Quando estou deitada sinto meu coração acelera

Geralmente não sentimos o coração bater, nem nos apercebemos que temos uma bomba em funcionamento dentro do nosso peito que trabalha ininterruptamente. Sentir o coração bater é normal apenas após um exercício vigoroso, em situações de maior tensão ou depois de um grande susto, em que ele bate mais rápido e com mais força.

A palpitação é uma anormal consciência do batimento do coração quando estamos em repouso. Sentir os batimentos cardíacos em repouso ou num estado de espírito calmo, é assustador, a ponto de causar problemas de ansiedade e mesmo crises de pânico e é um dos principais sintomas que levam o doente ao cardiologista.

As palpitações podem aparecer de uma forma isolada (extrassístoles), de uma forma mais contínua (sensação de coração sempre acelerado) ou em surtos (segundos, minutos ou algumas horas) de sensação coração acelerado.

É muito difícil a caracterização das palpitações por parte das pessoas, até porque muitas vezes estão associados a outros sintomas como falta de ar, dor no peito, falta de visão, entre outros, que podem na realidade ser desencadeados pela ‘verdadeira arritmia cardíaca’, mas que também estão presentes nas palpitações devidas à ansiedade e crises de pânico. Por este motivo é que fazer o diagnóstico diferencial, apenas baseado na história clínica, entre aquelas que são benignas (devidas à ansiedade ou extrassístoles) das que poderão ser mais perigosas e com necessidade de vigilância, prevenção e tratamento (Taquicardias ventriculares, Supraventriculares, Fibrilhação ou Flutter auricular), se torna quase impossível.

Para fazer o diagnóstico definitivo destas situações o ideal seria realizar um eletrocardiograma durante ‘as crises de palpitações’, no entanto, dado o carácter tão fugaz e por vezes muito esporádico deste sintoma não se torna exequível na maior parte das vezes.

No Serviço de Cardiologia do Trofa Saúde Hospital na Trofa temos a possibilidade, através de variadas opções de exames de monitorização eletrocardiográfica ambulatória de curta, média e longa duração, conseguir registar um dos episódios do doente, conseguindo assim fazer o diagnóstico e posterior tratamento.

Para episódios frequentes (que aparecem quase todos os dias): Holter de 24-48h: regista todo os batimentos cardíacos mas apenas durante 1-2 dias (não se pode tomar banho).

Para episódios menos frequentes (1X/semana ou 15/15 dias): Holter de eventos (8-15 das): apenas regista curtos períodos (< 10 min) quando acionado pelo doente (pode-se tomar banho, retirando o aparelho). Holter de 8 dias: regista todos os batimentos cardíacos durante 8 dias (pode-se tomar banho, com o aparelho).

Para episódios raros (1 X/mês ou menos): Holter implantável (3 anos): um pequeno dispositivo (tamanho de uma pequena pen) é colocado debaixo da pele no centro do peito através de uma pequena incisão (1 cm), realizada no consultório, com anestesia geral. Este aparelho tem a possibilidade de se programar para registar todos os batimentos cardíacos anormais do doente e podem ser observados pelo médico, diariamente, através de uma aplicação pela intranet.

Estes dispositivos têm a mesma utilidade para o diagnóstico das síncopes (perdas súbitas de consciência) que podem muitas vezes ser devidas a bloqueios cardíacos e com necessidade de posterior implantação de pacemaker.

É madrugada, você dormindo começa a sentir desconforto, vira de um lado para o outro da cama e acorda ofegante e com o coração batendo tão forte que só falta saltar pela garganta. Já passou por isso ou conhece alguém que descreveu situação semelhante? Cuidado: sintomas desse tipo não devem ser subestimados, pois podem alertar que há algo de errado com a saúde.

Sono ruim de vez em quando é normal e pode estar associado a estresse, ansiedade, uso de medicamentos e consumo de alimentos estimulantes.

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Porém, quando se tem pesadelos muito recorrentes e que terminam bruscamente com palpitações, sensação de falta de ar, suor frio, insônia, sofrimento emocional, como medo de voltar a dormir, e no dia seguinte dificuldades como cansaço, vertigem, falhas de memória e de concentração, procure um médico.

Ataque de pânico noturno

Segundo Eduardo Perin, psiquiatra pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), crises de ansiedade são as que mais cursam com palpitação, dores no peito e angústia de sufocamento.

Quando muito agudas e intensas (de 10 a 15 minutos) e levam a pessoa a acreditar que está tendo um ataque cardíaco, ou enlouquecendo, podem ser consideradas ataques de pânico.

