
  • Wrestling – a exemplo do judô, os lutadores já começam o combate em contato um com o outro, com uma mão agarrando na parte de cima do antebraço do oponente e a outra por baixo do cotovelo.

Uma história no esporte

O que são modalidades esportivas para deficientes físicos?

O nadador paralímpico Wendell Belarmino demonstra sua experiência no túnel de vento

Multimedalhista nos Jogos Parapanamericanos de Lima 2019 e campeão mundial dos 50m livre na categoria S11, em que competem atletas com perda total ou quase total da visão, o brasiliense teve seu primeiro contato com o esporte por volta dos três anos. Além de ajudar com seus quadros de bronquite, a natação tinha papel importante no desenvolvimento motor de Wendell, que nasceu com glaucoma congênito e, por conta disto, conviveu desde bebê com a perda gradativa da visão. Depois, dos 6 aos 10, foi para o hipismo, pelo qual fez suas primeiras competições, mas precisou parar por causa de um transplante de córnea, o terceiro ou quarto dos dez que já precisou fazer ao longo da vida. Mas era uma questão de tempo para a natação voltar para sua vida.

– Eu me afastei de vez do hipismo, e me convidaram para fazer uma aula de natação voltada para deficientes, só que o foco deles não era competir, era tirar o deficiente do ócio. Depois que eu fui para o hipismo, percebi que eu era uma pessoa muito competitiva. Não queria nadar duas, três vezes na semana por uma hora e ir para casa, eu queria competir. Fui para a Paralimpíada Escolar e vi que era aquilo que eu queria – conta Wendell, que desde 2015 compete em parceria com seu treinador Marcus Lima, o Marcão.

A parceria com Marcão levou o nadador a experimentar outras modalidades, comprovando que a deficiência visual não é um impeditivo para quase nenhum esporte. Como uma espécie de treino alternativo, buscando novos estímulos e relaxamento da rotina estressante nas piscinas, o treinador costuma, de tempos em tempos, levar seus atletas para o Lago Paranoá, onde andam de caiaque e stand-up paddle (SUP). O preferido do campeão mundial, no entanto, é outro: o túnel de vento, uma espécie de paraquedismo indoor.

– É um negócio que eu sempre tive curiosidade de fazer quando chegou no Brasil, mas nunca tinha tido a oportunidade. Até que meu primo me convidou para voar lá com ele. Fiz dois voos de um minuto e foi muito legal. Uma sensação completamente diferente do que eu estava acostumado na água. Flutuar no ar é muito diferente e até relaxante porque tira aquela tensão dos treinamentos. É como se fosse a minha terapia – ele descreve, antes de completar que só não saltou de paraquedas ainda porque não teve a oportunidade.

Wendell e Marcão andam de caiaque no Lago Paranoá, em Brasília — Foto: Arquivo Pessoal

Mais do que os benefícios físicos e motores, a prática de atividades físicas, seja voltada para o esporte competitivo ou apenas para fins de saúde e recreação, é um meio eficiente de se afirmar como alguém plenamente capaz de ter uma vida normal, apesar da deficiência. E é a partir disto que Wendell quer inspirar outras pessoas.

– O principal papel do esporte na minha vida foi provar, não só para mim mesmo, mas para todas as pessoas, que eu posso fazer o que eu quiser. Não é porque eu tenho uma deficiência ou uma limitação que não posso fazer determinada coisa. Claro que eu vou precisar passar por uma adaptação, mas 99% das coisas são possíveis para eu fazer sim. E isso não é só para o cego, mas para o esporte paralímpico como um todo – ressalta Wendell, antes de encorajar outros portadores de deficiência a também buscarem o esporte: – Não tenha receio. Tendo um bom profissional que possa te auxiliar e dar o suporte necessário, você só precisa ter a vontade. O resto é detalhe que a gente consegue adaptar.

As adaptações nas modalidades

Wendell Belarmino num treino de natação paralímpica — Foto: Buda Mendes/Getty Images

Marcão, que há 12 anos trabalha com atletas paralímpicos, destaca como adaptações e acompanhamento profissional são necessários para manter a segurança, sobretudo no início da prática. Com o tempo e a depender da modalidade, é possível seguir sozinho ou com uma supervisão menor.

