Quem é o jornalista paulo henrique amorim

Marcio Dolzan - O Estado de S.Paulo

10/07/2019, 08:43

Ele morreu na madrugada desta quarta-feira, 10, em casa, no Rio de Janeiro

Quem é o jornalista paulo henrique amorim

O jornalista da Record TV Paulo Henrique Amorim, que morreu aos 77 anos, no Rio de Janeiro. Foto: Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO

O jornalista Paulo Henrique Amorim morreu na madrugada desta quarta-feira, aos 76 anos, vítima de enfarte. Ele havia voltado de um jantar com amigos e se sentiu mal pouco depois de chegar em sua casa, no Rio de Janeiro. O corpo do jornalista será velado na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) entre 10h e 15h desta quinta.

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Amorim estava na Record TV desde 2003, onde apresentava o programa Domingo Espetacular, mas havia sido afastado de suas funções na emissora no mês passado. Ele também editava o site Conversa Afiada, em que fazia comentários sobre política e economia, sempre com forte teor crítico ao governo Bolsonaro.

Amorim trabalhou em vários veículos de comunicação do País, como TV Globo, Bandeirantes, TV Cultura e a extinta TV Manchete, além de ter atuado em algumas das maiores revistas do Brasil, como Realidade e Veja. Como editor de Economia da Veja, o jornalista ganhou um Prêmio Esso – à época, o principal do País – na década de 1970 por uma reportagem sobre distribuição de renda.

Em nota, a Record TV lamentou a morte do apresentador e declarou que “se solidariza com os amigos, familiares e admiradores”. A família do jornalista agradeceu as manifestações de carinho.

Amigos e companheiros de profissão lamentaram a morte de “PHA”, como era conhecido. “Paulo Henrique Amorim conseguia se adequar perfeitamente aos tipos de público que atingia. Como âncora na TV, era um repórter na essência, que se restringia mais a informar. Como dono de seu próprio nariz, no site Conversa Afiada aproveitava cada milímetro de liberdade que a internet oferece para dizer tudo aquilo que ele não podia falar na televisão”, comentou o jornalista Britto Júnior, que trabalhou com Amorim na emissora paulista.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), emitiu nota de pesar. “De atuação multifacetada, Paulo Henrique Amorim trabalhou em quase todos os jornais, revistas, emissoras de televisão do País e também como correspondente internacional. Com tristeza, manifesto condolências aos familiares e amigos”, diz o trecho do comunicado.

Paulo Henrique Amorim deixa mulher, uma filha e dois netos.

* Atualização: diferente do informado anteriormente, Paulo Henrique Amorim morreu aos 76 anos de idade, não aos 77. A informação foi corrigida às 19h50.

São Paulo — O jornalista Paulo Henrique Amorim morreu aos 76 anos na manhã desta quarta-feira (10).

Ele estava em sua casa, no Rio de Janeiro, quando sofreu um infarto, de acordo com a sua esposa, Geórgia Pinheiro. Ele havia acabado de retornar de um jantar com amigos.

A morte foi confirmada ao vivo pela TV Record, onde o apresentador havia trabalhado nos últimos anos de sua carreira. A apresentadora Ana Hickmann, que foi apadrinhada por Amorim na televisão, falou sobre a perda do amigo.

Amorim havia sido afastado da Record em junho. O jornalista era crítico ferrenho do governo Bolsonaro, apoiado pela direção da emissora, e havia feito uma postagem recente atacando o ministro da Justiça, Sergio Moro. A emissora nega que o afastamento tenha tido motivação política.

Perfil

Paulo Henrique Amorim nasceu em 1943, no Rio de Janeiro. Construiu uma carreira que vai do jornalismo impresso ao televisivo. Atuou como correspondente internacional em Nova Iorque nas revistas Realidade e Veja. Na televisão, passou pela extinta Manchete, pela Globo, Bandeirantes e TV Cultura.

