Quais são os seis protocolos básicos para a segurança do paciente?

Documento serve como guia de procedimentos para evitar eventos adversos no tratamento de pacientes

O Ministério da Saúde aprovou os Protocolos Básicos de Segurança do Paciente. O documento é dividido em seis tópicos: Identificar corretamente o paciente; Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde; Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos; Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos; Higienizar as mãos para evitar infecções; Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão.

O Protocolo engloba as sugestões colhidas na consulta pública feita em abril, considera a importância do trabalho integrado entre gestores do SUS, os conselhos profissionais do setor saúde e instituições de ensino e pesquisa sobre segurança do paciente.

Desenvolvido em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Programa Nacional de Segurança do Paciente busca prevenir e reduzir a incidência de eventos que gerem danos ao paciente como quedas, administração incorreta de medicamentos e erros em procedimentos cirúrgicos, tanto em serviços de saúde públicos e privados.

A legislação institui ações para o melhor atendimento do paciente em serviços de saúde e qualidade, em nível nacional, que deverão ser utilizadas por todas as unidades de saúde do Brasil. A versão completa dos Protocolos Básicos de Segurança do Paciente está disponível no endereço www.saude.gov.br/segurancadopaciente.

Duas questões motivaram a OMS a eleger os protocolos de segurança do paciente: o pouco investimento necessário para a sua implantação e a magnitude dos erros e eventos adversos decorrentes da falta deles.

Os protocolos Básicos de Segurança do Paciente tem por característica:

  •  Protocolos Sistêmicos;
  •  Protocolos Gerenciados;
  •  Promovem a Melhoria da Comunicação;
  •  Constituem instrumentos para construir uma prática assistencial segura;
  •  Oportunizam a vivência do trabalho em equipes;
  •  Gerenciamento de riscos.

Prezar pela segurança do paciente é uma das missões diárias dos profissionais que trabalham em clínicas, consultórios e hospitais por todo mundo. Na sua instituição, como a questão é tratada?

Afinal, a segurança do paciente é um assunto institucionalizado, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo governo brasileiro.

Manter a segurança do paciente, bem como prezar pelas suas boas práticas, é uma forma de evitar que incidentes dentro das dependências da instituição de saúde ocasionem lesões, problemas de saúde ou a morte dos pacientes.

É, portanto, um tema sério, cuja eficácia na aplicação depende totalmente da gestão do consultório, clínica ou hospital.

Neste conteúdo, vamos te explicar tudo sobre o assunto, destrinchando o que é segurança do paciente, quais conceitos seguir e como garantir uma excelente experiência do paciente em sua instituição. Vamos lá?

O que é segurança do paciente?

A segurança do paciente refere-se aos protocolos, normas e boas práticas que instituições de saúde tomam para proteger seus pacientes de erros, lesões, acidentes e infecções.

Esse é um tema complexo e repleto de polêmicas, mas a verdade é que esse é um problema real e que afeta não apenas milhares, mas milhões de pessoas ao redor do mundo.

De acordo com dados de um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), 40% dos pacientes experimentam algum tipo de problema de segurança em seu atendimento — seja nos primeiros socorros ou já no ambulatório.

Além disso, de acordo com dados de estudo divulgados na revista científica National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine, cerca de 2,6 milhões de pessoas morrem todo ano por conta de práticas inseguras no seu atendimento médico.

Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP)

O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado em 2013, com o intuito de qualificar o cuidado e as práticas de segurança do paciente em instituições de saúde por todo o Brasil.

O PNSP foi uma iniciativa do Ministério da Saúde em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Foi uma resposta do governo brasileiro à crescente preocupação com o assunto em todo o mundo.

Por exemplo, a OMS lançou em 2004 a Aliança Mundial pela Segurança do Paciente. Hoje, o programa é batizado como “Patient Safety Program“.

Qual é a importância da segurança do paciente?

A segurança do paciente é muito importante para a manutenção do cuidado com a saúde. Suas iniciativas buscam evitar e minimizar ao máximo os danos físicos, mentais ou emocionais, bem como proteger as informações privadas do paciente.

