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O comércio interno da Europa foi sendo somado às trocas externas. Outros continentes também recebiam os produtos da Europa. A África passou por mudanças demográficas, com o envio de escravos para a América e ganhava produtos manufaturados por pagamento. Esse era o cenário do fortalecimento da burguesia com as expansões marítimas. Um sistema financeiro nascia, com letras de câmbio, notas e formatos diferentes de crédito. Os monarcas recebiam carga maior de impostos e outros investidores passaram a ganhar com tais atividades. O exército também foi beneficiado com a produção de tantas riquezas, pois acabou sendo incrementado. Nas guerras, os reis entravam em ação para solicitar quantias aos banqueiros. Nas principais rotas de comércio pelo mar, lá estava os comerciantes e banqueiros para financiar navegadores. Começava a surgir um comércio em diferentes rotas, um comércio mundial. Da América, muitos produtos originados do metal e da agricultura. Com a burguesia nascente e os reis em fortalecimento, o sistema financeiro passou a ter papel crucial nos cenários. Vários funcionários púbicos cumpriam as deliberações dos reis e a administração dos países passaram a ser diferenciadas. As fábricas de armas, a ocupação dos marinheiros e o comércio forte era um espaço de produção de recursos que enchiam os tesouros reais. As conseqüências da expansão marítima – Após ter patrocinado o movimento expansionista, o Estado Absolutista passou a desfrutar dos seus lucros. Lembrando que ele foi consolidado. – Com o aumento do afluxo de metais preciosos provenientes da América houve a chamada revolução dos preços. – Houve uma transferência do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico – Indico, havendo assim um crescimento dos países ibéricos e um declínio das cidades mercantis italianas. – Ocorreu a adoção da política econômica mercantilista, que se baseava tanto no protecionismo do Estado como no regime de monopólios. – Uma das conseqüências também foi que a burguesia mercantil nos países atlânticos, conseguiu se desenvolver. A Europa medieval era um pequeno universo fechado. A expansão marítima dos séculos XV e XVI ampliaram os horizontes então conhecidos pelos europeus. Portugal e Espanha foram os grandes protagonistas desse processo. Causas da expansão marítimaNa época medieval, o comércio da Europa com o Extremo Oriente teve um desenvolvimento considerável. Pela Rota da Seda eram trazidos da Ásia artigos de luxo, como especiarias, perfumes, sedas, pedras preciosas e marfim. As rotas eram longas e seguras, e as conquistas dos cruzados nas terras do Oriente Médio asseguravam o tráfico comercial. Entretanto, a situação se agravou a partir de 1453, quando os turcos otomanos conquistaram Constantinopla e cortaram o caminho terrestre que unia a Europa à Ásia, ampliando seu controle na região oriental do Mediterrâneo. Por isso, os europeus tiveram de buscar novas rotas marítimas que levassem ao Extremo Oriente. Inovações técnicasNo século XV, várias inovações técnicas tomaram possível a navegação longe da costa da região do Mediterrâneo:
Expansão marítima portuguesaAs primeiras expedições portuguesas se dirigiram para o norte da África, posteriormente contornando a costa em direção ao sul do continente. Os portugueses pretendiam encontrar uma rota para as índias, nome com que se referiam ao Extremo Oriente. Em 1431, dobraram o cabo Bojador e, em 1487, o da Boa Esperança, no extremo sul do continente, abrindo caminho para que, em 1498, Vasco da Gama finalmente chegasse a Calicute (Calcutá), na India. Em 1511, os portugueses chegaram às ilhas Molucas, também conhecidas como “ilhas das especiarias”. Os marinheiros portugueses, protegidos por seus reis e pelo infante d. Henrique, o Navegador, fundaram feitorias ao longo do litoral africano, de onde partiam rumo ao interior em busca de ouro e escravos. Os portugueses também estabeleceram numerosas colônias na costa sul da Ásia, no caminho para a China e a India, conseguindo controlar o comércio do algodão, de especiarias e da seda. O pioneirismo de PortugalPortugal reunia um conjunto de condições favoráveis para dar início à expansão marítima. Assim, largou na frente dessa empreitada. Algumas das razões que explicam o pioneirismo dos portugueses são: a paz política interna alcançada com a