Justifique a importância da Bacia do Rio São Francisco para o nordeste do Brasil

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O projeto de transposição do Rio São Francisco é um tema bastante polêmico, pois engloba a suposta tentativa de solucionar um problema que há muito afeta as populações do semi-árido brasileiro, a seca; e, ao mesmo tempo, trata-se de um projeto delicado do ponto de vista ambiental, pois irá afetar um dos rios mais importantes do Brasil, tanto pela sua extensão e importância na manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e abastecimento.

O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e, depois de passar por cinco Estados brasileiros e cerca de 2,7 mil km de extensão, deságua no Oceano Atlântico na divisa entre Sergipe e Alagoas.

Considerado o “rio da unidade nacional”, o Velho Chico, como também é chamado, passa por regiões de condições climáticas as mais diversas. Em Minas Gerais, que responde por apenas 37% da sua área total, o São Francisco recebe praticamente todo o seu deflúvio (cerca de 75%) sendo que nas demais regiões por onde passa o clima é seco e semi-árido.

O projeto de transposição do São Francisco surgiu com o argumento sanar essa deficiência hídrica na região do Semi-Árido através da transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região nordeste, diminuindo a seca no período de estiagem.

O projeto é antigo, foi concebido em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, sendo, em 1999, transferido para o Ministério da Integração Nacional e acompanhado por vários ministérios desde então, assim como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

O projeto prevê a retirada de 26,4m³/s de água (1,4% da vazão da barragem de Sobradinho) que será destinada ao consumo da população urbana de 390 municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte através das bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em Pernambuco, Jaguaribe, Metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na Paraíba.

O Eixo Norte do projeto, que levará água para os sertões de Pernambuco, Paraíba, Ceará e rio Grande do Norte, terá 400 km de extensão alimentando 4 rios, três sub-bacias do São Francisco (Brígida, Terra Nova e Pajeú) e mais dois açudes: Entre Montes e Chapéu.

O Eixo Leste abastecerá parte do sertão e as regiões do agreste de Pernambuco e da Paraíba com 220 km aproximadamente até o Rio Paraíba, depois de passar nas bacias do Pajeú, Moxotó e da região agreste de Pernambuco.

Ambos os eixos serão construídos para uma capacidade máxima de vazão de 99m³/s e 28m³/s respectivamente sendo que, trabalharão com uma vazão contínua de 16,4m³/s no eixo norte e 10m³/s no eixo leste.

Por outro lado, a corrente contra as obras de transposição do Rio São Francisco afirma que a obra é nada mais que uma “transamazônica hídrica”, e que além de demasiado cara a transposição do rio não será capaz de suprir a necessidade da população da região uma vez que o problema não seria o déficit hídrico que não existe, o problema seria a má administração dos recursos existentes uma vez que a maior parte da água é destinada a irrigação e que diversas obras, que poderiam suprir a necessidade de distribuição da água pela região, estão há anos inconclusas.

Para se ter uma idéia, o nordeste é a região mais açudada do mundo com 70 mil açudes nos quais são armazenados 37 bilhões de m³ de água. Portanto, o problema da seca poderia ser resolvido apenas com a conclusão das mais de 23 obras de distribuição que estão paradas nos municípios contemplados pela obra de transposição a um custo muito mais barato e viável do que a transposição do maior rio inteiramente nacional.

Veja no link abaixo detalhes das obras de transposição do Rio São Francisco, com mapas visualizáveis pelo Google Earth:

  • http://info.lncc.br/SFR.html

Fontes
http://ambientebrasil.com.br
http://www.carbonobrasil.com
http://www.manuelzao.ufmg.br
http://www.integracao.gov.br 

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/hidrografia/transposicao-do-rio-sao-francisco/

Bacia Hidrográfica Amazônica
É considerada a maior bacia hidrográfica do planeta, responsável por drenar água de uma área de aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados. No Brasil, ela compreende uma área de 3.870.000 km², apresentando grande potencial para geração de energia hidrelétrica, além de possuir características propícias para o transporte fluvial.

