Qual a base econômica da sociedade chinesa?

A China é a segunda maior potência econômica mundial, a maior exportadora mundial e detentora de reservas cambiais do mundo. Contudo, apesar da China ter um dos PIBs que mais cresce no mundo, o crescimento da sua economia desacelerou bruscamente para 2,3% em 2020, contra 6% em 2019, devido aos impactos provocados pela pandemia da COVID-19. O contexto de 2019 já era resultado de uma desaceleração estrutural, à medida que a economia se afasta de um modelo de crescimento impulsionado por investimentos e o governo implementa políticas para reduzir as vulnarabilidades financeiras. Atualmente, a demanda externa resiliente e o robusto consumo doméstico fortaleceram esse crescimento mesmo com as preocipações crescentes voltados para os riscos financeiros diante de uma restruturação da economia protagonizada pelo governo. Em 2021, o crescimento voltou com força a uma taxa de 8%. Os novos setores como e-commerce e serviços financeiros online estão ganhando destaque em uma economia dominada por setores voltados para exportações. De acordo com a previsão do FMI de outubro de 2021, espera-se que o PIB se estabilize a uma taxa de 5,6% em 2022 e 5,3% em 2023.

No final de 2021, a inflação alcançou 1,1% e deve permanecer estável nos próximos dois anos em 1,8% em 2022 e 1,9%  em 2023 (FMI, outubro de 2021). A dívida pública é um dos motivos de preocupação na China. Embora o número oficial para 2021 tenha sido de 68,9%, o número real é considerado muito maior e espera-se que aumente nos próximos anos. De acordo com o relatório publicado pelo Instituto Internacional de Finanças, o estoque total da dívida corporativa, das famílias e do governo do país agora excede 303% do produto interno bruto e representa cerca de 15% de toda a dívida global. Ultimamente, o governo tem direcionado cortes de gastos em seu orçamento e o Presidente Xi Jinping disse que restringirá os empréstimos a empresas estatais gigantes é "a prioridade das prioridades". No entanto, o FMI antecipa um aumento da dívida pública no futuro, atingindo 72,1% em 2022 e 74,5% em 2023. Devido à pandemia, o saldo orçamentário do governo atingiu uma baixa recorde de -9,5% do PIB em 2020, comparado a -5,9% no ano anterior, porém retomou uma taxa de 6,9% em 2021. Mas esperasse que, em 2022 e 2023, mantenha-se a tendência de baixa, cuja estimativa é que o PIB chegue em -6,5% e -6%.  Por outro lado, a China ainda é a maior reserva de moedas estrangeiras (estimada em 3,2 trilhões de dólares em janeiro de 2022 pelo governo chinês), o que poderá servir como um amortecedor para a volatilidade soberana externa, juntamente com um superávit em conta corrente estimado em 275,7 bilhões de dólares em 2022 (FMI, outubro de 2021). O consumo ainda deve se recuperar dos impactos provocados pelo coronavírus. Embora as vendas de bens de luxo estejam crescendo e as receitas de bilheteria tenham atingido novas máximas, a falta de recuperação no emprego e a queda na renda familiar significam que as perspectivas de uma recuperação total do consumo não são boas (OCDE, 2021).

Em 2022,  o maior desafio que a China terá que enfrentar é relacionado à economia e aos impactos sociais e de saúde provocados pela pademia. Além disso, persistem muitos outros desafios, tais como o envelhecimento da população e a diminuição da força de trabalho, a falta de abertura do sistema político e problemas de competitividade de uma economia dependente de elevadas despesas de investimento e da expansão do crédito. Existem ainda grandes diferenças de nível de vida entre a cidade e o campo, entre as áreas urbanas da costa e as regiões do interior e do oeste do país, bem como entre as classes médias urbanas e as que não puderam se beneficiar do crescimento das últimas décadas. Essas desigualdades estão se tornando cada vez mais inquietantes tanto para as autoridades chinesas como para os investidores, por isso o voto de Xi Jinping de concluir a erradicação da pobreza rural até 2020, seguida de seu discurso no ano seguinte de que a "árdua tarefa de erradicar a pobreza extrema foi cumprida (BCC News, fevereiro de 2021), embora a referência nacional usada pelo governo chinês seja ligeiramente superior à linha de pobreza de 1,90 dólar por dia usada pelo Banco Mundial para analisar a pobreza globalmente.