Essas iniciativas podem incluir protocolos projetados para prevenir acidentes, negligência ou diagnósticos incorretos que podem causar danos ao paciente.

Engana-se, porém, quem pensa que a segurança do paciente é uma iniciativa unilateral.

Na verdade, o que se busca é a prática equilibrada, correta e precisa da medicina.

Aqui, falamos de todos os tipos, da medicina integrativa à tradicional.

Para você ter noção, erros relacionados à prescrição errônea de medicação são a principal causa de lesões e danos nos sistemas de saúde.

E veja bem, são danos evitáveis.

Porém, no mundo todo, eles acontecem e, além de prejudicar as pessoas, esses erros somam um custo total de US$ 42 bilhões anuais.

Os dados são de um relatório desenvolvido pela IMS Institute for Healthcare Informatics.

Quais são os 6 protocolos básicos de segurança do paciente?

A aplicação da segurança do paciente é realizada seguindo algumas diretrizes. São 6 protocolos básicos, criados originalmente pela Organização Mundial da Saúde, e estabelecidos no PNSP pela Portaria MS/GM nº 529/13.

O motivo pelo qual esses protocolos foram definidos são os seguintes:

  • O pequeno investimento necessário para a sua implantação;
  • A magnitude dos erros e eventos adversos decorrentes da falta deles.

Com isso, é possível construir instrumentos mais seguros e rígidos em sua aplicação, de modo que o cuidado com a saúde seja cada vez melhor e mais completo.

1. Identificação do paciente

O protocolo visa garantir a correta identificação dos pacientes. Assim, é possível evitar erros na prescrição e administração de medicamentos, bem como em procedimentos cirúrgicos.

Esses são erros que podem acontecer em qualquer momento do atendimento.

É por isso que os cuidados se estendem já no momento em que o paciente entra no sistema.

Todas as informações devem ser corretas e seguir um fluxo compreensivo, de modo que os profissionais de saúde as acessem sem problemas.

2. Higiene das mãos

Já o protocolo de higiene das mãos busca evitar infecções relacionadas à assistência à saúde (ocorrência conhecida como “IRAS”).

Esses problemas são bastante comuns: de acordo com um relatório da OMS, infecções relacionadas aos cuidados com a saúde atingem 7 a cada 100 pacientes em países de primeiro mundo. 

Para evitar essas ocorrências, a OMS definiu algumas diretrizes para a higiene das mãos dos profissionais de saúde. Ela deve acontece:

Antes

  • Do contato com o paciente;
  • Da realização do procedimento.

Depois

  • Da exposição a fluidos corporais;
  • Do contato com o paciente;
  • Do contato com áreas próximas ao paciente.

3. Segurança cirúrgica

Ocorrências em cirurgias são um verdadeiro pesadelo para o paciente, profissionais e para a instituição de saúde.

Um dos protocolos de segurança do paciente visa justamente reduzir a incidência desses erros, garantindo que os procedimentos ocorram nas melhores condições, no local certo e no paciente correto.

De acordo com o PNSP, deve-se realizar um checklist cirúrgico para verificar se as informações estão corretas:

  • Antes da indução anestésica;
  • Antes da incisão cirúrgica;
  • Antes do paciente sair da sala cirúrgica.

É uma tarefa realizada por um profissional, que identifica tudo sobre o procedimento, bem como questões de conformidade e compliance de saúde.

O processo é o seguinte:

  • Antes da anestesia, o profissional confirma as informações pessoais necessárias com o próprio paciente;
  • Antes da primeira incisão cirúrgica, o profissional confirma verbalmente com a equipe sobre o procedimento a ser realizado, bem como a função de cada um ali;
  • Por fim, após a cirurgia, o profissional faz um levantamento de tudo que foi utilizado, bem como revisa o plano de cuidado e recuperação para o pós-cirurgia.

4. Prescrição segura

O protocolo de prescrição segura visa exatamente garantir que os pacientes recebam a prescrição exata de medicamentos para seu tratamento.

