Qual a importância do cuidado paliativo na vida do paciente e dos seus familiares?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que os cuidados paliativos são aqueles serviços em saúde integrados e centrados na pessoa com a finalidade de atender as necessidades e preferências desse indivíduo. A OMS destaca ainda que os cuidados paliativos são necessários para levar mais conforto e dignidade a pacientes com distintas formas de doenças crônicas como, por exemplo:

  • Aids
  • Anomalias congênitas
  • Artrite reumatoide
  • Câncer
  • Diabetes
  • Doenças cardiovasculares
  • Doença hepática crônica
  • Doença de Parkinson
  • Doenças neurológicas
  • Doenças respiratórias
  • Esclerose múltipla
  • Insuficiência renal, entre outras doenças.

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Qual a importância do cuidado paliativo na vida do paciente e dos seus familiares?

Em medicina, por que os cuidados paliativos são importantes?

O Departamento de Saúde Pública de Queensland, na Austrália, mantém um artigo em seu site em que reforça a importância deste tipo de cuidado, lembrando a todos que, embora a medicina venha apresentando inúmeros avanços, há condições de saúde que não podem ser corrigidas. Diante disso, o foco do cuidado deve ser concentrado na garantia de melhor qualidade de vida para este indivíduo. O cuidado, por sua vez, deve abranger:

  • Controle dos sintomas
  • Independência do paciente
  • Bem-estar emocional, espiritual e cultural
  • Planos para o futuro
  • Cuidados com a família/cuidadores do paciente

Isso significa que os cuidados paliativos englobam não apenas os últimos dias de vida do paciente. Pelo contrário, dependendo da condição de saúde, eles podem se estender por vários anos e podem ser administrados na própria casa em que esse indivíduo vive, envolvendo também seus familiares (que muitas vezes são cuidadores).

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12 sinais e sintomas que podem ser tratados por meio de cuidados paliativos

  1. Dor
  2. Constipação
  3. Náuseas e vômitos
  4. Diarreia
  5. Problemas de intestino ou de bexiga
  6. Perda de apetite/peso
  7. Falta de ar ou dificuldade para respirar
  8. Tosse que não cessa
  9. Depressão
  10. Delírio ou confusão mental
  11. Fraqueza
  12. Dificuldade de dormir

Em medicina, quem é responsável por esse tipo de cuidado?

É correto afirmar que não há um único responsável pela qualidade de vida do paciente neste sentido. Ou seja, precisam envolver médicos, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogos e até conselheiros espirituais, se esse for o desejo do paciente. Entre os médicos, podem oferecer este tipo de cuidado desde os envolvidos em cuidados primários até especialistas de diversas áreas.

Qual a importância do cuidado paliativo na vida do paciente e dos seus familiares?

(foto: Pixabay)


Os cuidados paliativos englobam um conjunto de pr�ticas que t�m por objetivo proteger as pessoas do sofrimento trazido por doen�as dif�ceis e que amea�am a vida. Para falar um pouco a respeito, convido a Dra. Sarah Ananda, m�dica paliativista do grupo Oncocl�nicas.

Quando falamos em cuidado paliativo, muitas vezes a ideia que vem � cabe�a � de um paciente que est� morrendo e n�o h� mais o que fazer por aquela pessoa. � importante desmistificar esse conceito, pois � justamente o oposto.

No cuidado paliativo sempre h� o que fazer pelo paciente, porque n�o existem limites para o cuidado. S�o cuidados para pessoas com alto grau de sofrimento, seja potencial (diagn�stico de uma doen�a grave e tem uma jornada pela frente) ou real (quando o paciente est� sofrendo), desde o diagn�stico, em conjunto com outros tratamentos, na fase final e se estende tamb�m ao per�odo do luto, com o suporte aos familiares e cuidadores.

Um dos pontos fortes dos cuidados paliativos � o reconhecimento do lado humano, al�m da doen�a. Ou seja, enfatiza a import�ncia de conhecer a biografia e os valores do indiv�duo e tratar cada ser como �nico.

Em uma pesquisa realizada em 2011 com pacientes de cuidados paliativos, eles mencionaram essas necessidades espec�ficas: "Ser reconhecido como uma pessoa", "Ter uma escolha e estar no controle", "Estar conectado � fam�lia e ao mundo exterior", "Estar espiritualmente conectado" e "Conforto f�sico".

Infelizmente, n�o temos a forma��o adequada em Cuidados Paliativos em nossa gradua��o. Temos muito a evoluir nesse quesito e � triste ver a diferen�a dessa realidade - no Uruguai, por exemplo, 100% das faculdades de medicina contemplam a disciplina de Cuidados Paliativos.