Bacia Hidrográfica do São Francisco
Importante meio de ligação entre as Regiões Nordeste e Sudeste, a bacia do São Francisco possui cerca de 640 mil quilômetros quadrados. Apresenta extensos trechos navegáveis, além de grande potencial hidrelétrico. O garimpo, a mineração, a irrigação e a poluição hídrica ameaçam a qualidade dos rios dessa região.

Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia
Com 967.059 quilômetros quadrados, essa é a maior bacia hidrográfica exclusivamente brasileira. Seu potencial energético é explorado, com destaque para a usina hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará.

Bacia Hidrográfica do Paraná
A bacia do Paraná, presente no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, possui rios de planalto e encachoeirados, perfeitos para a instalação de hidrelétricas. Esse potencial é aproveitado pelas usinas de Ilha Solteira, Itaipu, Capivari, Engenheiro Sérgio Mota, Água Vermelha, etc.

Bacia Hidrográfica do Parnaíba
Abrangendo uma área de aproximadamente 340 mil quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica está presente nos estados do Piauí, Maranhão e na porção oeste do Ceará. Os principais rios são o Balsas, Uruçuí-Preto, Gurgueia, Longá, Poti e Canindé.

Bacia Hidrográfica do Uruguai
Essa bacia está presente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O principal rio, o Uruguai, nasce da confluência dos rios Canoas e Pelotas. Suas características são propícias para a construção de usinas hidrelétricas.

Bacia Hidrográfica do Paraguai
A bacia hidrográfica do Paraguai é típica de planície, apresentando grandes extensões para navegação. No Brasil, ela está presente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, englobando uma área de 361.350 quilômetros quadrados. Tem como principal rio o Paraguai, que nasce na Chapada dos Parecis (MT).

Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental
A bacia do Atlântico Nordeste Oriental é responsável por drenar água de uma área de 287.348 quilômetros quadrados, compreendendo os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Os principais rios são o Beberibe e Capibaribe, além do Jaguaribe, considerado o maior rio intermitente (temporário) do mundo.

Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
Situada nos estados do Maranhão e Pará, essa bacia hidrográfica possui 254.100 quilômetros quadrados. Os principais rios perenes são: Mearim, Itapecuru e Turiaçu.

Bacia Hidrográfica Atlântico Leste
A bacia do Atlântico Leste, com 374.677 quilômetros quadrados, abrange territórios de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. O Rio Jequitinhonha se destaca nessa área de drenagem.

Bacia Hidrográfica Atlântico Sudeste
Formada pelos rios Doce, Itapemirim, São Mateus, Iguape, Paraíba do Sul, entre outros, a bacia hidrográfica do Atlântico Sudeste está presente nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, correspondendo a uma área de 229.972 quilômetros quadrados.

Bacia Hidrográfica Atlântico Sul
Com predominância de rios de pequeno porte, essa bacia hidrográfica possui 185.856 quilômetros quadrado. Seus rios desaguam no Oceano Atlântico.

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Qual a importância da Bacia do Rio São Francisco para o Nordeste brasileiro?

O Bacia do Rio São Francisco tem uma enorme importância econômica, social e cultural para a região, uma vez que suas águas servem para abastecer e fornecer energia para grande parte da população circundante (cerca de 520 municípios), além de servir de transporte e comunicação entre as cidades.

Qual é o rio mais importante da hidrografia do Nordeste?

O Rio São Francisco é considerado um dos maiores e mais importantes rios do Brasil por causa da sua relevância econômica, cultural e social, especialmente para as regiões Nordeste e Sudeste. O rio perpassa seis estados do país e possui diversos afluentes, abastecendo diversas áreas que convivem com a seca extrema.

Qual é o maior rio da Região Nordeste?

O rio São Francisco atinge cerca de 521 municípios do Brasil e percorre estados como: Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe.

Porque o Rio São Francisco foi importante para expansão da criação de gado no Brasil?

As condições favoráveis dessa geografia motivaram a fundação de fazendas de gado voltadas para o abastecimento de vários centros urbanos. O consumo de charque, um tipo de carne salgada e seca ao sol, integrou economicamente a região ao resto da colônia, principalmente ao Sudeste.