Uma das soluções mais inovadoras é utilizar um sistema com receituário digital, capaz de memorizar prescrições e realizar a indicação inteligente das posologias mais adequadas para os pacientes.

5. Prevenção de quedas

A ocorrência de quedas em instituições de saúde e ambientes de assistência à saúde ainda é bem alta — e pode levar a danos sérios.

Especialmente em pacientes em recuperação de alguma cirurgia ou procedimento do tipo, bem como para os mais idosos.

Elas podem ocasionar diversos ferimentos, que causam sangramentos, fratura dos ossos ou problemas com os pontos de incisões ainda não cicatrizadas.

Prevenir as quedas, portanto, é um dos protocolos da segurança do paciente.

6. Prevenção de úlceras por pressão

Já esse protocolo tem total relação com uma boa gestão de leitos: a prevenção de úlceras por pressão (UPP) visa evitar úlceras e outras lesões na pele dos pacientes hospitalizados.

É algo que ocorre em pacientes com problemas na própria pele ou mesmo em idosos.

Trata-se de uma ocorrência agravante, que pode dificultar o período de recuperação do paciente.

Além disso, ocasiona dores e infecções que podem ser graves, que podem evoluir para a sepse ou mesmo para a morte.

Portanto, saber lidar e prevenir úlceras por pressão e demais lesões cutâneas é um importante fator no atendimento médico e clínico.

Conceitos de segurança do paciente que você precisa conhecer

Além dos protocolos, vale conhecer alguns dos conceitos associados à segurança do paciente e que foram estabelecidos pela OMS com seu Patient Safety Program.

É importante compreender sua definição para garantir que todas as boas práticas em sua instituição de saúde sigam o que determina a OMS e o que o Ministério da Saúde segue.

Retiramos as definições diretamente do Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Confira:

Dano

Comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico.

Incidente

Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente.

Risco

Probabilidade de um incidente ocorrer.

Circunstância notificável

Incidente com potencial dano ou lesão.

Near Miss

Incidente que não atingiu o paciente — porém, que chegou perto ou teve alguma chance. Near miss é um termo em inglês que pode ser traduzido como “quase acidente”.

Evento adverso

Incidente que resulta em dano ao paciente.

Incidente sem lesão

Incidente que atingiu o paciente, mas não causou danos.

Como garantir a segurança do paciente com uma boa gestão de clínicas e consultórios?

Sem dúvidas, garantir a segurança do paciente é uma necessidade das clínicas e consultórios. Porém, para isso, uma boa gestão é indispensável.

Afinal, falamos da implementação de processos, boas práticas e protocolos que essencialmente visam controlar comportamentos profissionais dentro do ambiente de trabalho.

Essas boas práticas e protocolos são diretrizes sólidas para o começo de um bom atendimento médico, que só pode se desenvolver com envolvimento de todos.

Portanto, o treinamento e a conscientização são essenciais.

Porém, apenas vai dar certo com a inclusão da tecnologia na administração de processos.

Um sistema para gestão de clínicas e consultórios pode colocar uma instituição em outro patamar de atendimento.

Primeiro, porque permite a centralização de todas as informações dos pacientes.

O prontuário eletrônico, por exemplo, é um documento digital completo, contendo todos os diagnósticos, exames, histórico e demais anotações de médicos e especialistas sobre um paciente.

Além disso, um sistema completo oferece benefícios que você não encontra em qualquer lugar e que melhoram a qualidade do serviço médico. Quer exemplos?

O receituário digital, que já explicamos antes, é um deles.

O outro é o recurso de telemedicina, que capacita sua instituição para oferecer atendimentos a distância.

Assim, por meio dele, o paciente pode entrar em contato com os especialistas que necessita, realizar suas consultas ou acompanhamentos e ter muito mais comodidade no seu cuidado com a saúde.

E claro, também falamos de um sistema que capacita seus profissionais, permitindo um atendimento humanizado.

Com mais tempo hábil para focar em suas dores e necessidades, é possível fornecer mais atenção aos problemas do paciente, prestando um auxílio diferenciado.

