Qual a relação entre as memórias e as emoções do filme Divertida Mente?

O filme -

É a animação que devolve a Pixar a propriedade sobre criações marcantes. Da mesma forma que a produtora foi brilhante ao dar vida a bonecos e realizar um tratado sobre o começo e o fim da infância no início de carreira, aqui ela retoma os primeiros passos para conceber o que talvez seja uma de suas maiores obras-primas. Divertida Mente sabe dosar aventura, diversão conversando com o publico contemporâneo com imagens cartuns dos anos sessenta abrindo poderosas reflexões sobre o ser humano. Pete Docter nunca desapontou e já havia nos emocionado antes. Escreveu ou dirigiu obras como Monstros S.A., Wall-E e UP! Altas Aventuras. Justamente as animações mais tocantes da Pixar, antes do mais recente Viva.

O filme representa a relação de cérebro e mente de uma forma lúdica e compreensível.

Nele, as cinco principais emoções que Divertida Mente relata são raiva, medo, alegria, tristeza e o nojo. Todas elas ficam numa sala de controle que num primeiro momento começa de um modo bem simples.

Ao abrir os olhos, ainda quando bebê, a sala de controle tem apenas um botão. Ao longo do crescimento, o local fica mais complexo, mais opções de botões, criações e armazenamento de memórias, entre outros.

Todos juntos auxiliam a controlar os estados de espírito de Riley através da sala de controle. Muitas vezes, gerando, até mesmo, conflito para quem está no comando naquele momento , com isso , é possível observarmos como as emoções agem em nossos aprendizados, tomar decisões importantes e, até mesmo, determinar nossos gostos. Assim, a acompanhamos do nascimento até a adolescência, onde são trabalhadas metáforas e analogias que colaboram o tempo todo para a narrativa. Há também sacadas geniais envolvendo amigos imaginários; memórias de curto e longo prazo; sonhos e pesadelos; estruturas bases do ego; entre outros detalhes que parecem jogar uma lupa sobre nós mesmos de maneira precisa, evidenciando cada nuance do ser humano.

É preciso perceber as emoções -

Ninguém consegue compreender, controlar e muito menos gerenciar aquilo que não se identifica, por isso é importante perceber as nossas emoções !

Durante diversos estágios da vida, acompanhamos o cérebro e mente da Riley interligados. Acompanhando as oposições e convergências das emoções, que a auxiliam a tomar decisões importantes.Podemos notar que as decisões tomadas em determinados momentos, irão dar o tom emocional básico para o restante da vida. Assim como, muitas de nossas memórias são fixadas através das emoções.

É possível compreender os papéis fundamentais de todas as emoções para nossa vida.

E é muito onde as pessoas tropeçam. Embora simples, quanto mais sutil é a emoção, mais difícil é de percebê-la. Entretanto, o que mais importa é que elas sempre estarão presentes e exercendo influências sobre nós.

Podemos comparar as emoções com uma bola de neve. Quando começam são pequenas, quase imperceptíveis, mas conforme “descem morro abaixo”, crescem até tomar proporções incontroláveis.

Afinal, foi isso que fez com que a Riley se desligasse e terminasse com alguns dos “mundos basilares” que havia dentro dela, como a família, paixão pelo esporte, etc.

Observamos cada emoção assumindo uma forma que remete imediatamente a sua categoria. Das ilhas de personalidade (que podem desmoronar para que novas sejam levantadas), passando pelo trem do pensamento. Conhecemos a lixeira da memória, o set hollywoodiano para construção de sonhos (uma das partes mais criativas e divertidas do filme), a aplicação de uma ideia (através de uma lâmpada no painel de controle), o caminho irrestrito para o pensamento abstrato, o labirinto de memórias…

A Tristeza -

  • Valor do choro. “Chorar faz eu me acalmar e suportar o peso dos meus problemas.” (Tristeza falando para Alegria). ...

No filme, a emoção tristeza é pouco compreendida e quase sempre deixada de lado. Tudo isso, porque as demais emoções não entendem sua importância.

Ocorre que muitas pessoas pensam que por não estar alegre, possuem menos valor. O que não é uma verdade.

A verdade é que a tristeza assim com as outras emoções é fundamental.

Se formos analisar, talvez no momento que Riley se emociona na escola ao se apresentar, se ela tivesse a chance de vivenciar a tristeza naquele momento (a alegria tira a tristeza do centro de controle), a jornada teria sido diferente.

Por isso, se sentir triste, deixar a tristeza vir quando for preciso é sim capaz de trazer benefícios.

Afinal, ela nos auxilia na introspecção e nos faz refletirmos sobre nossas próprias vivências ao fazer a limpeza das mágoas e aliviar tensões. Além de, se colocar no lugar do outro, ter compaixão e humildade.

O Medo

No filme, a emoção alegria sente medo de se sentir triste. O que é muito curioso. Mas, a verdade é que o medo é uma emoção que possui como intenção positiva a proteção.

