Como melhorar a eficiência energética da usina a partir do lixo

Como melhorar a eficiência energética da usina a partir do lixo

Você sabia que é possível produzir energia a partir da queima do lixo? Essa técnica já existe e é empregada em 35 países e será implantada no Brasil, numa usina que será construída em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

Segundo dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), o Brasil tem uma produção diária de 195 mil toneladas de lixo e 33 mil toneladas vão direto para lixões. Desde 2010 existe uma lei que proíbe o funcionamento de lixões em zonas urbanas a partir de 2014, obrigando as cidades a procurarem soluções alternativas para o descarte desses resíduos, como aterros sanitários.

A implantação de termelétricas a lixo pode ser uma dessas soluções. Muito usada na Europa, essa tecnologia transforma energia a partir do lixo orgânico. O que pode ser reciclado nesse caso é separado e o que não pode ser reaproveitado é queimado.

Um dos problemas desse tipo de usina é a emissão de gases que são gerados a partir da queima dos resíduos. Alguns especialistas afirmam que filtros podem ser instalados para impedir a liberação do metano (que é um dos gases que aumentam o efeito estufa), além de outras substâncias que podem ser prejudiciais à saúde.

Especialistas e governantes têm discutido para encontrar formas de usar a tecnologia de forma sustentável e viável economicamente para os municípios. Veja no gráfico abaixo como é o funcionamento de uma usina elétrica movida com a queima do lixo:

Autor: Terra da Gente

- 17 de setembro de 2019

Sistema funciona a partir da gaseificação de resíduos urbanos e inclui engenharia, gestão de compras, integração e construção de usinas; Mais de três mil cidades precisam se ajustar à Política Nacional de Resíduos Sólidos no país

A fabricante de equipamentos elétricos Weg apresentou uma nova solução para a geração de energia a partir da gaseificação de resíduos sólidos urbanos (RSU), e que começará a ser comercializada na modalidade EPC (Engineering, Procurement and Construction). Além de turbinas, redutores, painéis, condensadores, geradores e transformadores, o sistema também prevê o fornecimento de toda a engenharia, gestão de compras, integração e construção de usinas de gaseificação de resíduos sólidos, dimensionadas para módulos de 2,5 MW ou 5,0 MW, podendo ser combinados para potências maiores.

Segundo a companhia, o sistema funciona com o RSU sendo processado em várias etapas, transformado em gás combustível em um processo de gaseificação, totalmente livre de gases tóxicos, que ao ser queimado gera calor em uma caldeira de vapor. Este vapor pode ser utilizado no acionamento de uma turbina para produção de energia elétrica, possibilitando também o total aproveitamento do poder calorífico dos resíduos e reduzindo a geração de passivo ambiental.

Diferente do processo de incineração, mais indicado para grandes centros urbanos, e da produção de biogás, utilizado em aterros ou biodigestores, o método de aproveitamento energético através da gaseificação é o mais indicado para o lixo brasileiro, rico em orgânicos, com elevado grau de umidade e com alto potencial de geração de gases. A tecnologia apresentada é ideal para cidades de pequeno e médio porte, reduzindo ou eliminando a necessidade de aterros sanitários.

De acordo com Eduardo de Nóbrega, Superintendente da Weg, a companhia atenderá integralmente ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, “incluindo os requisitos de emissões de gases dentro das diretrizes exigidas, com comprovada viabilidade técnica e ambiental”, explica, afirmando que a solução também vai ao encontro do Programa Lixão Zero, lançado recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente, que determina eliminar os lixões existentes e apoiar os municípios em soluções mais adequadas à recuperação energética dos seus resíduos.

Segundo a fabricante, a tecnologia utilizada é 100% nacional e, além de endereçar a questão ambiental, é totalmente viável do ponto de vista econômica e financeira. “O custo de operação de uma planta de gaseificação está alinhado com a realidade das cidades brasileiras, com o payback de uma usina de 2,5 MW sendo de aproximadamente 45 meses”, enfatiza Eduardo, que relaciona outras vantagens ao processo de gaseificação, como a possibilidade do uso de todo o lixo, sem necessidade de separação; a redução do custo logístico de destinação dos resíduos, podendo-se construir plantas em locais estratégicos; além da produção de gás totalmente livre de furanos e dioxinas, o que dispensa a necessidade de sistemas complexos de tratamento dos gases.

No Brasil, mais de três mil municípios precisam se ajustar à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Assim, a solução para a geração de eletricidade a partir da gaseificação de resíduos sólidos urbanos representa uma oportunidade concreta para o atendimento da legislação brasileira, com alto impacto ambiental, econômico e social para o país.

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Como melhorar a eficiência energética da Usina partir do lixo?

Também conhecida como recuperação energética dos resíduos, a solução de geração de energia a partir do lixo pode ser empregada por meio de processos termoquímicos, como a combustão, a gaseificação ou a pirólise. Outra opção são os processos biológicos, pela biodigestão anaeróbia da fração orgânica dos resíduos.

Qual a relação da quantidade de lixo com a produção de energia elétrica?

O Brasil produz, por ano, quase 80 milhões de toneladas de lixo em todo o território nacional, mas a energia oriunda de resíduos sólidos urbanos (conhecida, no setor elétrico, como RSU) representa apenas 0,1% de toda a capacidade instalada da sua matriz energética.