Quais as atividades humanas que destruíram as florestas tropicais?

BRASÍLIA (Reuters) - Os humanos degradaram ou destruíram cerca de dois terços de floresta original tropical do mundo, segundo novos dados, aumentando o alarme de que uma proteção natural essencial contra as mudanças climáticas está desaparecendo rapidamente.

Área desmatada da Amazônia perto de Porto Velho, em Rondônia 14/08/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

A perda da floresta também é um grande contribuinte das emissões para o aquecimento do clima, com a densa vegetação da floresta tropical representando o maior reservatório de carbono.

A extração madeireira e a conversão de terras, principalmente para a agricultura, eliminaram 34% das florestas tropicais primitivas do mundo e degradaram outros 30%, deixando-as mais vulneráveis a incêndios e destruição futura, de acordo com uma análise da organização sem fins lucrativos Rainforest Foundation Norway, examinada exclusivamente pela Reuters.

Mais da metade da destruição desde 2002 ocorreu na Amazônia, na América do Sul, e em florestais tropicais adjacentes.

Conforme mais floresta é destruída, há mais potencial para mudanças climáticas, o que torna mais difícil para as florestas remanescentes sobreviverem, disse o autor do relatório, Anders Krogh, um pesquisador de florestas tropicais.

“É um ciclo terrível”, afirmou Krogh. O total eliminado apenas entre 2002 e 2019 foi maior do que a área da França, segundo ele.

A taxa de destruição em 2019 correspondeu aproximadamente ao nível anual de devastação dos últimos 20 anos, com um campo de futebol de floresta desaparecendo a cada 6 segundos, de acordo com outro relatório recente do World Resources Institute.

A Amazônia brasileira está sob intensa pressão nas últimas décadas, com um boom agrícola levando fazendeiros e especuladores de terras a incendiar lotes para soja, carne bovina e outras safras. Essa tendência tem piorado desde 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo e começou a enfraquecer a fiscalização ambiental.

Mas a Amazônia também representa a melhor esperança de preservar o que resta de floresta tropical. A Amazônia e suas vizinhas --Orinoco e a floresta andina-- respondem por 73,5% das florestas tropicais ainda intactas, segundo Krogh.

O novo relatório “reforça que o Brasil precisa cuidar da floresta”, disse Ane Alencar, geógrafa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia que não participou do trabalho. “O Brasil tem a maior porção de floresta tropical do mundo e também é quem está perdendo mais.”

As ilhas do sudeste asiático, em sua maioria pertencentes à Indonésia, ocupam coletivamente o segundo lugar em termos de destruição florestal desde 2002, com muitas dessas florestas desmatadas para plantações de óleo de palma.

A África Central está em terceiro lugar, com a maior parte da destruição centrada em torno da bacia do rio Congo, devido à agricultura tradicional e comercial, além da extração de madeira.

As florestas definidas no relatório como degradadas foram parcialmente destruídas ou destruídas e substituídas por floresta secundária, afirmou a Rainforest Foundation Norway.

A definição desse estudo para floresta intacta pode ser excessivamente rígida, advertiu Tasso Azevedo, coordenador da iniciativa brasileira de mapeamento de desmatamento MapBiomas. A análise conta apenas regiões intocadas de pelo menos 500 quilômetros quadrados como intactas, deixando de fora áreas menores que podem aumentar a abrangência de floresta virgem do mundo, disse ele.

Krogh explicou que essa definição foi escolhida porque trechos menores correm o risco do “efeito de borda”, em que as árvores morrem mais rápido e a biodiversidade é mais difícil de ser mantida perto da borda da floresta. Uma floresta com 500 quilômetros quadrados pode sustentar totalmente seu ecossistema, disse ele.

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As florestas cobrem cerca de 31% da área terrestre, armazenam mais de um trilhão de toneladas de carbono e fornecem meios de subsistência para mais de 1,6 milhões de pessoas, segundo o Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU), o ECOSOC. Ainda segundo a ONU, servem de abrigo para aproximadamente 750 milhões de pessoas.

Todos nós temos noção da importância das florestas. Além da sua importância natural, pelo seu valor intrínseco, abrigam grande parte da biodiversidade do planeta, tanto da fauna quanto da flora. Elas concentram, de acordo com a ONU, 75% da água doce do planeta. Contribuem para a integridade dos rios, por fornecerem proteção através das matas ciliares, protegem os solos de erosões, reduzem a saída de nutrientes dos ecossistemas, quando em equilíbrio; entre outros inúmeros aspectos de importância biológica.

As florestas também são de grande importância para o ser humano, não só por garantir os processos biológicos, mas também por trazerem diversos benefícios à sociedade. Dentre esses benefícios podemos citar a melhoria na qualidade de vida, o fornecimento de recursos naturais, tais como recursos madeireiros, plantas medicinais e produtos destinados a nossa alimentação; são fonte de recursos genéticos e locais de pesquisa, turismo e recreação.

O planeta já perdeu muito de sua cobertura vegetal devido à urbanização e à expansão das culturas agrícolas e agropecuárias. As florestas têm sido destruídas através dos desmatamentos e das queimadas, o que já levou muitas espécies da fauna e da flora à extinção e tem ameaçado muitas outras.

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A destruição das florestas tem causado grande impacto nas mudanças climáticas do nosso planeta. Como elas são responsáveis pelo armazenamento de grande parte do carbono disponível no ambiente, a sua destruição afeta esse seu papel, contribuindo para o aumento de carbono na atmosfera, na forma de gases, como o dióxido de carbono. Além disso, o desmatamento é responsável por 12 a 20% das emissões globais de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global, ainda segundo o ECOSOC.

Para mantermos a integridade das florestas, dos rios, dos ciclos da natureza e a biodiversidade, bem como desacelerarmos o aquecimento global, devemos acabar com as queimadas e os desmatamentos ilegais.

De 2003 a 2013 foi registrada uma queda de 20% nos desmatamentos, de acordo com a ONU. E como forma de preservar as florestas e erradicar os desmatamentos ilegais, a Instituição tem proposto que os países apoiem a sua campanha “Desmatamento Ilegal Zero”, promovendo o plantio de árvores e o controle dos desmatamentos ilegais.

Quais as atividades humanas que destruição As florestas tropicais?

A agricultura e a pecuária, grandes obras de infraestrutura, a exploração madeireira, a grilagem de terras, o garimpo e a expansão dos assentamentos humanos são atividades com grandes impactos sobre a floresta, especialmente quando são feitas de forma ilegal ou sem obedecer a um zoneamento ecológico-econômico.

Quais as principais causas da destruição das florestas tropicais?

Causas diretas do desmatamento Entre elas estão o corte de madeira, a conversão de terras de floresta em agricultura e pecuária, plantações industriais de árvores, urbanização, mineração, exploração de petróleo e gás, hidrelétricas e produção industrial de camarão (carnicicultura).

Quais são as principais ameaças para as florestas tropicais?

O desmatamento da agricultura, exploração madeireira, mineração, estradas e outras depredações continuam a reduzir a cobertura de florestas tropicais e impulsionam a perda de espécies e a mudança climática.

Quais são as consequências da destruição das florestas tropicais?

A destruição das florestas acarreta em perda de biodiversidade e habitat de muitas espécies. No contexto das transformações climáticas globais, 20% das emissões antrópicas de CO2 são provocadas pelo desmatamento.

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