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Leila Roque Diniz (Niterói, 25 de março de 1945[1] — Nova Délhi, 14 de junho de 1972) foi uma atriz brasileira. Biografia[editar | editar código-fonte]Formou-se em magistério e foi ser professora do jardim de infância em Ipanema. Aos dezessete anos, conheceu seu primeiro marido, o cineasta Domingos de Oliveira e casou-se com ele. O relacionamento durou apenas três anos. Foi nesse momento que surgiu a oportunidade de trabalhar como atriz. Primeiro estreou no teatro e logo depois passou a trabalhar na TV Globo, atuando em telenovelas. Mais tarde, casou-se com o cineasta moçambicano Ruy Guerra, com quem teve uma filha, Janaína.[2] Participou, ao todo, de quatorze filmes,[3] doze telenovelas (cinco na Globo, três na Excelsior, duas na Paulista, uma na Record e outra na Tupi)[2] e várias peças teatrais. Foi protagonista da primeira novela produzida pela Globo,[1] "Ilusões Perdidas", em 1965.[3] Leila Diniz quebrou tabus de uma época em que a repressão dominava o Brasil, escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquíni[4] na praia, para a câmera do fotógrafo Joel Maia na ilha de Paquetá, para a revista Cláudia.[5] Também chocou o país inteiro ao proferir a frase: Transo de manhã, de tarde e de noite. Considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convenções[6], Leila foi invejada e criticada pela sociedade conservadora das décadas de 1960 e 1970 e por grupos feministas que consideravam que ela estava a serviço dos homens.[7][3] Leila falava de sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento. Concedeu diversas entrevistas marcantes à imprensa, mas a que causou um grande furor no país foi a entrevista que deu ao jornal O Pasquim em 20 de novembro de 1969.[8][5] Nessa entrevista, ela, a cada trecho, falava palavrões (ao todo 72) que eram substituídos por asteriscos,[5][3] e ainda disse: Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo. O exemplar foi o terceiro mais vendida da história do jornal, com 117 mil exemplares.[5] E foi também depois dessa publicação que foi instaurada a censura prévia à imprensa, mais conhecida como Decreto Leila Diniz.[5][3] Em janeiro de 1971, dois policiais compareceram aos estúdios da TV Tupi, no antigo Cassino da Urca, para cumprir a determinação judicial. Para evitar a prisão de sua jurada, o apresentador Flávio Cavalcanti aconselhou Leila a ir ao banheiro assim que o programa voltasse do intervalo comercial. Nos bastidores, Leila trocou de vestido com Laudelina Maria Alves, a Nenê, sua secretária, e fugiu.[5] Perseguida pela polícia e Política Social, Leila se esconde em Petrópolis no sítio de Flávio Cavalcanti,[3] no momento em que é acusada de ter ajudado militantes de esquerda. Depois, a ordem de prisão foi revogada, mas ela teve que assinar um termo de responsabilidade dizendo que não falaria mais palavrões, negando sua personalidade.[3] Alegando razões morais, a TV Globo do Rio de Janeiro não renova o contrato com a atriz. De acordo com a emissora, não haveria papel de prostituta nas próximas telenovelas.[6] Meses depois, Leila reabilita o teatro de revista, e começa uma curta e bem sucedida carreira de vedete. Estrela a peça tropicalista Tem banana na banda, improvisando a partir dos textos escritos por Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Recebe de Virgínia Lane o título de Rainha das Vedetes. No carnaval de 1971, Leila foi eleita Rainha da Banda de Ipanema por Albino Pinheiro e seus companheiros. Morreu num acidente aéreo, no voo 471, da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972,[9][2] aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viagem à Austrália.[1][3] Suas cinzas foram sepultadas no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio.[2] Após o falecimento de Leila, sua filha Janaina foi criada pelo cantor Chico Buarque e sua então esposa, a atriz Marieta Severo. Marcelo Cerqueira, um cunhado advogado se dirigiu a Nova Délhi, na Índia, local do desastre, para tratar dos restos mortais da atriz. Acabou encontrando um diário que continha diversas anotações[2] e uma última frase, que provavelmente estava se referindo ao acidente: Está acontecendo alguma coisa muito es.... Leila Diniz, A Mulher de Ipanema, defensora do amor livre e do prazer sexual, é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina que rompeu conceitos e tabus com suas ideias e atitudes.
Homenagens póstumas[editar | editar código-fonte]Leila Diniz ganhou, post-mortem, o prêmio de melhor atriz no Festival de Adelaide.[5] Também recebeu uma crônica de Carlos Drummond de Andrade, a biografia "Leila Diniz — Uma Revolução na Praia" de Joaquim Ferreira dos Santos,[1] doutorado da antropóloga Mirian Goldenberg, quatro músicas: Memória Livre de Leila (1972), de Taiguara; Um Cafuné na Cabeça, Malandro, Eu Quero Até de Macaco (1980), de Milton Nascimento; Leila Diniz (1987), de Martinho da Vila; e Todas as Mulheres do Mundo (1993), de Rita Lee, além do documentário Já que Ninguém me Tira pra Dançar, da atriz e cineasta Ana Maria Magalhães.[3][5] Por sua carreira, sua história e seu legado, entrou para a lista das 10 Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.[10] Carreira[editar | editar código-fonte]Na televisão[editar | editar código-fonte]
No cinema[editar | editar código-fonte]
Na música[editar | editar código-fonte]
Referências
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Qual a profissão de Leila Diniz?ActorLeila Diniz / Profissãonull
Qual foi a causa da morte da atriz Leila Diniz?Na tarde do dia 14 de junho, a poucos minutos de aterrissar no aeroporto de Nova Délhi, a aeronave caiu, matando 78 passageiros e onze tripulantes. "A Leila, quando viajou para a Austrália, estava repensando sua vida. Não conseguia mais trabalhar como atriz porque estava proibida.
Qual a idade da Leila Diniz?27 anos (1945–1972)Leila Diniz / Idade ao falecernull
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