Qual alternativa indica o motivo pelo qual os fungos não podem ser classificados como pertencentes ao reino Plantae?

O Reino Protoctista, como é sabido por muitos, é um grupo polifilético, ou seja, um grupo cujos representantes não apresentam ancestralidade em comum; abrigando os organismos eucarióticos que não possuem, ainda, uma classificação bem definida. Outrora consideradas como seres vivos pertencentes ao Reino Plantae, as algas costumam ser classificadas, na atualidade, como integrantes do Reino Protoctista.

As algas são organismos que vivem em ambientes aquáticos ou úmidos. Elas podem ser uni ou multicelulares (flamentosas), geralmente com parede celular contendo celulose. Além disso, possuem cloroplastos, permitindo a realização de fotossíntese (ou seja: são autotróficas) e também fornecendo cores características, de acordo com os pigmentos presentes em seu interior, além da clorofila a.

Tais organismos reproduzem-se por divisão binária, no caso das espécies unicelulares; fragmentação; zoosporia, que consiste na formação de células flageladas (zoósporos) que, ao se fixarem ao substrato, formam uma nova alga; e por reprodução sexuada. Pode também ocorrer alternância de gerações em algumas espécies de algas.

O estudo das algas é chamado de Ficologia. Elas são classificadas, principalmente, de acordo com os pigmentos que possuem e substâncias que armazenam.

As algas unicelulares pertencem aos Filos Bacillariophyta, Chrysophyta, Dinophyta e Euglenophyta. Já os filos que abrigam representantes multicelulares são: Charophyta, Chlorophyta, Phaeophyta e Rhodophyta.

Muitas algas são economicamente importantes. Os dinoflagelados, por exemplo, podem proporcionar prejuízos incalculáveis, caso formem a famosa maré vermelha, mais adequadamente chamada de floração de algas nocivas. Outras são eficazes no tratamento do esgoto; e certas espécies movimentam a economia por serem matéria-prima para o preparo de alimentos, como o sushi, ou de produtos voltados para pesquisa, como o ágar, retirado das rodofíceas (saiba mais sobre este assunto no texto “A importância das algas”).

Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental

Referência : Moreira, C., (2014) Classificação de Whittaker, Rev. Ciência Elem., V2(4):250
Autor: Catarina Moreira
Editor: José Feijó
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2014.250]

Qual alternativa indica o motivo pelo qual os fungos não podem ser classificados como pertencentes ao reino Plantae?


Nota do Conselho Científico da Casa das Ciências: Actualmente a classificação dos seres vivos aceite pela comunidade científica internacional é a proposta por Carl R. Woese e colegas em 1990, publicada numa revista científica da especialidade (ver artigo original, em inglês, disponível na internet em http://www.pnas.org/content/87/12/4576.full.pdf+html). No entanto, no programa de Biologia do Ensino Secundário atribui-se uma maior importância à classificação de Whittaker modificada em 1979. Neste artigo apresenta-se uma visão geral dos vários sistemas de classificação propostos com maior ênfase para a classificação em 5 reinos de Whittaker modificada e a classificação em domínios de Woese et al. 1990.


O sistema de classificação dos seres vivos em grandes categories, denominadas Reinos, que actualmente é mais aceite para fins pedagógicos é da autoria de Whittaker, na versão de 1979 modificada, com uma divisão em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.

Um pouco de história sobre a classificação dos seres vivos em Reinos

No século IV a.C. Aristóteles e Teofrasto, seu discípulo, agruparam os seres vivos em dois grandes grupos: Animalia e Plantae. Esta classificação tinha por base a mobilidade e o tipo de nutrição: as plantas são imóveis e produzem o seu próprio alimento (autotrofia) e os animais apresentam capacidade de locomoção e capturam as suas presas dependendo por isso da matéria orgânica produzida por outros organismos (heterotrofia). Esta ideia é reforçada pela classificação de C. Linnaeus no século XVIII.

Os avanços tecnológicos, nomeadamente ao nível dos microscópios, permitiram observar organismos até então desconhecidos e excluídos dos sistemas de classificação. Organismos como as algas, fungos e as bactérias foram inicialmente incluídos no reino Plantae por apresentarem parede celular e organismos, como os protozoários, que eram móveis e ingeriam os alimentos foram colocados no reino Animalia.

O surgimento e aceitação no século XIX das emergentes teorias evolucionistas para os seres vivos levantava questões sobre a classificação de alguns organismos que não sendo nem animais nem plantas pudessem ser seus ancestrais. A ideia de um terceiro reino é fortemente influenciada pela Teoria da Selecção Natural de Darwin que postulava a existência de uma ancestral comum a todos os seres vivos.

Em 1866, Ernst Haeckel (1834-1919), naturalista alemão, propôs a criação do Reino Protista que incluía os organismos unicelulares e os multicelulares que não apresentassem diferenciação celular, incluindo assim as bactérias os protozoários e os fungos.

No século XX com o aparecimento do microscópio electrónico e com o avanço de algumas técnicas bioquímicas, foi possível compreender que as bactérias têm características muito distintas dos fungos e dos protozoários. E em 1956, Herbert Copeland (1902-1968), apresenta uma classificação que se aproxima mais da realidade natural. Separa num novo reino, Monera, os seres vivos procariontes – com células sem núcleo individualizado. Segundo Copeland, no reino Protista incluem-se todos os fungos e algas vermelhas e castanhas, no reino Plantae os organismos que possuíssem clorofila (pigmento fotossintético), que produzissem amido, celulose e sacarose e no reino Protista os organismos eucariontes que não eram animais nem plantas.

