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No âmbito da promoção da saúde, a epidemiologia exerce importante papel ao se preocupar não apenas com o controle de doenças e de seus vetores, mas, sobretudo, com a melhoria da saúde da população. Os estudos que privilegiam temáticas da saúde pública, em geral, estão frequentemente interessados em investigar o modo pelo qual as condições sociais influenciam e determinam o processo saúde-doença das populações, o que tem gerado uma forte articulação entre a epidemiologia e as ciências sociais. É assim que se constrói um ramo epidemiológico denominado por alguns estudiosos como epidemiologia social. A epidemiologia social tem como foco principal o estudo do modo pelo qual a sociedade e os diferentes modos de organização social influenciam a saúde e o bem-estar dos indivíduos e dos grupos sociais, possibilitando a incorporação de suas experiências societárias, para a melhor compreensão de como, onde e porque se dão as desigualdades na saúde. O presente artigo de revisão realiza uma discussão que pretende indicar as contribuições que a abordagem da epidemiologia social pode trazer para os estudos realizados pela pesquisa clínica em doenças infecciosas, de modo a se desenvolver um olhar mais amplo sobre o paciente em conjunto com o seu sistema de relações e de produção do adoecimento e da recuperação da saúde. Índice
Confira neste artigo um resumo do conceito de estudos epidemiológicos e os seus tipos. Saiba mais com a Sanar! Epidemiologia é a ciência que estuda a causa e efeito as das doenças em populações humanas. Por ser principal base da informação em saúde, a epidemiologia é fonte de desenvolvimento metodológico a partir de dados que são extremamente importantes para a medicina, saúde coletiva e todas as outras áreas em saúde. Os estudos da epidemiologia se diferenciam de acordo com os métodos empregados, que serão expostos a seguir. Tipos de Estudos EpidemiológicosOs estudos epidemiológicos são classificados com relação à intervenção do investigador – observacionais ou experimentais – e também levando em consideração o seu propósito – que pode ser descritivo ou analítico. Há também a diferenciação por amostra, sendo ela individual ou ecológica (grupos de pessoas). Resumo das diferenças entre os tipos de estudos epidemiológicosConfira um esquema feito pela Organização Pan-Americana de Saúde (2017) que expõe as diferenças entre os estudos observacionais e os experimentais: FONTE: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2017 Tipos de estudos epidemiológicos observacionais descritivosRelato de caso e Série de casosAmbos os estudos analisam de forma detalhada o diagnóstico clínico de indivíduos. Levam em consideração os sintomas, as características e sinais do paciente e os procedimentos terapêuticos que foram utilizados. Esses são estudos primários, iniciais, que podem servir como base para estudos mais abrangentes – onde pode haver comparações e não apenas análises de casos específicos. A diferença entre os dois é dada pela quantidade de amostras analisadas – os relatos compreendem de 1 a 3 casos e a série compreende de 3 casos adiante. Estudo do tipo Demográfico (ecológico)Estudo focado em grupos de pessoas, onde a sua unidade de estudo é uma área geográfica – há a correlação com o tempo. Através de variáveis ambientais (características físicas do ambiente) e globais (características do grupo) verifica se hipóteses existentes são viáveis ou se existem novas hipóteses a serem consideradas. Um dos seus principais objetivos é avaliar a eficácia de intervenções e a ocorrência do agente. TransversalO estudo transversal analisa a frequência – prevalência – de um determinado agente em um grupo e em um tempo determinado. As variáveis são coletadas apenas em um momento, já que o estudo não dispende de um tempo longo de ação. Podem ser investigados vários resultados simultaneamente (de vários pontos no tempo, por exemplo). LongitudinalEsse tipo de estudo analisa a incidência de casos (novos aparecimentos) e por isso demanda tempo. Costuma ter foco em apenas uma variável e os dados são coletados periodicamente em um espaço temporal