Quais são os fatores que podem alterar a produtividade de um ecossistema?

Os ecossistemas são compostos pelos organismos vivos que habitam um local e interagem entre si e pelas condições físicas e químicas do meio ambiente que afetam tanto as populações quanto o funcionamento do ecossistema. A este conjunto de características físicas damos o nome de fatores abióticos. Os principais fatores abióticos são:

A) Água – essencial a vida de todos os seres vivos, seja como recurso ou como local de vida. O balanço hídrico de um ecossistema é vital para a manutenção de seu funcionamento. Este balanço é mantido pelo ciclo da água, através do regime pluviométrico, fluxo dos rios, tempo de residência da água em lagos e acesso a fontes de água subterrânea. O stress hídrico é tão devastador para um ecossistema que, caso seja uma situação duradoura e continua, pode levar ao colapso completo de toda uma comunidade;

B) Luz e radiação – os organismos produtores dependem da luz para produzir as moléculas orgânicas que lhes mantem vivos. Muitas populações são adaptadas para sobreviver em locais com alta radiação e longos períodos iluminados (regiões tropicais) assim como também existem comunidades adaptadas as condições de períodos curtos de luminosidade (nas altas latitudes). A energia solar também serve para aquecer o corpo dos animais e auxiliar na manutenção de suas taxas metabólicas, especialmente para os organismos ectodérmicos como os répteis;

C) Temperatura – a variação térmica de uma região define os limites de vida dos organismos vivos. Em muitos casos, como ocorre nas zonas temperadas, as baixas temperaturas fazem os organismos migrarem ou hibernarem, alterando toda a dinâmica do ecossistema. Inversamente, os períodos quentes e secos das savanas africanas exigem o máximo de resiliência das populações que nelas habitam. As adaptações comportamentais e morfológicas dos seres vivos relacionadas às condições térmicas tem uma longa história evolutiva e, por este motivo, o rápido e recente aquecimento do planeta é extremamente preocupante, pois muitos organismos não serão capazes de sobreviver a tais mudanças;

D) Umidade – é o vapor de água presente na atmosfera que exerce pressão direta sobre os organismos vivos. Em florestas tropicais, por exemplo, onde a umidade do ar é alta, a eficiência da troca de calor por transpiração diminui, causando uma maior pressão hídrica. A umidade está diretamente relacionada à temperatura, variando consideravelmente entre as diferentes regiões do planeta;

E) Atmosfera – as condições atmosféricas também afetam os ecossistemas, podendo agir como perturbações de intensidades variadas. O vento quente de um deserto causa uma maior perda de água nos organismos que lá habitam enquanto um ciclone ou tufão tem consequências catastróficas para o equilíbrio ecológico, aumentando a taxa de mortalidade drasticamente. As massas de ar que se deslocam através das correntes de ar são essenciais para carrear umidade para regiões mais secas. Nos oceanos, os ventos influem na força das marés e são muito importantes para a oxigenação das camadas superficiais da água;

F) Solo – possui uma porção biótica (microrganismos e substâncias de origem orgânica) e uma porção abiótica, associada às diferentes formações rochosas e tipos de solo. O solo serve de substrato para o crescimento dos vegetais, participando do ciclo de diversos nutrientes essenciais, além de também servir como abrigo e habitat para organismos crípticos.

Além das condições ambientais, os recursos de origem inorgânica de um local também são classificados como um fator abiótico. Exemplos seriam os nutrientes minerais do solo absorvidos pelas plantas e as tocas ou cavernas utilizadas como habitat. Estes são essenciais para o crescimento e a sobrevivência das populações e também são levados em conta quando definimos se um ecossistema é funcional e está em equilíbrio acerca de seus fatores abióticos.

Referências:

D'Alpaos, A., 2011. The mutual influence of biotic and abiotic components on the long-term ecomorphodynamic evolution of salt-marsh ecosystems. Geomorphology, 126(3-4), pp.269-278.

Odum, E.P., Odum, H.T. and Andrews, J., 1971. Fundamentals of ecology (Vol. 3). Philadelphia: Saunders.