Segurança do paciente: Dúvidas frequentes

Antes de encerrarmos, que tal conhecer as respostas para algumas das dúvidas frequentes que ouvimos de clientes e leitores sobre segurança do paciente? Veja só:

O que é Plano de Segurança do Paciente (PSP)?

O Plano de Segurança do Paciente (PSP) é um documento próprio de cada instituição de saúde. Ele oficializa e determina as ações e boas práticas de prevenção a incidentes e demais eventos que possam ocorrer com pacientes e profissionais, durante a assistência à saúde.

Como aplicar os protocolos de Segurança do Paciente?

Para implementar os protocolos de Segurança do Paciente, definidos pela OMS e também pelo Ministério da Saúde, sua instituição precisa seguir algumas etapas. Primeiro, o planejamento e a preparação. Então, a adoção de tecnologias, como um sistema de gestão.

Eleve Saúde

O Eleve Saúde é o melhor software para gestão de consultórios e clínicas — e é a solução ideal para assegurar a implementação dos protocolos de segurança do paciente.

Isso porque a solução da Eleve é completa: garante eficiência no atendimento de mais de 50 especialidades médicas, bem como possui prontuário eletrônico integrado, agenda online e receituário digital.

Ou seja, absolutamente toda sua estrutura administrativa (e operacional!) a poucos cliques de distância.

O Eleve Saúde potencializa seu poder de decisão, bem como capacita o atendimento dos seus profissionais de saúde.

E claro, o sistema presta grande auxílio no setor financeiro e contábil, ajudando por exemplo no faturamento hospitalar.

Assim, você evita as indesejáveis glosas e mantém o caixa da instituição intacto — no caminho do crescimento!

Quer conhecer mais sobre as possibilidades do Eleve Saúde?

Confira todos os benefícios do principal software para gestão de clínicas e consultórios do Brasil!

Conclusão 

E então, gostou de aprender mais sobre a segurança do paciente?

Esse é um assunto sério e, mais importante, institucionalizado — parte de uma iniciativa de mais de 15 anos da OMS e que o Brasil já aderiu há muitos anos.

É essencial que toda instituição de saúde siga os protocolos e vise a diminuição dos casos evitáveis de problemas relacionados à assistência médica.

No seu negócio, como são as práticas diárias? É possível manter todos os protocolos funcionando?

Se tiver problemas, já sabe: a solução ideal é o Eleve Saúde!

Não deixe também de continuar acompanhando o nosso blog, que está sempre com novidades. Aproveite para conferir o artigo que preparamos sobre a Lei do Prontuário Eletrônico.

Nosso conteúdo completo sobre inflação médica também pode ser interessante para você!

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Quais são os seis protocolos básicos de segurança do paciente?

Conheça os 6 Protocolos Básicos:.
Protocolo de Úlcera por Pressão: ... .
Protocolo de Higiene das Mãos: ... .
Protocolo de Cirurgia Segura: ... .
Protocolo de Segurança na Prescrição, uso e Administração de Medicamentos: ... .
Protocolo de Identificação do Paciente: ... .
Protocolo de Prevenção de Quedas:.

Como surgiu as 6 metas de segurança do paciente?

As 6 metas internacionais de segurança do paciente foram criadas em 2006 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente da Joint Commission International (JCI), uma das principais organizações que prezam por altos padrões internacionais de segurança em saúde.

O que é um protocolo de segurança do paciente?

Os protocolos constituem práticas de segurança do paciente voltadas para propiciar uma prática assistencial segura e são componentes obrigatórios dos planos (locais) de segurança do paciente dos estabelecimentos de Saúde, conforme estabelecido pela Resolução RDC nº 36/2013.

Quais são os passos da segurança do paciente?

Relembre os 10 passos para Segurança do Paciente:.
Identificação do paciente;.
Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos;.
Cateteres e sondas – conexões corretas;.
Cirurgia segura;.
Sangue e hemocomponentes – administração segura;.
Paciente envolvido com sua própria segurança;.
Comunicação efetiva;.

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