Quais foram os critérios que Lineu utilizou a classificação das espécies atualmente que categorias de classificação das espécies são utilizadas por cientistas?

Se hoje a natureza tem uma ordem aos olhos do homem, isso se deve ao trabalho do naturalista sueco Carl Lineu, que no século XVIII, ao comparar órgãos e estruturas reprodutivas de animais e plantas, formulou o sistema de classificação binomial das espécies. Ou seja, se atualmente podemos nos denominar homo sapiens, tal nomenclatura de gênero e espécie, respectivamente, é fruto do trabalho de Lineu. Suas contribuições não pararam por aí, já que além do nome das espécies, o naturalista as agrupou em um sistema hierárquico de classificação. Nasciam, assim, os Reinos, Filos, Classes, Ordens e suas subcategorias.

Quais foram os critérios que Lineu utilizou a classificação das espécies atualmente que categorias de classificação das espécies são utilizadas por cientistas?
Alexandre Kellner (Foto: Divulgação)

Mas será que as regras estipuladas por ele ainda são referências para o mundo da Ciência de hoje? Para responder a essa e a outras perguntas, o site do Globo Ciência conversou com o pesquisador Alexandre Kellner, do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com doutorado em Paleontologia pela Universidade de Columbia, em Nova York, Alexandre, que é membro da Academia Brasileira de Ciência, nos conta a importância das observações de Lineu para a ordenação da natureza.

Qual a importância de Carl Lineu para a classificação dos seres vivos?
- Lineu tentou criar uma forma de organizar e classificar essa esplendorosa diversidade da vida com o intuito de criar um sistema para que pesquisadores do mundo inteiro pudessem falar a mesma língua, utilizando os mesmos códigos. Ou seja, ele pensou em algo que pudesse universalizar o conhecimento dos organismos.

Carl Lineu teve a ideia de designar as espécies, sendo que cada uma deveria ter um nome, relacionado ao gênero, e um sobrenome, relativo à espécie. Surgia, então, o sistema binomial. Em Homo Sapiens, por exemplo, temos o gênero Homo e a espécie Sapiens. Dessa maneira, não importa em que parte do mundo o pesquisador esteja, pois ele vai entender a classificação criada por Lineu.

Um segundo desenvolvimento de Carl Lineu foi a ordenação da natureza, ou seja, além do nome das espécies, ele as agrupou em um sistema hierárquico de classificação, incluindo, em ordem decrescente, Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.

O sistema de categorização de Lineu ainda é usado atualmente?
- Hoje em dia, utilizamos dos estudos de Carl Lineu o Sistema Binomial, composto do gênero e o nome específico em latim. A classificação no tempo de Lineu obedecia às feições gerais dos animais, não separando as características exclusivas das espécies, que só determinados animais possuem. Hoje em dia, a gente trabalha o Sistema Hennigiano, no qual se busca estabelecer a relação de parentesco dos organismos, baseado por novidades evolutivas e pelas características que agrupam os organismos e os fazem diferentes de outros.

Hoje, como se estabelece o agrupamento de espécies?
- Aí vem a grande divergência entre o que Lineu fez no século XVIII e o que é feito hoje. No século XX, o entomólogo alemão Willi Hennig dizia que para categorizar os organismos não adiantava somente classificá-los pelo aspecto geral. O importante era o grupo de características únicas desses organismos, aquilo que eles têm de diferente um dos outros. Toda espécie tem que ter algo diferente da outra espécie. E isso é feito por meio da análise das características anatômicas. Para classificar diferentes espécies em um mesmo gênero, é preciso que haja características únicas entre elas, e que são diferentes de outro grupo de espécies, que por sua vez está inserido em outro gênero.

O agrupamento das espécies pode ser feito em três linhas: a primeira é pelo estudo das características principais do tipo anatômicas, tanto do esqueleto, como do tecido mole, incluindo músculos, órgãos, pêlos e penas. A segunda linha é referente às características biomoleculares, como a sequência de DNA, por exemplo, e a terceira diz respeito ao comportamento das espécies. É importante lembrar que toda essa análise começou com Carl Lineu, sendo ele o primeiro a organizar a natureza, estabelecendo o Sistema Binomial.