De acordo com o Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social Yin Weimin, a mais baixa taxa de desemprego foi provocada, principalmente, pela nova economia digital e pelo empreendedorismo. Muitos analistas dizem, no entanto, que a figura governamental é um indicador pouco confiável dos níveis nacionais de emprego, pois leva em conta apenas o emprego nas áreas urbanas e também não mede os milhões de trabalhadores imigrantes que chegam ao país a cada ano. Apesar do contexto global, a taxa de desemprego diminuiu um pouco, indo 4,2% em 2020 para 3,8% em 2021. O FMI espera, no entanto, que essa tendência seja retomada aos níveis pré-pandemia de 3,7% em 2022 e 3,6% em 2023.

Principais setores econômicos

Altamente diversificada, a economia chinesa é dominada pelos setores manufatureiro e agrícola. A China é o pais mais populoso do mundo e um dos maiores produtores e consumidores de produtos agrícolas. A agricultura empregou cerca 24,7% da população ativa em 2021 (Banco Mundial, 2022) e contribui para cerca de 7,7% do PIB, embora apenas 15% do solo chinês (aproximadamente 1,2 milhões de km²) seja arável. O país é líder mundial na produção de cereais, arroz, algodão, batata e chá, bem como, em termos de pecuária, na criação de ovinos, de suínos e ainda na oferta de produtos de pesca. Uma série de planos têm visado transformar, modernizar e diversificar a agricultura para a tornar mais produtiva. Além disso, o país é rico em recursos naturais e tem uma significativa reserva de carvão (a principal fonte de energia da China), o que equivale a dois terços do consumo total de energia primária. A China é líder na produção de certos minérios (estanho, ferro, ouro, fosfatos, zinco e titânio) e tem uma significativa reserva de petróleo e gás natural, fazendo com que seja o quinto maior produtor de petróleo do mundo, com 3,38 milhões de barris por ano em 2021.

O setor industrial contribui com aproximadamente 37,8% do PIB chinês e empregou 27% da população em 2021 (Banco Mundial, 2022). A China tornou-se um dos destinos preferidos para a terceirização das unidades de fabricação globais devido à sua oferta de mão de obra barata, apesar do aumento nos custos trabalhistas nos últimos anos. O desenvolvimento econômico da China coincidiu principalmente com o desenvolvimento de um setor manufatureiro competitivo e orientado para o exterior. Mais da metade das exportações chinesas são realizadas por empresas com capital estrangeiro. Sua participação no valor agregado varia de acordo com o setor é de mais de 60% no setor de eletrônicos e menos de 20% para a maioria dos bens de produção. O setor público representa ainda aproximadamente 39% do PIB.

A participação do setor terciário é de, aproximadamente, 54,5% do PIB e empregou cerca de 47% da força de trabalho eem 2021 (Banco Mundial, 2022). Embora a participação do setor no PIB tenha crescido nos últtimos anos, o setor de serviços não se desenvolveu, atravancado pelos monopólios públicos e pelas regulamentações restritivas. O desenvolvimento do setor tem estado limitado porque o foco do país está nas exportações de manufaturados e as substanciais barreiras ao investimento no setor. Todavia, o governo chinês vem se concentrando mais nos setores de serviços nos últimos tempos, especialmente em subsetores como finanças, logística, educação e saúde, e também pretende se posicionar entre os principais exportadores de transporte, turismo e construção.

