Para desenvolver um trabalho de qualidade com fibra óptica, é necessário ir além da simples distinção entre monomodo e multimodo, e fazer um comparativo com as principais características, vantagens, desvantagens afim de escolher a fibra certa para sua rede.
Existem 3 grandes grupos de fibras ópticas para telecomunicações: NDSF, DSF e NZDSF.
As fibras NDSF, ou non dispersion shifted fiber, são as mais antigas, usadas até a década de 90 e eram otimizadas para o comprimento de onda de 1310nm (o mais empregado naquele período). Logo que os sistemas de 1550nm entraram em uso, essa fibra óptica começou a apresentar baixo rendimento por ter alto grau de dispersão considerando o comprimento de onda, o que limitava a distância e a velocidade de transmissão dos dados.
DSF ou dispersion shifted fiber são otimizadas para 1550nm, no entanto não apresentam bom desempenho com comprimentos de onda múltiplos nessa largura de banda.
Para corrigir todos os problemas detectados nos modelos de fibras anteriores, a classe NZ-DSF foi criada e é usada atualmente nas redes novas.
Dentro desses grupos aplicam-se ainda a diferenciação entre fibras monomodo (SM singlemode em inglês) e fibras multimodo (MM multimode em inglês). Por conta da extensa variedade de fibras e todas as inovações propostas para a otimização do produto, surgiram normas para definir as nomenclaturas, sendo as principais IEC, ITU e TIA. A mais aplicada e também a que usaremos para as explicações abaixo é a ITU.
Padronização
A fim de permitir que vários componentes, fibras e equipamentos tenham correspondência entre fabricantes, várias organizações como a ITU-T, TIA e EIA desenvolveram e publicaram normas e recomendações regularmente. Em particular, a ITU-T que criou uma série de recomendações para fibras ópticas multimodo e monomodo amplamente utilizadas em telecomunicações. Estes documentos indicam o direcionamento para os parâmetros das fibras, como tamanho do núcleo e casca, dispersão e comprimento da onde de corte. As recomendações ITU-T para fibras são organizadas da seguinte maneira:
Fibras ópticas multimodo – MM
Norma ITU-T G651: Fornece os requisitos de uma cabo de fibra óptica multimodo de índice gradual para uso nas regiões de 850nm ou 1300nm para redes de acesso óptico.
Modelos OM1, OM2, OM3 e OM4.
OM1 é a fibra MM 62,5/125 que está cada vez mais em desuso.
OM2, OM3 e OM4 são tipos de fibra MM 50/125, e ultimamente as mais utilizadas são OM3 e OM4 por permitirem maior capacidade de transmissão.
Fibras óticas monomodo – SM (sigla do inglês singlemode)
AS fibras SM possuem diversas subdivisões, considerando que são utilizadas em projetos de média a longa distância e com maior desempenho, exigindo baixa atenuação, maior largura de banda e algumas vezes raios de curvatura menores. Além disso, possuem as seguintes subdivisões nas recomendações ITU-T:
- G652 ( Subgrupos A, B, C e D) – Fibras para utilização em janelas 1310nm, mas que também podem ser usadas na região de 1550nm
As fibras do subgrupo a e b foram largamente instaladas na década de 90, sendo conhecidas como otimizadas para 1310nm. Se estas fibras forem utilizadas na janela de 1550nm, a dispersão deverá ser levada em conta. Os subgrupos c e d foram criados para reduzir os íons de água a fim de eliminar o efeito de atenuação ode pico na janela 1360-1460nm, sendo chamadas de fibras de baixo pico dágua, permitindo a utilização na faixa de comprimento de onda de 1260-1625nm. As fibras C e D são largamente utilizadas em redes WDM e PON para redes de acesso.
- G653 – Fibra de dispersão deslocada(DSF)
Foi desenvolvida para a utilização com lasers à 1550nm. Nesta fibra óptica, o ponto de dispersão nulo é transferido para 1550nm, permitindo um tráfego de alta velocidade em um canal de único comprimento de onda próximo à 1550nm. Apresenta problemas devido a efeitos não lineares quando utilizadas em redes DWDM, o que faz com que essas fibras sejam raramente implantadas.
- G654 – Fibra com comprimento de onda de corte deslocado
Foi projetada para sinais de alta potência a longas distâncias. Possui comprimento de onda de dispersão nula em torno de 1300nm , possuindo taxas de perdas muito baixas à 1550nm, devido à utilização de um núcleo de sílica pura. O comprimento da onde de corte fica em torno de 1500nm, deixando a fibra óptica restrita na utilização das regiões entre 1500 e 1600nm. Estas fibras são normalmente usadas em aplicações submarinas.
- G655 – Fibra de dispersão deslocada não nula (NZDSF)
Foi desenvolvida para aplicações em redes WDM, utilizando comprimentos de onda múltiplos na largura de banda.
- G656 – Fibras com dispersão cromática com valores positivos entre 2 a 14 ps/(nm-km) na banda de comprimento de onda entre 1460-1625nm.
Isto faz com que a dispersão mude mais lentamente de acordo com o comprimento de onda, gerando a possibilidade de mais 40 canais adicionais DWDM na faixa de utilização de 1530-1565nm.
- G657 (A1, A2/B2, B3) – Descreve os tipos de fibras que apresentam melhor desempenho de flexão quando comparadas as fibras da categoria G652.
As fibras das categorias A e A/B são totalmente compatíveis com as fibras G652. Devido a sua baixa sensibilidade a curvatura, este tipo de fibra óptica é indicado para uso em projetos FTTX de última milha. O que varia entre os modelos de G657 é o raio mínimo de curvatura:
657.A1 (10 mm)
G.657.A2/B2 (7.5 mm)
G.657.B3 (5 mm)
G652 (30 mm)
Os cabos da Fibracem são produzidos com fibras SM G652 D e G657 A/B, sendo essas as mais comumente utilizadas em redes de fibras ópticas.
Resumo – Tipos de Fibra Óptica
Ficou com alguma dúvida? Não se preocupe! Fizemos uma tabela que resume o que falamos no texto acima, assim fica mais claro de visualizar e mais fácil de comparar os tipos de Fibras Ópticas.
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