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Esta publicação também está disponível em: Português A redução da pressão arterial (PA) tem como objetivo proteger órgãos alvos e prevenir desfechos cardiovasculares. Para isso existem as metas para tratamento da HAS. A decisão terapêutica deve basear-se no nível de PA, na presença de fatores de riscos, lesão de órgão alvo, doença cardiovascular pré-estabelecida, DM e presença de doença renal. De acordo com esses dados, classifica-se o risco do paciente hipertenso, conforme tabela abaixo. Estratificação de risco no paciente hipertenso de acordo com fatores de risco adicionais, presença de lesão em órgão-alvo e de doença cardiovascular ou renal PAS 130-139 ou PAD 85-89 HAS estágio 1 HAS estágio 2 HAS estágio 3 sem fatores de risco sem risco adicional risco baixo risco moderado risco alto – Paciente com estágio 1 de risco baixo e moderado: inicialmente devemos tentar a terapia não farmacológica por 3 (moderado risco) a 6 meses (baixo risco). Caso não haja controle da PA, iniciar tratamento medicamentoso. – Estágios 2 e 3 e/ou alto risco (mesmo no estágio 1): devemos iniciar tratamento medicamentoso imediato associado a terapia não medicamentosa. – Pré-hipertensão: tratamento não medicamentoso. O medicamento pode ser considerado naqueles com PA 130-139 /85-89 mmHg e história prévia de DCV ou naqueles com risco cardiovascular alto, sem DCV. – Idosos: recomenda-se início da terapia farmacológica a partir de níveis de PAS ≥ 140 mmHg. Nos pacientes ≥ 80 anos, o limite para início da terapêutica passa a ser ≥160 mmHg. Metas: Categoria Meta Sempre que possível, o controle da PA deve ser confirmado pela MAPA ou MRPA. Deve-se ter cautela na redução da PA em idosos e naqueles com PA muito elevadas. Deixe um comentárioVocê pode gostarSobre o autorThiago MidlejEspecialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de
Cardiologia e pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina de São Paulo - INCOR. Índice
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial definida como uma pressão arterial sustentada maior ou igual a 140 mmHg sistólica e 90 mmHg diastólica. Está frequentemente associada a alterações de órgãos alvos, alterações metabólicas e altamente relacionada com a mortalidade cardiovascular e cerebrovascular. Além dos níveis pressóricos associados à hipertensão, é fundamental identificar os fatores de risco como alta ingestão de sal, alta ingestão de álcool, sedentarismo, obesidade e história familiar, eventos que estão diretamente associados ao aumento da hipertensão no mundo. Epidemiologia da hipertensão arterial sistêmicaA hipertensão arterial sistêmica é um problema de saúde pública no mundo todo. De acordo com a OMS mais de um bilhão de pessoas em todo mundo são hipertensas e cerca de 4 em cada 10 adultos com mais de 25 anos de idade tem hipertensão. Devido ao aumento das taxas de obesidade e o envelhecimento da população, é estimado que um terço da população tenha hipertensão até 2025. Atualmente cerca de 54% dos AVCs e 47% das doenças isquêmicas do coração no mundo são conseqüência da pressão arterial elevada. Fisiopatologia da hipertensão arterial sistêmicaEm cerca de 90% dos pacientes com pressão arterial elevada não tem uma única causa reversível, por isso o termo Hipertensão Primária. Entretanto, a maioria desses pacientes
apresenta comportamentos como consumo excessivo de calorias, sal, álcool e falta de atividade física, o que contribui para a hipertensão. Diagnóstico da hipertensão arterialA avaliação inicial do paciente com hipertensão inclui história clínica e exame físico para confirmar a elevação da pressão arterial e identificar os fatores de risco associados, alguma possível causa secundária e avaliar o risco cardiovascular. Cerca de 90% dos pacientes são assintomáticos. Alguns podem apresentar cefaléia e tontura, que nem sempre estão associados a HAS. É fundamental a pesquisa de lesão de órgãos alvo (LOA), como os rins, os vasos e o coração e pesquisa de causas secundárias da hipertensão arterial. Na tabela abaixo listamos os principais sintomas das lesões dos órgãos alvos: Medicação da pressão arterial (PA)No consultórioRecomenda-se, pelo menos, a medição da PA a cada dois anos para adultos com PA ≤ 120/80 mmHg, e anualmente para aqueles com PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg. Hipotensão ortostática deve ser suspeitada em pacientes idosos, diabéticos e naqueles em uso de medicação anti-hipertensiva. Fora do consultórioA PA fora do consultório pode ser obtida através da medição residencial da pressão arterial (MRPA), com protocolo específico, ou da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) de 24 horas. Exames complementares de hipertensãoOs exames complementares são fundamentais para a avaliação do paciente hipertenso, sobretudo aqueles com maior risco de lesão de órgão alvo. Os principais exames que devem ser solicitados de acordo com historia e exame físico são:
