A importância do conhecimento histórico para o desenvolvimento cidadão redação

TEMA: A valorização da história para o bom desenvolvimento da sociedade

MODELO: Concurso (Fuvest)

Título: O passado como solução do futuro

O filósofo chinês, Confúcio, reiterava que se o indivíduo almejasse prever o futuro deveria estudar o passado. À vista disso, pode-se refletir acerca da repetição de acontecimentos históricos como guerras, revoluções e correntes de pensamento do passado e das suas influências nos acontecimentos contemporâneos, levando desde figuras políticas a cidadãos a questionarem as consequências de seus atos para o bom desenvolvimento da sociedade. Com isso, a valorização da história não só afeta a cultura e os pensamentos de uma nação como também o estudo dos fenômenos da natureza e da linguagem.

Em primeira análise, é imprescindível salientar como o reconhecimento da história altera a forma com que a sociedade pensa. Na Grécia Antiga, o historiador Heródoto, afirmava que a história é o único modo das civilizações se comunicarem com o passar do tempo. Por esse motivo, muitas características da sociedade contemporânea são retratos de uma sociedade antiga, fazendo com que acontecimentos se repitam devido às igualdades presentes como linguagem e dogmas. Torna-se evidente, portanto, que o reconhecimento do passado, presente em museus e nos livros, é fundamental para que infortúnios não se repitam e a sociedade se desenvolva de maneira saudável.

Em segunda análise, é fundamental acentuar como o estudo da natureza é fruto da valorização histórica. Acerca disso, os conhecimentos transmitidos por grandes pensadores como Pitágoras, Milton Santos, Machado de Assis e Albert Einstein, foram importantíssimos para o aprofundamento na matemática, geografia, literatura, física, dentre outros. Em detrimento dessa questão, o estudo dos fenômenos da natureza, da linguagem e dos pensamentos humanos, no passado e a sua transmissão por meio da história para a contemporaneidade, tornaram possível o avanço dos setores fundamentais para o convívio atual, como a medicina e a engenharia. Fica claro, dessa forma, que da mesma maneira que os conhecimentos do passado transmitidos pelo tempo são fundamentais atualmente, estes devem continuar sendo transmitidos para o bom desenvolvimento da sociedade futura.

É indispensável discutir-se, portanto, a importância da valorização da história para o bom desenvolvimento da sociedade. Para tanto, evidencia-se a utilidade da mesma para o reconhecimento dos acontecimentos do passado na solução de óbices futuros, assim como a transmissão de saberes para o avanço de ramos fundamentais da ciência presentes no cotidiano da sociedade. Somente com a continuidade da prática que o desenvolvimento da sociedade poderá ser garantido.

Durante o período escolar questionamos, geralmente, a utilidade das disciplinas estudadas. “Matemática, apesar de chata, é útil, pois nos ensina cálculos que são imprescindíveis para a vida cotidiana. Ajuda-nos a fazer compras, por exemplo”, argumentos como esses sempre aparecem entre estudantes adolescentes, vez ou outra; e sobre todas as disciplinas, incluindo a história. Entretanto, questionar a utilidade ou a importância da história para a vida cotidiana quase sempre resulta em respostas insatisfatórias.

Para tentar resolver, em parte, esse impasse, vamos pensar um pouco a partir da visão que um dos antigos pensadores romanos tinha da história. Para o orador romano Cícero, a história era a “mestra da vida” (em latim: historia magistra vitae). Com esta expressão, Cícero queria dizer que por meio dos exemplos do passado, dos sofrimentos e sucessos, das tragédias e dos grandes feitos das gerações anteriores, podemos extrair lições para nos orientarmos no presente, diante dos problemas que se apresentam.

Pois bem, mas Cícero vivia numa época em que as pessoas não tinham uma vida tão afetada por artefatos tecnológicos, automóveis, poluição visual e sonora, problemas psicológicos diversos e tantos outros aspectos da era contemporânea. E, além disso, na Roma Antiga, a história não era uma disciplina com estrutura científica, com metodologia precisa ou enquadramentos teóricos. Nossa época, ao contrário, não valoriza tanto os exemplos do passado como os antigos o faziam e, desse modo, a utilidade da história é sempre vista em outros termos.

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Quando se indaga hoje sobre que utilidade tem a história para a vida, pensa-se “utilidade” em termos de soluções imediatas ou “utilitárias”. Se a história é útil para vida, não o é de forma utilitária, mas de forma “pragmática”, isto é: pode fornecer elementos para ação na vida prática. Elementos como: compreensão alargada da sociedade e da cultura, perspectiva crítica sobre fenômenos políticos, entendimento das diferenças entre as pessoas, os países e as civilizações e uma série de outras contribuições.

Muitas formas de comportamento que observamos atualmente, como a violência motivada por xenofobia ou por racismo, a estranheza por certos hábitos alimentares e por certas tradições que cultivam práticas culturais muito diferentes, geralmente existem por falta de conhecimento histórico ou por um mal conhecimento da história. O estudo da história, portanto, tem a importância de dar, sobretudo, suporte compreensivo às pessoas, para que ajam com maior prudência, civilidade e tolerância, em seu meio e em situações estranhas à sua cultura.

Podemos dizer que, em grande parte, a história continua sendo a “mestra da vida”, como entendia Cícero. Mas devemos reeducar nossa percepção sobre essa disciplina para poder compreender sua importância para a vida.

Qual a importância do conhecimento histórico em nossa vida?

Qual a importância da história para o desenvolvimento da sociedade?

Qual a importância do conhecimento histórico para o exercício da cidadania?

Como podemos nos valer do conhecimento histórico para melhor compreender a sociedade?