guerra de reconquista portuguesa contra o invasor muçulmano ao longo do século XIV; a centralização política precoce de Portugal, alcançada com a Revolução de Avis, no final do século XIV; a presença de uma burguesia ativa e interessada em obter lucros com as especiarias e outros produtos de luxo do Oriente (seda da China e tapeçaria da Pérsia, por exemplo); a posição geográfica favorável de Portugal, voltada para o mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico; o conhecimento náutico dos navegadores portugueses, atestado pela fama da Escola de Sagres, dirigida pelo infante d. Henrique; o espírito cruzadista da Igreja Católica, extremamente influente na península Ibérica. A fim de encontrar uma nova rota comercial para o Oriente, os portugueses iniciaram um longo período de expedições e conquistas, evitando a travessia do Mediterrâneo. A primeira conquista ultramarina foi a cidade de Ceuta, no norte da África, em 141S. Expansão marítima espanholaCom a expedição do genovês Cristóvão Colombo, os espanhóis, partindo da ideia de que a Terra era redonda, pretendiam alcançar as índias navegando em direção ao oeste. Colombo tentou convencer o rei de Portugal a financiar seu projeto. Os portugueses, entretanto, já estavam envolvidos no empreendimento africano e não se interessaram por sua proposta. O navegador foi a Castela, na Espanha, onde, após várias tentativas, obteve o apoio financeiro dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Os cálculos de Colombo não eram muito precisos – embora ele tenha partido rumo às índias, em 12 de outubro de 1492 deparou-se com a América, ficando convencido de ter chegado à Ásia (em sua primeira viagem, confundiu Cuba com o Japão). Contudo, tanto João Caboto, em 1497, quanto Américo Vespúcio, em 1501, demonstraram tratar-se de um novo continente. A partilha do mundoEm 1494, o Tratado de Tordesilhas estabeleceu, com uma linha imaginária traçada no sentido norte- —sul, os limites das áreas de exploração e conquista para Espanha e Portugal. A Portugal caberiam as terras já encontradas ou que viessem a ser descobertas a leste da linha imaginária (África e Ásia, bem como parte do atual Brasil). À Espanha pertenceriam as terras localizadas a oeste dessa linha. O acordo que dividia o mundo não foi aceito pelos reis da Inglaterra e da França. O rei francês, Francisco I, chegou a dizer, em tom de ironia: “Gostaria muito de ver no testamento de Adão a passagem em que ele dividiu o Novo Mundo”. Consequências da expansão marítimaA expansão marítima teve grande repercussão na história de todos os continentes. Os europeus chegaram a um continente cuja existência ignoravam, realizando assim o sonho de alcançar o Oriente pelo Ocidente. Os descobrimentos puseram fim ao isolamento europeu e estabeleceram as bases da futura hegemonia mundial da Europa. Consequências demográficas
Consequências econômicas
Consequências culturais
Autoria: Paulo Sérgio de Oliveira Veja também:
Assuntos relacionados:Quais foram as consequências da expansão marítima e comercial europeia?- Aumentou e dinamizou as relações econômicas internacionais, principalmente entre Europa e Ásia e Europa e América. - Aumentou as regiões conquistadas e controladas pelos europeus, principalmente na África, Ásia e América. Ou seja, o sistema colonial (português e espanhol) passou a funcionar em grande escala.
Quais são as consequências da expansão europeia?as consequências da expansão europeia – o comércio
Isto resulta da mudança do eixo económico, que passa para o oceano Atlântico. Ao formar-se o sistema colonial, ativa-se a economia e o comércio, mas também a migração de pessoas para fora do continente.
Quais são as principais causas da expansão marítima europeia?Causas da expansão marítima
Pela Rota da Seda eram trazidos da Ásia artigos de luxo, como especiarias, perfumes, sedas, pedras preciosas e marfim. As rotas eram longas e seguras, e as conquistas dos cruzados nas terras do Oriente Médio asseguravam o tráfico comercial.
O que foi a expansão marítima e comercial europeia?A expansão marítima europeia, processo histórico ocorrido entre os séculos XV e XVII, contribuiu para que a Europa superasse a crise dos séculos XIV e XV. Através das Grandes Navegações há uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capitais na Europa.
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