Qual acontecimento foi decisivo para que o Japão assinasse a rendição em setembro de 1945?

El Alamein é uma estrada costeira que vai de Alexandria à Líbia. Foi nessa região que as divisões de tanques dos Aliados começaram um ataque decisivo às forças do eixo teuto-italiano em maio de 1942. Era o começo do fim da campanha alemã na África, iniciada em janeiro de 1941 na Líbia, após o fracasso italiano na região.

África estava fora dos planos de Hitler

Na primavera europeia de 1941, Adolf Hitler preparava um ataque à União Soviética. A região do mar Mediterrâneo e a África estavam completamente fora de seus planos políticos, militares ou estratégicos.

Com seu único aliado na Europa, a Itália de Benito Mussolini, ele havia acertado o seguinte: o território ao norte dos Alpes era área de influência dos alemães; os italianos eram responsáveis pelo sul da Europa. "Mas, vendo a Itália cada vez mais acuada no Norte da África, a Alemanha assumiu o controle das operações, a fim de ajudar Mussolini", explica o historiador Eberhard Jäckel.

Arrogante, a Itália de Mussolini entrou numa situação complicada por culpa própria. Primeiramente, atacou a Somália britânica a partir da Abissínia (hoje Etiópia). Das suas posições na Líbia, invadiu o Egito, onde os ingleses também tinham fortes interesses, e ainda atacou a Grécia. "Daí teve de pedir auxílio a Hitler", diz Jäckel.

Comando a cargo da "Raposa do Deserto"

Em consequência, o Norte da África tornou-se palco da guerra desencadeada pela Alemanha nazista. A campanha recebeu o nome de Girassol. Um oficial altamente condecorado na Primeira Guerra Mundial, Erwin Rommel, foi encarregado de manter a capital da Líbia, Trípoli, em poder dos italianos.

Seu filho, Manfred Rommel, lembra que o pai "queria vencer a guerra". "Inicialmente, ele tinha apenas a missão de defender Trípoli. Esse era também o objetivo do comando da Wehrmacht. Mais tarde, acreditou que, com um reforço das tropas alemãs na África, seria possível alcançar o Canal de Suez e controlar toda a região do Mediterrâneo", conta.

Seu plano consistia num eventual ataque ao Egito, seguido da conquista do Canal de Suez. Depois, o Afrikakorps avançaria rumo ao Oriente Médio e à Pérsia. Alimentada com o abundante petróleo dessa região, a máquina de guerra alemã avançaria e se juntaria às tropas na frente russa e, posteriormente, marcharia em direção à Índia, para encontrar-se com os japoneses e destruir assim de vez o Império Britânico.

Considerado um gênio da guerra blindada, Rommel apostou na astúcia para provocar os ingleses com as suas tropas modestas. No verão de 1941, as divisões alemãs e italianas chegaram ao Egito. Promovido a marechal de campo, Rommel queria transformar o conflito numa guerra pessoal. Apelidado de "Raposa do Deserto", era admirado tanto pelos seus soldados quanto pelos inimigos. Para os árabes, ele era o "libertador" que os salvaria do domínio inglês, instaurado na região a partir de 1917.

Falta de apoio ao Afrikakorps

Hitler, entretanto, mais preocupado com a guerra na Europa, não deu o apoio necessário ao Afrikakorps. O 8º Exército britânico, comandado por sir Bernard Montgomery, estava muito mais bem equipado do que as tropas teuto-italianas. Enquanto Rommel e seu desfalcado exército preparavam-se para atacar Alexandria, os ingleses os surpreenderam em El Alamein, no Egito, numa batalha que se tornaria decisiva.

Ao receber do comando-geral dos nazistas a ordem de resistir até o último homem, Rommel passou de crítico a adversário de Hitler. Negou-se a sacrificar o Afrikakorps e ordenou a retirada total da África do Norte. Sucedeu-se uma fuga caótica das tropas teuto-italianas rumo à Tunísia.

A operação consumou-se em maio de 1943, quando os americanos desembarcaram na região e forçaram a rendição incondicional do Afrikakorps. Cerca de 250 mil soldados alemães e italianos foram aprisionados.

Erwin Rommel deixou o Norte da África derrotado, mas de cabeça erguida. A 14 de outubro de 1944, suicidou-se, ingerindo veneno. Ele não tinha outra escolha. Se não tivesse se suicidado, teria sido condenado à morte por alta traição pela Justiça nazista, em virtude da sua ligação com o grupo que executara um atentado a bomba contra o quartel-general de Hitler meses antes, a 20 de julho de 1944.

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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O ataque japonês a Pearl Harbor marcou definitivamente a participação do Japão e dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Em 7 de dezembro de 1941, no início da manhã os japoneses bombardearam a base norte americana de Pearl Harbor, no Havaí. Foi um acontecimento sangrento e violento, ocasionando na morte de mais de dois mil americanos e mais de mil feridos, além de navios destruídos.

