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Você já está estudando os conteúdos de história para o Enem? Saiba que o Antigo Regime é uma das matérias mais cobradas na prova de Ciências Humanas, então merece sua atenção nos estudos. O termo Antigo Regime é utilizado para denominar o sistema político e social da França anterior à Revolução Francesa. Nessa época, o governo era aristocrático, com o controle centralizado nas mãos dos reis. Além da França, outros países da Europa também viviam sob esse regime, mas ele é comumente utilizado para identificar o estado francês. Quer descobrir mais sobre esse período da história e como ele pode ser abordado no Enem? Continue conosco que explicaremos tudo neste artigo.
O contexto histórico do Antigo RegimeO conceito de Antigo Regime refere-se ao sistema social e político que foi estabelecido na França entre os séculos XV e XVI. Foi um período em que o poder era centralizado e absolutista, concentrado nas mãos do rei. Esse sistema se estabeleceu na França depois da Guerra dos Cem Anos, que começou em 1337 e só terminou em 1453. Na época, França e Inglaterra brigavam pelo trono da França. Mesmo em maior número, os franceses perderam importantes confrontos nessa guerra. E, além da devastação causada pelos conflitos, não só a França mas boa parte da Europa sofreu com a chamada Peste Negra Assim, mesmo saindo vitoriosa da guerra, a França ainda tinha que lidar com diversos problemas internos do seu reino, surgindo a necessidade de se reorganizar politicamente. Nesse contexto, crescia também em toda a Europa uma tendência de enfraquecimento do poder dos nobres e fortalecimento do poder dos reis, que durante o período medieval tinham autoridade quase nula. Em alguns países, como na França, os monarcas contaram com o importante apoio da burguesia nascente, que tinha forte interesse na centralização política. Afinal, a padronização de pesos, medidas e moedas e a unificação da justiça e da tributação favoreciam o desenvolvimento do comércio. Com esse movimento, a nobreza, sem forças para se impor, acabou por aceitar a dominação real. A partir disso, os reis puderam obter para si todo o controle político, econômico e militar da França e de outros países europeus. No auge desse processo de centralização, estabeleceu-se o absolutismo, um dos principais aspectos do Antigo Regime. A seguir, falaremos mais dessa e outras características desse período histórico. >>> Leia mais: O que mais cai em História no Enem As 3 principais características do Antigo Regime1. AbsolutismoA política do Antigo Regime se caracterizava pelo absolutismo. Esse regime concentrava a autoridade política na figura do rei, apoiando-se na teoria do direito divino, desenvolvida pelo filósofo Jean Bodin. Nesse sistema, o rei centralizava as decisões do executivo, legislativo e judiciário. Para isso, ele era apoiado pela Igreja Católica. O último rei a governar a França durante o Antigo Regime foi Luís XVI (1754 - 1793), da dinastia Bourbon, que morreu na guilhotina. Além da França, esse sistema político e administrativo também chegou a outros países europeus, como Espanha e Inglaterra, durante os séculos XVI ao XVIII. >>> Leia mais: 150 anos do nascimento do sanitarista Oswaldo Cruz [História no Enem] 2. MercantilismoDurante o Antigo Regime, as ideias do mercantilismo norteavam a economia da França. O mercantilismo foi um conjunto de normas econômicas em que a riqueza de um país se baseava no monopólio, na acumulação de metais e na regulação da economia pelo Estado. Segundo esse regime econômico, a fonte de riqueza de uma nação deveria se amparar no comércio com o mercado exterior e no acúmulo de metais preciosos. Na França, o mercantilismo estava voltado para o desenvolvimento de manufaturas de luxo para atender a nobreza e o mercado espanhol. Da mesma forma, o país também procurou expandir suas companhias de comércio, bem como a construção naval. Essa política econômica francesa ficou conhecida como mercantilismo industrial ou colbertismo, referência ao ministro Colbert, quem mais a incentivou. Além da França, o mercantilismo foi aplicado em diversos países europeus. Nessas nações, é possível encontrar algumas características econômicas em comum, são elas:
>>> Leia mais: O voto feminino no Brasil e no mundo [História no Enem] 3. Sociedade estamentalPor fim, outra característica importante do Antigo Regime é a sociedade estamental. A sociedade estamental ou de estados é aquela que dividia a população em grupos sociais. Neles, quase não existe mobilidade social, ou seja, a posição do indivíduo na sociedade dependerá de sua origem familiar, por exemplo: nasceu servo, morrerá servo. No Antigo Regime, os estamentos dividiam-se em clero, nobreza e burguesia e camponeses. O clero e a nobreza eram livres de impostos que recaíam sobre burgueses e camponeses. Conheça mais sobre cada um dos grupos sociais:
>>> Leia mais: Centenário dos 18 do Forte de Copacabana [História no Enem] A Revolução Francesa e o fim do Antigo RegimeDurante o século XVII, o Antigo Regime começou a entrar em declínio. Um dos principais motivos foi o advento do iluminismo na França. Essa corrente de pensamento defendia ideais do liberalismo, como:
Ou seja, valores completamente antagônicos ao absolutismo que vigorava na época. Além disso, com a Revolução Industrial, que aconteceu durante o século XVIII, a burguesia assumiu uma posição social extremamente elevada e desejava ter um representante de seus interesses à frente do governo, o que enfraqueceu ainda mais o sistema absolutista. Assim, aos poucos, os monarcas foram caindo. Um dos primeiros países em que o Antigo Regime começou a ruir foi a Inglaterra — pioneira graças aos avanços político-sociais gerados pela Revolução Industrial. Na França, especificamente, o fim do Antigo Regime também esteve associado à crise financeira na qual o país mergulhou após o fracasso das colheitas de trigo nos anos de 1787 e 1788 e aos gastos militares na Guerra de Independência dos Estados Unidos. Com os problemas financeiros, nas colheitas e o aumento populacional, a falta de alimentos começou a se agravar em todo o país. Além disso, o excesso de impostos sobre o terceiro estado aumentou ainda mais o descontentamento e a situação precária da população. Na época, foi convocada a Assembleia dos Estados Gerais para encontrar uma solução para a crise. Contudo, tanto o primeiro como o segundo estado não aceitavam abdicar dos seus privilégios e integrar o regime de recolhimento de tributos. A partir disso, começou a se desenhar uma revolução, que ocorria com a organização da burguesia e do baixo clero: a Revolução Francesa. A Revolução Francesa é o nome dado ao ciclo revolucionário que aconteceu na França entre 1789 e 1799. Ela marcou o fim do absolutismo nesse país. Essa revolução teve uma grande participação popular e atingiu um alto grau de radicalismo. A Revolução Francesa foi um marco na história da humanidade, porque inaugurou um processo que levou à universalização dos direitos sociais e das liberdades individuais a partir da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Ela também abriu caminho para a consolidação de um sistema republicano pautado pela representatividade popular, hoje chamado de democracia representativa. Assim, a Revolução Francesa provocou o fim do Antigo Regime na França e, posteriormente, na Europa. Esses processos revolucionários, sobretudo a Revolução Francesa, foram influenciados pelas ideias iluministas. Hoje, a maioria dos historiadores considera que eles marcaram o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea. >>> Leia mais: Como usar alusões históricas na redação do Enem Questões do Enem sobre Antigo Regime para praticarVamos testar os conteúdos trabalhados neste artigo? Confira abaixo algumas questões sobre o Antigo Regime que já caíram no Enem.
Com base no caso descrito, qual elemento histórico do Antigo Regime contrasta com o trânsito de intelectuais e artistas pelas Cortes? a) Rigidez das estruturas sociais. Gabarito: A
Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3º Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a “classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3º Estado Gabarito: C
a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real. Gabarito: E Por que a Revolução Francesa marca o início da Idade Contemporânea?Iniciada com a Revolução Francesa, a Idade Contemporânea é caracterizada como o período de expansão do capitalismo a todo o globo. Idade Contemporânea é uma divisão cronológica da História, compreendendo o período entre o início da Revolução Francesa, com a queda da Bastilha em 14 julho de 1789, até os dias atuais.
Por que a Revolução Francesa foi escolhida como marco inicial do período histórico em que vivemos no Ocidente atualmente a Idade Contemporânea?Os historiadores do século XIX, que fizeram a linha divisória da História, imputaram a esse acontecimento o caráter de marco divisor entre a Idade Moderna e a Contemporânea, por conta da radicalização política que o caracterizou.
Qual a importância da Revolução Francesa para os historiadores?A Revolução Francesa foi um dos acontecimentos mais importantes da história contemporânea do Ocidente. Ela marcou o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea, de acordo com o que foi estipulado por historiadores europeus. O motivo para isso foram as influências da Revolução Francesa no mundo.
Qual o evento histórico que caracterizou a passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea?A passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea se deu quando o Iluminismo passou da discurso intelectual e se tornou ação política. A Revolução Francesa foi a revolução burguesa e liberal por essência e marcou o início do fim do absolutismo e do Antigo Regime em toda a Europa.
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