No Brasil, n�o existe ainda uma forma��o espec�fica nas grades curriculares em cuidados paliativos na gradua��o dos m�dicos ou demais profissionais de sa�de.

Algumas universidades t�m a disciplina de cuidados paliativos ou temas relacionados como bio�tica e tanatologia, mas ainda s�o a minoria. A aus�ncia de forma��o espec�fica no Brasil faz com que os estudantes que percebem a necessidade urgente desse aprendizado se organizem atrav�s da cria��o de ligas acad�micas: atualmente existem no Brasil em torno de 30 ligas acad�micas de cuidados paliativos e a maioria delas � composta por estudantes de diferentes cursos.

No Reino Unido, por exemplo, desde 1987, a medicina paliativa � considerada uma especialidade m�dica. No Brasil, somente em agosto de 2011 � que a medicina paliativa veio se tornar uma �rea de atua��o m�dica, segundo resolu��o 1973/2011 do Conselho Federal de Medicina.

Em geral, o profissional que tem interesse pela �rea busca um curso de forma��o espec�fico como p�s-gradua��o, especializa��o ou resid�ncia m�dica. A diferen�a entre elas � que a resid�ncia m�dica, reconhecida pelo MEC,  tem uma carga hor�ria pr�tica predominante, enquanto a maioria das p�s-gradua��es possuem a maior carga hor�ria te�rica.

Quem opta pela p�s-gradua��o para obter o t�tulo na �rea de atua��o de medicina paliativa precisa fazer a prova de sufici�ncia da AMB, al�m de comprovar experi�ncia pr�tica na �rea. J� para quem opta pela resid�ncia m�dica pelo MEC  j� recebe o certificado ao final do per�odo de um ano, e pode cadastrar o RQE na �rea.

Importante enfatizar que, para submeter a prova de t�tulo ou em um processo seletivo para resid�ncia de medicina paliativa, o m�dico precisa ter a forma��o pr�via com resid�ncia ou t�tulo de especialista em uma dessas especialidades: Anestesiologia, Pediatria, Cancerologia, Cl�nica M�dica, Geriatria, Medicina de Fam�lia e Comunidade, Medicina Intensiva, Neurologia, Nefrologia  ou de Cirurgia de Cabe�a e Pesco�o.

Em Minas Gerais, a Sociedade de Tanatologia e Cuidado Paliativo de Minas Gerais (SOTAMIG) promove um curso anual de tanatologia e cuidados paliativos e h� em Minas Gerais cursos de p�s gradua��o em Cuidados Paliativos (presencial e a dist�ncia), oferecidos por institui��es de grande experi�ncia em ensino, al�m de vagas de resid�ncia m�dica em Cuidados Paliativos em tr�s grandes hospitais de BH.

V�rios paliativistas est�o dando aulas de sensibiliza��o e conhecimento sobre o que s�o os cuidados paliativos em v�rios cursos de gradua��o/ligas acad�micas e dentro das suas institui��es de trabalho, bem como em congressos de v�rias especialidades.

A grande miss�o � trabalhar a mudan�a de paradigma do cuidado centrado na doen�a para o cuidado centrado na pessoa e o entendimento que o cuidado paliativo trabalha e valoriza a vida, mesmo diante da possibilidade da morte.

Qual a importância da família nos cuidados paliativos?

Em cuidados paliativos (CP), o principal objectivo no apoio à família assenta em ajudá-las a cumprir a sua função cuidadora, a fim de que a participação no processo de perda que vivenciam seja concluída da forma mais saudável possível.

Qual a importância dos cuidados paliativos para o paciente?

Cuidados Paliativos: a importância do cuidado, do conforto e do controle dos sintomas. Esse modelo de cuidados se dá com a prevenção e/ou alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, promovendo o controle da dor e diminuição de outros possíveis sintomas de difícil controle.

Como deve ser abordado os cuidados paliativos para o paciente e familiares?

Os cuidados paliativos podem ser realizados na casa do paciente, em um hospital ou unidade de saúde, ou em um hospice. Seu principal objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente no final da vida. A decisão para o início dos cuidados paliativos é uma decisão conjunta de paciente, familiares e médico.

Como explicar os cuidados paliativos para uma família?

Esse tipo de assistência consiste em proporcionar um atendimento personalizado, voltado a reduzir e prevenir sintomas, além de oferecer todo o suporte físico, psicológico, social e emocional que o paciente precisa nesse momento tão complexo.