Pouco mais de uma década mais tarde, em 1969, Whittaker (1924-1980) propõe um sistema de classificação em cinco reinos, estabelecendo um reino independente para os fungos, o reino Fungi. O novo sistema apresentado tinha subjacente três critérios principais:

  • nível de organização celular – diferencia as células procarióticas das eucarióticas e a unicelularidade da multicelularidade
  • modo de nutrição – modo como o organismo obtém o alimento
  • interacções nos ecossistemas – respeitante às relações alimentares que o organismo estabelece com os restantes organismos no ecossistema. Os organismos podem ser classificados em produtores, e consumidores (macro e microconsumidores).

Whittaker viria a reformular os eu próprio sistema em 1979. O reino Protista passou a incluir os fungos flagelados e as algas (uni e multicelulares). Na tabela seguinte resumem-se as principais características dos reinos, tendo em conta os critérios estabelecidos por Whitakker na sua versão modificada de 1979.

Reino Monera Protista Fungi Plantae Animalia
Nível de organização celular Procarionte

Geralmente com parede celular Unicelulares, solitários ou em colónia

Eucarionte

Com ou sem parede celular Unicelulares, solitários ou em colónia Multicelulares com diferenciação muito reduzida

Eucarionte

Parede celular quando presente de quitina Maioria multicelular, com diferenciação muito reduzida

Eucarionte

Parede celular celulósica Multicelulares com tecidos altamente especializados

Eucarionte Ausência de parede celular

Multicelulares com tecidos altamente especializados

Modo de nutrição Autotróficos (fotossíntese ou quimiossíntese) ou heterotróficos (absorção ou ingestão) Autotróficos (fotossíntese) ou heterotróficos (absorção ou ingestão) Heterotróficos (absorção) Autotróficos (fotossíntese) Heterotróficos (ingestão)
Interacção no ecossistema Produtores ou microconsumidores Produtores ou consumidores (micro e/ou macro) Microconsumidores Produtores Macroconsumidores
Exemplos de organismos Bactérias Protozoários

Algas

Leveduras

Bolores

Fetos

Coníferas Angiospérmicas

Animais invertebrados e vertebrados

Pela própria natureza dos processos evolutivos, os sistemas de classificação nunca são totalmente naturais, a classificação está sujeita a critérios subjectivos da divisão que dependem dos dados do taxonomista. À medida que surgem novos dados científicos as classificações são alteradas. Em 1988, Lynn Margulis e Karalene Schwartz, propõem um sistema de classificação em Super-Reinos ou Domínios, baseado em dados de ultra-estrutura microscópica das células e respectivos organelos citoplasmáticos e que reflectem as suas ideias sobre a teoria endossimbiótica para a origem das células eucarióticas. As duas investigadoras defendem a existência de dois domínios:

  • Prokarya – inclui todos os procariontes que pertencem a um só reino Bactéria (Monera) que se subdivide em dois sub-Reinos Archaeobacteria e Eubacteria
  • Eukarya – inclui todos os eucariontes e divide-se em quatro reinos: Protoctista, Animalia, Fungi e Plantae.

Em 1990, Carl Woese, Otto Kandler e Mark Wheellis, propõem um novo sistema de classificação, baseado em comparações de sequências nucleotídicas de RNA ribossómico (RNAr) com que construíram uma árvore filogenética. Destas análises comparativas e filogenéticas concluem que os seres vivos devem ser divididos em três domínios:

  • Archaea – procariontes que vivem em condições ambientais extremas
  • Eubacteria – procariontes mais comuns na natureza
  • Eukarya – inclui todos os eucariontes

e que:

  • há um ancestral comum a todos os seres vivos procariontes e eucariontes
  • os Eukarya e os Archaeobacteria partilham um ancestral comum mais próximo do que os Archaea com os Eubacteria, donde se conclui que o Reino Monera não é um reino monifilético (não reúne todos os descendentes de um determinado ancestral)

Em 1998, Thomas Cavalier-Smith apresenta novo sistema de classificação com base em dados filogenéticos, que é revisto pelo próprio em 2003 (ver artigo original em http://www.cladocera.de/protozoa/cavalier-smith_2004_prs.pdf), que inclui dois domínios Prokaryota e Eukaryota e 6 reinos:

  • Prokaryota – Reino Bactéria
  • Eukaryota – Reinos Protozoa, Animalia, Fungi, Plantae e Chromista

Os organismos pertencentes ao reino Chromista são na sua maioria fotossintéticos, e distinguem-se dos organismos do reino Plantae por terem os cloroplastos localizados no lúmen do reticulo endoplasmático rugoso em vez de se localizarem no citosol.



Criada em 20 de Outubro de 2009
Revista em 9 de Setembro de 2010
Aceite pelo editor em 15 de Setembro de 2010

Por que os fungos não podem ser classificados como seres que pertencem ao reino Plantae?

Hoje formam o reino dos fungos, que são organismos muito especiais, pois, não sendo plantas, não têm clorofila, nem celulose nas paredes celulares em que está presente a quitina, a mesma substância que forma o esqueleto dos insectos.

Por que os fungos não podem ser classificados como?

FUNGOS NÃO SÃO PLANTAS! Muitas pessoas confundem, mas eles não são plantas e possuem um reino inteirinho para eles: o Reino Fungi! Fungos não possuem clorofila ou outro pigmento capaz de conferir a eles a capacidade de realizar a fotossíntese.

Por que os fungos foram classificados como vegetais?

Antigamente os fungos eram classificados como pertencentes ao reino das Plantae devido ao fato deles possuírem paredes celulares rígidas e de algumas espécies crescerem do solo de forma semelhante as plantas.

O que caracteriza um ser do reino Plantae?

Os vegetais que fazem parte do Reino Plantae são organismos eucariontes, multicelulares, autotróficos e fotossintetizantes. Isso quer dizer que eles apresentam mudanças no ciclo de vida conforme passam as gerações e que têm autossuficiência alimentar.