Sun, D., Meng, J. and Chen, W., 2013. Effects of abiotic components induced by biochar on microbial communities. Acta Agriculturae Scandinavica, Section B-Soil & Plant Science, 63(7), pp.633-641.

São os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas, ou seja, são serviços que o meio ambiente desempenha naturalmente e que resultam em benefícios para os seres humanos. Estes incluem serviços de Provisão, tais como produção de alimentos, fibras, madeira e água potável; serviços de Regulação, como a regulação de inundações e seca, degradação de terras e doenças; serviços de Suporte, tais como formação do solo, ciclagem de nutrientes; e serviços Culturais, como os recreativos, espirituais, religiosos e outros benefícios não materiais. Este é o conceito mais aceito na literatura, extraído do Millennium Ecosystem Assessment (2005).

O que é um ecossistema?

Um ecossistema é um complexo dinâmico de plantas, animais e comunidades de microrganismos (componente biótico) e o ambiente não vivo ou abiótico (água, ar, solo) interagindo como uma unidade funcional. Os seres humanos são parte integrante dos ecossistemas. Ecossistemas variam enormemente de tamanho e são dinâmicos. Uma lagoa temporária e uma bacia oceânica podem ser, por exemplo, denominados ecossistemas.

O que são funções ecossistêmicas?

Os Serviços Ecossistêmicos geram benefícios para a sociedade e estes são derivados, direta ou indiretamente, das funções ecossistêmicas, que são aquelas que geram os Serviços Ecossistêmicos. São os fluxos de materiais, energia e informações derivados dos ecossistemas naturais, que combinados com fatores antrópicos, produzem o bem-estar humano. Uma função passa a ser considerada um Serviço Ecossistêmico quando ela apresenta possibilidade e potencial de ser utilizada para fins humanos. O Serviço Ecossistêmico pode ser produto de uma ou mais funções. As funções ecossistêmicas podem ser classificadas em: (1) funções de regulação: relacionadas à capacidade de os ecossistemas regularem processos ecológicos essenciais de suporte à vida, como ciclos biogeoquímicos, manutenção da estrutura dos solos, absorção, filtragem e estoque de água, polinização, entre outras; (2) funções de produção (abastecimento): produção de alimentos, fibras e energia para o consumo humano, pela fotossíntese; (3) funções de informação: recreação, turismo, inspiração cultural e artística, informação histórica e cultural; e (4) funções de habitat: refúgio e berçario para espécies animais e vegetais. Serviços Ambientais X Serviços Ecossistêmicos Poucos autores na literatura fazem distinção entre “serviços ecossistêmicos” e “serviços ambientais”. Daqueles que separam conceitualmente os dois termos, os ‘serviços ecossistêmicos’ tratam exclusivamente dos benefícios humanos derivados de ecossistemas naturais, e o termo ‘serviços ambientais’ designa os benefícios ambientais resultantes de intervenções intencionais da sociedade na dinâmica dos ecossistemas, tais como as atividades humanas para a manutenção ou a recuperação dos componentes dos ecossistemas. Esse conceito enfatiza a contribuição humana para a manutenção ou ampliação do fluxo de bens e serviços ecossistêmicos. Como muitos autores e políticas, incluindo as brasileiras, utilizam de forma geral o conceito de serviços ambientais, este termo será adotado ao longo do presente texto.

Por que os Serviços Ambientais são importantes?

