O que é umidade relativa do ar e como afeta a saúde?

Várias regiões do país vêm registrando recordes de baixa umidade do ar durante os últimos meses, mas você já sabe como o período de seca afeta a saúde? O Estratégia MED te explica! Continue no texto e saiba todos os fatores e sintomas que envolvem a baixa umidade do ar.

  • O que é umidade do ar?
  • Recorde de baixa na umidade do ar no Brasil
  • Sintomas da baixa umidade do ar no corpo humano
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A umidade do ar, ou umidade relativa do ar, é um elemento climático que representa a quantidade de água existente no ar na forma gasosa. Esse elemento exerce influência não apenas no clima e tempo, mas também em nossa saúde.

A quantidade de umidade presente no ar é medida por aparelhos. No Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP essas máquinas são chamadas de psicrômetro e higrógrafo.

Umidade do ar ideal

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a umidade do ar ideal precisa estar em torno de 60%. Confira a escala psicrométrica, que classifica os estados de criticidade envolvendo a umidade do ar: 

Umidade relativa do arPatamar
Maior que 60% Ideal
Entre 40% e 30% Observação
Entre 29% e 20% Atenção
Entre 19% e 12% Caso de alerta
Abaixo de 12% Nível de emergência

A escala psicrométrica foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp.

Recorde de baixa na umidade do ar no Brasil

Embora algumas cidades do país tenham fama de clima seco, como Brasília, o fenômeno vem aparecendo incomumente em outras localidades do Brasil. Na capital nacional, segundo a Estação Climática de Brasília, a umidade do ar cai de mais de 70% para uma média de 20% no período de seca, que ocorre entre agosto e setembro. Nesses meses, a umidade relativa do ar pode alcançar os 12%, valor equivalente a umidade de um deserto.

Mesmo que os menores índices de umidade do ar sejam registrados à tarde, entre 12h e 16h, e principalmente no final do inverno e início da primavera, alguns números vêm surpreendendo inclusive especialistas. 

No final de julho de 2021, nas cidades de Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, a medição da umidade do ar marcou 7%, o índice mais baixo já registrado durante este inverno, número que se categoriza como estado de emergência segundo a OMS.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é o responsável pela medição da umidade relativa do ar em Campo Grande e nas outras 51 cidades que, recentemente, marcaram umidade abaixo de 20%, ao longo da época de estiagem e emergência hídrica.

Durante o mesmo período, o Inmet também emitiu um alerta emergencial pela baixa umidade do ar registrada nas regiões de Tupã, Bauru e Marília, em São Paulo. O indicador marcou 12% em Bauru e Marília, mas em Tupã, a umidade relativa do ar chegou a 9%, caracterizando-se como alerta vermelho.

Segundo artigo publicado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, o tempo seco que o país enfrenta é comum na estação e uma consequência do inverno, visto que as chuvas são escassas, especialmente no Sul e Sudeste brasileiros. Entretanto, no Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, o problema ocorre praticamente o ano todo, por conta dos vários meses de estiagem ou devido às queimadas

Sintomas da baixa umidade do ar no corpo humano

Durante o clima seco, é comum alguns sintomas serem identificados no corpo humano, sendo possível, até mesmo, o agravamento de afecções pré-existentes. Além disso, a rotina do cidadão pode ser comprometida, pois, índices extremamente baixos de umidade do ar impossibilitam a realização adequada de exercícios físicos, além de gerar diversos casos de desidratação.

Pensando nisso, o Estratégia MED separou os principais sintomas observados durante o clima seco e as doenças advindas desse período, confira abaixo.

Sintomas nas vias respiratórias

O sistema respiratório é um dos que mais sofre com o tempo seco, o que pode acarretar em doenças respiratórias. Isso acontece pois o ar seco favorece o ressecamento das vias aéreas e, durante a respiração, o organismo precisa de água para umedecer o ar que entra no corpo. Sem a umidade, a mucosa, que ajuda a proteger o organismo de infecções, fica muito densa e não consegue limpar as vias aéreas corretamente

Infelizmente, pessoas com problemas respiratórios são as principais afetadas pelo tempo seco. Dentre as doenças mais comuns no período, está a rinite alérgica, já que a poeira, poluição, pelos de animais, pólen e ácarosagentes alérgenos – ficam mais tempo suspensos no ar por conta da baixa umidade. Para se proteger dos agentes causadores de alergia, o corpo humano produz defesas, como coriza e espirros, formas de impedir que esses agentes cheguem ao pulmão

Outra afecção característica do clima seco é a faringite, uma inflamação que acomete a garganta. O ar seco mantém suspensos vírus e bactérias e, por conta do muco das vias aéreas mais espesso, a proliferação desses microrganismos no corpo é estimulada. Pelo mesmo motivo, gripe e resfriados também são mais comuns nessa condição de clima.

A baixa umidade do ar também atinge as membranas que envolvem os seios nasais, o que compromete a drenagem do muco. Como a circulação de ar está danificada, microorganismos se espalham facilmente, causando a sinusite, inflamação dos seios da face. Juntamente à crise de sinusite, vem seus sintomas comuns: dor de cabeça, cansaço, coriza espessa, febre, sangramento do nariz e intensa pressão na face

Com a baixa umidade relativa do ar, são frequentes outros sintomas, como tosse, desconforto para respirar, crises de asma, chieira, coriza, irritação no nariz, garganta seca e sensível, sangramento nasal e obstrução das vias respiratórias. Além disso, alguns destes aparecem, inclusive, em quem não possui nenhum problema respiratório prévio.

