Uma injeção intramuscular é um procedimento no qual, se utilizando de seringa e agulha específica para tal, é possível introduzir medicamentos em meio oleoso ou aquoso no músculo de um indivíduo. O procedimento, além de corriqueiro, pode ser realizada por diversos profissionais da área da Saúde. Show
Qual a indicação? Está indicada em situações nas quais há necessidade de administração medicamentos como os antiinflamatórios não hormonais, glicocorticóides (utilizados bastante na reumatologia), codeína, diazepam, diclofenaco de sódio, antibióticos como procaína, penicilina benzatina, betametasona, clonidina, entre outros. A via intramuscular é necessária também para aplicação de diversas vacinas para prevenção de doenças. Onde se aplica? A injeção intramuscular pode ser aplicada em quatro músculos distintos: o músculo deltóide – que comporta 3 ml – o músculo vasto lateral – que comporta 4 ml – o músculo tensor da fáscia lata – que comporta 5 ml – e o músculo glúteo máximo – que comporta 5 ml. Apesar de ser um procedimento relativamente simples, no qual se insere uma agulha no músculo e se injeta a substância contida na seringa, a injeção intramuscular possui diversas complicações caso haja erro. Apresentaremos uma complicação descrita inicialmente por Welander em 1898 que foi estudada diversos anos depois por Nicolau e Freudenthal. Welander descreveu o que, atualmente, chamamos de “embolia cútis medicamentosa”, “síndrome de Nicolau” ou “síndrome de Freudenthal, que é um fenômeno raro (DUQUE & CHAGAS, 2009). Tal complicação pode ocorrer devido a ação direta do medicamento nas terminações nervosas, pela entrada da substância no interior de vasos – produzindo embolia e/ou trombose – ou pode ocorrer pelo despertar de fenômenos vasomotores, fazendo com que haja isquemia e necrose (DUQUE & CHAGAS, 2009). O músculo deltóide se insere proximalmente na borda anterior da clavícula, no acrômio e na espinha da escápula, e se insere distalmente na tuberosidade deltóidea do úmero, é inervado pelo nervo axilar proveniente do fascículo posterior plexo braquial e é vascularizado por ramos da artéria toracoacromial (ramo deltóideo) (GRAY, 1998). Devido a tal anatomia, é comprovado que os casos de embolia cútis medicamentosa são mais comuns nesse músculo pois há maior possibilidade do medicamento penetrar em um vaso (DUQUE & CHAGAS, 2009). Os sintomas clínicos da embolia cútis medicamentosa como dor e reação tecidual no local da injeção são seguidos pelo surgimento de uma resposta inflamatória podendo levar a necrose e ulceração do tecido. Em casos mais severos, além da dor intensa e reação inflamatória, o tecido em torno do local de aplicação se torna esbranquiçado, parecido com o pallor mortis. Há a formação de placas cianóticas, que vão se misturando com placas pálidas dando um aspecto marmóreo, há o surgimento de vesículas com sangue e consequentemente gangrena. Em alguns casos descritos, pode ocorrer fasciite necrosante. Caso haja penetração da substância nos vasos, podem ocorrer complicações nas mãos, na região escapular e na região peitoral devido a anatomia vascular do membro superior e regiões adjacentes. Não há tratamento específico para tal complicação, utilizam-se medidas paliativas como anestésicos e anticoagulantes a fim de minimizar as consequências nocivas que o paciente pode apresentar, em alguns casos, o uso de antibióticos se torna necessário para previnir infecções. A úlcera local é tratada através de cuidados terapêuticos locais e, se necessário, desbridamento mecânico-cirúgico. Os pacientes acometidos pela embolia cútis medicamentosa podem necessitar de amputação das áreas necrosadas (DUQUE & CHAGAS, 2009). É imprescindível o cuidado que o profissional de saúde deve ter ao realizar tal procedimento, além disso, é necessário que o profissional tenha conhecimento anatômico da região para evitar que aconteçam quaisquer complicações neste ato. A administração de medicação intramuscular é uma prática muito importante na assistência à saúde, já que é uma via muito utilizada no serviço de saúde. Receba notificações