Dezenas de navios e aviões americanos foram destruídos em 7 de dezembro de 1941, no ataque japonês a Pearl Harbor, no Havaí. Foto: US Navy

O ataque foi fundamental para que o Japão entrasse na guerra e ocasionou, poucos dias depois, na declaração de guerra aos Estados Unidos por parte da Alemanha e da Itália. Assim, o conflito até então localizado no continente europeu vira mundial.

O acontecimento de 1941 surpreendeu os americanos. O momento era de expansão no Império Japonês, tanto economicamente como militarmente e politicamente. Foi uma corrida na tentativa de alcançar as potências europeias e os Estados Unidos. Essa corrida se deu por meio de estratégias para extensão de território e para o controle e acesso a recursos naturais. Por conta disso o Japão passou a conflitar com países vizinhos, como a China.

Outros países como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e os Países Baixos também tinham interesse territoriais na mesma região – sudeste da Ásia – e não concordaram com os ataques japoneses à China. A Liga das Nações buscou soluções diplomáticas, pressionando o Japão, também membro da Liga. Esses embates por territórios e recursos fez com que o Japão se retirasse da Liga das Nações. Em 1939 os Estados Unidos romperam o tratado comercial com o Japão. Foram pontos decisivos para que este assinasse um tratado de cooperação com a Alemanha Nazista. Finalmente, em 1940, o Pacto Tripartite é assinado e Japão, Alemanha e Itália passam a compor o Eixo, fazendo com que países como os Estados Unidos criasse embargos contra as importações japonesas.

O fechamento do Canal do Panamá para navegações japonesas foi outra importante ação que desencadeou mais conflitos, pois interferia diretamente na economia japonesa. Em 1941, ano do ataque, o Japão avança para o norte da Indochina – Vietnã, Laos, Camboja – explorando o local. Em resposta ao avanço do inimigo japonês, Estados Unidos congelou todos os bens japoneses que estavam nos EUA e embargou as importações de petróleo.

Mesmo com tentativas de resolução diplomática, EUA e Reino Unido agem de forma firme e decisiva, solicitando a saída imediata do Japão da China e dos territórios próximos. Cabia ao Japão escolher aceitar os termos ou insistir em continuar sua expansão.

Mesmo com uma preparação prévia por parte dos Estados Unidos, que tinham inteligência e tecnologia para antecipar o ataque, foram pegos de surpresa. Os japoneses, entendendo o pedido de saída dos territórios como uma atitude agressiva por parte dos EUA, além dos embargos ao petróleo que muito atingiram o Japão, passaram um bom tempo em negociações do Roosvelt. Enquanto isso, os japoneses planejavam o ataque.

A ação do Japão envolveu bastante astúcia e inteligência. Ao mesmo tempo que enviava representantes pacifistas para negociações com o governo norte-americano, planejava a guerra. Assim, o plano de ataque à Pearl Harbor já tinha mais de um ano.

Após o ataque em dezembro de 1941, os japoneses controlaram por meses a metade do pacífico e no ano seguinte já ocupavam os territórios da Tailândia, Hong Kong, Malásia, Indonésia, Birmânia e Filipinas.

O ataque a Pearl Harbor marcou a entrada de Estados Unidos e Japão, a formação do Pacto Tripartite e as disputas territoriais, políticas e econômicas por nações do mundo, e com isso mostrou o poder violento e a capacidade de utilização de inteligência para ataques e contra-ataques.

Referência:

FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. Editora Ática: São Paulo, 1995.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/segunda-guerra/ataque-japones-a-pearl-harbor/

Qual foi o fato decisivo para a rendição do Japão em setembro de 1945?

O lançamento das bombas atômicas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki resultou na destruição total dessas cidades e forçou a rendição do Japão na Segunda Guerra.

O que provocou a rendição japonesa em 1945?

A rendição japonesa aos Estados Unidos aconteceu no dia 14 de agosto de 1945, dias após os EUA lançarem as duas bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.

O que forçou a rendição do Japão em agosto de 1945?

Mas o dia 9 de agosto de 1945 trouxe outro desastre: a segunda bomba atômica foi lançada, dessa vez sobre Nagasaki. Diante da destruição causada pelas bombas, o imperador Hirohito anunciou pelo rádio, em 14 de agosto (ou 15 de agosto, se considerado o horário japonês), sua rendição.

Quando o Japão assinou sua rendição?

124), “Com o objetivo de apressar a rendição japonesa e demonstrar ao mundo o seu enorme poderio bélico, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre o Japão: a primeira sobre Hiroshima (6 de agosto) e a segunda em Nagasaki (9 de agosto). Em 02 de setembro de 1945, o Japão assinou a rendição incondicional.

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