Como saber se o homem sente atração por outro homem?

Parte das pessoas acreditam que essa pergunta não faz sentido, e sobre ela também podemos pensar o que é o normal ou o anormal. Entretanto, a ideia de anormal nos faz refletir que existem desejos hierarquicamente inferiores aos que são considerados normais.

Isso é, uma forma de juízo de valor que tenta impor um modo de pensar sobre o que é certo e errado no comportamento sexual. É bom lembrar que aquilo que é errado para uma pessoa pode ser certo para outra. Também vale lembrar de que a minha liberdade termina quando começa a liberdade do outro.

Com relação a pergunta “É normal um homem gostar de outro homem?”, não podemos esquecer que o gostar do mesmo sexo corresponde a algo que chamamos de orientação sexual. A orientação sexual não é algo que se pode escolher. É algo que se sente, se vivencia, se expressa em direção a uma pessoa que se gosta, seja homem ou mulher. Existe uma pluralidade de jeitos de gostar de pessoas. Existem pessoas heterossexuais, ou seja, homens que gostam/desejam/amam mulheres e mulheres que gostam/desejam/amam homens. Existem homens que gostam/desejam/amam outros homens e mulheres que gostam/desejam/amam outras mulheres. Existem também pessoas bissexuais que são aquelas que gostam/desejam/amam tanto pessoas do sexo oposto como do mesmo sexo.

O termo normalidade não se aplica ao que chamamos de sexualidade, pois não há como definir se um tipo de desejo é normal ou não, bom ou ruim. Mas, como vivemos em uma sociedade muito preconceituosa, se faz necessário dizer que pessoas que gostam/desejam/amam pessoas do mesmo sexo ou de ambos também são normais. Que tal buscarmos um termo que substitua a palavra normal?

Graduado em psicologia (CRP: 07031647) pela Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, mestre em psicologia social pela Universidade Federal de Sergipe – UFS e doutor em psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Possui experiência como professor universitário de graduação e pós-graduação nas seguintes áreas: psicologia do desenvolvimento; psicologia da saúde; saúde coletiva; psicologia do esporte; elaboração de documentos psicológicos; práticas de ensino na comunidade; gênero e sexualidade; história da sexualidade; orientação de trabalhos de conclusão de curso – Faculdade Pio X – Aracaju-SE; UFS/Lagarto-SE; FACOL-Recife-PE. Atuou na área da gestão em saúde como coordenador da editora da Fundação Estadual de Saúde de Sergipe – FUNESA a frente da produção de material didático pedagógico para trabalhadores da saúde. Atualmente trabalha como psicoterapeuta de base psicanalítica por meio de atendimento exclusivamente online. Devido às temáticas relacionadas ao campo de pesquisa em psicologia social e antropologia (mestrado e doutorado) e do envolvimento com movimentos sociais LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, queers, intersexuais, assexuais, +), tem se dedicado ao atendido pacientes com demandas relacionadas a orientação sexual (gays, lésbicas, bissexuais) e identidade de gênero (transexuais, travestis, transgêneros, gênero fluido) vítimas de trans/lesbo/homofobia.