A cobra comendo ela mesma

Cobras são seres que, se expostos à situações muito estressantes, podem ficar desorientadas e começarem a se auto-devorar. A ação, conhecida internacionalmente como Ouroborus (Do grego antigo: οὐρά (oura) significa “cauda” e βόρος (boros), significa “devora”),  acontece quando os animais fazem um círculo e começam a se auto-devorar pela cauda. Na alquimia, este símbolo simbolizava a eternidade e atualmente o comportamento é mais comum em animais que vivem em cativeiro.

Cobras são animais, literalmente, de sangue frio, o que significa que elas não são capazes de regular a temperatura do corpo. Para se aquecer, elas precisam de fontes externas de calor (como o sol ou uma lâmpada, no caso de uma cobra de estimação), mas se ficar muito quente, eles não são capazes de suar para esfriar o próprio corpo e precisam encontrar refúgio em um local com sombra.

De acordo com uma reportagem do portal americano IFL Science, se as cobras ficarem muito tempo expostas ao calor, elas podem perder o sentido de orientação. Segundo a entrevista, o metabolismo delas também pode ser modificado, levando-as a ter uma falsa sensação de fome e desejo de comer a primeira coisa que eles vêem. Como as cobras em cativeiro geralmente vivem sozinhas e comida não é rotineira, elas acabam atacando a si mesmos.

Quando uma cobra começa a auto-canibalizar, reduzir a temperatura, desligar lâmpadas de calor e borrifar água fria no animal pode ajudar a aliviar o estresse e fazer a cobra deixar de se comer, embora, por vezes, a intervenção de um veterinário é necessária.

Apesar destes meios, na maioria das vezes, estes episódios podem ser fatais. Isso porque as cobras evoluíram para capturar o alimento de tal forma para não deixá-lo fugir uma vez que ela começar a comer.

Robert Mott, o cinegrafista, estava dentro de uma loja de animal de estimação quando ele se deparou com esta serpente e afirmou na descrição no YouTube que o proprietário não estava imediatamente disponível para ajudar (apesar de não soar com muito esforço, até porque o homem optou por rir e filmar em vez de exigir a atenção de um funcionário).

Embora não haja informações básicas sobre quando a cobra foi alimentada pela última vez ou o que era a temperatura interna do tanque, só o fato de que a cobra está dentro do prato de água pequeno já não é um bom sinal. A cobra começa a tirar sangue em si mesma no meio do caminho durante o vídeo, e, infelizmente, não se sabe qual foi o resultado deste incidente.

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A cobra comendo ela mesma

Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro, do grego Οὐροβόρος: 'que consome a cauda'; do grego οὐρά: 'cauda' + βόρος 'consumo'; plural Ouroboroi ou Uroboroi) é um conceito simbolizado por uma serpente — ou por um dragão — que morde a própria cauda. O Ouroboros costuma ser representado pelo círculo, o que parece indicar, além do eterno retorno, a espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução.

Segundo o Dictionnaire des symboles[1], o Ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltada para si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, autofecundação e, em consequência, eterno retorno.

Para o gnosticismo hiperbóreo, "as serpentes, representadas no caduceu de Mercúrio (entrelaçadas em um bastão) e no Ouroboros (devorando a própria cauda), simbolizam a alma elevada, extasiada no nirvana, luminosamente entelequiada".[2]A forma circular do símbolo permite ainda a interpretação de que a serpente figura o mundo infernal, enquanto o mundo celeste é simbolizado pelo círculo.

Noutra interpretação, menos maniqueísta, a serpente rompe uma evolução linear, ao morder a cauda, marcando uma mudança, pelo que parece emergir num outro nível de existência, simbolizado pelo círculo. Para alguns autores, a imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o próprio ciclo, evoca a roda da existência. A roda da existência é um símbolo solar, na maior parte das tradições. Ao contrário do círculo, a roda tem certa valência de imperfeição, reportando-se ao mundo do futuro, da criação contínua, da contingência, do perecível.