quando novos artigos forem publicados Quero receber notificações das seguintes especialidades: Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Cirurgia Cardíaca Cirurgia Pediátrica Cirurgia Plástica Clínica Médica Cuidados Paliativos Dermatologia Emergências Endocrinologia Farmacologia Gastroenterologia Geriatria Ginecologia e Obstetrícia Hematologia Hepatologia Imunologia Infectologia Medicina de Família Medicina do Trabalho Medicina Esportiva Medicina Interna Nefrologia Neurocirurgia Neurologia Nutrologia Oftalmologia Oncologia Ortopedia Otorrinolaringologia Pediatria Pneumologia Psicologia Médica Psiquiatria Reumatologia Urologia Não encontramos! Não achamos nenhum resultado para o termo buscado. 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No entanto, diversas maneiras de realizar a administração podem ser encontradas na literatura. Administração intramuscular com técnica em ZUma das formas de realizar a administração intramuscular é com a técnica em Z. O método em Z (Z-track) cria um ziguezague através dos tecidos, o que veda o trajeto da agulha, para evitar o retorno da medicação. A característica mais importante desse tipo de procedimento é a indicação para medicamentos com ação sistêmica que possuem rápida absorção e doses relativamente grandes podendo chegar até 5 mL nos locais adequados. O tecido muscular é pouco vascularizado e possui poucos nervos sensitivos, o quê possibilita uma ação assistencial que gera menos dor, principalmente para medicamentos que causam reação. A técnica foi descrita e demonstrada em 1939 por Shaffer e indicada para injeções profundas de medicamentos ou drogas irritantes, como o ferro. Dessa forma a técnica possibilita o não extravasamento de medicamento da localidade, gerando menor desconforto para o paciente, diminuindo lesões na região do local de aplicação. Leia também: Acesso intraósseo pode ser feito por enfermeiros? Indicações e contraindicaçõesAs indicações para a via de administração intramuscular é em relação a medicamentos que são irritantes e são mais viscosas que não sejam absorvidas em outros locais como o sistema digestivo, tecido subcutâneo, intradérmico ou inalatório. As clássicas contraindicações são alguns medicamentos que não reagem bem a administrados nessa via, se a pessoa possuir lesões na pele, doenças crônicas específicas e outras indicações médicas. Nunca administre medicações por via intramuscular em locais que possuam inflamação ou esteja edemaciados ou apresentado irritação da pele. Locais que contenham lesões ou verrugas também não devem ser utilizados. São descartados os locais que tiverem sinais ou qualquer tipo de injúria tecidual. A avaliação do enfermeiro é fundamental para tal processo. Materiais e equipamentos necessários para realizar a técnica em ZO método em Z (Z-track) possui o objetivo de impedir o retorno da medicação por isso é necessário realizar o procedimento de maneira adequada, tais como:
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Considerações importantesNa técnica em z, é importante avaliar o medicamento a ser administrado, o posicionamento do paciente pode gerar a diminuição da dor. Observe sempre a pessoa que a droga será administrada, bem como o tamanho da musculatura e suas peculiaridades. Avalie o local da aplicação observando dor e endurecimento local. Se a medicação for administrada com frequência, faça rodízio das áreas possíveis. A administração de medicamentos de forma intramuscular (IM) possui diversas variáveis, por isso a execução deve ser feita pela equipe de enfermagem. Muitas lesões podem ocorrer como a necrose tecidual, contratura muscular e até perda de movimentos que fizeram o procedimento de forma errada. O deltoide, vasto lateral e glúteo máximo são os que mais sofrem injúrias, já os glúteos mínimos, médio e a musculatura ventroglútea são as melhores e que possuem menor risco de acidentes. Quer saber mais sobre condutas em enfermagem? Baixe grátis o aplicativo Nursebook, agora disponível em Android e iOS. Referências bibliográficas:
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