Classificação da Hipertensão Arterial SistêmicaHipertensão:
Pré-Hipertensão:
Hipertensão Estágio 1:
Hipertensão Estágio 2:
Hipertensão Estágio 3:
Hipertensão do Avental Branco: caracterizada por valores anormais da PA no consultório, mas com valores normais no MAPA ou MRPA. Estratificação do RiscoO risco cardiovascular deve ser avaliado em todo paciente hipertenso, pois auxilia na decisão terapêutica e no prognóstico. A estratificação do risco CV no paciente hipertenso pode ser baseada em duas estratégias diferentes:
Tratamento da Hipertensão Arterial SistêmicaO tratamento do paciente hipertenso inclui medidas não medicamentosas e uso de anti-hipertensivos, a fim de reduzir a PA e prevenir lesão de órgão alvo. Na maioria dos indivíduos é preconizado os dois tipos de tratamento, já que a adesão das medidas comportamentais a médio e longo prazo costumam ser mínimas. A decisão terapêutica deve ser baseada no nível da PA, presença de fatores de risco, lesão de órgão alvo ou doença cardiovascular.
HIPERTENSOS ESTÁGIO 2 E 3 E/OU DE ALTO RISCO
PA DE 130-139/85-89 mmHg
HIPERTENSOS IDOSOS
Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica medicamentosoDiuréticosAção anti-hipertensiva: efeitos natriuréticos com diminuição do volume extracelular e redução da resistência vascular periférica. Agentes Alfa Agonista de ação centralAção
anti-hipertensiva: estímulo de receptores alfa 2 que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. Diminuem a atividade simpática e o reflexo dos barorreceptores contribuindo para bradicardia relativa; reduz níveis plasmáticos de renina e retêm fluidos. Beta bloqueadoresAção anti-hipertensiva: diminuição do DC e secreção de renina com
readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas. AlfabloqueadoresAção anti-hipertensiva: antagonistas competitivos dos receptores alfa 1 pós sinápticos levando a redução da RVP e do DC Vasodilatadores diretosAção anti-hipertensiva: atuam diretamente relaxando a musculatura lisa arterial e levando a redução da RVP. Bloqueadores do Canais de CálcioAção anti-hipertensiva: redução da RVP devido a redução do cálcio intracelular. Existem 2 classes: Inibidores da ECAAção anti-hipertensiva: a inibição da enzima conversora de angiotensina I, impedindo a transformação de angiotensina I em angiotensina II, de ação vasoconstritora. Bloqueadores da AngiotensinaAção anti-hipertensiva: antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico dos receptores AT1,
responsáveis pelas ações vasoconstritoras, proliferativas e estimuladoras da liberação de aldosterona, próprias da angiotensina I Inibidores diretos da ReninaAção anti-hipertensiva:
clínico, promove a inibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II. Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica não medicamentosoEssa terapia envolve o controle ponderal, medidas nutricionais (controle do consumo de sódio, alimentação com fibras, ácidos graxos insaturados, oleaginosas, laticínios e etc), prática de atividade física, cessação do tabagismo, redução do consumo de álcool e controle do estresse. Confira o vídeo sobre hipertensão arterial sistêmica:
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REFERÊNCIASSociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Volume 107, Nº 3, Supl. 3, Setembro
2016. Qual o principal objetivo do tratamento da hipertensão arterial?O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais, sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas isoladas como associadas a medicamentos anti-hipertensivos.
Como deve ser o tratamento para hipertensão arterial sistêmica?A melhor forma de tratamento é uma dieta adequada e hábitos saudáveis de vida com uso de medicamentos de forma regular, quando necessário.. Abandono de tabagismo;. Redução do consumo de álcool;. Combate ao estresse;. Combate ao sedentarismo.. Qual a primeira linha de tratamento da hipertensão arterial sistêmica?Atualmente, os fármacos de primeira linha no tratamento da HAS são: diuréticos tiazídicos, inibidores do SRAA (iECA e BRA) e bloqueadores dos canais de cálcio.
Quais os tipos de tratamento para a hipertensão arterial?Tratamento da hipertensão arterial
Os medicamentos comumente utilizados no início do tratamento da hipertensão, podem ser diuréticos, betabloqueadores, antagonistas dos canais de cálcio, inibidores da enzima de conversora de angiotensina (IECa) ou bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA).
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