Representações históricas[editar | editar código-fonte]

Egito Antigo[editar | editar código-fonte]

A primeira aparição conhecida do Ouroboros está no "Livro Enigmático Do Mundo Inferior", um texto funerário em KV62, na tumba do imperador Tutancâmon, no século XIV A.C. O texto diz a respeito do Deus Rá e sua união com Osíris no submundo. O Ouroboros é retratado duas vezes na figura: Segurando suas caudas nas suas bocas, uma cercando a cabeça e a parte superior do peito, a outra cercando o pé de uma figura maior, que talvez represente a unificação Rá-Osiris (Osíris reencarnando como Rá). Ambas as serpentes são manifestações da divinidade Mehen, que em outros textos funerários protege Rá em sua aventura no submundo. A figura divina representa o começo e o fim dos tempos.

O Ouroboros aparece em outras fontes egípcias, assim como muitas serpentes divinas, ela representa a desordem sem forma que cerca o mundo da ordem e que está envolvido na renovação periódica deste mundo. O símbolo persistiu do Egito até os tempos romanos, onde aparecia frequentemente em talismãs mágicos, muitas vezes junto a outros emblemas mágicos. O latino comentarista do século IV Mário Sérvio Honorato estava ciente do uso Egípcio do símbolo, notando que a imagem da serpente que morde a própria cauda representava os cíclos da natureza anuais.

Alquimia[editar | editar código-fonte]

Pode-se referir que o Ouroboros, ou símbolos semelhantes, constam de obras alquímicas, nas quais significa “alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem”. Isto, após uma fase em que pela separação se divide o um em dois, que contém em si mesmo o três e o quatro, “... é um fogo que consome tudo, que abre e fecha todas as coisas”. [3]

Aparições e Referências[editar | editar código-fonte]

Albert Pike, em seu livro, Morals and Dogma [p. 496], explica: "A serpente, enrolada em um ovo, era um símbolo comum para os egípcios, os druidas e os indianos. É uma referência à criação do universo".

Registre-se ainda, na tentativa de avançar pistas para a raiz etimológica da palavra “ouroboros”, que em copta “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.

Se o segundo símbolo constante da nossa imagem for uma alcachofra, diga-se que esta é tida por alguns [4] o análogo vegetal da fénix, pois após ser submetida ao calor a sua flor perde o colorido e fica totalmente branca, posto o que renasce.

Geralmente, nos livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão "Hen to pan" (o um, o todo). Remete-se assim, mais uma vez, ao tema da ressurreição, que pode simbolizar o “novo” nascimento do iniciado.

Em relação a certos ensinamentos do budismo tibetano (como dzogchen e mahamudra), pode-se esboçar uma maneira específica para vivenciar (em estado meditativo) este ato de "morder a própria cauda". Por exemplo, ao perceber-se num estado mental atípico (além das formas habituais) procurar olhar a si mesmo. O Ouroboros é a representação gráfica de uma serpente ou um dragão, em forma circular, engolindo a própria cauda. Este símbolo é encontrado na antiga literatura esotérica (alguma vezes, associado à fraseHen to pan – O Todo ou O um) e em diversas tradições ocultistas e escolas iniciáticas em forma de amuleto.

A origem etimológica do termo Ouroboros está, supostamente, na linguagem copta e no idioma hebreu, na qual ouro, em copta, significa Rei, e ob em hebreu, significa serpente. Mas, precisar sua origem e significado primitivo, torna-se uma tarefa praticamente impossível. Mesmo que de certa forma estejam interligados mas, paralelamente, trazem interpretações distintas.

Os primeiros registros deste arquétipo foram encontrados entre os egípcios, chineses e povos do norte europeu (associado a serpente folclórica Jörmungandr) há mais de 3000 anos. Na civilização egípcia, é uma representação da ressurreição da divindade egípcia Rá, sob a forma do Sol. Também é encontrado entre os fenícios e gregos.

Símbolos e signos[editar | editar código-fonte]

Entre tantos símbolos relacionados, o Ouroboros é um dos que apresentam maior hipótese de significados. Isto porque há outras representações iconográficas contidas e associadas ao próprio Ouroboros.

