Quais as consequências que podem ocorrer nos casos de inversão térmica?

Fenômeno atmosférico bastante comum em centros urbanos grandes e industrializados, a inversão térmica ocorre, sobretudo, naqueles lugares cuja localização seja em áreas cercadas por montanhas ou serras.

O processo da inversão térmica se dá quando o ar mais denso (ar frio) torna-se impedido de circular em virtude da presença de uma camada de ar menos denso (ar quente), o que, por consequência, provoca uma alteração na temperatura.

Outro fator bastante comum e agravante das situações de inversão térmica é a presença da camada de ar fria, que, ao ficar retida próxima à superfície terrestre, acaba por aglomerar consigo uma enorme concentração de poluentes.

Dessa forma, forma-se enorme camada de cor cinza, proveniente dos gases e poluição emitidas por automóveis, fábrica, indústrias, dentre outros.

Salienta-se ainda que a dispersão desses poluentes concentrados próximos a superfície terrestre fica bastante prejudicada.

Para os moradores de cidades como São Paulo, essa situação é bastante comum, principalmente no inverno, quando, em virtude da perda de calor e da falta de chuvas, a dispersão dos poluentes se torna muito difícil.

Vale ressaltar que a inversão térmica é um fenômeno natural, amplamente registrado mesmo em áreas rurais ou com baixo índice de industrialização. Todavia, o modo intenso e bastante concentrado em poluentes que afeta as cidades grandes é o modo nocivo desse fenômeno.

Consequências da inversão térmica em grandes centros urbanos:

  • Doenças respiratórias;
  • Irritação nos olhos;
  • Intoxicações.

Para minimização das ocorrências e dos danos provocados pela inversão térmica se faz necessária a adoção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade, que priorizem a utilização de biocombustíveis, que realize fiscalizações e responsabilize indústrias que emitam poluentes acima dos níveis aceitáveis, que priorize transportes públicos e o bem estar social.

Quais as consequências que podem ocorrer nos casos de inversão térmica?
© Depositphotos.com / bigldesign

Comum nos grande centros urbanos, principalmente aqueles industrializados e localizados em serras e montanhas, a inversão térmica refere-se aos poluentes retidos nas camadas da atmosfera próximas à superfície, que provocam doenças respiratórias e irritações nos olhos.

O fenômeno atmosférico é de curta duração, podendo variar de algumas horas à alguns dias. Mais comum após a passagem de uma frente fria, o processo tem início quando o ar frio, que é mais denso, é impedido de circular por uma camada de ar quente, causando, assim, a alteração na temperatura. Essa camada fria, inclusive, quando retida, concentra uma grande quantidade de poluentes, dando origem à coloração cinza do céu.

O processo é mais comum no inverno, quando há perda de calor e menor volume de chuvas. Na época, aliás, se intensificam as doenças respiratórias, irritação nos olhos, conjuntivites, alergias e intoxicações, consequências da concentração de poluentes na camada de ar próxima ao solo.

Com o fenômeno se tornando cada vez mais comum, especialistas buscam soluções alternativas para mitigar os impactos. Dentre as possíveis medidas cotadas estão a utilização de biocombustíveis, fiscalização de indústrias, redução das queimadas e políticas ambientais mais eficazes.

Algumas cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, e cidades do mundo, já contam com campanhas públicas que buscam conscientizar as pessoas sobre a necessidade de trocar o transporte individual pelo transporte público. No entanto, sente-se que ainda é preciso uma ação mais efetiva por parte do governo para garantir a redução desses acontecimentos e de outros relacionados a isso também.

1952: a primeira inversão registrada

A primeira inversão térmica ocorreu em dezembro de 1952, em Londres, e ficou conhecida como The Great SMOG. Na época, os poluentes da combustão de carvão com alto teor de enxofre associado a uma inversão térmica prolongada provocou a morte de 4.000 pessoas.

Em São Paulo, um caso que ficou famoso aconteceu em 2007, quando a cidade registrou uma massa de ar cinza que se estabilizou a 58 metros de altura provocando uma das piores condições climáticas já enfrentadas pela população.

A inversão térmica trata-se de um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do planeta e costuma acontecer no final da madrugada e no início da manhã, principalmente nos meses de inverno.

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Nesse período, dá-se o pico de perda de calor do solo por irradiação, e é quando registramos as temperaturas mais baixas, tanto no solo quanto no ar. Quando a temperatura próxima ao solo cai abaixo de 4ºC, o ar frio, impossibilitado de elevar-se, fica retido nas baixas altitudes.