"Pelo menos um terço dos pacientes com transtorno do pânico tem crises desse tipo que os acordam de madrugada. O ataque é parecido com o diurno e em ambos os casos não fica muito claro qual o fator desencadeante da crise", ele explica, acrescentando que o processo noturno se caracteriza por um despertar repentino, com um sentimento de terror, além das características físicas de um ataque diurno: fora as já citadas, náuseas, tontura, tremores.

Embora sinta que é chegado seu fim, se a pessoa não apresentar graves problemas cardíacos ou de pressão arterial, isso não ocorrerá.

Outras causas psicológicas para agitação noturna incluem estresse pós-traumático (lembranças de acontecimentos trágicos voltam ao dormir), depressão (descompensado, o padrão do sono causa despertares e sonhos ruins) e Parkinson (o neurotransmissor dopamina quando em baixa pode desencadear o transtorno de pesadelo).

Roncos e até infecção viral

O ritmo cardíaco acelerado (taquicardias) pode ter relação, em maior ou menor grau, com os quadros anteriormente mencionados, mas ainda alterações no coração (arritmia, hipertensão, aterosclerose, insuficiência cardíaca, cardiomiopatia), na tiroide (hipertireoidismo), nos pulmões, baixa de açúcar no sangue (hipoglicemia noturna), apneia do sono e disautonomia.

"Acordar com o coração acelerado, sem motivos aparentes, é uma das reclamações mais comuns de quem sofre com apneia do sono. Isso acontece porque a apneia provoca breves e repetidas interrupções respiratórias durante a noite e o cérebro 'acorda' para que o reflexo da respiração seja retomado", informa o cardiologista André Gasparoto, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Quando a obstrução é completa a pessoa ronca e sente engasgar.

Já a disautonomia, desequilíbrio no sistema nervoso autônomo, responsável por funções independentes do organismo (respiração, digestão, batimentos, circulação sanguínea), também pode provocar sintomas noturnos desconfortáveis, incluindo diarreia, e tem chamado bastante atenção atualmente.

"Para além das doenças neurodegenerativas, genéticas e autoimunes, sabemos agora que o novo coronavírus também pode estar por trás do quadro", afirma o neurocirurgião Júlio Pereira, médico pela UFB (Universidade Federal da Bahia).

Não tema o anoitecer

A boa notícia sobre passar mal à noite é que pode ser evitável. Como prevenções, os médicos aconselham manter bons hábitos, que na prática se traduzem em não exagerar nas refeições antes de deitar e nem em álcool, café, cigarro e alimentos energéticos; estabelecer horários para dormir e acordar; se desligar das telas e dos assuntos pesados; não praticar atividades físicas tardiamente e no dia a dia controlar peso, estresse, vícios e eventuais comorbidades.

Casos envolvendo transtornos psicológicos exigem ansiolíticos e psicoterapia, e diante de uma crise de pânico noturna é indicado que se sente na cama, respire fundo, tente racionalizar os pensamentos e se levante devagar.

Não melhorando ou caso fique com dores e sintomas persistentes, como tontura, formigamentos e dificuldade em mover alguma parte do corpo, peça ajuda e vá ao pronto-socorro para descartar um princípio de infarto, AVC, ou outra condição de urgência.

"Agora, em se tratando de apneia, alterações cardiovasculares crônicas e para cada sintoma e tipo de disautonomia, o tratamento é específico", esclarece Fábio Porto, neurologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

O paciente pode ter que usar aparelhos intra-bucais, que favorecem a respiração adequada, fazer terapia voltada para o sono, usar medicamentos, como anticoagulantes e antiarrítmicos, cirurgias, eliminar fatores de risco e manter uma rotina de exercícios e dieta balanceada.

Porque o coração acelera quando deito?

A mudança postural pode alterar a frequência cardíaca. Quanto a acelerar a frequência cardíaca após a sua mudança de posição ao deitar para o lado esquerdo, o coração encosta na parede do tórax e a percepção dos batimentos é maior, podendo causar a sensação de que há aumento na sua frequência.

Como saber se é arritmia ou ansiedade?

"Usualmente, a arritmia tem uma característica que diferencia da ansiedade: quando o coração dispara, tem taquicardia. Esse disparo é muito súbito e, quando volta ao normal, também volta de forma muito súbita. Já na ansiedade esse aumento e retorno à normalidade é mais gradual.

O que pode causar taquicardia em repouso?

Além dos exercícios físicos, problemas como anemia, hipertireoidismo, febre e até mesmo o uso de alguns medicamentos também podem aumentar a frequência cardíaca. Fora isso, o uso de bebidas alcoólicas, cigarro e até estresse e fortes emoções também podem acelerar o coração.

Como é a taquicardia da ansiedade?

Em geral, pacientes com taquicardia têm frequência cardíaca mais alta – acima de 140 batimentos por minuto (bpm). As crises de ansiedade costumam causar uma aceleração menor nos batimentos do coração.

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