Porque a mamografia não é indicada para mulheres antes dos 35 anos?

Anualmente, surgem 4500 novos casos de cancro da mama em Portugal, sendo a lesão maligna que mais atinge a mulher. A mamografia permite um diagnóstico precoce.

O cancro da mama, um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário, é o que mais atinge o sexo feminino. É também um dos cancros mais temidos e com maior impacto na vida da mulher, tanto a nível físico como emocional, afetando fortemente a sua autoestima.

A mamografia, efetuada com regularidade, permite uma redução da mortalidade e morbilidade por cancro de mama.

Quando diagnosticado precocemente, o cancro da mama pode ser curado em 85% dos casos. Não deixe de vigiar o seu peito todos os meses e faça uma mamografia periodicamente.

A mamografia é essencial no diagnóstico precoce do cancro de mama, permitindo detetá-lo antes da mulher ou do médico assistente palpar qualquer alteração mamária.

Combater o cancro da mama implica que a mulher assuma, ao longo da sua vida, um papel proativo a nível da prevenção.

Regras de vigilância

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a vigilância da mama assenta nas seguintes diretrizes:

  1. A mulher deve fazer o autoexame mamário mensalmente (após o período menstrual), a partir dos 20 anos. Deve consultar o médico se sentir/ observar alguma destas alterações: nódulo/endurecimento na mama ou na axila; alteração no tamanho ou formato da mama; mudança da coloração ou sensibilidade da pele da mama ou da auréola; retração da pele da mama ou do mamilo; corrimento mamilar
  2. A avaliação clínica da mama deve ser feita a partir dos 20/30 anos
  3. A 1ª mamografia deve ser realizada por volta dos 35 anos
  4. A 2ª mamografia deve ser realizada a partir dos 35 anos, de 18 em 18 meses, até à menopausa
  5. Depois da menopausa, a mamografia deve ser realizada de 24 em 24 meses
  6. Se existirem fatores de risco pessoais ou familiares, o médico fará um reajuste dos tempos de vigilância, personalizando

De acordo com a European Society of Mastology, a American Cancer Society e o National Cancer Institute, os estudos comprovam que o diagnóstico precoce do cancro da mama por rastreio diminui a mortalidade devido a esta doença se o diagnóstico for feito por mamografia.

Mamografia passo-a-passo

Este exame utiliza uma dose mínima de radiação (1/10 da utilizada a realizar um simples Rx de tórax) e permite obter imagens da mama com alto contraste e alta resolução radiológica dos tecidos.

Utilizando equipamentos adequados, o Mamógrafo Digital Direto, o médico imagiologista com diferenciação em patologia mamária pode fazer o diagnóstico das patologias da mama precocemente.

Uma vez que ao executar o exame vai ser realizada uma breve compressão da mama que durará cerca de poucos segundos, as mulheres em fase pré-menopausa com maior sensibilidade à dor deverão programar o exame para a semana seguinte ao período menstrual, altura em que se sente menor desconforto.

Preparação

No momento do exame, deverá estar tranquila e ter consigo a prescrição médica, bem como os exames de mamografia anteriores, caso já tenha realizado este exame anteriormente.

Informe o médico radiologista se:

  • Tiver notado alguma alteração na mama
  • Realizou alguma cirurgia anteriormente
  • Tiver feito ou estiver a fazer alguma terapia hormonal (pílula ou para a menopausa)
  • Existirem antecedentes pessoais ou familiares de cancro da mama

Em mulheres grávidas

Por utilizar radiações ionizantes, este exame é desaconselhado durante a gravidez - embora não esteja contraindicado. Se existir a possibilidade de gravidez, a mulher deve alertar o técnico de radiologia, que tomará os devidos cuidados de radioproteção abdominal e pélvica.

Como se processa o exame:

O técnico de radiologia irá explicar os procedimentos de posicionamento e fará uma compressão suave e lenta da mama. Esta compressão permite reduzir a dose de radiação com melhor visualização das estruturas da mama e, consequentemente, maior probabilidade de fazer o diagnóstico.

Cada uma das mamas é radiografada separadamente em dois posicionamentos diferentes.

Leitura das imagens 

As imagens obtidas vão ser lidas pelo médico imagiologista na estação de trabalho e depois este irá observá-la, esclarecer eventuais dúvidas e, se achar necessário, propor exames complementares (como incidências extra, ecografia mamária, ressonância magnética ou biópsia percutânea) com o objetivo de despistar e/ou diagnosticar precocemente o cancro da mama.

Além disso, o médico imagiologista elabora um relatório com as conclusões e, se for caso disso, encaminha-a para a consulta de Senologia ou da mama.

A mamografia tem riscos?

Não. Atualmente, os novos mamógrafos usam uma dose de radiação mínima, desprezível, sem riscos para a saúde, principalmente quando comparado com o benefício que advém da realização de um exame que poderá ser crucial para o seu bem-estar.

Porque jovens não podem fazer mamografia?

Mamografia: em que idade? Em geral, mamografias regulares não são recomendadas para mulheres com menos de 40 anos, em parte, porque o tecido da mama tende a ser mais denso em mulheres jovens, dando como resultado exames menos confiáveis como instrumento de triagem.

Pode fazer mamografia com 35 anos?

A SBM recomenda a mamografia de rastreamento anual a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual e a partir dos 30 anos para mulheres de alto risco. O Ministério da Saúde recomenda mamografia de rastreamento até de dois em dois anos a partir dos 50 anos e anual a partir dos 35 anos para mulheres de alto risco.

Porque não se pode fazer mamografia antes dos 40 anos?

De acordo com ele, existem riscos na indicação de rastreamento antes dos 40 anos, quando não há sintomas. “A mamografia é um exame de acurácia ruim para mulher jovem por causa da maior densidade da mama. Isso aumenta os resultados errados e acaba irradiando muito a mulher desnecessariamente”, diz Migowski.

Pode fazer mamografia aos 30 anos?

Para mulheres de alto risco, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda mamografia e ressonância magnética anual a partir dos 30 anos ou 10 anos antes do caso de câncer na família. Porém, nunca antes dos 25 anos.