Formado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, seu primeiro trabalho como jornalista foi no jornal A Noite, no Rio, quando participou da cobertura da renúncia de Jânio Quadros e da resistência de Leonel Brizola, como radioescuta e repórter, em 1961.

Depois, foi repórter das revistas Manchete e Fatos & Fatos, da Bloch Editores, e da sucursal da Editora Abril no Rio. Fez parte ainda da equipe da célebre revista Realidade, entre 1967 e 1969. Ainda em 1968, tornou-se o primeiro correspondente da revista Veja, em Nova York, onde assumiria tempos depois a editoria de Economia, além de ganhar um prêmio Esso de reportagem econômica. Entre 1974 e 1976 foi editor-chefe da revista Exame, e ali lançou a “Melhores e Maiores”. Em seguida, trabalhou como editor de economia, redator-chefe e editor-chefe do Jornal do Brasil e ali permaneceu até 1984.

Em 1985, fez sua estreia na TV, como editor-executivo do departamento de Jornalismo da Rede Manchete, mas no mesmo ano mudou novamente e seguiu para a TV Globo, como editor de economia, repórter e apresentador de programas econômicos. Em 1990, tornou-se chefe do escritório e correspondente da mesma emissora em Nova York.

Foi ainda colaborador do programa World Report da Rede CNN no início dos anos 1990.

Depois, passou pela Band e TV Cultura, até que migrou para a internet, trabalhando no Terra, UOL e IG. Atualmente, mantinha o site de notícias e vídeos Conversa Afiada.

Contratado pela Record em 2003, ele assumiu na ocasião a apresentação da edição noturna do Jornal da Record. Posteriormente foi deslocado para o programa Domingo Espetacular.

Paulo Henrique Amorim é ainda autor dos livros “De olho no dinheiro” (1987),  “Plim-Plim, A Peleja de Brizola (2005), “A Mídia nas Eleições de 2006”, (2006). A notícia de sua morte repercutiu no meio profissional e político.

"Os jornalistas brasileiros acordaram hoje com uma triste notícia: a morte por infarto do jornalista Paulo Henrique Amorim. É uma perda para o jornalismo. Além de atuar na Record, ele também atuava no jornalismo independente com seu site Conversa Afiada e estava fazendo um trabalho interessante porque suscitava o debate e a crítica. Vai fazer falta", lamentou Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.

Nas redes sociais, políticos e colegas de profissão também prestam homenagem. O jornalista e escritor Mário Magalhães escreveu em seu perfil que Paulo Henrique Amorim foi um jornalista corajoso e compartilhou um de seus discursos. "Reverencio sua memória com um vídeo dele, de dezembro de 2017, em defesa da liberdade de expressão".

Paulo Henrique Amorim foi, sobretudo, um jornalista corajoso. Na hora em que ele parte, num momento tão dramático para o Brasil e o jornalismo brasileiro, reverencio sua memória com um vídeo dele, de dezembro de 2017, em defesa da liberdade de expressão.https://t.co/EAP0UWAuKC

— Mário Magalhães (@mariomagalhaes_) July 10, 2019

Amigos, políticos e colegas de profissão também lamentaram a morte do jornalista pelas redes sociais.

O jornalista Paulo Henrique Amorim partiu: nesta madrugada, seu coração apaixonado explodiu, parou de bater. Perdemos um jornalismo crítico, inquieto, problematizador. Fundamental no Br de hj, com uma imprensa chapa branca, insossa, seduzida pelas facilidade$ do poder. Viva PHA!

— Chico Alencar (@50ChicoAlencar) July 10, 2019

A morte de Paulo Henrique Amorim priva o jornalismo brasileiro de um dos seus nomes mais importantes. Ele deixa a marca de uma atuação digna na denúncia dos retrocessos que o país enfrenta e na defesa da democracia e do estado de direito. Meus sentimentos à família e aos amigos.