O que é preciso para descrever uma nova espécie?
- Esses sistemas de classificação atuais são regidos por dois códigos internacionais: um de nomenclatura botânica e outro de nomenclatura zoológica. São convenções para que os pesquisadores sigam determinadas regras ao classificar uma nova espécie. Para saber se um bicho é novo, é preciso compará-lo com um padrão de diferentes espécies. Essa comparação é feita com base em coleções depositadas em instituições de acesso público, como museus, universidades, institutos, entre outras. Para designar uma espécie, é preciso estudá-la e compará-la com outras, que podem estar em coleções de museus, ou na literatura, incluindo artigos publicados em revistas científicas.

Para isso é preciso elaborar um desenho ilustrativo do animal, ou da planta?
- Sempre, pois são precisos desenhos e fotos. No tempo de Lineu não precisava desenhar, mas no nosso sim. Os códigos internacionais fornecem as regras para catalogação. Para depositar as informações sobre o animal pesquisado em qualquer instituição, são exigidos desenho e foto.

O nome da nova espécie fica a critério do descobridor?
- É mais ou menos como acontece com um filho, quem dá o nome são os pais. Seguindo o Sistema Binomial, o pesquisador pode dar o nome que quiser a uma nova espécie. Além disso, caso tenha sido descoberto um gênero novo, ele poderá também batizá-lo. Só não pode ser um nome igual ao de outra espécie. Se, por exemplo, um pesquisador achar uma nova espécie de tigre que tenha características distintas em relação ao número de dentes, à cor, ou à variação no DNA, ele pode depositar esse animal como uma nova espécie em alguma instituição e publicar um artigo escrevendo a descoberta.

Atualmente, é difícil identificar novos gêneros e espécies?
- Dependendo da localidade, é muito difícil descobrir um gênero novo. Em insetos, como existe uma diversidade muito grande, essa tarefa é mais fácil. Por outro lado, em locais como a savana africana, por ser muito estudada, as chances de encontrar animais novos são mínimas. Na área dos fósseis, temos também uma diversidade desconhecida de animais. Ou seja, quando achamos um fóssil, a chance de ser um bicho novo é grande.

Poderia falar um pouco sobre a teoria Fixista, na qual Lineu acreditava?

- Antigamente, a Igreja pregava fortemente que Deus havia criado o homem e todos os seres da Terra. Somando-se a isso, a teoria fixista defendia que as espécies não se modificaram ao longo do tempo. Entretanto, os fósseis ajudaram a compreender que, ao contrário, as características dos animais se modificavam pela seleção natural. Ou seja, aconteciam mudanças na estrutura dos organismos para uma melhor adaptação ao ambiente, reforçando, assim, a teoria evolucionista de Darwin.
 

Quais foram os critérios que Lineu utilizou na classificação das espécies atualmente que categorias de classificação das espécies são utilizadas por cientistas?

No século XVIII, Carolus Linnaeus em sua obra "Systema Naturae" propôs uma forma hierárquica de classificação dos seres vivos. Nesse livro, ele estipula três reinos: mineral, vegetal e animal, e agrupa todos os seres vivos em cinco categorias: Classe, Ordem, Gênero, Espécie e Variedade.

Qual foi o sistema de classificação proposto por Lineu?

Um segundo desenvolvimento de Carl Lineu foi a ordenação da natureza, ou seja, além do nome das espécies, ele as agrupou em um sistema hierárquico de classificação, incluindo, em ordem decrescente, Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.

Quais são os critérios utilizados para a classificação dos seres vivos?

Somente no século XVIII, o botânico Carolus Linnaeus elaborou uma forma de classificação dos seres vivos, dividindo-os em três reinos: mineral, vegetal e animal, e cinco categorias, eles se diferenciariam quanto à: Classe, Ordem, Gênero, Espécie e Variedade.

Qual é a regra para dar nomes científicos dos seres vivos Segundo Lineu?

- A primeira letra do nome científico deve ser apresentada em maiúsculo e a primeira letra do epíteto específico, em minúsculo; - A partir da segunda vez que se escreve o nome de determinada espécie, o Gênero pode se apresentar abreviado. Ex: Cachorro - Canis familiaris - C. familiaris.