A defesa do nosso corpo contra organismos invasores é garantida graças a uma série de órgãos

A defesa do nosso corpo contra organismos invasores é garantida graças a uma série de órgãos

Observação no microscópio de frasco contendo cultura de células de defesa do sangue – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Radicais livres não são os compostos mais populares. Propagandas de cosméticos e dicas sobre dieta e nutrição trazem antioxidantes como a solução deste “problema”, ligado a doenças e envelhecimento. Embora seu acúmulo, de fato, faça mal à nossa saúde, os radicais livres têm uma ação fundamental na defesa contra infecções.

Esse processo será explicado pela professora do Instituto de Química (IQ) da USP, Flávia Meotti, no próximo evento promovido pelo Química é Vida. A apresentação será neste sábado, dia 15 de junho, às 10 horas, na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.

A defesa do nosso corpo contra organismos invasores é garantida graças a uma série de órgãos
A professora do Instituto de Química, Flávia Carla Meotti – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Quando organismos invasores, como vírus e bactérias, se alojam em algum tecido do corpo – como o pulmão, por exemplo – as células de defesa residentes no mesmo tecido sabem que precisam agir. Esse processo “chama” células de defesa do sangue, os leucócitos, para a região infectada. É por isso que os exames de sangue incluem a contagem dos número de leucócitos – se a quantidade for muito grande, provavelmente o corpo enfrenta alguma infecção.

Todas essas células de defesa, do sangue e do tecido infeccionado, trabalham contra o invasor. Flávia menciona, neste contexto, um importante processo que faz parte de seus estudos, a fagocitose. É quando a célula de defesa do corpo engloba o invasor dentro dela mesma para matá-lo sem prejudicar nosso corpo. O processo, no entanto, tem um custo alto: a morte da célula logo em seguida. Por isso, leucócitos são chamados de “kamikazes”, que se sacrificam pelo organismo.

Neste processo de eliminar corpos estranhos, entram também os radicais livres. As células de defesa liberam estas moléculas muito reativas contendo oxigênio  – as “armas bioquímicas”, compara Flávia. São componentes tóxicos que reagem rapidamente com outras moléculas e atacam os micro-organismos dentro do corpo celular.

“As células liberam de radicais livres até cândida”, diz. Mas tudo isso acontece dentro da membrana da célula e faz parte da fagocitose. Ou seja, o corpo produz compostos semelhantes a produtos de limpeza, mas sem risco à saúde.

Série de eventos

A defesa do nosso corpo contra organismos invasores é garantida graças a uma série de órgãos
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A palestra faz parte do projeto Química é Vida, uma série palestras de divulgação científica. O objetivo é trabalhar curiosidades sobre química e bioquímica e temas presentes no cotidiano das pessoas de forma fácil e descontraída.

Os encontros são gratuitos e abertos ao público, realizados sempre no terceiro sábado de cada mês. Não é necessário inscrição para participar.

A Biblioteca Mário de Andrade fica Rua da Consolação, 94, no centro de São Paulo. Confira a programação completa neste link.

Mais informações: (11) 3091-384, site http://e.usp.br/d74, Twitter @quimicaevida, e-mail 

Fonte:

Imunidade são os mecanismos que nosso corpo apresenta para garantir proteção contra agentes que podem causar danos a ele. A imunidade é garantida graças ao nosso sistema imunológico ou imune, o qual é formado por moléculas, células, tecidos e órgãos que atuam de maneira conjunta para garantir nossa proteção. Alterações na nossa imunidade podem tornar-nos mais suscetíveis a doenças.

Podemos classificar a imunidade de diferentes formas: inata ou adaptativa e ativa ou passiva. A imunidade inata é aquela presente em todos os organismos desde o nascimento, enquanto a adaptativa é aquela que adquirimos durante a vida. A imunidade ativa é aquela que ocorre quando o próprio corpo do indivíduo produz uma resposta imune, enquanto a passiva é aquela em que o indivíduo recebe anticorpos já prontos, sem que seu sistema imunológico seja estimulado.

Leia mais: Sistema imunológico – garante a proteção do nosso corpo contra substâncias estranhas e patógenos

Tópicos deste artigo

  • 1 - O que é imunidade?
  • 2 - Imunodepressão e imunossupressão
  • 3 - Doenças autoimunes
  • 4 - Formas naturais de melhorar-se a imunidade

O que é imunidade?

Imunidade é uma palavra derivada do latim, immunitas, um termo usado para referir-se às pessoas que eram livres de pagar impostos aos senadores romanos. O termo imunidade, na atualidade, refere-se à capacidade do nosso corpo de reconhecer agentes estranhos e provocar uma resposta contra esse agente, evitando que ele nos cause danos. O sistema imunológico, também chamado de sistema imune, é o que garante a nossa imunidade. Ele é constituído por diferentes órgãos, tecidos e células que atuam de maneira distinta na defesa do organismo.

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  • Imunidade inata ou adquirida

Podemos classificar a imunidade em inata ou adquirida (ou adaptativa). A imunidade inata é aquela que o organismo apresenta desde o seu nascimento, sendo completamente inespecífica. A barreira mecânica do nosso corpo e as células, como macrófagos,Natural Killer, neutrófilos e células dendríticas, são elementos que conferem essa proteção.