grande. Pode ser prospectivo (surge a causa e se busca o efeito/resultado) ou retrospectivo (há o efeito/resultado e se busca a causa). Tipos de estudos epidemiológicos observacionais analíticosCoorteÉ um estudo prospectivo, dessa forma, acompanha os grupos em estudo por um determinado tempo e os resultados analisados são obtidos gradativamente, durante o período do estudo. Os grupos selecionados compartilham fatores comuns de exposição e periodicamente são investigados para que haja a coleta de dados prospectivos dos mesmos. É aplicado para a identificação da etiologia de uma patologia, a história natural da mesma e analisa o risco relativo – exposição da doença e a sua ocorrência – e por isso também é considerado um estudo longitudinal e de incidência. Caso-controleÉ um estudo retrospectivo, ou seja, analisa dados já produzidos (no passado) – como entrevistas, análises de registros, etc. Objetivo é observar a frequência de exposição de uma determinado agente (normalmente doença) em diferentes grupos. Eles são selecionados de uma mesma população – os casos ( grupo de ocorrência do objeto de estudo) e os controles (grupo que não há a ocorrência do obejto de estudo). Visa entender e identificar quais são os fatores de risco e de exposição, fatores prognósticos da patologia em questão e a eficácia das intervenções. Tipos de estudos epidemiológicos experimentais analíticosEnsaios clínicosSão estudos prospectivos que visam avaliar uma determinada intervenção e compará-la a outra – um tratamento famacológico X utilização de placebo, por exemplo. Sem objetivo é alcançar a cura, uma melhora clínica ou prevenir complicações de determinada patologia. O Ensaio clínico randomizado, que é a distribuição aleatória das amostras é o mais utilizado. Ensaios de CampoEsse estudo analisa grupos (normalmente maiores que os dos ensaios clínicos) de pessoas saudáveis, que não possuem determinada doença mas estão sob o risco de desenvolvê-las. É focado na prevenção e estágio inicial de patologias. Ensaios de Intervenção ComunitáriaÉ o ensaio de campo aplicado à comunidades. Síntese dos tipos de estudoA figura a seguir mostra uma síntese gráfica dos tipos de estudo epidemiológicos: FONTE: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2017 Referências:ALMEIDA FILHO, N.; BARRETO, M. L. Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. GUIMARÃES, L. S. P. et al. Os principais delineamentos na Epidemiologia – Ensaios Clínicos (Parte II). Clinical & Biomedical Research, [S.l.], v. 33, n. 3/4, jan. 2014. OLIVEIRA, M. A. P.; SÁ, R. A. M.; VELARDE, G. C.; Entendendo a pesquisa clínica V: relatos e séries de casos. Rio de Janeiro: Revista Femina, v.43, n. 5, setembro – outubro 2015. Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Leitura Crítica de Artigos Científicos. 2011 Organização Pan-Americana de saúde. Tipos Metodológicos de Estudos. 2017 Sugestão de leitura complementar
Quais são as 3 áreas de estudo da epidemiologia?A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento: Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais.
Quais os tipos de estudo da epidemiologia?Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em observacionais e experimentais. Os estudos experimentais fogem ao escopo deste trabalho e não serão comentados. De uma maneira geral, os estudos epidemiológicos observacionais podem ser classificados em descritivos e analíticos.
Quais as áreas da subdivisão da epidemiologia?Distingue-se e aceita-se, desde a década de 1980, ao menos quatro grandes áreas de aplicação e uso da epidemiologia nos serviços de saúde: 1) vigilância em Saúde Pública (ou epidemiológica); 2) análise da situação de saúde; 3) identificação de perfis e fatores de risco; e 4) avaliação epidemiológica de serviços.
Qual é o estudo mais comum em epidemiologia?Estudo Prospectivo de Coorte
Esse tipo de estudo acompanha um grupo de pessoas saudáveis com níveis diferentes de exposição e avalia o que ocorre com a saúde dessas pessoas com o decorrer do tempo. Nesses estudos, a exposição é anterior à ocorrência da doença, para se estabelecer a possível causa.
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