"Os sistemas tecnológicos não são neutros, expressam e refletem a ética e as intenções de seus projetistas. Num contexto político, que vivemos, de baixa confiança e grande desigualdade é essencial encontrar formas de fazer com que, cada vez mais os cidadãos sejam capazes de construir juntos o futuro, em vez de se arriscarem-se num cenário dominado por tecnologias que os tornem mais vulneráveis, os exclua ou imponha custos inaceitáveis", escreve Reinaldo Dias, doutor em Ciências Sociais e especialista em Ciências Ambientais, em artigo publicado por EcoDebate, 25-10-2017. Show
Eis o artigo.Estamos surfando numa nova onda de mudanças radicais na produção industrial, resultado da convergência da robótica, da nanotecnologia, da biotecnologia, das tecnologias de informação e da inteligência artificial. Esta nova revolução industrial, a quarta, também conhecida como Indústria 4.0, está provocando mudanças muito rápidas na indústria e no modo como os negócios ocorrem no mercado, na relação com os clientes e na demanda de seus produtos. A humanidade viveu três revoluções industriais desde o século XVIII. A primeira introduziu a máquina a vapor, passou pela segunda caracterizada pelo uso da eletricidade e da produção em massa, em seguida a terceira, que teve como referência a tecnologia e a automação, chegando na atual, a quarta, da era digital. A revolução que estamos vivenciando é mais rápida que as anteriores e provoca sensíveis mudanças na forma como produzimos, distribuímos e consumimos. A quarta revolução industrial em curso se caracteriza pela aceleração de todos os processos inovadores. De acordo com Klaus Schwab, em seu livro “A quarta revolução industrial”: “Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”. As revoluções industriais não afetam somente a tecnologia. Ao longo da história transformaram sistemas econômicos, políticos, sociais e ambientais. Com a indústria 4.0 não será diferente. Seus impactos ficarão cada vez mais visíveis e isto está ocorrendo numa velocidade sem precedentes. As tecnologias emergentes criam novas formas de mobilidade, de comercialização, de geração de valor e distribuição de oportunidades. O desafio mais importante que temos hoje é garantir que essas oportunidades sejam distribuídas de modo equitativo. A história nos ensina que todas as revoluções têm ganhadores e perdedores. Há, portanto, urgente necessidade de garantir que mais pessoas, tanto quanto seja possível, participem desse futuro de tecnologias cada vez mais sofisticadas. Ao governo cabe aumentar seus investimentos em educação, fortalecendo o ensino de ciências e matemática com base em novos valores. A produção industrial dependerá, cada vez mais, da educação em áreas que possibilitem a formação de talentos capacitados a criarem e gerirem processos de alto desempenho com base em valores como respeito ao meio ambiente e à diversidade humana. A participação é fundamental nesse processo. Os sistemas tecnológicos não são neutros, expressam e refletem a ética e as intenções de seus projetistas. Num contexto político, que vivemos, de baixa confiança e grande desigualdade é essencial encontrar formas de fazer com que, cada vez mais os cidadãos sejam capazes de construir juntos o futuro, em vez de se arriscarem-se num cenário dominado por tecnologias que os tornem mais vulneráveis, os exclua ou imponha custos inaceitáveis. Estando em seu início, a quarta revolução industrial, há uma janela de oportunidades aberta para atuação dos governos em todos seus níveis de articulação – municipal, estadual e federal. Em diversas áreas existe a possibilidade de avanços desde a utilização da inteligência artificial na justiça criminal como o uso de drones para melhorar a produtividade agrícola. Não há setor da sociedade imune às mudanças que estão ocorrendo e as que estão por vir. O que temos que garantir é que a Indústria 4.0 seja primeiramente e sobretudo centrada no ser humano, que aqueles que tomam as decisões, as lideranças tecnológicas e os cidadãos de modo geral devem colaborar juntos e projetarem sistemas baseados em valores humanos compartilhados. Temos uma grande oportunidade de providenciar que os sistemas emergentes da quarta revolução industrial possa potencializar o bem comum, preservando a dignidade humana e protegendo o meio ambiente para as futuras gerações. Leia mais
Comunicar erro.Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página: O impacto da quarta revolução industrial na sociedade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU O que mudou com a Quarta Revolução Industrial?Batizada também de 4ª Revolução Industrial, esse fenômeno está mudando, em grande escala, a automação e troca de dados, bem como as etapas de produção e os modelos de negócios, por meio do uso de máquinas e computadores. Inovação, eficiência e customização são as palavras-chave para definir o conceito de Indústria 4.0.
Quais impactos a indústria 4.0 pode provocar em nossa sociedade?Um dos grandes impactos da indústria 4.0 está relacionado à mão de obra. É forte a diminuição tanto de postos de trabalho quanto de atividades repetitivas e braçais. O modelo de fábrica como se conhece está mudando. Os trabalhadores apresentarão um papel mais estratégico, voltado para o conhecimento técnico.
Quais benefícios e quais problemas a Quarta Revolução Industrial pode trazer para a humanidade?Confira, nos próximos tópicos, as principais vantagens que as mudanças podem trazer para os negócios.. Aumento da produtividade. ... . Ganho em eficiência. ... . Redução dos custos de produção. ... . Continuidade dos negócios na manufatura avançada. ... . Operações integradas. ... . Dificuldade para encontrar mão de obra capacitada. ... . Desemprego. ... . Ciberataques.. Quais as principais Transformacoes que a Quarta Revolução Industrial trouxe para o mundo?Quais serão as transformações da Revolução 4.0? Inteligência artificial; Blockchain e Criptomoedas; Realidade Virtual e Aumentada; Internet das Coisas; Machine Learning e Deep Learning; Wearables; Carros autônomos.
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