Tcu numero de obitos covid

O TCU (Tribunal de Contas da União) divulgou uma nota para desmentir a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o órgão teria um relatório "questionando o número de óbitos no ano passado por Covid".

Bolsonaro deu a declaração a pessoas que o esperavam nesta segunda (7) na saída do Palácio da Alvorada.

Ele disse que o TCU tem um relatório afirmando que "50% dos óbitos por Covid não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União".

"O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que 'em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid', conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje", diz o texto do tribunal.​

No encontro com bolsonaristas, Bolsonaro afirma também que "logicamente a imprensa não vai divulgar". E diz que cuidará pessoalmente de dar publicidade ao suposto relatório, por meio de jornalistas aliados.

"Eu tenho três jornalistas que eu converso, que são pessoas sérias. Já passei para eles. Eu devo divulgar hoje à tarde. E como é do Tribunal de Contas da União, ninguém queira me criticar por causa disso. Isso aí muita gente suspeitava."

O ministro Benjamin Zymler, que é o relator no TCU de assuntos relativos à epidemia do novo coronavírus, informou logo depois a colegas que a informação de Bolsonaro não era verdadeira.

No relatório citado por Bolsonaro, técnicos do tribunal na verdade afirmam que as mortes por problemas respiratórios subiram no Brasil, bem como por problemas cardiovasculares para os quais a Covid-19 pode ter contribuído.

A informação não permite trazer a conclusão apontada pelo presidente, afirmam técnicos em mensagem que circula entre integrantes do TCU.

"Essa foi uma informação trazida para enriquecer o relatório, com dados de registros de óbitos de cartórios. Assim, não se trata de uma informação do TCU. Ademais, fala-se em uma possibilidade de óbitos em relação aos quais a Covid pode não ter sido a principal causa", diz a mensagem.

O relatório afirma que os números de óbitos em registros cartoriais mostram que entre 2019 e 2020 o registro total de mortes por doenças no aparelho respiratório aumentou em 157.976. E, por doenças
cardiovasculares, em 175.009.

Os números indicam que a Covid-19 pode não ter sido a principal causa da morte, "tendo influenciado em óbitos causados por outras doenças".

Ou seja, além dos óbitos efetivamente causados pelo novo coronavírus, a doença pode ter contribuído também para a morte por outras causas no país. Uma vez curadas da Covid-19, as vítimas sofrem as consequências dela, de acelerar outras enfermidades que já tinham antes de serem infectadas.

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Lauriberto Pompeu / BRASÍLIA

07 de junho de 2021 | 15h24

Presidente Jair Bolsonaro. FOTO: GABRIELA BILO/ESTADÃO

O Tribunal de Contas da União (TCU) desmentiu nesta segunda-feira, 7, o presidente Jair Bolsonaro e afirmou não ter feito relatório apontando que metade das mortes atribuídas à covid-19 no Brasil, em 2020, foi causada por outros fatores que não o vírus. “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por covid’, conforme afirmação do presidente Jair Bolsonaro”, diz um trecho da manifestação divulgada pelo tribunal.

De manhã, durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que estava revelando “em primeira mão” o relatório, segundo ele divulgado havia “alguns dias”. “O relatório final, que não é conclusivo, disse que em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, declarou. “Esse relatório saiu há alguns dias. Logicamente que a imprensa não vai divulgar.”

O Brasil registra mais de 474 mil mortos por coronavírus. Desde o início da pandemia, Bolsonaro e aliados agem para minimizar o número de vidas perdidas em decorrência de covid-19. O presidente já se referiu à doença como “gripezinha”, criticou medidas de isolamento social, atrasou a compra de vacinas, apostou na imunidade de rebanho e no chamado “tratamento precoce” com medicamentos contraindicados para a covid-19, como cloroquina.

Em pronunciamento na quarta-feira passada, Bolsonaro exaltou a vacinação contra a covid e comemorou a transferência de tecnologia para a Fiocruz fabricar o imunizante da AstraZeneca por conta própria. Na ocasião, senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid criticaram o pronunciamento. Para eles, a “inflexão” do presidente “vem com um atraso fatal e doloroso”.

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