— Dilma Rousseff (@dilmabr) July 10, 2019

Minhas homenagens ao jornalista Paulo Henrique Amorim. Longa e vitoriosa carreira. Tivemos algumas conversas inesquecíveis e muitas entrevistas. pic.twitter.com/0KwaWUK98B

— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) July 10, 2019

O Fluminense Football Club lamenta profundamente a notícia do falecimento do jornalista e tricolor Paulo Henrique Amorim, aos 77 anos.

— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) July 10, 2019

Paulo Henrique Amorim nos deixa

O jornalista tinha uma história marcante no jornalismo brasileiro. Polêmico e de opiniões contundentes, estava na geladeira na Record por pressão do governo Bolsonaro em função de suas posições críticas.

Lamentamos o ocorrido.

— Ivan Valente (@IvanValente) July 10, 2019

É com pesar que recebi a notícia do falecimento do jornalista Paulo Henrique Amorim, que em quase 60 anos de carreira atuou nos principais veículos de comunicação do país. Que Deus console seus familiares, amigos e colegas de profissão.

— Marina Silva (@MarinaSilva) July 10, 2019

Nota de Pesar

A Record divulgou mais cedo uma nota de pesar identificando Paulo Henrique Amorim como "um dos mais talentosos jornalistas de sua geração" e explica como surgiu o bordão que consagrou o jornalista. Leia a seguir: 

"Um dos mais talentosos jornalistas de sua geração, Paulo Henrique Amorim faleceu na madrugada desta quarta-feira (10/07), aos 76 anos, deixando um grande legado para a história da imprensa nacional.

Uma parte desta história foi escrita na Record TV, onde trabalhou desde 2003 e imprimiu sua marca em quatro programas. A estreia foi na apresentação do “Jornal da Record – 2ª edição”, onde também trouxe o quadro “Conversa Afiada”, que, na época, comentava os assuntos de política e economia. O telejornal mudou de nome e passou a se chamar “Edição de Notícias”. No ano seguinte, foi criador da revista eletrônica vespertina “Tudo a Ver”, que revelou para a televisão as apresentadoras Ana Hickmann e Chris Flores. Participou do primeiro time de apresentadores da Record News no programa “Entrevista Record News – Entretenimento”. De 2006 até este ano, apresentou o “Domingo Espetacular”.

PHA, como era chamado nos bastidores da TV, ficou famoso pelo seu bordão “Boa noite, Boa sorte!”, que admitia ter trazido de um apresentador da televisão americana da CBS chamado Edward Murrow, que dizia as tais palavras. Em entrevista ao portal  R7, em 2015, comentou sobre sua paixão pela profissão: “Eu nasci jornalista e vou morrer jornalista. Vou morrer diante das teclas do computador”.

Paulo Henrique deixa esposa, uma filha e dois netos.

A Record TV lamenta profundamente o falecimento de Paulo Henrique Amorim e se solidariza com os amigos, familiares e admiradores. A todos, nossas sinceras condolências".

*Atualizado às 13h30 com a correção da idade de falecimento

O que aconteceu com o jornalista Paulo Henrique Amorim?

Morreu nessa madrugada Paulo Henrique Amorim. Ele estava no Rio de Janeiro. Paulo Henrique trabalhava aqui na Record desde 2003 e deixa um legado para o jornalismo do país". De acordo com a emissora, o jornalista saiu para jantar com amigos na noite de ontem (9) e infartou quando retornou à sua casa.

Quem é o Paulo Henrique?

Paulo Henrique Amorim atuou no ramo de jornalismo desde 1961. Escrevia para diversos jornais e revistas do país e mantinha o blogue Conversa Afiada. ... .

Quantos anos faz que o Paulo Henrique Amorim morreu?

77 anos (1942–2019)Paulo Henrique Amorim / Idade ao falecernull

Qual o nome do jornalista que fala Olá tudo bem?

O jornalista Paulo Henrique Amorim, famoso pelo bordão “Olá, tudo bem?”, morreu na manhã desta quarta-feira, 10. Ele tinha 77 anos e teve um enfarte. O profissional trabalhou em diversas redações, inclusive na Globo.