Mas além disso, existem diferentes sistemas ou modos de produção agrícola, que variam de um lugar para outro em função das condições socioeconômicas, culturais, técnicas e influências do meio natural que caracterizam cada espaço geográfico. Dentre os principais sistemas agrícolas, destacam-se a agricultura de subsistência, agricultura itinerante, agricultura de jardinagem, agricultura de plantation e o modelo empresarial de Belts desenvolvido nos Estados Unidos.
AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA
É um sistema extensivo. Visa atender às necessidades básicas de consumo dos agricultores e de suas famílias. É ainda praticada em regiões muito pobres da África e a América Latina, onde os agricultores não têm disponibilidade de capital para adquirir meios técnicos para aumentarem sua produção. Normalmente é feita em pequenas e médias propriedades. O excedente, quando ocorre, pode abastecer alguns centros urbanos.
AGRICULTURA ITINERANTE
Outro exemplo de sistema extensivo. É uma variável da agricultura de subsistência, com a diferença essencial de que o agricultor precisa periodicamente mudar o local de plantio. Isso ocorre com agricultores que utilizam a prática da queimada para preparar a área de plantio. A queimada acarreta o esgotamento precoce do solo, o que força seu abandono em busca de outra área a ser cultivada, onde a mesma prática se repete. Os produtos agrícolas cultivados são de subsistência, como o milho, a mandioca, o inhame etc. Essa agricultura se desenvolve especialmente no Continente Africano e na América Latina. No Brasil, a agricultura de roça é um exemplo de agricultura itinerante e de subsistência. Também pode ocorrer a prática de uma pecuária itinerante. Em geral ocorre em pequenas e médias propriedades, mas também ocorre em alguns latifúndios.
AGRICULTURA DE JARDINAGEM
É praticada na Ásia das Monções (Sudeste Asiático), onde os verões são quentes e possuem uma elevada umidade. É uma agricultura tradicional, que utiliza as técnicas de irrigação e adubação somadas a cuidados bastante especiais em relação aos vegetais e ao solo, o que consequentemente permite uma boa produtividade. Predomina a rizicultura, ou seja, o plantio do arroz. Porém, não pode ser considerada uma monocultura, visto que diversos outros vegetais são cultivados. No geral, as propriedades são muito pequenas e ocorre o emprego de uma grande quantidade de mão-de-obra. Uma técnica muito utilizada é o terraceamento (aplainamento em degraus de superfícies inclinadas, interrompendo um declive) para que ocorra retenção de água e sedimentos e para evitar a erosão pluvial. É um sistema intensivo em mão-de-obra, pois o trabalho manual é utilizado em grande escala, nas fases de adubação, plantio e colheita – o que explica o reduzido uso de máquinas.
AGRICULTURA DE PLANTATION
Os europeus desenvolveram esse tipo de agricultura em suas colônias tropicais a partir do século XVI. As principais características dessa agricultura são: utilização da monocultura voltada para o mercado externo, desenvolvida em grandes propriedades rurais (latifúndios); uma quantidade numerosa de mão de obra e a produção em grande escala. Uma consequência desse modelo de agricultura é a concentração da terra e o abandono das lavouras de subsistência. É um exemplo de sistema extensivo, pois apesar da grande produção (em função dos enormes terrenos usados), o uso de técnicas arcaicas faz com haja uma baixa produtividade. Ocorre uma grande dependência em relação aos mercados externos, o que contribui para possíveis instabilidades econômicas. Exemplo: cultivo da cana-de-açúcar no Brasil e Antilhas; produção de banana na América Central.
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AGRICULTURA DOS ESTADOS UNIDOS
Esse modelo de agricultura empresarial é um exemplo de sistema intensivo, vide a sua alta produtividade. Emprega uma grande quantidade de máquinas e pouca mão-de-obra, visando a atender às necessidades do mercado. É um modelo extremamente competitivo, e os alimentos produzidos são vendidos no mercado interno e externo. Predominam as médias e grandes propriedades familiares (os farmers) que desenvolvem uma produção especializada, que deram origem aos belts (cinturões agrícolas), que são extensas áreas do território destinadas a um tipo de produto principal. Os Estados Unidos são considerados o celeiro do mundo, ou seja, a maior potência agrícola do globo, apesar da agropecuária representar apenas 2% do PIB americano e empregar 3% da população economicamente ativa.