Pensando em uma situação mais extrema, quando éramos primitivos, onde naquela época avistasse de longe um animal perigoso. O medo seria o primeiro indicativo para você não se aproximar e manter-se em segurança.

Evidentemente, que no tempo atual, o medo existe em nós. Entretanto, não nessa perspectiva que exemplificamos.O nosso medo nos comunica inconscientemente que devemos estar em alerta e, até mesmo, recuar em determinada situação. Com isso, nos protegendo de possíveis riscos.

Mas, na sua perspectiva negativa pode gerar insegurança e inércia.

A alegria

  • Força de um sorriso. “Se você sorrir comigo vai ajudar bastante.” (Mãe de Riley para Riley). ...

O filme deixa claro que somos pessoas cíclicas. Passamos por diversas emoções no mesmo dia e está tudo bem.

Dessa forma, a alegria pode ir e voltar.

A emoção alegria é muito potencializadora. Acaba, por nos deixar capazes de vivenciar o prazer, entusiasmo, excitação e motivação.

Mas, não somente sobre nós mesmos, a alegria transforma. Pois, contagia as demais pessoas e ambientes.

Contudo, em excesso pode gerar vícios e processos depressivos.

A raiva-

A grande maioria de nós pensa que a raiva é somente algo negativo. Que não há vantagens em sentir raiva mas, em realidade, é uma emoção de impulsionamento. Um exemplo, é quando sentimos a injustiça, ela é um sentimento que deriva da raiva.

Sendo uma das energias mais poderosas que existem.

Entretanto, muitas vezes é utilizada contra outros ou contra si próprio. Seu aspecto negativo se reflete na impulsividade.

O Nojo -

O filme apresenta a personagem Nojinho e sua função, explicando que ela impede que a Riley se intoxique física e socialmente.

Aqui no IBN, entendemos o nojo como uma sensação, podendo vir da combinação do medo e da tristeza.

Inconscientemente te protege daquilo que pode vir a te fazer mal, como uma preventiva.

Conclusão -

Assim, resumidamente, entendemos que não existe emoções melhor ou pior; que o medo e o nojo nos fazem sobreviver (o medo impede que entremos na jaula do leão durante uma visita ao zoológico; o nojo, por sua vez, não deixa a gente comer um lanche apodrecido); que a raiva impede injustiças e estimula o sujeito a se defender; que muita alegria é ruim e pode nos tirar a noção (além de elevar o ego em momentos inapropriados); que a tristeza é necessária ( nos leva a reflexão, além de dar abertura para o desabafo); que as memórias são fixadas pelas emoções; que memória define e influencia a nossa personalidade; que nós temos um verdadeiro arquivo de memórias (que verdadeiramente em nós funciona através de associação); e que há memórias que acabam apagadas. E que afinal, esquecer pode ser algo bom.

Somado ainda a uma trilha radiante, um sacrifício extremamente comovente no clímax e sacadas muito bem tiradas com as emoções de outros indivíduos

Dentre todos esses atributos, que por si já valem cada minuto do nosso tempo, a animação ainda consegue ir além, ao evidenciar que nenhuma emoção pode trabalhar sozinha. Muito pelo contrário, elas não são unidimensionais.

Vale a pena assistir!

Cássia Sarath

Divertida Mente Nome Original: Inside Out Direção: Pete Docter e Ronnie Del Carmen Elenco: Vozes de Amy Poehler, Bill Hader, Lewis Black, Phyllis Smith, Mindy Kaling Gênero: Animação, Aventura, Comédia Produtora: Pixar Animation Studios Distribuidora: Disney

Como as emoções e a memória estão relacionadas no filme Divertida Mente?

As memórias são fixadas pelas emoções Durante o filme, os cinco sentimentos ficam dentro de uma sala, onde acompanham tudo o que acontece com Rilley. Os principais eventos do dia são guardados em esferas — a representação de nossas memórias.

Qual a relação entre as memórias e as emoções?

Por sua vez, a emoção não afecta apenas a memória. Face a um estado emocional intenso não é apenas a memória que é afectada, mas antes todo o sistema cognitivo com repercussões ao nível da percepção, atenção, memória, raciocínio, linguagem e tomada de decisões (Christianson, 1992a; Schacter, 1995).

Como os sentimentos do filme Divertida Mente se relacionam?

A Alegria garante a felicidade de Riley, o Medo garante sua segurança, o Raiva busca justiça, a Nojinho (desgosto) garante que a jovem não seja contaminada, tanto fisicamente quanto socialmente, e a Tristeza mostra quando ela precisa de ajuda.

Para que servem as memórias base no filme Divertida Mente?

Memórias Base são objetos importantes no filme da Disney/Pixar, Divertida Mente. Esses tipos especiais de Orbes de Memórias contém uma memória muito especial (como uma conquista ou traço de comportamento), e ativa/cria uma ilha que serve de base à personalidade e ao interesse dessa pessoa.