A resposta inata ocorre sempre da mesma forma, independentemente de quem seja o agente agressor. Como mecanismos da imunidade inata, podemos citar a fagocitose realizada por algumas células do sistema imune, a resistência da pele e a liberação de mediadores inflamatórios.

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A fagocitose é um dos mecanismos que garantem nossa imunidade.

A imunidade adquirida ou adaptativa, por sua vez, é específica e desenvolve-se durante a vida do indivíduo à medida que ele entra em contato com os agentes invasores. A imunidade adquirida entra em ação quando a inata não é suficientemente eficiente para garantir a proteção do corpo. Quando o indivíduo entra em contato com o agente invasor, uma série de eventos ocorrem, levando à ativação de células específicas e à produção de anticorpos. Essa imunidade pode ser classificada em humoral e celular.

A imunidade humoral envolve a produção de anticorpos, proteínas sintetizadas pelos plasmócitos, os quais são formados pela diferenciação dos linfócitos B. A imunidade celular, por sua vez, é aquela que acontece devido à ação dos linfócitos T.

  • Imunidade ativa e passiva

Podemos classificar a imunidade também emativa e passiva. Na imunidade ativa, temos a ação do próprio organismo para conseguir vencer um agente invasor, ou seja, ela ocorre quando nosso corpo tem contato com um agente estranho e desenvolve uma reação imunológica. Na imunidade passiva, o corpo não desenvolve uma reação imunológica. O que ocorre, nesse caso, é que o organismo recebe já prontos os produtos dessa reação, como os anticorpos.

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A vacinação é uma forma de imunidade ativa artificial.

Tanto a imunidade ativa quanto a passiva podem ser classificadas em natural ou artificial. A imunidade ativa natural ocorre quando ficamos doentes, por exemplo. Já a imunidade ativa artificial é aquela que ocorre como consequência da vacinação.

Quando recebemos leite da mãe, temos uma passagem natural de anticorpos para o bebê, sendo, portanto, um caso de imunidade passiva natural. A imunidade passiva artificial ocorre quando a pessoa recebe anticorpos prontos, sendo muito útil em doenças que necessitam de tratamento rápido, como a doença tetânica.

Leia também: Antígeno, anticorpo e vacinação

Imunodepressão e imunossupressão

Imunodepressão e imunossupressão são dois termos importantes quando falamos em imunidade. Dizemos que um indivíduo está imunodeprimido quando o sistema imunológico apresenta uma capacidade reduzida de gerar uma resposta contra agentes agressores. A infecção pelo HIV (vírus causador da Aids) é responsável por desencadear imunodepressão, uma vez que o vírus ataca células do sistema imunológico, prejudicando a defesa do organismo. Na infecção pelo HIV, as principais células atingidas são os linfócitos T CD4+.

A imunossupressão é uma redução da atividade do sistema imunológico feita de maneira intencional. A imunossupressão pode ser feita, por exemplo, quando uma pessoa recebe um órgão transplantado, de modo a evitar a rejeição do órgão. A imunossupressão pode ser feita também no tratamento de doenças autoimunes.

Doenças autoimunes

Normalmente a imunidade causa benefícios ao nosso organismo, porém, algumas vezes, o sistema imunológico reconhece uma estrutura do seu próprio organismo como um agente estranho, atacando-o. A situação descrita é o que chamamos de doença autoimune.Nesse sentido, podemos citar o lúpus eritematoso sistêmico ou simplesmente lúpus — uma doença inflamatória que afeta diferentes órgãos —, a tireoidite de Hashimoto, a artrite reumatoide e a doença de Graves.

Saiba mais: Esclerose múltipla – doença autoimune que afeta o sistema nervoso

Formas naturais de melhorar-se a imunidade

O sistema imunológico garante a proteção do nosso corpo contra uma série de infecções, portanto, seu funcionamento adequado está diretamente relacionado com a nossa saúde. Não existem fórmulas mágicas para a melhorar-se a imunidade, entretanto, hábitos de vida saudáveis podem ajudar-nos a garantir um melhor funcionamento desse sistema.

Dentre as medidas que devemos adotar para melhorar nosso sistema imunológico, destacam-se:

  • Alimentar-se de maneira saudável;

  • Dormir bem;

  • Praticar exercícios físicos;

  • Hidratar-se;

  • Evitar situações que provocam estresse.

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia

Qual a defesa do nosso corpo contra organismos invasores?

A capacidade do nosso corpo de proteger-nos contra agentes invasores é chamada de imunidade. Esta pode ser classificada de duas formas: inata e adquirida.

Quais os órgãos responsáveis pela defesa do organismo?

Quais são os órgãos do sistema imunológico? O sistema imunológico é composto por órgãos: timo, baço, linfonodos, medula óssea, vasos linfáticos, dentre outros.

Quais são as células de defesa do corpo?

Células de defesa: linfócitos T e linfócitos B Na sequência, entram em ação os linfócitos T e os linfócitos B. Os primeiros identificam as substâncias estranhas capturadas pelos macrófagos, dando o aviso para que os linfócitos B entrem em ação. O papel dos linfócitos B é produzir os anticorpos.