IMPACTOS AMBIENTAIS DA AGRICULTURA NO PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO NO NORDESTE DO BRASIL
Resumo
O semi-árido Nordestino, com 1 milhão de km2, 20 milhões de habitantes, precipitações baixas e variáveis, elevado risco da atividade agropecuária e nível tecnológico muito baixo, reúne os piores indicadores econômicos e sociais do país. A conseqüência têm sido sua lenta mas contínua degradação ambiental. A prevenção e o combate a esta degradação é o objeto da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, da qual o Brasil é signatário. A desertificação é definida como a redução da produtividade biológica ou econômica das terras e a fragilidade ambiental, social ou econômica tem sido usada como medida da susceptibilidade a este processo. A desertificação é causada por uma interação complexa de fatores físicos, biológicos, políticos, sociais, culturais e econômicos, freqüentemente fechada em ciclos viciosos que costuma progredir em fases: 1) desmatamento; 2) degradação do solo; 3) redução da produção e da renda agropecuária; e 4) a deterioração das condições sociais. A erosão é a mais grave causa de degradação do semi-árido Nordestino, por sua irreversibilidade, pela grande extensão de solos rasos, pelos aguaceiros intensos e pela agricultura em áreas de declividade alta e sem qualquer medida de prevenção. As perdas de solo em caatinga não perturbada são inferiores a 0,1 Mg ha-1 ano-1, enquanto em áreas agrícolas freqüentemente ultrapassam 30 Mg ha-1 ano-1. Mais preocupante é que essas perdas 1 eqüivalem a poucos mm de profundidade do solo e podem passar despercebidas em curto prazo. As conseqüências ambientais da degradação do solo são bastante graves por si próprias, mas seu aspecto mais danoso é na redução da capacidade de produção das terras, principalmente quando esta redução é irreversível. Não há medidas inquestionáveis da tendência de deterioração das produções, complicadas pela variabilidade no tempo, mas quase todos os indicadores mostram baixas produções e produtividades, tanto por área quanto por pessoal ocupado, em qualquer ano considerado, e ainda mais baixas nos anos de seca. As conseqüências sociais são expressas nos indicadores das áreas rurais Nordestinas, os piores do país.
Palavras-chave: Degradação ambiental, perda de solo, ambiente semi-árido
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Fonte: Pensamento Verde
O ato de semear e colher vem ganhando grande destaque na tecnologia agrícola, trazendo modernização a um dos métodos de criação mais antiga da humanidade. Enquanto a agricultura moderna vem ampliando seus espaços e fomentando a economia, a de subsistência também amplia sua prática tradicional, se associando à sustentabilidade.
O fato é que a modernidade na agricultura causa grande impacto econômico e social onde é implantada. Como trata-se de um processo muito mais elaborado e que requer espaço e estruturação, a agricultura moderna está vinculada a latifúndios e monoculturas, principalmente para os agronegócios.
O início da agricultura moderna data do início da Revolução Industrial, quando o segmento começou a usar energia a vapor e a eletricidade em seus processos. O uso de tratores, semeadeiras, colheitadeiras e outros maquinários permitiu que houvesse um grande aumento da produção, além da regularização das safras.
A tecnologia começou a focar em determinadas culturas para apresentar uma máquina mais indicada para seu tipo de cultivo. A exemplo da máquina que separa o caroço da fibra de algodão, outras começaram a surgir e a agilizar ainda mais as atividades.
A agricultura moderna reformulou os padrões familiares e sociais das regiões. Num primeiro momento, demonstrou a necessidade de um aprimoramento do manuseio técnico para melhor uso da tecnologia oferecida.
A chamada Revolução Verde, iniciada na década de 60, foi um marco na agricultura moderna. Com o pretexto de acabar com a fome mundial, os mercados agrícolas foram expandidos como verdadeiras corporações que se transformaram em agronegócios. Também foi iniciada a criação em massa de plantas modificadas geneticamente, o uso desordenado de agrotóxicos e um grande endividamento dos agricultores.
Começou a ocorrer também uma maior dependência entre os países, que começaram a valorizar a monocultura e a necessitar da importação de produtos. Dentre os malefícios à natureza estão o empobrecimento do solo, a erosão, a poluição e a perda da biodiversidade.
Outro fenômeno ocorrido após o início da implantação da agricultura moderna foi a evasão humana. Tudo porque, com o uso crescente das máquinas e o grande aumento da produção de alimentos, começou a diminuir drasticamente a demanda por trabalhadores rurais. Para garantir o sustento familiar, as famílias começaram a migrar das zonas rurais para os centros urbanos, acentuando os desníveis sociais das grandes cidades.
A redescoberta da agricultura tradicional
Quando a população finalmente se deu conta da necessidade de ampliar a sustentabilidade, a agricultura tradicional foi resgatada e vem crescendo cada vez mais entre pequenos e médios agricultores.
Com foco na sua própria subsistência e aumento da renda familiar, os pequenos proprietários também optam pela policultura orgânica, na qual é proibido o uso de maquinário, fertilizantes, inseticidas e alimentos geneticamente modificados.
Como não há a utilização de nenhum tipo de veneno e a criação homogênea de culturas, o solo se torna muito mais saudável e é capaz de apresentar nutrientes para as plantações, que crescem maiores e mais suculentas.
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