Camadas mais elevadas da atmosfera são ocupadas com o ar relativamente mais quente, que não consegue descer. Ocorre assim, uma estabilização momentânea da circulação atmosférica em escala local, caracterizado por uma inversão das camadas: o ar frio fica embaixo e o ar quente fica em cima, daí a expressão “inversão térmica”.

Quais as consequências que podem ocorrer nos casos de inversão térmica?
Imagem: Reprodução

Logo após o nascer do sol, à medida que vai havendo o aquecimento do solo e do ar próximo a ele, este fenômeno vai gradativamente se desfazendo, com o ar aquecido subindo e o ar resfriado descendo, voltando a ter circulação atmosférica.

As grandes cidades são ambientes muito favoráveis para a ocorrência da inversão térmica. Pelo fato de apresentarem extensa área construída, portanto, desmatada e impermeabilizada, absorvem grande quantidade de calor durante o dia, embora irradiem rapidamente à noite.

A concentração de ar frio nas camadas mais baixas da atmosfera impede a sua dispersão. Ocorre, também, a concentração de toneladas de poluentes por várias fontes, agravando bastante o problema da poluição em baixos extratos da atmosfera.

Inversão térmica e o “efeito tampão”

Na cidade de São Paulo, há ainda outro tipo de inversão térmica, chamado de “efeito tampão”. A entrada, no verão, de massas de ar quente provenientes do oceano forma um tampão sofre a cidade, que é cercada por serras (da Cantareira e do Mar).

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Essa camada de ar quente impede a ascensão do ar mais frio que está próximo ao solo, causando uma inversão térmica natural.

O “efeito tampão”, ao impedir a ascensão do ar frio, concentra toneladas de poluentes em baixos extratos da atmosfera, porque dificulta sua dispersão.

Quais as consequências que podem ocorrer nos casos de inversão térmica?
Imagem: Reprodução

Assim, a cidade de São Paulo apresenta a dita inversão térmica tanto no verão como no inverno, sendo a que nesta estação são mais graves, pois os baixos índices pluviométricos (relativo à quantidade de chuva) colaboram ainda mais para dificultar a dispersão de poluentes.

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Referências

Geografia – João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene.

Poluição do Ar – Heitor Remigio Guera

Quais as consequências que podem ocorrer nos casos de inversão térmica?

Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Inversão térmica. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/inversao-termica. Acesso em: 18 de October de 2022.

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01. [PUC]: Processo natural de aquecimento e manutenção das temperaturas da Terra e que pode ser intensificado pelas atividades humanas. Sua dinâmica realiza-se por meio da reflexão e aborção dos raios solares, como em um sistema semifechado, propiciando um fenômeno que, sem o qual, as temperaturas do planeta seriam muito baixas.

A descrição acima se refere:

a) ao Aquecimento Global

b) à Camada de Ozônio

c) ao Efeito Estufa

d) às Ilhas de Calor

e) à Glaciação Climática

02. [FUVEST]:

Quais as consequências que podem ocorrer nos casos de inversão térmica?

Em algumas cidades, pode-se observar no horizonte, em certos dias, a olho nu, uma camada de cor marrom. Essa condição afeta a saúde, principalmente, de crianças e de idosos, provocando, entre outras, doenças respiratórias e cardiovasculares.

http://tempoagora.uol.com.br/noticias. Acessado em 20/06/2009. Adaptado.

As figuras e o texto acima se referem a um processo de formação de um fenômeno climático que ocorre em vários centros urbanos do Brasil. Trata-se de:

a) ilha de calor, caracterizada pelo aumento de temperaturas na periferia da cidade.

b) zona de convergência intertropical, que provoca o aumento da pressão atmosférica na área urbana.

c) chuva convectiva, caracterizada pela formação de nuvens de poluentes que provocam danos ambientais.

d) inversão térmica, que provoca concentração de poluentes na baixa camada da atmosfera.

e) ventos alíseos de sudeste, que provocam o súbito aumento da umidade relativa do ar

01. [PUC]

Resposta: C

O processo de aquecimento da Terra que mantém as temperaturas do planeta por meio da reflexão dos raios solares absorvidos pela atmosfera é chamado de efeito estufa.

02. [FUVEST]

Resposta: D

O fenômeno atmosférico em que a camada de ar frio concentra-se nas áreas da atmosfera mais próximas da superfície e impede a circulação normal do ar é chamado de inversão térmica e dificulta a dispersão dos poluentes gerados nas grandes cidades.

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