Quais os direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos?

“Todos iguais em dignidade e direitos”. A máxima estabelecida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948, inaugurou os pilares dos direitos humanos em nível internacional.

Desenvolvido com o objetivo de reconstruir novos alicerces de um mundo abalado pela barbárie da Segunda Guerra Mundial e pelo nazismo, o instrumento determina direitos iguais e inalienáveis para todos os seres humanos como fundamentos da liberdade, da justiça e da paz.  

"O ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações", ressalta o texto.

:: Leia a íntegra da Declaração Universal dos Direitos Humanos ::

Embora a Declaração dos Direitos Humanos não tenha obrigatoriedade legal, foi utilizada como referência para outros tratados da ONU que detém força de lei, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 

A Declaração também prevê que todos os seres humanos possam invocar os direitos e as liberdades proclamados por ela, sem distinção alguma entre os cidadãos, seja de raça, gênero, língua, de religião ou de opinião política.

Formulado por 30 artigos, o instrumento global determina que os cidadãos tenham direito à saúde e ao bem-estar, à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e a todos os serviços sociais necessários.

Segundo a ONU, a Declaração está hoje disponível em mais de 500 idiomas e é o documento mais traduzido do mundo.

:: 72 anos da Declaração Universal reforçam luta contra ataques aos direitos humanos ::

O dispositivo proíbe de forma veemente todas as formas de escravidão e tortura, assim como todo tratamento degradante.

Já o artigo 24 prevê que todo ser humano tem direito a repouso e lazer, destacando que as horas de trabalho devem ser limitadas e que todos devem ter férias remuneradas e periódicas.

A liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada nação, assim como o direito de deixar qualquer país, incluindo o próprio, com a possibilidade de regresso garantida, é determinado por outro artigo.

Assista ao vídeo sobre o assunto:

Contexto brasileiro

Ainda que mecanismos de controle tenham sido desenvolvidos pelas Nações Unidas para a efetivação dos artigos previstos na Declaração Universal, essa não é a realidade em diversos países. 

O Estado brasileiro, por exemplo, tem falhado em assegurar direitos básicos universais para a população — um processo agravado nos últimos anos com a chegada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Palácio do Planalto. 

O direito à liberdade de opinião e de expressão, previsto na Declaração, é cotidianamente ferido pelo presidente, que elegeu a mídia como sua principal inimiga.

Conforme levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em 2019 foram registrados 208 casos de violência contra a imprensa, somando episódios de descredibilização da imprensa e agressões diretas. O número é 54,07% maior do que o registrado no ano anterior.

Sozinho, o presidente Jair Bolsonaro foi responsável por 114 casos de descredibilização da imprensa e outros sete casos de agressões verbais e ameaças diretas a jornalistas em 2018, totalizando 121 casos — o que corresponde a 58,17% do total. 

Um estudo da Unesco divulgado em 2 de novembro, Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, mostrou que 44 jornalistas brasileiros foram mortos entre 2006 e 2019. Desses, 32 casos permanecem sem desfecho. 

A própria tradição do multilateralismo da ONU, criada em 1945 como uma organização que mediasse negociações sobre conflitos internacionais, para evitar guerras, assim como promover a paz e a democracia, é criticada por Bolsonaro.

O direito ao trabalho em condições equitativas e satisfatórias, assim como a proteção contra o desemprego, também estão previstos na Declaração dos Direitos Humanos. Entretanto, com a crise do novo coronavírus e sem medidas mais efetivas por parte do governo, a taxa de desemprego chegou a 14,1% em outubro e atingiu 13,8 milhões de pessoas.

O direito à moradia também foi amplamente violado durante a pandemia. Segundo a Campanha Despejo Zero, mais de 6 mil famílias brasileiras foram despejadas de suas casa somente durante a pandemia.

Resistência

Em razão dos 72 anos da Declaração, celebrados na última quinta-feira (10), organizações da sociedade civil reforçaram a articulação contra ataques aos direitos humanos em curso no Brasil.

Durante o webinar “Direitos Humanos importam!”, realizado pelas organizações signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil, iniciativa criada no início da pandemia do novo coronavírus, o renomado jurista Fábio Konder Comparato declara que o Brasil é um notório representante de descompasso entre o que está previsto na Declaração e na Constituição Federal de 1988, e a realidade. 

[11.12] Konder Comparato - Lu Sudré “O respeito às normas de direitos humanos exige a instauração de uma política a longo prazo que vise reduzir drasticamente a desigualdade social. Esse objetivo supremo só será alcançado quando instaurarmos um regime verdadeiramente democrático e republicano, onde a soberania pertença efetivamente ao povo e não à minoria abastada da população, as oligarquias”, disse Comparato, integrante da Comissão Arns.

Edição: Lucas Weber


Quais são os direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos?

Veja o resumo dos artigos da Declaração:.
Todos seres humanos são livres e iguais em direitos e dignidade. ... .
Capacidade e liberdade para viver sem discriminação..
Direito à vida, liberdade e segurança..
Nenhuma pessoa deve ser escravizada..
Ninguém deve ser torturado ou receber tratamento cruel..

Quais são os direitos universais?

Toda pessoa tem o direito de ter acesso à escola. Toda pessoa tem o direito de ter acesso à saúde. Toda pessoa tem o direito de praticar a religião que escolher. Toda pessoa tem o direito de ter acesso ao trabalho, sem discriminação por doença, deficiência, sexo, cor, religião.

São direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos I o direito a repouso e lazer II o direito de tomar parte no governo de qualquer país?

A Declaração prevê em seu Artigo XXI que toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. Portanto, o documento não versa sobre a possibilidade de um indivíduo tomar parte em um governo distinto de sua nacionalidade.

Quantos são os direitos humanos elencados na Declaração Universal dos Direitos Humanos?

Entrou em vigor após uma Assembleia Geral da ONU realizada em 1948. Esse documento é composto por 30 artigos, os quais determinam os direitos básicos que todo ser humano deve possuir, independentemente da raça, religião, posição social, gênero, etc.

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