Sintomas dermatológicos

A desidratação das células é muito comum na temporada de clima seco, principalmente as da pele. Assim, alguns sintomas podem se manifestar no órgão quando faltam água e sais minerais no organismo

A pele é um órgão que pode sofrer com o ressecamento, que pode ser ainda pior caso acometa um paciente com alguma predisposição alérgica, como dermatite atópica. Crises de coceira e ressecamento podem surgir ainda mais rapidamente em momentos de maior exigência do corpo, por exemplo, durante a prática de exercícios.

Dentre doenças mais comuns está a dermatite, que causa irritações na pele, vermelhidão e coceira. Isso ocorre, pois a dispersão da poluição e das impurezas presentes no ar é prejudicada com o tempo seco, além da camada de gordura da pele estar menor por conta da desidratação do organismo. A camada de gordura trabalha como uma barreira contra agentes externos, causadores da dermatite.

Sintomas oftalmológicos

O ar seco também pode afetar a membrana conjuntiva do olho, que fica ressecada, inflamada ou irritada, com uma sensação de coceira, vermelhidão e dor, o que também favorece o aparecimento da conjuntivite. A conjuntivite alérgica aparece com mais frequência durante as épocas de baixa umidade do ar, já que a dispersão de poluentes do ar está comprometida, facilitando o acesso de agentes alérgenos aos olhos.

Outras enfermidades

Há outros riscos para a saúde durante a temporada de baixa umidade do ar, como o aumento nos casos de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), que acontecem por conta dos brônquios mais fechados, devido a falta de umidade adequada no ar, o que atrapalha o fluxo sanguíneo em direção aos pulmões e força o bombeamento de sangue pelo coração. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o sangue fica mais espesso e torna mais fácil o entupimento dos vasos sanguíneos, o que pode causar o AVC.

Outro ponto é o aumento de ocorrências de problemas cardíacos e hipertensos e, até mesmo, infartos e derrames. Além disso, é mais fácil contrair viroses e infecções bacterianas, caso o paciente não se hidrate adequadamente, pois o vírus e a bactéria se aderem com mais facilidade em células ressecadas

Sintomas do clima seco X COVID-19

Embora o tempo seco cause muitos problemas à saúde, alguns dos sinais podem ser confundidos com outras doenças ou até mesmo advindos da COVID-19. Pensando nisso, o Estratégia MED trouxe uma tabela para você saber diferenciar cada um dos sintomas, confira:

SintomasTempo SecoCovid
Febre Raro Comum
Cansaço Às vezes Às vezes
Tosse Às vezes Comum (geralmente seca)
Espirros Às vezes Raro
Dores no corpo e mal-estar Às vezes Às vezes
Coriza ou nariz entupido Raro Raro
Dor de garganta Comum Às vezes
Diarreia Raro Raro
Dor de cabeça Comum Às vezes
Falta de ar Às vezes Às vezes
Garganta e pele seca Comum Raro
Fonte: Ministério da Saúde e G1.

O sintoma mais notável e semelhante é a dificuldade para respirar, que pode se agravar durante a COVID-19 e durante o tempo seco. Por isso, para distinguir os sintomas, é fundamental saber se o paciente teve contato com alguém que testou positivo para COVID-19 e se apresenta algum outro sinal, principalmente os considerados gripais. Mesmo assim, o mais indicado é a testagem para Coronavírus o mais rápido possível.

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O que é umidade relativa do ar e como afeta a saúde?

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Como a umidade relativa do ar influencia na saúde humana?

Quando o nível cai para menos de 30%, os prejuízos para a saúde se tornam mais evidentes: dor de cabeça, rinites alérgicas, sangramento nasal, garganta seca e irritada, sensação de areia nos olhos que ficam vermelhos e congestionados, ressecamento da pele, cansaço.

Quais os efeitos da umidade sobre a nossa saúde?

Os esporos produzidos pelo mofo e que pairam pelo ar podem criar quadros alérgicos e de rinite, agravar a asma, causar tosse seca, dores de cabeça e transmitir bactérias que levam a infecções. Casos de pneumonia também podem ser desencadeados em pessoas que convivem em locais onde há a incidência de bolor.

Como a umidade relativa do ar afeta as pessoas no dia a dia?

Quando a umidade do ar está muito baixa, ou mesmo, muito alta pode haver problemas, principalmente respiratórios. Com a umidade muito baixa (menos que 30%), as alergias, sinusites, asmas e outras doenças tendem a se agravar. Já, quando a umidade relativa do ar é muito alta, podem surgir fungos, mofos, bolores e ácaros.

Quando a umidade do ar é prejudicial à saúde?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um nível considerado aceitável de umidade deve estar acima de 30%, abaixo disso já é prejudicial a saúde. Especialistas orientam que a população tome medidas para amenizar a secura, fique atenta aos sintomas e procure ajuda médica caso necessário.