O ar que respiramos, o solo que cultivamos, o ciclo da água, as plantas que nos alimentam e muitos outros bens ecológicos são o resultado de um conjunto de processos mantidos por seres vivos ou pelos componentes bióticos que constituem os ecossistemas, juntamente do meio físico e não vivo ou abiótico. A biosfera, que é o conjunto dos ecossistemas existentes no planeta Terra, em si mesma, é o produto da vida na Terra. Por isso, a espécie humana é, em última instância, totalmente dependente das funções e dos serviços ecossistêmicos. São exemplos de serviços ambientais, importantes para a sociedade atual e suas gerações futuras, assim como para a sustentabilidade dos sistemas de produção: (1) manutenção da qualidade do ar e controle da poluição, por meio da regulação da composição dos gases atmosféricos, através de um maior sequestro de carbono e redução de gases causadores do efeito estufa; (2) controle da temperatura e do regime de chuvas, por meio do ciclo biogeoquímico do carbono e da evapotranspiração da vegetação que contribui para manter a umidade relativa do ar; (3) regulação do fluxo de águas superficiais, aumento do armazenamento, controle das enchentes, e transferência e recarga de aquíferos; (4) formação e manutenção do solo e da fertilidade do solo, pela decomposição da matéria orgânica e pelas interações entre raízes de plantas, bactérias e micorrizas; (5) degradação de dejetos industriais e agrícolas e ciclagem de minerais; (6) redução da incidência de pragas e doenças pelo controle biológico; (7) polinização de plantas agrícolas e de plantas silvestres através da dispersão de sementes; e (8) beleza cênica e manutenção das paisagens. Mudanças no funcionamento natural dos ecossistemas podem ter efeitos diretos ou indiretos na produção dos serviços ambientais. E isto pode ocorrer de forma positiva ou negativa. Por exemplo, quando desmatamos a vegetação ao redor de nascentes, é muito provável que a quantidade de água provida por ela irá diminuir, podendo até secar, bem como a sua qualidade, pois a água estará exposta à contaminação por poluentes, sedimentos e coliformes. Essa alteração no ambiente causa efeito negativo na provisão de água, um serviço ambiental, que por sua vez impactará de forma negativa o abastecimento da população que se beneficiaria deste recurso em suas condições naturais.

Quais são as categorias (classificação) dos Serviços Ambientais?

A Avaliação Ecossistêmica do Milênio (Millennium Ecosystem Assessment-MEA) foi solicitada no ano 2000 pelo então Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e foi conduzida entre 2001 e 2005, envolvendo mais de 1.300 cientistas e 95 países (TEEB, 2010). Teve por objetivo avaliar as consequências que as mudanças nos ecossistemas trazem para o bem-estar humano e as bases científicas das ações necessárias para melhorar a preservação e o uso sustentável desses ecossistemas. Esse esforço único de sistematização das informações relativas aos serviços ecossistêmicos e sua contribuição para o bem-estar humano demonstram que a comunidade internacional reconhece a necessidade e a urgência de se tomarem medidas inovadoras para proteger os ecossistemas, conciliando a sua preservação com o desenvolvimento econômico (ANDRADE e ROMEIRO, 2009). Uma das publicações que fazem uma análise crítica deste projeto é a de MONTES e SALA (2007). Para saber mais, consulte a lista de publicações produzidas pela Rede de Serviços Ambientais na Paisagem Rural.

Que fatores ambientais determinam a produtividade de um ecossistema?

A produtividade de um ecossistema depende de diversos fatores, dentre os quais os mais importantes são a luz, a água, o gás carbônico e a disponibilidade de nutrientes.

Que fatores interferem na produtividade primária líquida de um ecossistema?

A produtividade primária líquida varia entre ecossistemas e depende de muitos fatores. Estes incluem a entrada de energia solar, níveis de temperatura e umidade, níveis de dióxido de carbono, disponibilidade de nutrientes e interações da comunidade (por exemplo, pastagem por herbívoros) 2.

Como pode ser definida a produtividade dentro de um ecossistema?

A produtividade em um ecossistema pode ser conceituada como sendo a eficiência com que os organismos de determinado nível trófico aproveitam a energia recebida para produzir biomassa (Amabis & Martho, Biologia das Populações, v. 3, p. 343).

Quais fatores limitam a produtividade primária líquida nos ecossistemas aquáticos?

Quais fatores limitam a produtividade primária líquida dos ecossistemas aquáticos? R. Temperatura, radiação, fotossíntese, velocidade da corrente, variação do nível da agua e concentração de nitrogênio, fósforo e carbono.