A serpente, que nos textos canônicos está associada às aspectos maléficos, como no livro Gênesis 3:13, (Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A Serpente enganou-me, e eu comi.), na maior parte das culturas pré-cristãs, é um símbolo de sabedoria. Partindo do princípio que o Ouroboros é um símbolo pré-cristão, pode-se supor que este conceito de sabedoria é predominante.

Mas, pode-se também interpretar que o ato de engolir a si mesma, é uma interrupção do ciclo humano em uma busca evolutiva do espírito noutros planos. Por outro lado, pode significar a auto-destruição através do ato de consumir a própria carne e até mesmo a auto-fecundação. Ainda, o fato de encontrar-se na forma circular é um arquétipo representativo de movimentos ininterruptos e pode representar também o Universo. Além da interpretação de que a serpente atua nas esferas inferiores (Inferno), enquanto o círculo representa o Reino Divino. Em outras situações, o animal tem duas cores distintas. Neste caso, provavelmente, uma referência a Yin e Yang, ou pólos masculino e feminino, dia e noite, bem e mal, e outros paradoxos da natureza.

Sob uma perspectiva alquímica, o Ouroboros é representado na figura de dois animais míticos engolindo um a cauda do outro; não sendo, neste caso, necessariamente, uma serpente. Segundo o Uractes Chymisches Werk (Leipzig – 1760), "alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem". Esta descrição alquímica é uma alusão ao processo de separação do material em dois elementos distintos.

Porém, de uma forma mais ampla, o Ouroboros é uma representação dos ciclos reencarnatórios da alma humana. Ainda, segundo o Dictionnaire des Symboles, simboliza o "ciclo da evolução fechado sobre si mesmo. O símbolo contém as idéias de movimento, continuidade, autofecundação e, em conseqüência, o eterno retorno". Na obra Magic Symbols de Frederick Goodman é citado "serpente... [seja] o símbolo da sabedoria dos verdadeiros filósofos" e "O Tempo, do qual apenas a sabedoria brota".

Atualmente, o Ouroboros é comumente encontrado em amuletos esotéricos, na simbologia maçônica e na teosofia.

Referências

  1. Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Robert Laffont, 11ª impressão, Paris, 1990, pág. 716
  2. (BRONDINO, Gustavo. O Yoga Hiperbóreo. OCTIRODAE, 2011. p. 56.)
  3. cfr. Abraham Eleazar, “Uractes chymisches werk”, Leipzig, 1760, in “Alquimia & Misticismo”, Alexander Roob, Taschen, Lisboa, 1997, pág. 403.
  4. cf. O esoterismo da Quinta da Regaleira, Vitor Mendanha entrevista José Manuel Anes, Hugin, Lisboa, 1998, pág. 23

Por que a cobra come ela mesmo?

De acordo com uma reportagem do portal americano IFL Science, se as cobras ficarem muito tempo expostas ao calor, elas podem perder o sentido de orientação. Segundo a entrevista, o metabolismo delas também pode ser modificado, levando-as a ter uma falsa sensação de fome e desejo de comer a primeira coisa que eles vêem.

O que acontece se uma cobra morde ela mesma?

As serpentes são imunes ao próprio veneno. Por isso, mesmo que, acidentalmente, elas mordam a língua, nada vai acontecer. É preciso dizer, no entanto, que é virtualmente impossível para uma cobra morder a própria língua.

Como a cobra come?

As presas das cobras na natureza são variadas. Elas costumam comer desde pequenos animais, como ratos, lacraias, aranhas e sapos, até bichos de médio e grande porte, por exemplo, as aves e mamíferos, como as capivaras. Essa é, inclusive, uma das curiosidades amplamente conhecidas sobre as cobras.

Porque uma cobra engole outra cobra?

“É normal isso acontecer nessas situações porque, quando elas se alimentam, precisam ficar um bom período em repouso para fazer a digestão e, se tem alguma perturbação, elas se movimentam muito e acabam tendo que regurgitar”, explica Gilberto. Cobra vomitando cobra!!