A pandemia da COVID-19 teve um impacto podereso na economia global de 2020. Porém, a recuperação global continua, mesmo que o ímpeto tenha enfraquecido no final de 2021 e a incerteza tenha aumentado à medida que a pandemia ressurgiu, deixando marcas duradouras no desempenho de médio prazo. O aumento da inflação global está fazendo com que os investidores se preocupem com o crescimento no futuro, mas muitos economistas dizem que os aumentos de preços diminuirão, abrindo caminho para um crescimento de 4,7% do PIB global em 2022 (Fundo Monetário Internacional - FMI, 2022 e Morgan Stanley, 2021). O impacto da pandemia parece ter afetado os dois lados da maioria dos setores e mercados na China pelo segundo ano consecutivo – interrupções na demanda e problemas de fornecimento – tornando as perspectivas de curto prazo incertas para os setores de agricultura, indústria e serviços.

Divisão da atividade econômica por setor Agricultura Indústria Serviços
Emprego por setor (em % do emprego total) 25,3 27,4 47,3
Valor agregado (em % do PIB) 7,7 37,8 54,5
Valor agregado (crescimento anual em %) 3,0 2,6 2,1

Fonte: World Bank, Últimos dados disponíveis. Devido ao arredondamento, a soma das percentagens pode ser superior / inferior a 100%.

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Indicador de liberdade econômica

Definição

O indicador de liberdade económica mede dez componentes da liberdade económica, divididos em quatro grandes categorias: a regra de direiro (direitos de propriedade, nível de corrupção); O papel do Estado (a liberdade fiscal, as despesas do governo); A eficácia das regulamentações (a liberdade de inciativa, a liberdade do trabalho, a liberdade monetária); A abertura dos mercados (a liberdade comercial, a liberdade de investimento e a liberdade financeira). Cada um destes dez componentes é medido numa escala de 0 a 100. A nota global do país é uma média das notas dos 10 componentes.}}

Nota:58,4/100Posição mundial:107Posição regional:20

Qual a base econômica da sociedade chinesa?

Classificação do ambiente de negócios

Definição

O ranking de ambiente de negócios mede a qualidade ou a atratividade do ambiente de negócios nos 82 países abrangidos pelas previsões do The Economist. Este indicador é definido pela análise de 10 critérios: o ambiente político, o ambiente macroeconômico, as oportunidades de negócios, as políticas no que diz respeito a livre iniciativa e concorrência, as políticas no que diz respeito ao investimento estrangeiro, o comércio exterior e o controle do câmbio, a carga tributária, o financiamento de projetos, o mercado de trabalho e a qualidade das infraestruturas.

Nota:5.99/10 Posição mundial:55/82

Fonte: The Economist Intelligence Unit - Business Environment Rankings 2020-2024

Qual é a base da economia chinesa?

O governo chinês chama o seu sistema econômico de "socialismo com características chinesas", mas o que isso realmente significa é disputado. Alguns o consideram como uma economia mista, outros o consideram como capitalismo.

Qual era a principal atividade econômica da sociedade chinesa?

O comércio foi uma intensa atividade econômica para os chineses. Primeiramente, praticava-se o escambo, que é a troca direta de mercadorias sem o uso de moedas. Posteriormente, em locais e épocas diferentes, moedas, barras e peças de ouro e bronze começaram a ser usadas nas relações comerciais.

Como se apresenta a economia chinesa?

O país corresponde à segunda maior economia do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. É considerado o país que mais cresceu economicamente nos últimos 25 anos, o que foi proporcionado pela abertura econômica a partir de 1976 que transformou a China em uma economia mista.

Como a China ficou rica?

O que essas empresas estrangeiras levaram à China foi a tecnologia, o que foi essencial para a modernização do país. Com a produção em massa, os preços dos produtos chineses ficaram baratíssimos em relação a outros mercados, dando para o país uma fantástica competitividade no mercado internacional.