– Primeiramente, eu digo que faça com um personal, um professor de educação física para orientar pelo menos no começo, até por conta da segurança; mas num segundo momento, dependendo da atividade, ele pode fazer sozinho. Toda modalidade precisa, pelo menos, de um auxílio inicial – ele afirma. – O próprio Wendell, quando começou no túnel de vento, precisava de um instrutor profissional ensinando os primeiros passos, mas hoje ele já consegue fazer a atividade sozinho. A mesma coisa foi com o caiaque e o SUP. Foi preciso dar uma direção, mostrar para ele onde ele estava pegando no remo, ensinar os movimentos corretos. Hoje ele já vai sozinho e é muito gratificante. A gente vê que não tem limite.

O treinador ainda menciona que o tempo de adaptação é difícil de ser previsto, pois varia de acordo com a modalidade, grau e tipo da deficiência, histórico do indivíduo na prática de esportes e até mesmo o momento da vida em que a deficiência é adquirida.

– A adaptação se torna um pouco mais prática para quem já nasceu com a deficiência. A pessoa passa a vida inteira apurando a parte de percepção, o tato, o olfato, os outros sentidos, então existe uma sensibilidade muito maior. Para os adquiridos, depende do momento da vida em que teve isso, mas você vê que existe uma dificuldade maior de adaptação – explica Marcão.

Através do exemplo de Wendell, Marcão destaca como costuma fazer o passo-a-passo antes de apresentar uma nova atividade ao atleta. O processo começa com uma descrição do ambiente e dos elementos à sua volta e é seguida por uma demonstração tátil dos movimentos em uma espécie de briefing, andes de começar de fato a prática do esporte.

– Se eu peço para ele, eu quero que você faça uma braçada específica, peço então que ele coloque a mão no meu braço, faço o movimento do braço e da mão. Peço para ele pegar no meu tronco para ele saber se eu vou inclinar ou elevar o tronco. Para ele ter essa memória e poder perceber como proceder com o movimento, porque às vezes ele até não conhece. No SUP, eu mostro para ele que tem que segurar na extremidade do remo e como deve ficar o remo. Depois vou mostrar que tem uma ranhura que é onde ele vai colocar a mão. Mostro que tem a parte da prancha onde ele tem que colocar o pé, que ele vai começar de joelhos e, só depois, levantar. Então eu faço um briefing, repasso os movimentos antes com ele, para depois ele ir para a atividade. Ele precisa pegar em todo o remo, entender o peso do remo, o tamanho da prancha, onde é a extremidade, tudo isso - exemplifica Marcão, explicando que esse tipo de passo a passo vale para qualquer atleta com deficiência visual.

Além dos benefícios universais da prática de esportes, como redução de estresse e ansiedade, melhora da memória e do sono e prevenção e tratamento de doenças crônicas variadas, o deficiente visual pode ainda gozar de outros benefícios motores e de estimulação de outros sentidos, como audição e olfato.

– Para o deficiente visual, (o esporte) melhora ainda a parte de memória motora, de conhecimento do corpo, de percepção auditiva. Você fica até surpreendido com a capacidade que eles desenvolvem, o quanto eles conseguem trabalhar um outro instinto. Tem o Tharon Drake, um atleta da seleção dos EUA que ficou amigo do Wendell, que sabe identificar o estilo que alguém está nadando pelo barulho da água. Uma vez o Wendell estava nadando e ele perguntou porque o Wendell estava cruzando o braço. O Wendell hoje já está passando a ter isso também, de identificar pela audição que outro atleta está diminuindo a pernada ou de saber quando eu ou o pai chegamos no ambiente pelo cheiro – conta Marcão. – É importante destacar o papel da atividade física. Temos muito deficiente físico, intelectual e visual que está em casa e tem todo um mundo para ser explorado através da atividade física. Não tem barreiras, não tem muros. Todas as pessoas têm direito e podem estar fazendo isto.

Quais modalidades esportivas para pessoas com deficiência?

Confira algumas modalidades adaptadas, conforme a deficiência:.
Pessoas com deficiência visual: futebol de cinco, golbol, atletismo, natação, judô, ciclismo, hipismo, halterofilismo e esportes de inverno;.
Pessoas com deficiência intelectual: atletismo, natação, tênis de mesa, entre outros;.

Quais as modalidades de educação física para portadores de deficiência?

Por fim, vale destacar o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiências, os Jogos Paralímpicos. Nos jogos, existem diversas modalidades esportivas adaptadas, entre elas: vôlei, basquete em cadeira de rodas, futebol para cegos, etc.

O que significa esportes Pcds?

A prática de esportes por pessoas com deficiência.

O que é o que é esporte adaptado?

Esporte adaptado é um termo utilizado apenas no Brasil e consiste em uma possibilidade de prática para pessoas com deficiência. Para tanto regras, fundamentos e estrutura são adaptados para permitir a participação destas pessoas2.