Qual a importância da Terceira Revolução Industrial na globalização?

Autor: Marcelo Rodrigues dos Santos

Sem o comércio internacional, a revolução industrial não teria sido possível. A globalização iniciada pela Inglaterra, a partir de 1849, permitiu ao país escapar da armadilha malthusiana, modelo em que a população cresce mais rápido que a produção, gerando instabilidades. Fatores internos apenas, como a inovação tecnológica e proteção da propriedade privada, não seriam suficientes para evitar a estagnação diante do crescimento sem precedentes. Mais: sem a possibilidade de comércio intercontinental, a taxa de produtividade certamente teria sido menor.

Outra quebra estrutural já estava ocorrendo quando a revolução industrial teve início: o primeiro grande choque de globalização. Foi com a influência combinada da mudança do mercantilismo para o comércio livre, no começo do século 19, assim como o desenvolvimento de novas tecnologias de transporte e o declínio constante em seus custos ao longo de todo o século, que os grandes gaps de preço intercontinentais começaram a desaparecer. O progresso técnico em manufatura começara 40 anos antes.

Consequentemente, foi só no século 19 que o comércio internacional em larga escala se tornou possível para commodities básicas como grãos, carvão e outras matérias-primas.

Essa expansão do comércio internacional toma lugar ao mesmo tempo em que a tecnologia atinge um estado de desenvolvimento alto o suficiente para permitir à economia transitar da estagnação para o crescimento dinâmico, do setor agrícola para o da manufatura. Sem essa troca intercontinental, não seria possível realocar mão de obra e terras da agricultura para a indústria – haveria uma crise alimentar e os preços das matérias-primas permaneceriam proibitivos.

Em torno de 1800 houve uma aceleração do crescimento tecnológico e, com a intensificação da inovação em manufatura, recursos foram transferidos para o setor, elevando os preços das commodities agrícolas. Perto de 1840 os preços relativos se estabilizaram, pois passaram a serem determinados pelo mercado internacional.

Com a importação de produtos, a alocação de terras de fazendas para outros empreendimentos aumentou quase nove vezes entre 1730 e 1860. E, enquanto a população mais que triplicou ao longo da revolução industrial, a agricultura doméstica nem ao menos dobrou. O valor da terra também caiu.

Um modelo da economia inglesa hipoteticamente fechada, estruturado a partir do fluxo circular da renda em dois setores, não é capaz de explicar a queda no valor da terra observado no século 19. Sem o comércio internacional – com as colônias ou outra região do mundo – a Inglaterra não conseguiria realocar recursos para a produção de bens manufaturados em ritmo acelerado. O período de transição em um modelo de economia fechada seria significativamente mais longo.

O artigo foi escrito pelo professor Marcelo Rodrigues dos Santos, em coautoria com os pesquisadores da FGV Pedro Cavalcante Ferreira e Samuel Pessôa.

O original, em inglês, foi aceito para publicação no Macroeconomic Dynamics e a versão preliminar do Working Paper está disponível no acervo do Insper. Acesse aqui.

Nos primórdios da presença humana na Terra, as modificações que o homem produzia eram muito pequenas, sobretudo, antes do desenvolvimento da atividade agrícola. No decorrer da história da humanidade, com o crescimento populacional e com o desenvolvimento de novas técnicas, o domínio de novas tecnologias e os novos instrumentos de produção, as intervenções nas paisagens foram sendo cada vez mais intensas e amplas.

Nesse sentido, um marco na relação sociedade-natureza e no estabelecimento de novas formas de produção foi a Primeira Revolução Industrial.

Essa Revolução Industrial foi um processo iniciado na Inglaterra, aproximadamente na metade do século 18, que teve como um dos principais acontecimentos a invenção da máquina a vapor e sua aplicação na produção têxtil, ou seja, na fabricação de fios e tecidos.

Esse processo trouxe modificações significativas na economia e na sociedade, que se tornaram mais complexas, e, por conseqüência, no espaço geográfico: aumentou a quantidade de profissões, de mercadorias produzidas, de unidades de produção (as fábricas); as cidades passaram a crescer, em alguns casos, num ritmo bastante acelerado; o campo conheceu um processo de mecanização; foram estruturadas ferrovias, que aumentaram a capacidade de circulação de mercadorias e pessoas, além de terem agilizado o transporte; a necessidade por matérias-primas agrícolas e minerais ampliou-se significativamente e, em decorrência disso, muitos povos foram explorados, sobretudo no continente africano.

Essas modificações foram, num primeiro momento, restritas aos países que hoje denominamos de desenvolvidos - diversos da Europa, como Alemanha, França, Bélgica e Holanda entre outros, além da própria Inglaterra; EUA; Japão. A partir de meados do século 20, alguns países subdesenvolvidos se industrializaram, entre eles, o Brasil, mas o processo verificado nesses países é diferente daquele que ocorreu nos desenvolvidos, pois, por exemplo: o capital (dinheiro e máquinas) veio, em boa parte, de fora (de outros países), assim como a tecnologia, por meio de empresas estrangeiras (multinacionais).

Segunda Revolução Industrial

Desde a Primeira Revolução Industrial, o avanço tecnológico passou a atingir um ritmo bastante acelerado e isso se intensificou a partir da segunda metade do século 20 (Terceira Revolução Industrial), com o lançamento contínuo de novos produtos, a elaboração de novas máquinas e o aprimoramento de equipamentos de informática e de robôs, sempre controlados pelas grandes empresas multinacionais que possuem sedes nos países desenvolvidos e por esses países mesmos. Na Segunda Revolução Industrial, entre meados do século 19 e meados do século 20, diversos inventos passaram a ser produzidos e comercializados: automóvel, telefone, televisor, rádio, avião.

Essas situações de avanço tecnológico contínuo e modernização de equipamentos e produtos podem contribuir para que as pessoas desvalorizem o que não é moderno, inclusive, as sociedades que têm uma grande riqueza cultural, nas quais a criatividade humana está presente de forma marcante, como nas diversas sociedades indígenas que habitam o Brasil.

Terceira revolução industrial

Logo após a Segunda Grande Guerra, a economia internacional começou a passar por profundas transformações. Elas caracterizam a Terceira Revolução Industrial, diferenciando-a das duas anteriores, uma vez que engloba mudanças que vão muito além das transformações industriais.

Essa nova fase apresenta processos tecnológicos decorrentes de uma integração física entre ciência e produção, também chamada de revolução tecnocientífica.

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